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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

terça-feira, 28 de maio de 2019

MATANZA INC. - CRÔNICAS DO POST MORTEM: UM GUIA PARA DEMÔNIOS E ESPÍRITOS OBSESSORES - 2019

MATANZA INC.
CRÔNICAS DO POST MORTEM: UM GUIA PARA DEMÔNIOS E ESPÍRITOS OBSESSORES
2019
GUIA PARA DEMÔNIOS E ESPÍRITOS OBSESSORES
Aos que acordaram no lago de fogo
E que agora fazem parte do obscuro
A todos que chegaram agora ao post mortem
Aqueles que desejam que seus mortos acordem

Recomendaria aos senhores
O guia para demônios e espíritos obsessores
Tudo o que acontece depois das velas e das flores

Leitura indispensável aos recém-desencarnados
E para diabos que já foram exorcizados
A vagantes e atormentadores
O guia para demônios e espíritos obsessores
Tudo o que acontece depois das velas e das flores

SEJA O QUE SATAN QUISER
Eu não faço planos porque sei que não dá certo
De serem bem sucedidos, não passam perto
Eu só quero achar um bar que esteja aberto
Eu não sei do futuro, mas me lembro do passado
A derrota muito me serviu de aprendizado
Não se mistura certo com errado

Eu deveria mas não penso muito nisso, por mim
Seja o que Satan quiser
Não tenho mais obrigação nem compromisso
Seja o que Satan quiser
Talvez eu saia com um puta de um prejuízo, mas
Seja o que Satan quiser
Talvez me barrem na porta do paraíso
Seja o que Satan quiser

Se eu levasse em conta toda probabilidade
Se eu não fizesse só porque tenho vontade
Não teria vivido nem a metade
Porque eu paro de pensar antes que a paranoia bata
E bebo um uísque daqueles que quase mata
Se deixar a vida fica muito chata

Eu deveria mas não penso muito nisso, por mim
Seja o que Satan quiser
Não tenho mais obrigação nem compromisso
Seja o que Satan quiser
Talvez eu saia com um puta de um prejuízo, mas
Seja o que Satan quiser
Talvez me barrem na porta do paraíso
Seja o que Satan quiser

LODO NO FUNDO DO COPO
Acordei no chão do banheiro
Com a torneira aberta na pia
Eu já deveria saber
Que isso aconteceria

Nada que eu já não tenha feito
Muitas outras vezes na vida
Só não me lembro de ter deixado
A casa assim destruída

Faço coisas das quais não me recordo
Faço coisas que até mesmo Deus duvida
A verdade é que no fundo eu não me importo
Eu já estou de saída
Não sei você, mas eu vou beber

O lodo no fundo do copo
O mundo fora de foco
A vida no fundo do poço
Não sei se vale o esforço

Não sinto a passagem do tempo
Acordo tarde, não vejo o dia
Se visse também não sei
Que diferença faria

Quem dera fosse uma fase
Daquela que duram dez anos
Mas parece tudo pior
No sentido em que vamos

Já deu problema quando eu fui no casamento
Deu problema quando eu fiz aniversário
Deu problema agora nesse meio-tempo
E tudo desnecessário
Eu desconfio que tem a ver

O lodo no fundo do copo
O mundo fora de foco
A vida no fundo do poço
Talvez não vale o o esforço

O ELO MAIS FRACO DA CORRENTE
Chance de sucesso na real é inexistente
Probabilidade de morrer considerável
Nada racional
Nada muito inteligente

Seria uma prova incontestável de coragem
Algo a merecer uma medalha por bravura
A voz da razão não se ouve a essa altura

Infelizmente, morri mas não entende
Que era forte contra o elo mais fraco da corrente

Se você se safo tem toda liberdade
De fazer o que você quiser com sua vida
Sem desconfiar que está num beco sem saída

Pela evidente falta de bom senso
Resultado de muita bebida e cocaína
Pra trair e não dizer o que vê quando alucina

Infelizmente, morri mas não entende
Que era forte contra o elo mais fraco da corrente

Silêncio no lugar do discurso confiante
Um instante e até que disse tudo diferente
Como a vida pode acabar tão de repente

Infelizmente, morri mas não entende
Que era forte contra o elo mais fraco da corrente

AS MUITAS MANEIRAS DE ARRUINAR SUA VIDA
Das muitas maneiras de arruinar a sua vida
A minha preferida é com certeza embriaguez
A tantos prazeres a taverna nós convida
Doses maiores de bebida a cada vez

Se deixar eu fico aqui
Fumando charuto
Na cachaça eu disputo
Quem fica na merda primeiro

Jogando cartas, perco dinheiro
No bolso furado, perco isqueiro
Posso esquecer o rumo de casa
Mas sempre me acho a caminho do bar

Não sei dizer onde quero chegar
Talvez não esteja vivo até lá
Só posso dizer assim de saída
São muitas maneiras de arruinar a sua vida
Não precisa escolher uma só

Eu reconheço que bate o cansaço
Mas tudo que faço é tentar ser feliz
A vida é uma peça fadada ao fracasso
A esperança uma péssima atriz

Tantas mulheres eu tive
E não tive o amor de nenhuma
De quantas garrafas de Whisky
Não guardo lembrança qualquer

São tantos vícios de atitudes
São tantos riscos a minha saúde
Fico na rua de madrugada
Mesmo que esteja um frio de rachar

Não sei dizer onde quero chegar
Talvez não esteja vivo até lá
Só posso dizer assim de saída
São muitas maneiras de arruinar a sua vida
Não precisa escolher uma só

