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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

domingo, 31 de maio de 2020

PREDADOR - comentário e análise do filme

ouvindo: Henry Jackman, The Predator (Original Motion Picture Soundtrack), de 2018; e Michael Brook, An Inconvenient Truth: Original Motion Picture Soundtrack, de 2006 






o melhor que pode ser ditto sobre o Predador, de 2018, dirigido por Shane Diesel Black (que, olha que coisa, participou do elenco do primeiro Predador, de 1987) e escrito por Fred Dekker (RoboCop 3, Titan A.E., Máquina Mortífera 4, O Demolidor) e pelo próprio Shane Diesel Black é: é assistível. tem todas as reviravoltas e mentiras do gênero ação, situações absurdas, muito tiro, muita explosão, sangue vermelho de humano, sangue verde de Predador, aquela putaria que todo mundo gosta e o melhor:
NÃO TEM PROPAGANDA IDEOLÓGICA (DESCARADA) PRÓ-ESTADOS UNIDOS!
poder-se-ia pensar que, como é filme cujo círculo principal de personagens é composto majoritariamente de militares, teria aquela apelação típica que todo mundo já ‘tá cansado de ver em filme assim 
e claro, é filme de alienígena vindo fazer safari na Terra, aquela crítica social fudida, e que não foge da ficção científica na qual a série Predador também está inserida. muito bom que esse Predador explica muitíssima coisa dos filmes de 1987 e 1990 e até mesmo da mini Hunters[1] – como porque os Predadores arrancam as cabeças com as medulas de seus alvos[2] para pegar o material genético e produzir seres híbridos para gerar forças de colonização a planetas. próximo da lista? isso mesmo, a Terra. tem até uma referência muito fudida a A Invasão, mas tem que prestar MUITA atenção pra poder pegar esse easter egg. outro [easter egg] nessa mesma passagem é sobre o documentário Uma Verdade Inconveniente, que até ganhou o Oscar nesta categoria e em melhor canção[3]. e já que tem um muleque autista como chave de ligação entre o filme todo e faz toda a patifaria acontecer, bem que poderiam ter colocado o Bruce Willis no lugar do pra fazer o herói principal no lugar do Robert Boyd Holbrook (Milk: A Voz da Igualdade, Logan) – entendedores entenderão.
 
 
 
Predador, de 1987, dirigido por John McTiernan QUE DISPENSA APRESENTAÇÕES, e escrito por John e Jim Thomas
(quem jogou a versão do Nintendinho manda um “SALVE!” ai)
 
 
O Predador 2 - A Caçada Continua, de 1990, dirigido por Stephen Hopkins e também escrito por John e Jim Thomas
A Invasão, de 1996, dirigido e escrito por David Twohy (como diretor: trilogia Riddick; como roteirista: O Fugitivo, Velocidade Terminal, Waterworld - O Segredo das Águas, Até o Limite da Honra[4])
Uma Verdade Inconveniente, de 2006, dirigido por Davis Guggenheim e escrito pelo ex-Vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore
“I Need to Wake Up”, escrita e interpretada pela cantora, compositora e ativista política estadunidense Melissa Etheridge para o documentário em questão

mas quem salva o filme a nível de interpretação de personagens é o Thomas Jane[5], como o veterano do Afeganistão e do Iraque portador da síndrome de Tourette e estresse pós-traumático Baxley, e o Trevante Rhodes (Bird Box, Moonlight, 12 Heróis), como o fuzileiro que tentou suicídio Nebraska Williams, e as mortes deles – mais a do piloto de helicóptero que sofreu dano cerebral após um acidente Netles (interpretado por Alejandro Aguilera [Oito{6}, Made for Love]) – são as melhores do filme.
e esse Predador tem a maravilindíssima novo amor da minha vida Lisa Olivia Munn (X-Men: Apocalypse[7], Tudo por um bebê, Livrai-nos do Mal, Policial em Apuros 2, Zoolander 2, A Última Ressaca do Ano[8], Insanatório - Quem Entra, Não Sai[9]) como a bióloga evolutiva Casey Jones Brackett que manja de todo o esquema a nivel biológico dos Predadores e faz muito da parte de ficção científica fazer aquele sentido bacana.
Lisa Olivia Munn
e ‘tá. a parte legal do filme acaba ai. a escrotidão começa no plot principal: um Predador vem do planeta natal deles para trazer uma porra duma arma pra ser utilizada pelos humanos pra evitar que os Predadores colonizem a Terra, o “Caçador de Predadores”. é pra cair o cu da bunda e ficar “MAS PUTA QUE PARIU, HEIN?”.
ai quando eu disse que a propaganda ideológica da obra não é TÃO descarada, eu quis dizer que é o “herói” do filme, o atirador de elite do exército estadunidense Quinn McKenna[10], vai usar o tal “Caçador de Predadores”e ai que a propaganda ideológica vai brincar de pira.
logo, visto o que acabei de considerar, é pra ver esse Predador, esquecer e torcer pra não ter continuação. era, segundo o próprio Shane Diesel Black, pra ser uma trilogia e vamos torcer pra, mesmo com uma bilheteria considerável que essa porra arrecadou, não role o resto dessa trilogia e torcer também pra não rolar um terceiro Alien vs Predador, como ele (Black) disse em entrevista.

Predador, esse Predador, é pra assistir e esquecer e pronto.




e o que temos pra amanhã? comentário e análise do filme Mindsommar, de Ari Aster!





