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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sábado, 30 de janeiro de 2021

MY ANNOYING BROTHER - análise e crítica do filme

sim, ‘tô ciente que dei AQUELA sumida do blog que disse que não ia fazer, mas aconteceu coisa pra caralho nesse ínterim e não deu pra dar a devida atenção ao “meu” lugarzinho favorito da internet[1]. o que nunca me faltou ideia foi ideia pra escrever sobre e tem um monte de merdas aqui pra eu escrever sobre mas, isocronicamente, tem um monte de coisa pra ler e escrever e fazer. ai, essa madrugada última, eu ‘tava vendo alguma coisa na internet procurando sono[2] e googleei “filmes judô artes marciais” e ai dei de caras com uns que já tinha visto e dois que não. o primeiro era o documentário nipo-estadunidense, Mrs. Judo: Be Strong, Be Gentle, Be Beautiful, sobre Umweltesmeisterin Fukuda Keiko-sama (1913-2013), SÓ A MAIOR JUDOCA DA HISTÓRIA DO JAPÃO E TALVEZ A MAIOR DO ESPORTE ATÉ AGORA. o texto foi dirigido, escrito, produzido e editado[3] pela nipo-estadunidense Yuriko Gamo Romer. 
o outro filme era o coreano My Annoying Brother, de 2016, dirigido por Kwon Soo-kyung, escrito por Yoo Young-ah, produzido por Lee Yong-nam e Choi Nak-kwon para a Good Choice Cut Pictures e distribuído pela CJ Entertainment. 
olha... 
‘tá... 
sim.
eu admito com todas as letras que só vi por um ÚNICO e EXCLUSIVO motivo: porque judô era um dos Leitmotiven do filme. ‘tá, tinha o caso de um dos protagonistas se tornar deficiente visual e como ‘tô ajudando umas amigas com seus TCCs que tratam de inclusão, pensei “como caralhas abordam esse tema? ‘bora ver que porra é essa”.
My Annoying Brother
, de 2016, dirigido por Kwon Sō-kyung e escrito por Yō Young-ah

foda de ter visto os dois primeiros filmes da trilogia Ong Bak é que tu ficas mal-acostumado pra caralho com a qualidade de filme de arte marcial. ‘tá, nas listas que vi de filmes com arte marcial tinham o primeiro Rocky[4] (porque merece, dê uma pedrada na cabeça de quem discordar), mas quando vi que o ator principal do filme era um cantor de k-pop[5], pensei que seria mais próximo de um A Grande Vitória e infinitamente longe do primeiro Rocky e do Touro Indomável nem vou falar dos dois primeiros Ong Bak. quando terminei, fiquei... “alguém dá uma Palma de Ouro em Cannes pr’A Grande Vitória. um Oscar de Filme Estrangeiro, por baixo assim. na moralzinha, na parceiragem.”
Ong Bak - O Guerreiro Sagrado
, de 2003, dirigido por Prachya Pinkaew; escrito por ele, Panna Rittikrai e Suphachai Sittiaumponpan
Ong Bak 2 - O Começo
, de 2008, dirigido por Prachya Pinkaew e Tony Jaa; escrito por eles, Ek Iemchuen e Nonthakorn Thaweesuk
Rocky, Um Lutador
, de 1976, dirigido por John Guilbert Avildsen (1935-2017) e escrito por Sylvester Enzio Stallone
A Grande Vitória
, de 2014, dirigido e produzido por Stefano Capuzzi; escrito pelo mesmo e por Paulo Tavares
Touro Indomável
, de 1980, dirigido por Martin Scorsese, escrito por Paul Schrader e Mardik Martin (1933-2015), baseado na autobiografia do pugilista estadunidense Giacobe “Jake” LaMotta (1922-2017), Raging Bull: My Story, escrito por ele, Joseph Carter e Peter Savage (1920-1981)