Jogando cartas, perco dinheiro
No bolso furado, perco isqueiro
Posso esquecer o rumo de casa
Mas sempre me acho a caminho do bar

Não sei dizer onde quero chegar
Talvez não esteja vivo até lá
Só posso dizer assim de saída
São muitas maneiras de arruinar a sua vida
Não precisa escolher uma só

PÉSSIMO DIA
Com que tristeza assisto o amanhecer
Será um péssimo dia pra mim
Talvez o último que eu tenha a viver
Talvez aquela que eu não veja o fim

Demasiado tempo desperdicei
Me questionando sobre o mundo real
A conclusão que infelizmente cheguei
Não foi nada legal

Não faço a menor ideia do que vem depois
Nunca foi até o momento uma preocupação
Por isso, vá embora, padre
Não me fale em absolvição

Muita revolta vem com o entardecer
Está sendo um péssimo dia pra mim
Imaginando o que eu queria fazer
Se as coisas não tivessem sido assim

A gente pensa que sabe o que faz
A gente acha que sabe o que diz
Percebe o erro sempre tarde demais
Acaba sempre infeliz

Não faço a menor ideia do que vem depois
Nunca foi até o momento uma preocupação
Por isso, vá embora, padre
Não me fale em absolvição

Não tenho a quem dar adeus
Não tenho a quem me queixar
Se eu fosse um filho de Deus
Seria fácil enganar

Que nostalgia bate ao anoitecer
Foi mesmo um péssimo dia pra mim
Queriam ver se eu ia me arrepender
Um desperdício de tempo, isso sim

Até prefiro não falar nada mais
Com tanta raiva é impossível descansar em paz

Não faço a menor ideia do que vem depois
Nunca foi até o momento uma preocupação
Por isso, vá embora, padre
Não me fale em absolvição

TUDO DE RUIM QUE ACONTECE COMIGO
Eu abri um maço de cigarros
Que acabou antes do meio dia
As garrafas já estão vazias
Não me sobra mais nenhum dinheiro

Eu passei dormindo o dia inteiro
E a semana segue repetida
No armário não há mais comida
Os meus amigo não sei dizer onde estão

Maldição, crime, castigo
Tudo de ruim que acontece comigo
Não aceito, sempre sigo
Tudo de ruim que acontece comigo

Se fiz errado, eu fiz consciente
Sempre soube onde tudo termina
Estou num trem com destino a ruína
Onde não há mais recomeço

A miséria tinha meu endereço
Me encontrou em casa por acaso
Reconheço o argumento é raso
Mas pra alguma coisa eu tenho que dar solução

Maldição, crime, castigo
Tudo de ruim que acontece comigo
Não aceito, sempre sigo
Tudo de ruim que acontece comigo

PARA O INFERNO
Disseram pra eu me preocupar com minha alma
Pois haveria no meu dia um julgamento
E numa lista consta quem está devendo

Eu só posso responder com muita calma
Que não vejo nisso mero cabimento
Não acredito em nada do que estão dizendo

Mas se for como você me diz

Para o inferno irei feliz
Porque tudo que fiz valeu muito a pena
Para o inferno irei sem problemas
Não enfrento dilemas

Para o inferno irei tranquilo
Eu digo, comigo não tem vacilo
Para o inferno irei numa boa
Eu e tantas outras pessoas

A sensação que tenho é de dever cumprido
De ter deixado tudo aqui bem resolvido
Nunca procurei na vida algum sentido

Tive sim dificuldade com as regras
E passei algum tempo quebrando pedras
Admito foi um belo voo a cegas
Mas se for como você me diz

Para o inferno irei feliz
Porque tudo que fiz valeu muito a pena
Para o inferno irei sem problemas
Não enfrento dilemas

Para o inferno irei tranquilo
Eu digo, comigo não tem vacilo
Para o inferno irei numa boa
Eu e tantas outras pessoas

Não deixe nada pra depois
Termine tudo que poder
Use o tempo que tiver
Faça a diferença

Para o inferno irei feliz
Porque tudo que fiz valeu muito a pena
Para o inferno irei sem problemas
Não enfrento dilemas

Para o inferno irei tranquilo
Eu digo, comigo não tem vacilo
Para o inferno irei numa boa
Eu e tantas outras pessoas

CHUMBO DERRETIDO
Não se resolve nada no desespero
Não há problema que não possa piorar
Você esfria sua cabeça primeiro
Pois o rancor é um sentimento traiçoeiro
Muito difícil dominar
A raiva tende a baixar
Daí verá claramente o que fez e terá que explicar
Tamanha estupidez

Acesso de fúria
Momento maldito
Achou que poderia vencer no grito?
Contrariado saiu ofendido
Cuspindo chumbo derretido

Sangue fervendo
Rumo perdido
Todo é qualquer limite excedido
Saiu daqui completamente ensandecido
Cuspindo chumbo derretido

Não diferencia o falso do verdadeiro
O delírio impede de raciocinar
Pensa em violência o tempo inteiro
Porque a morte exala um certo cheiro
E não é raro alguém se viciar
Não consegue evitar
Fica à espera da próxima vez
Em que possa matar mais alguns de vocês

Acesso de fúria
Momento Maldito
Achou que poderia vencer no grito?
Contrariado saiu ofendido
Cuspindo chumbo derretido

Sangue fervendo
Rumo perdido
Todo é qualquer limite excedido
Saiu daqui completamente ensandecido
Cuspindo chumbo derretido

A CENA DO SEU ENFORCAMENTO
A corda bem passa a sua cabeça
E o tempo congela até seu corpo desabar
Um segundo até que tudo escureça
Com certeza passa bem devagar