[1] comentada neste blog AQUI!
[2] Sub-Zero Way of Life. 
[3] momento histórico de premiação da academia por este gênero cinematográfico receber essa indicação e então ser laureado, batendo um filme da Disney (Carros) e três do musical megafodástico e aprovadíssimo e recomendadíssimo Dreamgirls, de 2006, dirigido e escrito por Bill Condon baseado no musical broadwayano homônimo escrito por Henry Krieger e Tom Eyen.
[4] ontem, via stories do Instagram de uma amiga minha descobri que 30 de maio é o Dia da Mulher Militar e até comentei ontem no Twitter que isso me lembrou tanto o papel da Demi Moore neste filme quanto o da Meg Ryan em Coragem sob Fogo.
[5] ‘tô com preguiça de dizer quem é, segue link da filmografia dele na Wikipédia.
[6] um caralhal de gente já me indicou esse filme e me falou superbem pra porra dele que preciso até ver.
[7] PASSE LONGE DESSE FILME! E, CASO JÁ TENHA VISTO, ESQUEÇA QUE VIU! ESSE FILME NÃO EXISTE!
[8] idem nota 6.
[9] idem nota 8.
[10] o Robert Boyd Holbrook apresentado lá pro começo do post.










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sábado, 30 de maio de 2020

SOLEIL FROID - comentário e análise da HQ [post atrasado]

[post pra ter sido postado 25.05.2020]

ouvindo: como hoje é aniversário de morte do músico estadunidense Raymond Daniel “Ray” Manzarek(1939-2013), sendo tecladista do The Doors,, ‘bora ouvir, da banda, Strange Days, de 1967; Full Circle[1], de 1972; An American Prayer, de 1978

EXPECTATIVA PRA HOJE: comentar Werewolf By Night e Dead of Night Featuring Werewolf By Night
REALIDADE: comentar Soleil Froid, de Jean-Pierre Pécau e Damien

Soleil Froid – em bom brasileiro, Sol Frio – é HQ francesa com história Jean-Pierre Pécau e arte de Damien. como é HQ francesa,e como eu já falei por aqui, HQ francesa é sinônimo de HQ de qualidade, com Soleil Froid não seria diferente. 
o título é bem cabível ao clima que estamos vivendo de pandemia, já que é uma ficção científica de distopia decorrente da praticamente exterminação da humanidade por um vírus transmitido por... aves – sim, me refiro à H5N1, que OLIVEIRA et al. (2001)[2] tratam como
A influenza aviária, também conhecida como gripe do frango, gripe aviária ou menos comumente como resfriado das aves ou do frango, é uma doença infecciosa aguda altamente contagiosa descrita em diversas espécies animais inclusive, em humanos, causado pelo vírus da influenza tipo A (OLIVEIRA et al., 2001)

e como isso altera severamente o ecossistema, sem contar a hecatombe sociopolítica decorrente a nível mundial.
pra entender Soleil Froid, aviso que não é uma leitura linear, linear. como Hunters, tem seus flashbacks. ao contrário de Hunters, não são de situações passadas passadas mas como a história se desenvolve a partir do personagem principal para esta. ok? ok.
o contexto geral é visto pelo ex-fuzileiro Jan, que, com o equivalente tecnológico-militar a uma mula (todavia dotada de inteligência artificial e muitos recursos), que carinhosamente batiza de Marguerite, procura ir pro mais longe que pode de sua vida como militar e das lembranças do que aconteceu para ser afastado. rumando para Suíça, encontra no caminho, grupos de sobreviventes e alcateias de lobos, descobrindo que há uma estação orbital que deu prosseguimento à pesquisa em busca da cura.
Jan, claro, liga o foda-se e continua seguindo pro mais longe que puder. todavia, é levado pelas circunstâncias à Aline, bióloga especializada em ornitologia, ramo de estudo das aves, que o explica que não tem como tal pandemia ser simplesmente de origem natural, visto como se desenvolveu mo

até o local, se alimentando de serpentes (já que elas não têm mais predadores naturais – não esqueçam do que falei sobre a alteração da cadeia alimentar). e, ao encontrar uma comunidade humana chamada Tortuga, conhece o teórico da conspiração Broc, que o apresenta ao comerciante de tudo Klimt, que lhe diz que o que pegou do lobo que matou na edição anterior é um computador remoto
e o bom de Soleil Froid é que são três números de sessenta páginas, dá pra matar tudo em uma tarde fácilzão. não é uma leitura lenta, mas também não é frenética, visto que os momentos “parados” sempre contém uma tensão quase que palpável e sempre tem um perigo à espreita e o Jan é o personagem que, apesar de ter um jeitão a lá John Constantine de “foda-se, farinha pouca, meu pirão primeiro”, só leva na cara. é uma história que não dá pra se manter impassível, vista a crise na qual o planeta se encontra e como cientistas já falaram que esta é o prenúncio de uma maior e pior...
leia Soleil Froid. o futuro é agora.
e é assustador.

ah, sim. eu li a edição em inglês, publicada pela Neopolis. não sei ler francês então....

[1] será esta a origem da canção homônima do Aerosmith, presente no Nine Lives
[2] citado por THEVENARD (2008, p.6).

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S 
THEVENARD, B. M.. Influenza Aviária: Revisão. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Defesa e Vigilância Sanitária Animal). Orientador: Prof.ª. Sueli Cristina de Almeida Ribeiro. Espírito Santo: Instituto de Pós-graduação Qualittas, 2008. disponível em <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/influenza_aviaria_revisao_000fy7gx78502wx5ok0pvo4k3q1j6l52.PDF>. acessado em 20 de maio de 2020.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

OBSOLETE - comentário e análise do anime

ouvindo: Shrüm, Red Devils & Purple Ringers, de 1997; Intense Degree, War In My Head, de 1988; Dread Full, Wonder Fool People, de 1997, e Day Off, de 1999

“o fato é que a guerra pode ser, entre outras coisas, a perpetuação de uma cultura própria por seus próprios meios.”
– John Keegan, Uma História da Guerra.


eu ‘tava escrevendo um conto ontem sobre mechas de combate e acabei terminando outro. mas durante o processo de referência visual para escrever sobre os módulos acabei encontrando no YouTube uma série do gênero[1] especificamente para esta plataforma[2], chamada Obsolete, escrita por Gen Urobuchi[3] e dirigida por Hiroki Yamada (responsável pelo maravincrível e altamente recomendado Kaze no Matasaburo) e Seiichi Shirato[4] para o estúdio Buemon (o de Kaze no Matasaburo, diga-se de passagem), com distribuição pela Bandai Namco[5], tendo estreado em 3 de dezembro de 2019.