“MAS QUAL O PAPO DE MY ANNOYING BROTHER?!?”
2015. o judoca coreano Go Dō-young (Do Kyung-sō), em uma competição internacional (creio que era um campeonato asiático), aplica um uchi mata num japonês[6] mas leva um fuckin ura nage de reverso. conheci uma professora da UFPA que pesquisa neurociências, Frau Professorin Doktorin Soraia Valeria de Oliveira Coelho Lameirão, que vou perguntar pra ela assim que possível como caceta alguém pode perder – integralmente – a visão com o impacto que o Dō-shik levou. ai, caralho, tu já podes pensar que ai, daí já vai sair um filmão do caralho, ainda mais que aparece o Go Dō-shik (Jo Jung-suk), presidiário condenado por fraude e sonegação (em certa parte, ele meio que deixa entender que alguém tinha que se fuder no negócio, e ele foi escolhido pra tomar no coo). dá pra prever que os dois encontrar-se-ão e vai rolar uma puta rota de colisão, vai ser uma caralhada “Rain Man feelings”My Annoying Brother é um Rain Man piorado. mas que tem judô. 
Rain Man
, de 1988, dirigido por Barry Levinson, escrito por Barry Morrow e Ronald Bass

falando em judô, tem a Lee Sō-hyun (Park Shin-hye)[7], a treinadora da equipe do Go, que fica frustadamente frustrada pela situação do muleque e vai ver a situação do Dō-young e saca o quão o Dō-shik era um escroto. “por que o Dō-shik era um escroto?” porque ele não queria cuidar do irmão mais novo, ainda mais naquela situação. o Dō-young ‘tava escroto modo Edward Arthur Burroughs (1882-1934) feelings. foda-se o mundo no turbo, “quero dormir e foda-se o mundo”
se rola um triângulo amoroso entre Dō-young, Dō-shik e Sō-hyun? 
não, velho, não rola. não chega a ser frustrante porque o foco fica mesmo na relação entre Loser Manos[8] mas cada um deles tem sua própria relação de respeito, admiração e ódio com Soo-hyun porque dá uma treta aqui e ali entre cada um deles e ela e entre os três. a saber, young e shik não são filhos da mesma mãe, mas do mesmo pai, isso norteia praticamente toda a treta do dois. foda que o desenvolvimento da treta o negócio não é pontual. bastasse o Young-ah caralhar de cismar em pontuar situação engraçada, o porra do Sō-kyung não tem o timing pra conduzir decentemente o esquema. e tu ficas “POR QUE PORRA ELES COLOCARAM ESSA PORRA DESSA CENA, DOIDO?!? VAI SE FUDER, VELHO!” e dá uma vontade caralhesca de parar de ver o filme umas e outras e vezes, se não tiveres tu vendo a porra do filme de cérebro desligado (que não foi a porra do meu caso).
quando o negócio do filme começa a funcionar? quando o Dō-shik descobre que tem uma porra dum câncer terminal que vai morrer cedo ou tarde e isso faz o judô voltar pro primeiro plano porque Dō-shik faz o Dō-young voltar a ter vontade de treinar e pede pra Sō-hyun continuar a ser treinadora dele. não chega a ser um Rocky mit Judo, não chega a ser um Touro Indomável mit Judo, não chega a ser um Rain Man mit Judo, mas ai começa a ter sua própria identidade. creio que já tinha, mas, como falei, TEM MUITO MOMENTO DESNECESSÁRIO PRA CARALHO, que ai, creio, impede de se tornar um Rocky mit Judo, um Touro Indomável mit Judo, um Rain Man mit Judo.
mas, com todos os defeitos de My Annoying Brother, ele cresce em si mesmo não somente pela dedicação do Dō-young voltando a treinar, mas pela citação direta a nada fuckin mais, nada fuckin menos aos JOGOS PARAOLÍMPICOS DO RIO DE JANEIRO DE 2016 e o Dō-young ser da seleção coreana de judô. eu imagino, em decorrência da invasão japonesa à Coreia[9], os japoneses devem ter babado de raiva ao ver os coreanos fazerem um filme desses, apesar do japonês ter quitado o principal. mas não se enganem, My Annoying Brother chega nem perto de ser um Saga do Judô.
Saga do Judô
, de 1943, dirigido por Akira Kurosawa (1910-1998), escrito por ele e Tsuneo Tomita (1865-1937), baseado no romance Sanshiro Sugata[10], escrito pelo próprio Tomita