Não estava nos seus planos
Condenado, sem direito a recorrer
Disseram que mesmo que seja um engano
Você precisa morrer

A cena do seu enforcamento
Irá se repetir eternamente pra você
Medo, revolta e sofrimento
Vão te corroer por dentro

Não deixa nada em testamento
Não faz ideia em que cemitério está
Caindo assim no esquecimento
Porque no firmamento parece, não há mais lugar

Hey, você de novo a cada aplauso
Ouve o mecanismo acionar mais uma vez
Mão atada, pé descalço
Os detalhes, beiram a morbidez

Sempre acordar no mesmo dia
Fazei repetidamente a mesma refeição
Não imagino quem mereceria
Não há pior maldição

A cena do seu enforcamento
Irá se repetir eternamente pra você
Medo, revolta e sofrimento
Vão te corroer por dentro

Não deixa nada em testamento
Não faz ideia em que cemitério está
Caindo assim no esquecimento
Porque no firmamento parece, não há mais lugar

PODE SER QUE EU ME ATRASE
Tem vezes que você entra muito mal na tumba e capota
Tem dias que você calcula errado e acaba dentro do rio
Não fazia ideia de que estivesse tão fora da rota

A sorte mal lhe sorriu
Do precipício caiu

Bem, disse aquele que entende
Pode acelerar que a montanha sai da frente

Um carro foi perda total
Com os outros não foi diferente
Espere a conta do hospital
E da reconstrução dos bens

Resta você reconhecer que se saiu muito mal
Sinceridade ao admitir que sabia de menos
Vamos deixar pra nos encontrar no juízo final
Mas pode ser que eu me atrase
Eu vivo chegando atrasado

Nem sempre tem óleo na pista quando você derrapa
Nem sempre é um caco de vidro que rasga o pneu
Basta um pequeno deslize e um detalhe que escapa

Tava cansado e esqueceu
Tá vendo a merda que deu

Trailer que solta do engate
Eixo dianteiro que se parte
Racha o bloco do motor
O chassi partiu ao meio
Pra sair só de trator
Porque o negócio aqui foi feio

Resta você reconhecer que se saiu muito mal
Sinceridade ao admitir que sabia de menos
Vamos deixar pra nos encontrar no juízo final
Mas pode ser que eu me atrase
Eu vivo chegando atrasado

Resta você reconhecer que se saiu muito mal
Sinceridade ao admitir que sabia de menos
Vamos deixar pra nos encontrar no juízo final
Mas pode ser que eu me atrase
Eu vivo chegando atrasado

MEMENTO MORI BLUES
[tema instrumental]

quarta-feira, 22 de maio de 2019

“Toda cultura pode ser considerada como um conjunto de sistemas simbólicos, à frente dos quais situam-se a linguagem, as regras matrimoniais, as relações econômicas, a arte, a ciência, a religião. Todos esses sistemas visam exprimir certos aspectos da realidade física e da realidade social, e, mais ainda, as relações que esses dois tipos de realidade mantêm entre si e que os próprios sistemas simbólicos mantêm uns com os outros. Que eles jamais possam alcançar isso de forma integralmente satisfatória e sobretudo equivalente, resulta, em primeiro lugar, das condições de funcionamento próprias a cada sistema: eles permanecem sempre incomensuráveis; resulta, a seguir, de que a história introduz nesses sistemas elementos alógenos, determina deslocamentos de uma sociedade para outra”
– Claude Levi-Strauss, “Introdução à obra de Marcel Mauss”. IN: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