“OK, MAS QUAL É O PAPO DE OBSOLETE?!?”
em 2014 uma espécie aligenígena chega chegando à Terra, solicitando comércio com a humanidade, oferecendo um robô de uso geral controlado pela consciência, conhecido como “EXOFRAME” em troca de... CALCÁRIO.
“ah, mas não sei o que é calcário”
a saber, calcário é uma rocha sedimentar[6] composta basicamente por calcita (CaCO3) (LIMA, 2010, p.2), sendo
“originada pela precipitação de cálcio por agentes químicos e orgânicos. O cálcio constituinte dos calcários tem origem no intemperismo das rochas crustais, sendo conduzido em solução para o mar, onde parte do carbonato de cálcio dissolvido precipita-se, em decorrência da sua baixa solubilidade na água marinha. Altas taxas de evaporação e as variações de temperatura podem reduzir o teor de dióxido de carbono contido na água, causando condições de saturação e facilitando a precipitação do carbonato de cálcio, formando um calcário de alta pureza química [SAMPAIO & ALMEIDA]. A maior parte do calcário existente hoje no mundo é de origem orgânica. O cálcio precipitado é utilizado por seres marinhos como corais, foraminíferos, moluscos e equinodermos, na confecção de suas conchas, as quais se acumulam no fundo mar.Essas conchas são compostas basicamente por carbonato de cálcio puro, sendo encontradas em calcários como greda e marga.” (IDEM, p.3)
este mineral é amplamente utilizada na construção civil, indústria de vidro, siderúrgica, cal, cimento, rochas ornamentais, corretivos de solos, entre outros campos.

mas então, olha só: dá pra customizar a porra do exoframe de acordo com a necessidade de uso. como ser humano é conhecido por adaptar praticamente tudo ou pra fins sexuais ou bélicos, adivinha só o que acontece: adaptam os frames pra fins BÉLICOS. e aí que dá-se a merda.
no meu entender, Obsolete vem em um excelente momento, visto que tem um monte de nerd retardado e otaku mais ainda[7] que fica bostejando “não coloque política no meu quadrinho” “não coloque política no meu mangá” “não coloque política no meu anime” “não coloque política no meu joguinho” etc etc etc. tod@s vocês já ouviram essas merdas e Obsolete é uma pedra de calcário bruto no teu cocoruto porque o que tem de crítica política, de questionamentos geopolíticos e análises históricas e tudo isso junto ao mesmo tempo não é fácil. tu vais ter que sacar de História, Ciência Política, Relações Internacionais e Geopolítica pra poder pegar tudo e fazer tudo fazer sentido.
e, a grosso modo, é muitíssimo impossível não lembrar de Metal Gear ao falar de Obsolete não somente porque é um texto de mechas, mas justamente porque são mechas utilizados para fins bélicos, cuja presença no planeta dá uma desbalanceada FUDIDA nas relações de poder, o que permeia a obra de política do começo ao fim e abre um novo paradigma de guerra terrestre, a ponto de muitas nações assinarem um tratado sobre não-utilização deste maquinário nos campos de batalha e, além de certo país que todos vocês sabem qual é por sua fama de quebrar tratados internacionais, muitos outros países cagaram pra essa convenção.
ah. yeah. design de muitos mechas customizados lembra PRA CARALHO tanto mechas em jogos da série Metal Gear quanto os, vistos inicialmente em O Império Contra-Ataca e depois em O Retorno de Jedi. ‘tá na cara lá, tu só não vais reconhecer se não sacares MG ou, mais principalmente, Star Wars.
(se foi proposital não sei, isso ter-se-ia que questionar ao Junichi Taniguchi [diretor de arte], ao Takaaki Suzuki [pesquisa de armas], ao Makoto Ishiwata [designer mecânico] e ao Ryousuke Takahashi [produtor de planejamento])
  
a série, de seis episódios, se passa desde o final do século XX até 2023, sendo que somente os dois últimos se passam na mesma ambientação e sua chave hermenêutica está fora do círculo de militares estadunidenses Bowman, Miyajima Rei e Loewner. 
o primeiro episódio se chama Outcast é se passa em 2023 na América do Sul, na Amazônia Ocidental, na fronteira entre Equador e Peru[8]. 
o segundo é Bowman, passado em 2015 em Cabinda, Angola[9]. 
Miyajima Rei, terceiro episódio, se passa em 2016 na geleira de Siachen, ao leste da cordilheira do Caracórum, Himalaia, no estado de Ladakh, noroeste da Índia – local disputado com o Paquistão[10]. 
passado em 2017 no Golfo Pérsico e contendo o diálogo que é um soco na tua cara a nível de paralelo histórico e pode definir TODA essa narrativa, há o quarto episódio, Loewner.
os dois últimos episódios – Soldier Brat e Jamal, que justificam a citação de Sir Professor Historiker John Desmond Patrick Keegan (1934-2012) no começo da postagem – se passam na África Subsaariana com uma diferença temporal de cinco anos (Soldier é em 2016 e Jamal em 2021) e são “guiados” pelo veterano de guerra Zahir que os jovens só conseguem concluir que não é nativo da África “mas enfim”.

