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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

terça-feira, 14 de abril de 2020

MPH - análise e crítica da HQ

ouvindo: R.E.M., Reckoning, de 1984. 

este post é amorosa e especialmente dedicado ao cantor, instrumentista e compositor brasileiro Antônio Carlos Moraes Pires, vulgo MORAES MOREIRA, nascido em 1947 e falecido ontem 

“A amizade não está atrelada à intersubjetividade; não é uma relação entre sujeitos – capazes de contratar entre si e, por meio disso, delimitar, uma identidade e a fundação de uma societas – mas é uma ‘des-subjetivação no coração mesmo da sensação mais íntima de si’. Isto é, mais do que um espaço categorial, para o qual se predicaria a qualidade de ser amigo, a amizade se atém ao próprio fato da existência. Porém, tal existir, ao com-sentir a existência do amigo, é já sempre prenhe de uma potencia política: ‘a amizade é a condivisão que precede toda divisão, porque aquilo que há para repartir é o próprio fato de existir, a própria vida. E é essa partilha em objeto, esse com-sentir originário que constitui a política.”
– Susana Scramim e Vinicius Nicastro Honesko, no prefacio de O Que É O Contemporâneo? E Outros Ensaios, do filósofo italiano Giorgio Agamben.

e tem o roteirista escocês Mark Millar, que escreveu Procurado, Supremos (os Vingadores que se dão o devido respeito), Guerra Civil, Liga da Justiça, X-Men Ultimate, Monstro do Pântano, Juiz Dredd, Canon Fodder[1], Sonic the Hedgehog[2] e – meus títulos favoritos dele – Quarteto Fantástico, Quarteto Fantástico Ultimate, 1985 (QUE COMENTEI AQUI!), Authority, O Legado de Júpiter e American Jesus[3]. e tem seu Millarworld[4], que, de lá que saíram títulos como Kick-Ass (do qual saiu o spin-off Hit-Girl que eu, particularmente acho uma bosta), os próprios O Legado de Júpiter e American Jesus (a própria, já que é uma mulher – mais detalhes no texto específico), O Círculo de Júpiter, Chrononauts (FODA DEMAIS!), Kingsman: Secret Service (QUE EU CONSIDERO A MAIOR MERDA INÚTIL DO UNIVERSO) e Starlight (que baixei mas ainda não li, FAIL!). eu, muitíssimo particularmente, gostei mais do reboot de Kick-Ass tendo uma mulher negra, Patient Lee, veterana do Afeganistão, vestindo o traje e partindo pra cima do crime organizado do Novo México.
e também tem MPH.


MPH, cuja arte é assinada por Duncan Fegredo (Hellboy, Star Wars, Clube da Luta, Tarzan On the Planet of the Apes[5]) com cores de Peter Doherty (Godzilla, Shaolin Cowboy, O Legado de Júpiter) – e com capas variantes de Jordie Bellaire (Os Projetos Manhattan, The Massive, Batman), Greg Tocchini (Hinterkind[6], Red Sonja, Fundação Futuro), Shay Plummer (Prometheus, Corpos, Archie vs Predator [!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!]) e Paul Pope (Cerebus[7], Quarteto Fantástico, Cavaleiro das Trevas III - A Raça Superior[8]), que, são maravilhas à parte, logo também sendo apresentadas aqui – foi publicada em cinco volumes bimestrais pela Image entre maio de 2014 e fevereiro de 2015, tendo três das coisas que adoro e quase sempre andam indissociáveis: Ficção Científica, Guerra Fria e Corrida Armamentista. sendo, ademais, uma história típica de quando a Sessão da Tarde ainda prestava.o arco fechado conta a história de “Roscoe” Rodriguez, Chevy Chase, Rosa Jiggy “Baseball” Cruz, sendo que Rosa é namorada de Roscoe e irmã de Baseball e Chevy melhor amigo de Roscoe, e todos moradores da periferia (“é periferia [em qualquer lugar]”, como disse Edivaldo Pereira Alves, artisticamente conhecido como Edi Rock) de uma Detroit[10] já falida e sem perspectiva de melhoras.
Roscoe tem sonhos, que não são pequenos, e quer levar todo mundo que quer bem pra vencer junto com ele, só que, PRA VARIAR, ele se mete com as pessoas erradas, seu muy amigo o cagueta para a polícia para ter uma chance com Rosa e, olha só!, (Roscoe) vai preso. na penitenciária, conhece Celdric, um atravessador de entorpecentes, que lhe apresenta o MPH (cujo significado do acrônimo nunca é esclarecido no corpo da obra), que lhe confere ultravelocidade e OLHA SÓ, Roscoe pega o beco e vai acertar as contas com Samurai Hal, que (Roscoe) acredita ter lhe caguetado e depois fazer uma vida nova Rosa, Chevy e – por que não? – Baseball, quando os três passando a agir como Robins Hood, limpando bancos e dando uma porcentagem a desconhecidos.
a cagada ensaiada já começa ai porque Chevy não é consultado sobre isso, visto que as decisões são cabidas somente a Roscoe e Rosa, que também decidem não mais roubar depois que Baseball desaparece do nada. na verdade Baseball vive cheirado e usa MPH junto (cada um dos quatro tem uma cota de pílulas) e, em uma invasão alopradamente audaciosa à Casa Branca, os efeitos do MPH são cortados devido à presença da cocaína no organismo do carniça. ai, encurralado em um banheiro, ele mete toda sua cota na mente e corre tão rápido que vai parar em algum lugar desconhecidos dos EUA em MIL NOVECENTOS E TRINTA E UM.
essa parte é interessante pra caralho porque alguém dos 4[10] tem acesso ao nome do Sr. Springfield, em um relatório de um departamento criado justo para determinar paralelos da Corrida Armamentista com sobre-humanos e como deter – permanentemente – a super-equipe. e é “Sr. Springfield” que é o centro da narrativa, já que a começa e a termina, visto que, supervisionado pelo agente Cutler, parte em encalço dos jovens. 
“qual a origem do Sr. Springfield?”
durante a Corrida Armamentista – período da Guerra Fria onde tanto armas nucleares quanto outras novas categorias de material bélico foram desenvolvidas e estocadas pelos países antagônicos da Guerra Fria, do mesmíssimo modo que germânicos e bretões alemães e fizeram antes da Primeira Guerra Mundial – muitos países estudaram como produzir causadoras de “dano controlado”. até que os franceses, no maior projeto ultrassecreto deste ínterim histórico e dirigido pelo cientista Henri Troyat, descobriram como fazer seres humanos correrem mais rápido até mesmo que um SR-71 Blackbird, o supersônico mais potente dessa época.mas o cara sabendo que iam fazer merda com os resultados obtidos e não querendo que chegassem ao poder tanto de estadunidenses quanto de soviéticos, quitou do projeto e destruiu sistematicamente todos os dados registrados. 
“mas e o MPH?”
conclui-se que ele fez porção única pra alguém e como as coisas importantes param nas mãos de quem não deve...