domingo, 19 de maio de 2019

“Geralmente se supõe que a nossa Cultura, com sua ciência e sua tecnologia, opera medindo, prevendo e arregimentando um mundo de ‘forças’ naturais. Na realidade, porém, todo o nosso leque de controles convencionais, nosso ‘conhecimento’, nossa literatura sobre realizações científicas e artísticas, nosso arsenal de técnicas produtivas, são um conjunto de dispositivos para a invenção de um mundo natural e fenomênico. Ao assumir que apenas medimos, prevemos e arregimentamos esse mundo de situações, indivíduos e forças, mascaramos o fato de que o criamos. Em nossa crença convencional de que esse mensurar, prever e arregimentar é artificial, parte do domínio da manipulação humana e do ‘conhecimento’ e da Cultura cumulativos, herdados, precipitamos esse mundo fenomênico como parte do inato e do inevitável. O aspecto significativo dessa invenção, seu aspecto convencional, é que seus produtos precisam ser tomados muito seriamente, de modo que não se trate absolutamente de invenção, mas de realidade. Se o inventor mantém firmemente essa seriedade em mente (como uma ‘regra de segurança’, pelo menos) enquanto faz seu trabalho de medição, previsão ou arregimentação, a experiência da ‘natureza’ resultante irá sustentar suas próprias distinções convencionais. A invenção da natureza é séria para nós pela mesma razão que nossa invenção da Cultura precisa ser não séria, ou ‘engraçada’.
Como tantas outras coisas, nossa Cultura tecnológica precisa ‘falhar’ para ser bem-sucedida, pois suas próprias falhas constituem aquilo que ela está tentando medir, arregimentar ou prever. Se as fórmulas e previsões da ciência fossem completamente efetivas e exaustivas, se as operações da tecnologia fossem completamente eficientes, então a natureza se tornaria ela própria ciência e tecnologia. (É de fato assim que falamos das coisas em nosso mundo moderno de relatividade contextual: a natureza é ‘sistema’, é ‘biologia’ ou ‘ecologia’, enquanto a Cultura é ‘natural’, uma ‘adaptação evolutiva’.) A ciência e a tecnologia ‘produzem’ nossas distinções Culturais entre o inato e o artificial na medida em que falham em ser completamente exatas ou eficientes, precipitando uma imagem do ‘desconhecido’ e de forças naturais incontroláveis. É assim que ciência e tecnologia (por oposição à visão ‘interpretada’ que temos delas) se alinham ao conservadorismo nos Estados Unidos modernos. Mas se deve enfatizar que mesmo do ponto de vista tecnológico nossa Cultura ‘funciona’ em termos de objetificação e apenas incidentalmente em termos de energia e eficiência. 
A tecnologia é a sutil arte de combinar mecanismos complexos sobre os quais o ‘evento natural’ se impõe de maneira a sustentar o funcionamento deles. Seu planejamento e sua eficiência dependem de nossa capacidade de prever. Máquinas são Cultura, são controles convencionais concretos que simultaneamente objetificam os eventos fenomênicos impostos 
como ‘natureza Culturalizada’ (eletricidade, cavalo-vapor, ‘energia’, desempenho) e são por sua vez objetificados como ‘Cultura naturalizada’ (máquinas dotadas de capacidades, ‘poderosas’, ‘inteligentes’ e assim por diante). O que elas produzem em termos de ineficiência, fricção, inércia ou de ‘desconhecido’ é nossa palpável percepção da natureza como uma entidade que se opõe a nós. 
Consideremos a geração de ‘energia hidrelétrica’. Diz-se que a água que evapora pelos efeitos do sol e do ar e que se precipita de terrenos elevados possui uma certa quantidade de ‘energia’. Mas se essa força não é ‘arregimentada’ por meio da intervenção humana, permanece um potencial bruto; e se não é ‘computada’ por meio da aplicação de técnicas humanas e dispositivos de medição, seu potencial permanece desconhecido. Seja como potencial ou como atualização, a energia precisa ser criada mediante a seleção dos dispositivos de medição ou conversão Cultural apropriados para que o evento natural se imponha. Esses dispositivos objetificam o evento como ‘poder’ ou ‘energia’ de uma maneira ou de outra.
Mas essa invenção da natureza como ‘poder’ (a energia utilizável da eletricidade, a energia "desperdiçada" da inércia e da fricção) jamais ocorreria se os seres humanos já não tivessem inventado os meios tecnológicos e culturais pelos quais a objetificação pudesse ser efetivada. Sem a matemática do volume e da velocidade ou a física do calor, da gravitação e da eletricidade, o potencial não poderia ser calculado. Sem a tecnologia da construção de barragens, das turbinas, dos geradores, dos transformadores e da transmissão de energia, o potencial não poderia ser atualizado. Todas essas técnicas e procedimentos são resultado da invenção humana, que confere à Cultura tecnológica características que são transferidas para a natureza no curso de sua objetificação. Adquirimos o hábito de enxergar os fenômenos naturais em termos de potencial energético, como recursos (do mesmo jeito que uma raposa olha para uma galinha), e tendemos a esquecer que os verdadeiros recursos são aqueles da invenção humana. Como parte da Cultura, a tecnologia é um meio de armazenar essa invenção, concentrando a criatividade coletiva de muitos milhares de pensadores e inventores na tarefa de objetificar a natureza que constitui nossas vidas cotidianas. A energia que extraímos da arregimentação das quedas-d’água, da combustão e da desintegração radioativa é aquela da criatividade humana, pois sem a invenção da Cultura que essa criatividade origina e encarna, a Cultura, por sua vez, não poderia ser usada para inventar a natureza. 
A tecnologia interpõe seus dispositivos de tal modo que a imposição do evento natural possa ser construída em termos de ‘forças’ que os governam. A ciência, do mesmo modo, introduz ‘sistema’ na natureza e depois se deleita em descobri-lo ali; ela imprime uma forma sistêmica aos fenômenos naturais, e uma inevitabilidade natural a suas teorias. Essa não é a visão convencional dessas atividades: fomos ensinados a compreender as ‘regularidades naturais’ que elas precipitam como inatas e eternas, como um ‘mundo físico’. A ciência e a tecnologia tampouco são os únicos meios de invenção que empregamos, e de modo algum os mais sutis e difundidos. Toda a nossa Cultura coletiva pode ser vista como um conjunto de controles (‘instrumentos’, como se diz) para esse fim, e todo o universo fenomênico natural, como o objeto e o produto da invenção. Exatamente como as ‘forças’ da natureza governam nossa tecnologia e as ‘leis’ da natureza validam nossas teorias, também os fenômenos naturais são sempre criados como algum tipo de força espontânea ou motivadora.”
– WAGNER, Roy. “Uma Mensagem Importante para Você sobre os Fazedores do Tempo”. IN: WAGNER, Roy. A Invenção da Cultura. Trad. Marcela Coelho de Souza e Alexandre Morales. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

sábado, 18 de maio de 2019

ALIENS VERSUS PREDADOR VERSUS EXTERMINADOR DO FUTURO – análise e crítica

Faz uma cara que não falo de HQ e minha dissertação é sobre HQ e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sempre que posso ‘tô lendo alguma coisa nova ou alguma continuação de alguma coisa antiga.
E ai que eu varei na UEPA essa semana pra ver meu orientador e acabei vendo umas paradas da dissertação que não faço em casa (sim, filhdaputice mesmo) e acabei, SÓ PRA VARIAR, baixando umas HQ e uns álbuns de gostosas do Instagram nada de novo no front.
E ai que baixei essa porra aqui pra ler em casa antes de dormir