Obsolete é um SENHOR agrado pras viúvas de Metal Gear após o lançamento de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, de 2015 (que não fechou porra nenhuma porque não explicou em definitivo e sim de uma maneira bem porca, pra dizer o minimo como se liga ao primeiro Metal Gear, de 1987) e o final antológico de MGS4: Guns of Patriots, de 2008. 
‘tá. sim. Obsolete não tem o que se pode chamar de “fim”. e dá pra ver cada episodio separadamente (‘tá, sim... Soldier Brat e Jamal contam como um... ok? ok) que não dá em nada porque a história é mais repetida que a origem do Batman em filme do Batman e mini-série do Batman e graphic novel do Batman; mas fica mais legal, muito mais legal sendo vista na ordem como os episódios não chegam a dezesseis minutos e dá pra matar em uma hora e meia na maciota.
não somente, [Obsolete] abre muitas discussões a nível político, a nível sociopolítico, a nível socioeconômico a nível internacional, atendendo brutalmente o que Frau Professorin Kerslake e Herr Professor Edward James apresentam em suas obras seminais (Science Fiction and Empire e Science Fiction in the Twentieth Century, respectivamente), a tornando obrigatória tanto pra quem saca o gênero ficção científica quanto quem trata de Ciências Humanas na Arte[11], agradando inclusive quem não curte nada disso e só quer ver um bom anime que tenha o mínimo de conteúdo.

assista Obsolete.





[1] tanto fãs quanto estudiosos do gênero fantástico debatem se mecha é um gênero dentro do gênero fantástico ou se é um recurso no Japão, mecha é toda e qualquer quinquilharia tecnológica utilizada por personagens, seja de animes, seja de mangás no Ocidente, são os famosos robôs gigantes utilizados principalmente em tokusatsus de Super Sentai ou Metal Heroes.
[2] a saber, YouTube Originals, criada inicialmente para assinantes do YouTube Premium, mas liberada um tempo desses ai pra ser assistida gratuitamente. o grande porém é ter 2 a 3 mais anúncios que o conteúdo gratuito do YT.
[3] admito que nunca tinha ouvido falar do cara antes.
[4] idem.
[5] dispensa apresentações.
[6] “Rochas que resultam da desintegração e decomposição de rochas preexistentes (magmáticas, metamórficas ou sedimentares), graças a ação de intemperismo (conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a transformação das rochas em sedimentos).” fonte: Capítulo 5 – ROCHAS SEDIMENTARES. 
[7] ainda que “otaku retardado” seja pleonasmo, igual “otaku bolsominion”.  
[8] segundo a Legislação da Amazônia, presente no site da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia.
[9] “Cabinda é uma das 18 províncias de Angola, localizada na região norte do país, sendo a mais setentrional e também único exclave da nação. A capital é a cidade e município de Cabinda.” fonte: Wikipedia.
[10] para mais detalhes sobre essa pendenga ler Imperialismo e Resistência, do escritor e ativista paquistanês Tariq Ali. eu já falei dele nesse post AQUI! e também nesse AQUI!
[11] tem gente que considera Psicologia no meio das Ciências Humanas. tem gente que considera Psicologia no meio das Ciências Biológicas. eu considero psicanálise picaretagem e aleijamento mental no mesmo nível de astrologia, criacionismo, design inteligente e terraplanismo. independente a tudo isso, tem umas partes no anime eu tratam de Psicologia e que não devem ser desconsideradas.





R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S 
__________. Cabinda (província). Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabinda_(prov%C3%ADncia)>. Acessado em 29 de maio de 2020.

ALI, Tariq ; BARSAMANIAN, David. Imperialismo e Resistência. Trad. Tatiana Carvalho de Azevedo e Maitê Carvalho Cassachi, com revisão de Geraldo Martins de Azevedo Filho. São Paulo: Expressão Popular, 2005.

BRASIL, Legislação da Amazônia. Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, Ministério do Desenvolvimento Regional. Disponível em <http://www.sudam.gov.br/index.php/institucional/58-acesso-a-informacao/86-legislacao-da-amazonia>. Acessado em 29 de maio de 2020.

JAMES, Edward. Science Fiction in the Twentieth Century. Oxford: Oxford University Press, 1994.

KEEGAN, J. Uma história da guerra. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 

KERSLAKE, P. Science Fiction and Empire. Liverpool: Liverpool University Press, 2007. 

LIMA, Leonardo Alves Montes. Produção de Calcário no Estado do Rio de Janeiro. 2010. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geologia) – Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em <https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/4436/1/LIMA%2C%20L.A.M.pdf>. Acessado em 29 de maio de 2020.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA. Capítulo 5 – ROCHAS SEDIMENTARES. Disponível em <http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/Geologia-Cap5.pdf>. Acessado em 29 de maio de 2020.










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terça-feira, 19 de maio de 2020

PREDATOR: HUNTERS - comentários e análise da HQ

“In the end, I think we both knew who the monsters were.”
– Jaya Soames


[capas principais da série]
Predator: Hunters, como de praxe e todo mundo sabe, é da Dark Horse, sendo uma mini em cinco volumes com roteiro de Chris Warner (criador da Barb Wire, chupe essa manga!) e a incrível arte de Francisco Ruiz Velasco (Inumanos, WildC.A.T.S., Lone Wolf 2100) publicada entre maio e setembro de 2017, em celebração aos 30 anos do personagem. 