eu, como brasileiro, fiquei feliz de terem falado dos Jogos Paraolímpicos do RJ. fiquei feliz mesmo “caralho, doido, judô dos Jogos Paraolímpicos”, é foda pra caralho pra mim ver tal competição. ai, como alegria de pobre dura pouco, alegria de pesquisador no Brasil dura pouco, tinham que zoar o país que, se tu levas a sério o que ‘tá acontecendo no país de fato, tu vais ficar puto com essa imagem que temos no exterior. foda, doido. 
uhm, sim. Dō-shik morre no final. Dō-young quase não luta ao saber que o irmão ‘tá com câncer e é a Sō-hyun que o traz de volta pra real, pro aqui, agora, pros Jogos Paraolímpicos do RJ. sim, Dō-young ganha a medalha de ouro. mas não, Sō-hyun e Dō-young não ficam juntos e “PORRA, AINDA BEM POR ISSO”.
My Annoying Brother não vai mudar tua vida. caso sejas judoca, não vai te fazer gostar mais ou menos do esporte, mas as cenas de judô são bem feitas pra caralho, muito bem feitas pra caralho. a edição é do caralho, a fotografia é do caralho. mas My Annoying Brother não convence, as derrapadas no roteiro fazer o filme ter um gosto muito ruim na boca no final. como uma Sessão da Tarde, como ver um filme esperando outro baixando, esperando alguém sair, hora pra sair, serve. mas, pffffff, só. é ver My Annoying Brother e “‘tá, né?”.

esse post vai pros meus brothers Luís Vinicius e Diego. amo vocês, carai!!!



[1] na verdade, o segundo. o primeiro ainda é o fuckin damn hell Twitter.
[2] era pra eu ter dormido cedão mas deu um revés ai cago fuckin destroyer do caralho, o sono foi embora e acabei só indo dormir lá pelas 4 da manhã.
[3] caralho que a mulher era a porra do Ed Wood (1924-1978)!!!!!!
[4] admitamos, o ÚNICO filme REALMENTE SÉRIO da série.
[5] no meu entender, o estilo de música favorita de anarcocapitalistas.
[6] não achei o nome do ator nos créditos porque não sei ler coreano, mas na wiki em inglês diz que foi interpretado por Kwon Ji-hoon.
[7] MARAVILINDA PRA CARALHO, pena que é uma vara de seca.
[8] an inevitable piada.
[9] interim ocorrido entre 1910 e 1945, quando o Império Coreano se tornou um protetorado japonês. para mais informações, ler 
[10] título original do Saga do Judô, inclusive. 








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sábado, 23 de janeiro de 2021

variações sobre o mesmo tema, poemas sobre a mesma foto

 » poemas escritos sobre foto de Zuila Dutra postada em seu perfil do instagram em 11 de novembro de 2018 «

universidade à beira-praia
não que eu estranhe torres de transmissão de energia além-rio
dava pra ver do Vadião 
não dava pra ver da Casa de Estudos Germânicos, mas sim da beira do rio à’ltura do 
campus profissional.
admito estranhar ver torres de transmissão além-praia
as crianças que cresceram vendo não irão
as crianças que cresceram vendo não estranharão
de onde vem os cabos? 
pra onde vão os cabos?
televisão enquanto sinônimo de desenvolvimento e civilização 
substituição de energias 
substituição de motores movidos a diesel ou querosene ou gasolina por energia elétrica
crise energética 
crise do Vapor
crise do Carvão
crise do Petróleo 
tem-se crise da Energia Elétrica à vista
quanto será que vai demorar pra chegar a segunda crise do Petróleo?
o quanto os moradores de onde chegam os cabos têm ciência da água já sendo comercializada em bolsas de valores?
o quanto quem vê quem o sol refletindo ao rio têm ciência das crises energéticas do século XX?
o quanto quem via as torres de transmissão de energia do Vadião ou do campus profissional já tratou da substituição de energias de origem fóssil por energias renováveis? 
que maravilha seria universidade à beira-praia 
tendo à vista ou não 
torres de transmissão de energia