Sim
É isso mesmo que estás vendo
ALIENS
versus
PREDADOR
versus
EXTERMINADOR DO FUTURO
Essa “pérola” foi originalmente publicada pela Dark Horse nos EUA entre abril e julho de 2000 e no Brasil, em edição quinzenal, em 2001. Roteiro de Mark Schultz (Cadillacs and Dinosaurs, Aliens, Super-Homem, Superman e Batman versus Aliens e Predator PRECISO TERMINAR A RESENHA DESSA PRA TERMINAR POR AQUI, INCLUSIVE), desenhos de Mel Rubi (Aliens vs. Predator, Excalibur, Justiceiro, X-Men, Doutor Estranho, Red Sonja, Deathblow), arte-final de Chris Ivy (TMNT, Cavaleiro da Lua, G.I. Joe, Quarteto Fantástico, Venom, Tropa Alfa, Homem de Ferro, Justiça Jovem, Legião dos Super-Heróis), cores de Dave Stewart (Hellboy, Sledgehammer 44, The Umbrella Academy, Conan, Star Wars, The Goon, The Massive, Shaolin Cowboy, Mulher-Gato: Roma, Super-Homem, Daytripper, The Walking Dead, Captão América, Demolidor, Homem de Ferro) e capas de Dwayne Stewart (Transformers, Wolverine, Spawn, The Authority). Tradução e adaptação para o português brasileiro do Art & Comics (ainda existe essa empresa?).
Aliens versus Predador versus Exterminador do Futuro se passa depois do filme Alien - A Ressurreição, de 1997, dirigido por Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, A Cidade das Crianças Perdidas, O Fabuloso Destino de Amélie (CARALHO, DOIDO, QUEM DIRIA! EU AMODORO ESSE FILME!)) e escrito por Dan O’Bannon (Trovão Azul, O Vingador do Futuro, Screamers, A Volta dos Mortos Vivos, O Filho das Trevas), Ronald Shusett (Alien: O 8º Passageiro, King Kong 2, Nico: Acima da Lei) e Joss dispensa-apresentações-de-quaisquer-níveis Whedon. É o último da franquia Alien que tem Frau Weaver e o único que tem Frau Ryder e o Hellboy. Quer dizer, o pai do Conan. Quer dizer, o Reinhardt. Quer dizer, o Gunnar. Quer dizer, o Clarence Morrow. Quer dizer, Ron Perlman.
foda-se o pôster original do Alien - A Ressurreição, esse o meu favorito

E, tanto pra essa ler a comic quanto pro filme em questão, vale esse meme

RESUMO DA CA GA DA: um grupo de elite liderado pela Annalee Call (a androide sintética d’A Ressurreição) vai atrás de um clone da Ellen Ripley que está na Terra pra ela ajudar contra a Skynet, que está usando os exterminadores para criar supersoldados – parte humanos, parte Aliens, parte exterminadores – com os fins de terminar de exterminar os seres humanos da galáxia, já que – nesta linha temporal – a Skynet foi derrotada pela Rebelião liderada por John Connor (que aparece pra Annalee quando ela conecta-se ao terminal do Exterminador responsável por tal projeto tecnológico – o Dr. Trollenberg, velho conhecido de quem saca direto as histórias dos Aliens nas HQs publicadas na década passada).
E então os Predadores, já sentindo cheiro de Alien nessa cagada, vão atrás da Ripley pra saber onde os Aliens estão e os comer com farinha. Obviamente, nada sai como o esperado e os caras levam na cara. Mas a equipe liderada pela Call consegue terminar a missão (aos trancos e barrancos e não teria graça se fosse fácil, enfim......) em um asteroide chamado Los Alamos (HA HA HA) onde estão produzindo os supersoldados.
Bom... No fim, não é uma história ruim. Só mal-desenvolvida. E mal-desenhada. Que dá aquele gosto ruim na boca depois da leitura.
Serve e só serve se tu não tiveres mais porra nenhuma pra fazer e pra ler. Os caras fizeram uma porra tão cu que nem dá pra acreditar que é uma história Aliens versus Predador da Dark Horse. Mas ai que temos Alien³ e Alien - A Ressurreição, então não fica tãaaaaaaaaaaaaaaaaão difícil de acreditar que tem-se essa porra de história (sendo que é bem menos pior que Alien³ e Alien - A Ressurreição; não... desconsiderem a existência de A Ressurreição). Talvez a única parte realmente relevante deste título é descobrir o quão importante os fucking xenomorfos são para a cultura dos Predadores, sendo os maiores troféus de guerra/caçada (eu não queria soar antropólogo mas foi mais forte do que eu).

Tanto Aliens quanto Predadores têm histórias muito mais legais e infinitamente superiores a esta (a já citada Superman e Batman versus Aliens e Predador, por exemplo), Exterminador do Futuro nem tanto (e talvez a única legal dele de crossover seja contra o RoboCop, escrita pelo Deus Frank Miller e desenhada pelo Deus Walter Simonson). TALVEZ um dia uma boa alma pegue essa história e faça uma animação (animação, ‘tão me entendendo, caralho? ANIMAÇÃO!) em que DESENVOLVAM essa história do jeito que ela merece e com uma arte à altura.
Foda é o impasse da Dark Horse quanto à Disney, que agora é detentora do copyright de Aliens e Predadores e ainda não se pronunciou quanto a isso. A Marvel ‘tá dando uma forra pelo menos até agora com o Conan (exceto ao ser incluso com os personagens canônicos, ficou igual às caras deles essa porra) com Star Wars nem tanto (artes até que bacanas, apesar das histórias bem meia boca), mas não boto fé nenhuma os dois supramencionados a ser produzida. Bem. Foda-se isso. É importante curtir o que tem e, cedo ou tarde, vou estar comentando alguma outra comic dessa área, já que já li coisa pra caralho desses títulos.
Yeah. Sim. Uma [comic] foderástica dessa vez.