capas alternativas de Hunters
Hunters quebra o padrão de Predador caçador, passando para Predador caçado (!!!!!!!!!!), quando somos apresentados à Jaya Soames, atual diretora de uma organização secreta criada por seu bisavô a caçar os caras, reunindo sobreviventes de suas caçadas, os equipando e treinando para virar o jogo e este será na ilha de Kehua, pertencente ao arquipélago de Bunting[1], cujo “human team” é estrelado por, além de Soames, pelo ex-militar navajo Enock Nakai, pela ex-fuzileira Michale Mandy Graves, pelo veterano estadunidense do Afeganistão Tyler Swain e pelo ex-traficante de drogas latino-americano (OLHA O ESTEREÓTIPO AI, GENTE!) Raphael Herrera.
o arquipélago foi... “adquirido” no século XIX pelo comerciante neozelandês Malcolm Bunting e administrado por sua família desde então, o cajado estando às mãos do bisneto de Malcolm, Henry, e o local sendo um ponto turístico paradisíaco somente para convidados muitíssimo selecionados, como, por exemplo, animais selvagens que são tirados de seus habitats.
o adágio “não tem nada ruim que não possa piorar realmente”  cai muito bem aqui quando, além de um só, sem recurso “tecnológico” algum, ferrou parte da equipe, esta, ao resgatar um humano cativo (vou explicar já já), descobre que tem mais predadores na ilha. ai o próprio Henry, que já tinha dado aquele migué na equipe da Soames em um jantar de recepção, vai, em canoas, JUNTO A HUMANOS SEMI-TRAJADOS DE PREDADORES[2], contar à equipe de Soames, já regrupada no navio-QG dela, que... O MALCOLM BUNTING COMPROU A ILHA PRA FAZER DELA UM VIVEIRO DE PREDADORES, volta e sempre, jogando uns humanos lá.
ser humano é algo muitíssimo filho da puta, né?
ai o Bunting pega a equipe central da Soames e joga pra ser caçada na ilha por Predadores e pelos seus asseclas (do Bunting), só com facões (tal qual acontece com o trio da primeira metade da primeira edição da mini). eles saem vivos da quest, equipe não, mas a vitória não tem gosto de vitória, mesmo que Soames tenha entregue a um dos predadores, que vivam em condições autóctones, pra não dizer PRIMITIVAS, se comparados aos enfrentados por ela, Graves, Swain, Nakai e Herrera[3] entre a última década do século.
claro, né, caralho? os caras são de espécie belicosa, mas científica e tecnologicamente avançada, a ponto de conseguir ir a outros planetas (se não me engano como estou, na maioria esmagadora das vezes, é em Aliens versus Predator versus The Terminator[4] em que se explica essa evolução sóciocultural deles) realizar seus safaris. mas ai... caralho, né? esses Predadores desta narrativa não ‘tavam sabendo que vinham outras incursões pra Terra PORQUE ELES NÃO TINHAM COMO SE COMUNICAR COM OS CARAS NO PLANETA NATAL POR ESTAREM NESSA ILHA DESDE O SÉCULO XIX. se homo sapiens sapiens já deram uns saltos científico-tecnológicos consideráveis desd’esse período até 2017, ‘magina pra quem já podia fazer VIAGENS INTERPLANETÁRIAS. isso deixava os Predadores... ESTES Predadores menos sanguinários e letais e o resto do kit? mais do que definitivamente, não mesmo...!

PRA MIM, o que meio que ferrou a história foi o tanto de flashback dos personagens, ainda que fossem necessários pra situar o leitor sobre cada personagem mas só isso também. a arte – no mínimo, incrível – de señor Francisco Ruiz Velasco, que, até nos momentos “calmos”, expõe tensão, nunca deixando o/a leitor/a de boa, sempre aquela sensação de “caralho, vai acontecer alguma coisa”. e os momentos de combate são muito bem construídos, roteiro do Chris Warner é foda sobre isso, visto que ele, junto com Ron Randall (Venom, Monstro do Pântano), fez a arte da PRIMEIRA HQ do Predador, chamada Concrete Jungle, escrita por Mark Verheiden (que, OLHA SÓ!!!, também escreveu o roteiro do primeiro filme do Máskara e o Timecop, com o Van Damme) e publicada entre 1989 e 1990. não somente, também ter produzido The Bloody Sands of Time - escrita (e também desenhada) por Dan Barry (Doc Savage, Homem-Aranha, Indiana Jones), de 1992 - e Bad Blood - escrita por Evan Dorkin (a maravilhosa Beasts of Burden) e arte-finalizada por Derek Thompson (Madman, Star Wars). e essa experiência joga pra caralho a favor de Hunters. que agrada muito quem ‘tá começando agora a ler Predator, mesmo que não conheça os games e os filmes. e quem já é leitor velha guarda, que já saca também Aliens e também Aliens versus Predator, também vai achar muito foda. 
Predator: Concrete Jungle, de Chris Warner, Ron Randall e Mark Verheiden, do biênio 1989 e 1990

The Bloody Sands of Time, de Dan Barry e Chris Warner, de 1992

Bad Blood, de Evan Dorkin, Chris Warner e Derek Thompson, de 1993
é uma história coesona, coerentona, que não faz troça com a inteligência de quem for lê e que, como uma boa história do Predador, VAI TE NEURAR BUNITU.

e ainda tem mais duas séries subsequentes - ambas escritas por Warner escrita por Warner -, uma de 2018 e uma que ainda ‘tá rolando esse ano deve ser por isso que o que resta do sentai (Herrera morre por meninagem do Swain, diga-se). negócio já deve ter sido acertado do Warner, do Randy Stradley (editor-chefe da Dark Horse) e do Mike Richardson, fundador da casa. vai saber... mas tem a ver sim com o final da história. o negócio ‘tá lá, basta ler.
e eu te garanto, tu não haverás de se arrepender ao terminar Hunters.




[1] dei uma googleada e achei uma referência do local como sendo na Malásia, já a page desse título comentado na Xenopedia - The Alien vs. Predator Wiki diz que fica no Pacífico sul. foda-se isso.
[2] “MAMÃE, QUERO SER UM PREDADOR”, se liga.
[3] praticamente um Super Sentai esse caralho. 
[4] comentada AQUI










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quinta-feira, 14 de maio de 2020

poema sem título a partir de poemas da Flora Maria Loureiro Figueiredo e de letras do Metallica

ouvindo: Alceu Valença, Anjo Avesso, de 1983

[¡sem título!]
será que vai demorar muito para chegar o
tempo
para parardes um momento 
e lembrardes de nossos
beijos
e/ou
procurardes, os procurardes em Vosso
corpo?
o tempo não volta
os beijos também não
muito menos se
devolvem
cada um onde e como
for
é um momento único e singular no
espaço.
o amor hoje é um
amanhã é o mesmo mas outro novo
o bem-querer hoje é querer
amanhã pode não ser, pode ser que
não.
a lágrima caída não volta
a mágoa sofrida não se des-sofre
o beijo beijado não des-morre
a não ser que os dois beijadores
morram
e não... então existir mais nada
válido
a ser lembrado. 