MPH é precisa na crítica social, ao capitalismo, à amizade (sim!, até a ela! não à toa a citação que abre esse post), até onde nossos valores se aproximam e se afastam de quem consideramos como iguais, e ao que decidimos fazer com as oportunidades que nos são dadas e como temos que nos adaptar a mudanças altamente bruscas nos planos (sim, à guinada brusca que Rosa e Roscoe dão quant’ao sumiço de Baseball [CUJO FINAL É REALMENTE FANTÁSTICO PRA CARALHO])

e tu terás que ler até o final pra saber quem é o Sr. Springfield, o que comprova minha hipótese de que essa obra é realmente uma homenagem – particular, pessoal, tocante, emocionante – ao Quarteto Fantástico. 
mas será que, pelo que acontece com Baseball, é uma ode ou um plágio à série francesa Universal War, do quadrinista francês Denis Bajram, da editora francesa Soleil, que, no mínimo, vale demais pra caralho à pena?
“essa é a parte que lhe cabe”: ler MPH e responder.





[1] não, NÃO é o anime dirigido pelo Katsuhiro Otomo.
[2] eu deveria ficar admirado por existirem HQs do Sonic, só que não.
[3] ♪♫We've got the American Jesus
Bolstering national faith,
We've got the American Jesus
Overwhelming millions every day.

He's the farmer's barren fields, (In God)
The force the army wields, (We trust)
The expressions on the faces of the starving millions. (Because he's one of us)
The power of the man, (Break down)
The fuel that drives the clan, (Cave in)
He's the motive and the conscience of the murderer. (He can redeem your sins)
He's the preacher on TV, (Strong heart)
The false sincerity, (Clear mind)
The form letters that's written by the big computers. (And infinitely kind)
The nuclear bombs, (You lose)
The kids with no moms (We win)
And I'm fearful that he's inside me. (He is our champion!)

We've got the American Jesus
See him on the interstate. (We've got the American Jesus)
We've got the American Jesus
Exercising his authority!

We've got the American Jesus
Bolstering national faith, (We've got the American Jesus)
We've got the American Jesus
Overwhelming millions every day.♫♪
[4] que convieram de chamar por essas bandas de “Millarverso”.
[5] FUDIDO PRA CARALHO, APROVADO E RECOMENDADO!
[6] SÉRIE FODERAÇA QUE VALE PRA CARALHO A CONFERIDA! não li nada anterior do Ian Edginton, mas ele mandou fudidamente bem pra caralho nesse cenário de Shadowrun, que deve ser leitura obrigatória pra todo mundo que curte esse RPG!
[7] a magnus opus do canadense Dave Sim, publicada entre 1977 e 2004.
[8] ainda não tive coragem pra ler essa porra. e do jeito que ‘tô de nariz torcido pos supers da DC, não lerei tão tão tão cedo.
[9] se não tocar a PA NA NA NA NAM PA NA NA NA NAM na sua cabeça ao ler essa palavra, vaza daqui.
[10] eu até hoje ‘tô me perguntando se é uma homenagem MarkMillariana a sua época no Quarteto Fantástico, vist’a formação da equipe – lendo, tu haverás de entender.
[11] que já comentei por aqui algumas vezes também!









BIS
ZU
DEM
BREAKING
FUCKING
NEUEN
POST
!!!!

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