E é isso ai.

BIS ZU DEM BREAKIN FUCKIN NEUEN POST!!!

domingo, 12 de maio de 2019

BAD RELIGION – AGE OF UNREASON – 2019

BAD RELIGION
AGE OF UNREASON
2019
CHAOS FROM WITHIN
Cowering like settlers on someone else’s land
Mistaking advances of the natives
Who have come to lend a hand?
It’s a sad and pathetic badge of shame, my friends
Terror always seems to win
In the drama of human motivation
Where is restraint and reason?

Threat is urgent existential
With patience wearing thin
But the danger’s elemental
It’s chaos from within

The fox-stained leaves of civilization
Depict a stark repeat
It’s always a flaw in reasoning
That fates the citizenry
When the ancestor fell from the arbor
The march of fear began
But the predator wallowed in failure
In the face of consciousness

Threat is urgent existential
Time to scan the horizon
But the danger’s elemental
It’s chaos from within

Threat is urgent! Existential!
Omnipresent like a skin
But the danger’s purely mental
It’s chaos from within

Chaos from within!

MY SANITY
When the world has gone mad and there's nowhere to roam
The lights are all on but nobody's home
There comes a time when you look up to the sky
And ask why do my favorite songs always make me cry
And am I losing

My sanity, my sanity
I’ve nothing to lose, so please let me be
I’ve got a firm grip and strong roots like a tree
Burrowed deep in reality
I won’t let you go, what else can there be
You're all I have

When you swore to be true, our bed was belief
But alternative facts snuck in like a thief
There comes a time to release the cord of self
And with confidence declare your state of perfect mental health
Never doubting

My sanity, my sanity
I’ve nothing to lose, so please let me be
My life is a song, a short melody
Harmonizing with reality
I’ve got it real bad, there’s no remedy
You’re all I have, my dear sanity

Sometimes there’s no sane reason for optimism

Oh my sanity, my sanity
I’ve nothing to lose, so please let me be
My life is a song, a short melody
Harmonizing with reality
I’ve got it real bad, there’s no remedy
My world picture is exemplary
I won’t let you go, what else can there be
You’re all I have, my dear sanity

DO THE PARANOID STYLE
Hey let’s jump around to the renegade sound of the paranoid style
Hey get upside down to the American sound of the paranoid style

Everybody have you heard the news the old dance with wicked moves
It’s been around for many a year so polish up your granddad’s gear and
Shake shake shake with fear waive your rights like you just don’t care
Anyone can do it – it’s easy if you dare
It’s the paranoid style in American politics Casey Jones you better watch your apocalypse
Illumination and fluoridation are communist plots against the population

Hey let’s jump around to the renegade sound of the paranoid style
Hey get upside down to the American sound of the paranoid style

Hey kids on the right and left do you feel dispossessed
If you’re on the left or right I feel your pain tonight
So shake off reality it's easy as you please soon everyone is dancing con-spir-a-tor-i-a-lly
It’s the paranoid style in American politics Casey Jones you better watch your apocalypse
All kinds of wild interpretation are open to the paranoid imagination

Hey let’s jump around to the renegade sound of the paranoid style
Hey get upside down to the American sound of the paranoid style

THE APPROACH
An apocryphal popular mythology or a civilization in wane
Whatever your assessment is, a paradox remains
There's a moral and intellectual vacuum and you’re right to be lookin’ askance
Philosophically moribund, revolution hasn’t a chance

As the light fades, the shadows dance in silhouette to stars
Despite all illusion we approach the darkest hour

Is the enemy hiding in your conscience or can forgiveness pave the way?
There’s got to be a place for them if tomorrow’s a better day
With the high priest banging on the war drum you cannot make out what he’s saying
With all the litter on the battlefield, no higher ground remains

As the light fades, the shadows dance in silhouette to stars
Despite all illusion we approach the darkest hour
Go

Welcome to the show
History took a toll
Discontent was sown but now the child is grown and come into his own
A superstar
But despite all illusion we approach the darkest hour

LOSE YOUR HEAD
I ain’t superstitious but hey do you know a good exorcist?
Despite darker tendencies I’ve always had a strong bias to exist
And though recent developments seem like bad news for humanity
Self-pity is always a case of mistake identity

Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Before you lose your head

Religion who needs it and by the way how should we bury our dead
I doubt that it matters much son that’s what the postman said
There’s an accident waiting to happen at all times anyway
And maybe we’d all benefit from some epistemic humility

Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Before you lose your head

And when your life endeavor evades your clever meddling
It’s only headphone weather so get your head together

Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head
Lose your head, yeah

Don’t lose your head
Don’t lose your head
Don’t lose your head

Soon we’ll all be dead

END OF HISTORY
Halcyon days are not a thing
Nostalgia is no excuse for stupidity
I don’t believe in golden ages
Or presidents that put kids in cages
America awaits on bended knee
Can’t you see?

Sweet children, Locke’s burden
Why did mother draw the curtains
Free will is your dilemma, (what will the dust remember)
Tell me where do you really want to be?
At the end of history?

Utopia is an opiated dream
What we want is an open society
One torn and frayed at the edges
With pages of imperfect changes
And every hallmark of rationality
Can’t you see?

Sweet children, Locke’s burden
Why did mother draw the curtains?
Free will is your dilemma, (what will the dust remember)
Tell me where do you really want to be?
At the end of history?

At the end of history nobody will be innocent
Of naked crimes against eternity
We're in the last second of our December
Tell me how do you want to be remembered
For generosity or a fucking monstrosity

Tell me where do you really want to be?
At the end of history?