:: poema escrito a partir de poemas presentes no livro Amor a Céu Aberto, de 1992, da poeta, cronista, tradutora e compositora paulista Flora Maria Loureiro Figueiredo, e inclui citações das letras “The Memory Remains”, de James Hetfield e Lars Ulrich, e “The Unnamed Feeling”, de Kirk Hammett, James Hetfield, Bob Rock e Lars Ulrich ::
:: 13 de maio de 2020 ::

quarta-feira, 13 de maio de 2020

O DOUTRINADOR - comentário e análise da HQ

ouvindo: música de povos indígenas do Alto Rio Negro ao Monte Roraima documentadas pelo Cauxi Produções

“Pessoas não reagem ao blá de intelectuais... Pessoas reagem ao poder do fogo!”
– Doutrinador

a HQ pra ser comentada hoje era Bitch Planet – criação da roteirista Kelly Sue DeConnick (30 Days of Night, Capitã Marvel, Supergirl) e pelo desenhista Valentine De Landro (X-Factor, Quarteto Fantástico, G.I. Joe) para a Image Comics – mas como eu tenho uma pica de coisa, vai ficar ainda pra essa semana, não sei quando. 
sim, eu sei que ‘tô relapso quanto ao blog, se considerando os dois últimos meses, mas ai que ‘tô atualizando leituras e trabalhos que deveriam ter sido feitos quando eu ‘tava bloggando. mas ‘bora de novo de HQ nacional, e como finalmente tive coragem pra ler do tal Doutrinador, do quadrinista brasileiro Luciano Cunha, bora nessa porque vai ser bem rápida, três edições e nem vou falar do filme porque TALVEZ eu assista.
Doutrinador, né? três edições que saíram pela fluminense Redbox, a primeira e a segunda em 2015, a última em 2016 especialmente para a ComicCon Experience 2016[1]. a primeira foi total do it yourself pelo Cunha (roteiro, desenho, arte-final, colagens[2], produção gráfica, edição e letramento), tem 79 páginas[3] e particularmente é a minha favorita devid’o clímax ter rolado em Belém do Pará e o Brasil todo, como o personagem repete ♪♫time and time again♪♫, se tornar seu campo de caça.
o Junior Kararotto vai diabos saber quem ser este ser e de onde saiu ‘tá 50% certo na quarta capa da primeira edição em dizer que o personagem – Agente Nove, Doutrinador é como ele passa a ser chamado WTF motivos pela mídia e o nome pega – é uma mistura de Travis Bickle, Tyler Durden, Rorschach, V e Frank Castle. V certamente riria ao saber de tal comparação, Rorschach creio que não, Castligione faria aquela cara feia mas… alguém disse ai que o personagem (Doutrinador) é fruto do seu tempo porque queria o que todo mundo queria fazer: passar fogo em todos os políticos corruptos, barões da privatização e religiosos corrompidos e depois colocar fogo no mundo. quem atualmente não quer passar fogo em todos os políticos corruptos, barões da privatização e religiosos corrompidos e depois colocar fogo no mundo? mas é meio bem merda dizer que “o personagem (Doutrinador) é fruto do seu tempo” porque nem todo mundo é uma máquina de matar e destruir de forma cirúrgica treinada pelo Estado e que depois se volta contra ele por não suportar o que ele se tornou.ai olha a segunda cagada: ele foi doutrinado pra ser uma imparável máquina de matar e destruir de forma cirúrgica, e o cidadão médio brasileiro, “gente como a gente” doutrinada e amordaça a não matar e a não protestar e, quando fazê-los, caso se seja das camadas de base da pirâmide social, independente do país[4], se é rapidamente coagido e posto de volta no lugar. “ah, mas isso é a História contada pela esquerda”, dirão. eu poderia fazer um blog só pra isso e eu jamais teria falta de exemplo pra esfregar na cara de cretin@ metid@ a espert@. 
voltando ao “fruto do seu tempo”, também não é igualmente tudo o que ele decidiu lutar contra, porque corrupção ‘tá na base da espinha dorsal da história do Brasil, eu nem deveria estar dizendo isso de tão óbvio que isso é. independente da corrente ideológica que tu adotes, é impossível nunca teres se encaralhado por pelo menos um ato de corrupção. e isso que é foda em Doutrinador, vai te agradar independente do teu viés. e caso apareça alguém chorando dizendo que “nacionalismo é algo característico da extrema direita”, eu só cito os exemplos da URSS e da China, quando estas ainda não socialistas de estado.
e então que o governo decide apelar, chama alguém treinado pelo mesmo programa criador do Agente Nove[5], que é a cara daquele supermachão que todo mundo conhece mas ninguém, além de seus iguais, o quer por perto – e seu sentimento a seus desiguais é recíproco. mas ninguém pode dizer que os métodos do Agente Sete não funcionam, e ele consegue mesmo chamar o Nove para seu circle pit. pena que, no processo, e seguindo o clichê da luta final, leve o Theatro da Paz, e também seguindo o clichê (repetido muitas vezes no volume) da explosão.
‘tá, mas o cara morre. e eu achei do caralho isso, pra comer o cu de que esperava o triunfo dele. mas convenhamos que é meio-impossível-para-caralho tu sobreviveres a uma explosão causada por explosivo plástico tu o carregando tu no teu corpo. 
e tem o volume dois, Dark Web, escrito pelo saudoso Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana (1965-2019) – o Marcelo Yuka, baterista e principal compositor d’O Rappa –, e com arte produzida unicamente pelo Cunha. foda dessa edição é que fode a ideia do personagem de extrema direita, já que o Yuka era de esquerda e militante e tudo creio eu, inclusive, que deve ter uma carrada de fã d’O Rappa – e até mesmo do F.U.R.T.O, banda que o cara fez após sair do Rappa – que é bolsominion e usa camisa do imbecil ouvindo a(s) banda e cantando junto, incapaz de fazer o devido paralelo sociopolítico (sim, eu ‘tô rindo).
é muito interessante que, enquanto no volume 1, a presidenta era a Dilma, aqui nesse passa a ser o Lula e o Yuka foi preciso onde o Cunha não foi na première: que o cara tanto traiu quem votou nele quanto há um modus operandi de ratice política no qual ele soube se adequar muito bem e apresenta com todas as letras que, como todo mundo que tem o mínimo de bom senso e conhecimento de história política de Brasil sabe, A CORRUPÇÃO NO BRASIL NÃO COMEÇOU COM O PT! 
o argumento gira nos crimes passados na famosa Deep Web, sendo o antagonista principal o colombiano José Fabian Marquez, de codinome El Coyote que decide se refugiar no Brasil e tocar seus negócios diretamente relacionados ao tráfico de entorpecentes aqui na terrinha e o quanto a classe política está fechada com o tráfico. o clima desta edição é bem mais tenso e pesado que da anterior, todavia não menos cinematográfico, além de explicar que há sim um novo Doutrinador e, até na mínima de suas ações, ele presta homenagem e reverência a seu predecessor. saber quem é necessita da leitura do volume inteiro e é uma surpresa amarga. muito amarga. e tanto o Noam Chomsky quanto o Nelson Jahr Garcia (1947-2002) ficaram por demais orgulhosos ao ver como a televisão – mídia em geral, diga-se – são utilizadas como ferramentas coercitivas das massas a seu favor. 
e os extras são do caralho, não deixem de conferir.
Apocalipse Bsb
, de 2016, fecha a trilogia, além de trazer o roteirista brasileiro Gabriel Wainer como co-editor, apresenta histórias curtas – nesta ordem, Helicoca, Bloody Sunday, Vazio, Força de lei, Contra nós e A sombra – totalmente produzidas por Luciano, que funcionam totalmente independentes dos volumes anteriores, apresentando o personagem e a que veio e as ilustrações são muito mais caprichadas.