» 22 de janeiro de 2021 «



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rio luiza

os poemas que surgem à vista das torres de transmissão de energia além-rio
os poemas que surgem à vista do sol refletindo ao rio
os poemas que surgem à vista à areia da praia à beira do rio
os poemas que surgem à vista das marcas dos pés à areia da praia à beira do rio
os poemas que surgem à saudade de quem não pode mais responder poemas
os poemas que surgem à saudade de quem está por ai mas não sabe responder poemas
os poemas que surgem às tardes caídas
                                       às tardes caindo
                                       às tardes caindas
os poemas que surgem às noites nascendo
                                       às noites nascendas
                                       às noites nascidas
                                       às noites morrendo
                                       às noites morridas
os poemas que surgem às manhãs nascendo
                                       às manhãs nascendas
                                       às manhãs nascidas
os poemas que surgem à vista do sol refletindo em rostos de meninas
os poemas que surgem à vista à areia da praia à beira de rios 
                                                                                            que são corpos de 
                                                                                                         mulheres feitas
                                                                                                                         em si e por
                                                                                                                               si mesmas 
o quanto o sol já refletiu em Vosso rosto, menina?
o quanto o sol já refletiu no rio que é Vosso corpo 
                                                      até Vos tornares
                                                                   mulher feita
                                                                                em si e por
                                                                                      si mesma?
quem já se banhou em Vosso rio?
quem se...?
por cima de Vossa praia passam cabos de qual tipo de energia?


» 22 de janeiro de 2021 «










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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

os olhos da cidade, os olhos na cidade – poema

os olhos da cidade, os olhos na cidade
os olhos enquanto câmeras
câmeras que não revelam
o alcance da vista é o enquadramento
iluminação in natura
luz ambiente, luz ao redor
à vista das torres de transmissão de energia além-rio
as fotos à memória enquanto à câmera ainda utilizável
as fotos à memória enquanto há memória

e quando a memória esquece da memória?
e quando a história esquece da história?

a memória se torna história:
e quando a memória se torna história deixa de ser memória?
a história se torna memória:
e quando a história se torna memória deixa de ser história?
a história enquanto memória:
e quando a história enquanto memória deixa de ser história enquanto memória?
a memória enquanto história:
e quando a memória enquanto história deixa de ser memória enquanto história?
a cidade enquanto história:
quando a cidade se torna história deixa de ser cidade?
a arquitetura enquanto história:
quando a arquitetura se torna história deixa de ser cidade?
a arquitetura enquanto memória:
quando a arquitetura se torna memória deixa de ser arquitetura?
a engenharia enquanto história:
quando a engenharia se torna história deixa de ser engenharia?
a engenharia enquanto memória:
quando a engenharia se torna memória deixa de ser engenharia?

[a ciência enquanto história:
quando a ciência se torna história deixa de ser ciência?
a ciência enquanto memória:
quando a ciência se torna memória deixa de ser ciência?]

a memória se torna narrativa:
quando a memória se torna narrativa deixa de ser memória?
a história se torna narrativa:
quando a história se torna narrativa deixa de ser história?
a cidade enquanto narrativa:
quando a cidade se torna narrativa deixa de ser cidade?
a arquitetura enquanto narrativa:
quando a arquitetura se torna narrativa deixa de ser arquitetura?
a engenharia enquanto narrativa:
quando a engenharia se torna narrativa deixa de ser engenharia?

[a ciência enquanto narrativa:
quando a narrativa se torna memória deixa de ser ciência?]

a memória se torna poesia:
quando a memória se torna poesia deixa de ser memória?
a história se torna poesia:
quando a história se torna poesia deixa de ser história?
a cidade enquanto poesia:
quando a cidade se torna poesia deixa de ser cidade?
a arquitetura enquanto poesia:
quando a arquitetura se torna poesia deixa de ser arquitetura?
a narrativa enquanto poesia:
quando a narrativa se torna poesia deixa de ser narrativa?
a engenharia enquanto poesia:
quando a engenharia se torna poesia deixa de ser engenharia?

[a ciência enquanto poesia:
quando a ciência se torna poesia deixa de ser ciência?]

memória e história
memória e cidade
memória e arquitetura
memória e narrativa
memória e poesia
memória e engenharia
cidade e história
cidade e arquitetura
cidade e narrativa
cidade e poesia
cidade e engenharia
história e arquitetura
história e narrativa
história e poesia
história e engenharia
engenharia e poesia
narrativa e poesia

[ciência e poesia]

olhos que registram fotos registram memória, memórias
olhos que registram fotos registram cidade, memórias da cidade
olhos que registram fotos registram a história, a história da cidade
olhos que registram fotos registram a arquitetura, a arquitetura da cidade
olhos que registram fotos registram a narrativa, a narrativa da cidade, a narrativa na cidade
olhos que registram fotos registram a poesia, a poesia da cidade, a poesia da cidade

[a ciência nem sempre é registrável aos olhos]

Freud não explica nada, só Ricœur explica

» 22 de janeiro de 2021 «









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