AGE OF UNREASON
Just to think that not so long ago was a man who risked his life
He challenged all the lies offered as sacred truth just to cast a brighter light

The notion that we can live as one in perfect harmony
Requires a common sensibility to teach an intellectual capacity
That I believe is in the air

But everywhere is the ultimate act of treason
That so few could be aware that their nation’s heart is bleeding

And Oh! When the violence has begun
We decree the pen more mighty than the gun
But the fools believe, as one, in this unrepentant age of unreason

Just to think that not so long ago was a man who received the seal
He peddled blatant lies and brought back tyranny to divide his people with zeal

But we can live as one in perfect harmony
It requires a common sensibility to teach an intellectual capacity
That I believe is in the air

But everywhere is the ultimate act of treason
How so few can be aware that their nation’s heart is bleeding

As the child plays for fun
We desire to a the pen more mighty than the gun
Watch the fools believe, as one, in this unrepentant age of unreason

Now the darkness has begun
We decree the pen more mighty than the gun
But the fools believe, as one, in this unrepentant age of unreason

CANDIDATE
As I walk along this road
Paved with human kindness
I can never forget the price you paid
I'm an actor on a role
An artificial virus
I’m your daddy, I’m your disgrace

I say kid just move along
You don’t wan't it – don’t need it
Your politics just breed despair
I salute an empty flag of ancient tribalism
And trust me nobody cares

For I am your candidate
I am bloody lips and makeup
I’m your caliphate opioids and mutilation
A celebrity and my name is competition
I've come to bear your pain and I can make it go
Away, I'll make it go away, I’ll make it go away

Believers dupes and clowns I want you all to gather ‘round
To glorify ignorance and fear
I dispense misinformation to a post-truth generation
My darlings don’t shed a tear

For I am your candidate
I am bloody lips and makeup
I’m your caliphate opiods and revelation
An hermaphrodite in restrooms and service stations
I truly feel your pain and I can make it go
Away, I'll make it go away, I'll make it go away

FACES OF GRIEF
Broken engines of belief
Iniquity in stark relief
Red rabble of mendacity
(A cabal of psychopathy)

Grim bailiffs wait like minarets
While sister fends a mounting threat
In crucible of hypocristy
(A Greco-Roman tragedy)

Faces of grief
Rage is a key
Pain is a thief
Faces of grief
Rage is a key
Pain is a thief

Amidst darkness let us vow to insure her light will be remembered

Radicalized Evangelicals
Awash in promate chemicals
Bare shiny fangs for all to see
(A rictus of misogyny)

Obeisance to a maniac
The slavering lackeys stay on track
In this democracy's darkest hour
(A doctor dares speak truth to power)

Faces of grief
Rage is a key
Pain is a thief
Faces of grief
Rage is a key
Pain is a thief

OLD REGIME
Privilege from birth, abhorrence of work, obsessed with sovereignty
Aristocrats claim an exemption from the standards of democracy

A secret antipathy to justice and equality
And a tightly constrained definition of who is free

Old regime, smoke of history
Liberty still wafting in the breeze
The new aristocracy just smells like the old regime

They think that they can alter and sway which version of freedom reigns
If everything is subjective then what good is truth anyway?

A plutocratic strategy or technocrat conspiracy
Or a vision of utopia that only the besotten can see?

Old regime, smoke of history
Liberty still wafting in the breeze
The new aristocracy just smells like the old regime

An unabated tendency to tyranny is still in place
And the ancient nobility's complexion differs just in name

Old regime, smoke of history
Liberty still wafting in the breeze
A new season dawns with ominous prophecy
Yeah the new aristocracy just smells like the old regime

BIG BLACK DOG
We are alone
And all is one
The father daughter devil and son

They deal in art
The art of the deal
They sing Seig Heils in aisles of high heels

Big cyber-weapon little traitor in chief
He’s got a big black dog on a leash

One man’s grace is another man's bullet
Bullshit beams from the bully pulpit
No regret for the bounty they've taken
The pigs must feed on their rasher of bacon

Big cyber-weapon little traitor in chief
He’s got a big black dog on a leash

I'll be right here when I disappear

DOWNFALL
It’s never really clear when the end is near
Till you take a hard look in the rearview mirror and
I’m pretty sure we’re just running on fumes
No one really cares about the route

Beaches break down and the waves retreat
Are we stuck in some perpetual repeat?
Maybe we’re like massive cliffs of sand
Waiting for the plates to smash again

Downfall, gravity calls
Entropy makes fools of us all
Downfall, you can’t forestall
It’s proof there ain’t no invisible hand

No one ‘round here can contain their fears
So contented with false hope to soothe the tears
Faith is king while truth is on the lam
Disenfranchised scientists be damned!

Downfall, gravity calls
Entropy makes fools of us all
Downfall, it’s a natural law
And the judge don’t have no use for the witness stand

Downfall, it’s a natural law
Entropy makes fools of us all
Downfall, kill the guy with the ball
And make sure he can't get up to take a stand!