O Doutrinador parece ser uma leitura fácil. mas na verdade deixa um gosto bem ruim na boca de quem lê a devida reflexão, já que ele não perdoa ninguém e não deixa pedra sobre pedra como fazem e muito, o tirando como propaganda ideológica e política, e bem a grosso modo: algo que o/a leitor/a não se pode dar ao luxo de fazer, muito menos o ler sem a referida parcimônia chama-lo de “facista” é bem fácil, mas tu sabes mesmo como e onde aplicar este termo corretamente? chama-lo de “herói do povo brasileiro de bem” é bem fácil, mas tu sabes qual a origem do termo “cidadão de bem” e quais seus contornos nos tempos atuais? pois é, pessoa, primeiro o conhecimento e depois a crítica. 
não seje acrítico. não fique repetindo bordãozinho. não cagalhe o coreto dizendo “não meta política no meu Quadrinho” por ai.
atendendo estes pré-requisitos, poderás contemplar em sua totalidade O Doutrinador.

nota 01: ao contrário das muitas citações, que deve(ria)m ser procuradas por quem lê pra saber os devidos contextos para situar melhor na obra, uma coisa que me incomodou pra caralho foi a quantidade de camisa de banda de rock nos personagens.

nota 02: “mas e ai? tu achas que Destro vai ser assim, no mesmo nível?”
eu só vou saber lendo, mesmo que algo me diga que não vai ser não mas, se Doutrinador já abriu essa discussão, ‘bora ver – por mais que eu que odeie admitir em voz alta – que acontece com Destro, não?



[1] quem já foi me disse que é a maior reunião de nerd virjão sem nada na cabeça.
[2] uma HQ que tem colagens sempre merece AQUELA conferida.
[3] na Ficha Catalográfica Criada pela Editora, diz que tem 84 pgs, mas quem se importa? 
[4] quero dar minha cara à tapa como se não vai aparecer um fudido que vai ler isso e rir dizendo que isso não acontece.
[5] algo me disse que rolou uma influência do Programa Supersoldado nessa presepada. 










BIS 
ZU 
DEM 
BREAKING 
FUCKING 
NEUEN 
POST
!!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2020

A FILHA DE WOLFLAND e XAMPU - comentários e análises das HQs

ouvindo: John Williams, Born On The Fourth Of July (The Complete Motion Picture Score), de 2000

admito que ‘tô sumido daqui por motivos de não ando tão a fim de postar quanto no mês passado e tenho um monte de merda acumulada pra pôr em dia. ainda tenho lido HQ, literatura (terminei dois livros que ‘tav’enrolando faz uma cara, inclusive) e visto filme e documentários e feito as notas dos mesmos pra tecer suas respectivas análises e críticas. admito qu’eu deveria ver mais filme e documentário, enrolo demais vendo merda na internet e é uma merda ter que ficar respondendo gente que manda entre CINCO e DEZ áudios no Messenger ou na DM do Instagram pra responder uma simples pergunta, ou ter que ficar ouvindo novamente as porras dos áudios porque a pessoa fala pra dentro ou porque ‘tá todo mundo falando ao mesmo tempo aqui na cozinha OU AS DUAS COISAS.

A FILHA DE WOLFLAND
A Filha de Wolfland é uma ficção científica distópica passada em um Drittes Deutsches Reich prestes à Terceira Guerra Mundial, visto que a Segunda terminou em um – pelo que se entende à leitura – armistício a contragosto dos participantes do conflito.
a obra, de 1985, de roteiro do argentino Ricardo Barreiro (1949-1999) e arte do italiano Franco Saudelli – publicada originalmente na França pela Dargaud e no Brasil em julho de 1987 pelo como volume da coleção Opera Erotica da editora Martins Fontes – vai agradar 


XAMPU
Xampu, do brasileiro Roger Cruz – nascido Rogério da Cruz Kuroda –, talvez seja o título MAIS RIDÍCULO E DESNECESSÁRIO DE HQ DE TODOS OS TEMPOS, mas o contexto é da cena rock de São Paulo do final da década de 1980 e começo da de 1990, Rock in Rio 2 Ages com a noite metal – Guns N’ Roses, Judas Priest[1], Queensrÿche[1], Megadeth, Lobão e Sepultura. 
ALGUÉM ME EXPLICA QUE PORRA O LOBÃO ‘TAVA FAZENDO ALI
talvez mais épica de todas edições do festival 
(Fos).e como o que não faltava era cabeludo
além do título, Xampu não leva nota 10 porque o Cruz faz personagens esteticamente muito padrãozinho: todo muito magrinho fotogênicuzinhu – as exceções são Pedro, o cara de nerd zuado da turma e em quem todo mundo monta (admito que foi impossível não me identificar com ele, porque já passei muitão por isso), e Sombra, o vocalista, uma caricatura nadinha inspirada no Joey Ramone, mas um Joey transudo, nota-se (HA HA HA).essa padronização estética de HQ de herói meio que já caga uma “história rock and roll de gente rock and roll como a gente rock and roll”.
“ah, mas não tem negro na história, não tem representativa.”
tem negro, tem gorda, tem japonês, tem o caralho, basta prestar bem atenção que estão ‘todos lá.
e... foi bastante conveniente eu ler Xampu essas épocas, visto que teve a separação das minas do Nervosa e o quanto o grosso da macharada da cena metal (eu conheço os caras, muitos são meus amigos, mas se eu não faço parte do meio punk e/ou do hardcore por concordar com muitas de suas atitudes, que dirá dos bangers, e isso não vale só pra mim) falou um caralhal de merdas pra elas por isso, caralhal de merdas delas por isso. e pra quem crê que é algo novo, não é não: ‘tá lá em Xampu, ‘tá desde o “começo”. 
não que eu esteja defendendo o meio punk e/ou hardcore e/ou mesmo dizendo que são melhores que os bangers, porque não são não, fazem as mesmas merdas. mas não é nada de novo no front, só resta tomarmos vergonha na cara e mudarmos isso da base, dos velhos pros antigos e dos antigos pros velhos.

[1] era pro Halford ter adentrado palco com sua Harley Davidson, mas adivinha que Axl Rose frescou e não permitiu, ainda bem que o Judas continua imponente e grandioso, enquanto Guns... O QUE É GUNS N’ ROSES?
[2] três bandas que, um dia eu vou/espero ver graça: Queensrÿche, Marillion e Whitesnake.são bons trampos, boas músicas, boas pegadas, mas ainda não me deu AQUELA liga de ouvir.

domingo, 3 de maio de 2020

ENCONTROS E DES-ENCONTROS E RE-ENCONTROS: OS ENCONTROS DE ESTUDANTES COMO GÊNERO LITERÁRIO – meu primeiro livro

“Além de terem me dito que o tempo passa de maneira diferente na universidade, algo que vi – e comprovei – pessoalmente foi o quão isso se torna verdade nos encontros de estudantes, sejam os locais, sejam os regionais, sejam os nacionais, sendo a verdadeira integração acadêmica. 
Como eu disse na segunda capa, quem se dispõe a participar de tal empreitada, deve ir pronto para encontrar todo e qualquer tipo de pessoa e se dispor tanto a não-matar gente indesejada quanto a aprender e exercer companheirismo, tolerância, despir de preconceitos e pré-conceitos quanto a como o homo universitarius se comporta em um terreno desprovido de qualquer autoridade além do bom senso e das noções básicas de higiene. 
Por tal evento ser uma realidade à parte do mundo e separar as crianças das adultas (e eu já estive dos dois lados da equação, pontuo, e mesmo que essa linha seja muitíssimas vezes, muitíssimo tênue), há esse compêndio em seu poder, visto que as respostas de questões como ‘O que acontece em um encontro de estudantes?’, ‘Quais são os absurdos que podem acontecer?’ e ‘Que tipo de pessoa frequenta esses encontros?’ variam muito dependendo de pra quem se pergunta isso. E uma das melhores coisas do curso de Letras é poder usar a Literatura para se contar pequenas grandes histórias sobre amores de uma noite, perdas, facadas nas costas, festas impossíveis de ser narradas sem os detalhes inenarráveis. Por isso o ‘encontros de estudantes como gênero literário’.
Mas e o ‘Encontros e Des-encontros e Re-encontros’? Yeah, tem a ver sim com o filme da Sofia e sobre aquela tristeza que bate no fim de cada encontro, principalmente nas despedidas, e fica pior caso não consiga se despedir. E ainda bem que há internet pra reajuntar o povo, né não? O Orkut que o diga, não? 
Venha. Seja bem-vindo. Que, pelo menos, durante essa leitura, volte até quando o mundo lhe pertencia e sua vida era algo realmente extraordinário de ser vivido. E agora lembrado.
E quem dera se, todas as vezes que se recita ‘We’ll Meet Again’ (a versão do Cash, por favor), pudéssemos reunir novamente 
mais uma vez






Boa leitura e não se admire com nada que ler!”
– da introdução de “Encontros e Des-encontros e Re-encontros: os encontros de estudantes como gênero literário” (clique na capa [SIM, ESSA É A CAPA!] para download), meu primeiro livro