SINCE NOW
Since when was it just a fallacy of tainted memory (since when)
To believe that things were really all right?
Since when were the qualities of wisdom and knowledge (since when)
Equivalent to mere facts online?
Since when were the virtues of character and contect (since when)
More than just a popularity game?
Since when
Was the protocol of rational judgment not the same as blame?
Since now

It’s fucked up beyond all recognition, just a symptom of the time (since now)
You might call it modern cognition without a reason or rhyme

Since when
Was the platitude of honorable mention (since when)
Only a dishonor to behold?
Since when was being second only first among the losers just the same as getting old?
Since now

It's natural to feel unlucky, too many winners spoil the prize (since now)
So if you are on the bottom don’t you cry

Since when was history just a futile mission (since when)
Without a context to reveal?
Since when was lacking sense of place or social purpose the new deal?
Since now

It’s fucked up beyond all recognition, just a symptom of the time (since now)
You might call it cognition but don't ask why
Ask since when

WHAT TOMORROW BRINGS
Metamorphosis of living nature, unweathering the hands of time
Resonant vibrations set to a grand design

These are more than technological things
They’re promises of what tomorrow brings

Tranquility without conflict, potential free to find
Incalculable bounty randomly decentralized

These are more than sociological things
They’re promises of what tomorrow brings

Absolutions from the golden rule
Escape from earthly chattel and the grimmy hands of fools

These are more than words that the false prophet sings
They’re promises of that tomorrow brings

THE PROFANE RIGHTS OF MAN
Hostility to every living creature
Like gifted intellectual commands
Inalienable, it's not some moving feature
It’s foundation, a bedrock of the land

So it’s criminal, antithetical, inimical
To an enlightened plan
If you seek to make divisible
The principle of the profane rights of man

And so it turns, the bourgeoisie
The bastard child of democracy
Morphs into aristocracy
Demands advantage, it must not receive
But if the citizen will not stay its hand
The myth becomes a menace on the land

And it’s criminal, antithetical, inimical
Intelligence and knowledge are an ordinance
A constant check on privilege and wealth
Nurture it, provisioning a furtherance
Of fundamental democratic health

So it’s criminal, antithetical, inimical
To an enlightened plan
If you seek to make divisible
The principle of the profane rights of man

sexta-feira, 10 de maio de 2019

sem título escrito no Atendimento da Emergência do Hospital São Camilo – unidade Anita Gerosa

[¡sem título!]
Ah, Julianna atualmente nada prosa.
Julianna vem e vai de salto alicerceando pernas grandes e coxas grossas.
Julianna não acha nada mal que nenhum homem lhe olhe.
Eles a olhariam se soubessem dos vestidos e shortinhos que usa em casa:
Sem nada por baixo, mesma coisa que usar nada
Deixando as coxas e mais da metade da bunda pra fora.
Eles nunca a viram pingando suor e de cabelos presos em coque
Nem passando a língua nos lábios após tirar os grampos da boca pra estender roupa
Ou às pontas dos pés para pegar algo em um lugar alto
E se enxugando após o trabalho doméstico para se vestir a ir à igreja.
Os homens olhariam melhor as mulheres se não vissem todas sendo iguais
– as pessoas são estruturalmente iguais a nível biológico, mas não amam e sonham
necessariamente da mesma forma.
E por que, em decorrência, as mulheres deveriam ser iguais?
Quantas mulheres têm essa pele Julianna e esses olhos Juliannaos de cor de rio Guamá ao amanhecer?
Tal como esses olhos que cabem a Lua que arrudeia a Terra e pra qual os apaixonados sonham e suspiram.
Se os homens tivessem ciência destes olhos e destas mãos Juliannas
Pediriam para ser levados e não retornar jamais
Residindo para sempre nestes olhos que cabem todas as estrelas e luas e mãos que comportam todos os amores.
Em Julianna cabem todas as estrelas e flores, no que ela difere das outras mulheres?
Julianna é delineada por rios que cabem todas as estrelas e flores, no que ela difere das outras mulheres?
Nos rios Juliannaos cabem e nascem todas as estrelas e flores, no que ela difere das outras mulheres?
Só conhecendo Julianna para saber (n)o que ela difere das outras mulheres...
Eu a ouço dizer meu nome antes de dormir sozinha
Perguntando quando tudo vai acabar e ser um monte de lembranças ruins que ela não vai querer falar e tampouco falar sobre
Por isso ela nada prosa
Feliz quando todo dia útil ou fim de semana acaba
Porque um dia serão somente escombros e destroços que, mesmo que sozinha, ela vai limpar e retirar 
Para como se nunca estivessem lá.


:: Atendimento da Emergência do Hospital São Camilo – unidade Anita Gerosa, 09 de maio de 2019 ::

quarta-feira, 8 de maio de 2019

sem título escrito na Casa de Estudos Germânicos

[¡sem título!]
um dia, uma tarde, navegaremos à proa de um popopô
adentro do braço de rio Guamá que divide os
campi da UFPA entre campus básico e campus profissional.
um dia ver-Vos-á neste rio que é a cor de Vossa pele...
uma tarde verás Vossos olhos neste rio que é a cor deles...
nesta tarde Vosso rosto será uma nau
que não quebrará vento
mas também fará caminho adentro
caminho adentro... caminho pra dentro...
de meu coração que já é Vosso.
caminho pra dentro... caminho adentro...
de meu mundo que não será mais só meu
e sim nosso.
nossas serão as tardes às beiras do rio nos campi
que, atualmente, parecem mais lugares atingidos por bombardeios que trechos de obras
onde só restaram as árvores de pé
onde só sobraram as árvores de pé
o Pacífico desemboca em Vitória...
Vitória desemboca no Pacífico...
Vosso coração é nascente de qual rio?
de qual rio nasce Vosso coração?
um dia, uma tarde, seremos vento e rio
neste dia seremos popopô e rio
nesta tarde seremos rio e rio 
se encontrando.
navegaremos      juntos...
correntezaremos juntos...
ventaremos         juntos...
“e agora, pra onde?”
o José não sabe a resposta
mas certamente quem deve saber
é a Meirelles ou mesmo
o Drummond.

:: Casa de Estudos Germânicos da Universidade Federal do Pará, 08 de maio de 2019 ::