Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sábado, 4 de abril de 2020

OPERAÇÃO INVASÃO - análise e crítica do filme

ouvindo: Anti-Flag, Mobilize, de 2002, e The Terror State, de 2003 

novamente o Rodolfo (que me indicou o Koe no Katachi) faz a indicação de filme pro blog, o indoneso-estadunidense Operação Invasão, de 2011, escrito e dirigido por Gareth Evans (o também nada fraco Merantau; um dos diretores do V/H/S 2; o excelente curta-metragem Samurai Monogatari) e produzido em conjunto pelo estúdio estadunidense XYZ Films e pelo indonésio Pt. Merantau Films, sendo distribuído na Indonésia pela SinemArt e no resto do mundo pela parceria Sony Pictures Classics/Stage 6 Films. no Brasil chegou direto no DVD.

enquanto tu acreditas que os EUA dominavam o filão policial fodão contra todo um cartel, os asiáticos mostraram – novamente! – que não sabem brincar pra fazer qualquer coisa e fodem desgraçadamente bem no gênero, e isso desd’a época do C R Á S S I C O Police Story.
como Herr Meister Eduardo EduLove, a pessoa que tenho como referência pra esse tipo de filme aprovou a recomendação e deu aquele aval cinco estrelas, ‘bora pro filme.

“QUAL SEU PAPO, OPERAÇÃO INVASÃO?”
o chefe do crime Tama Riyadi (Ray Sahetapy) tem um prédio de apartamentos no centro de Jacarta que é utilizado por bandidos de toda espécie que querem se esconder das garras da polícia.
o Sargento Jaka (Joe Taslim) e o Tenente Wahyu (Pierre Gruno) lideram a força especial da polícia chamada Departamento 88, à qual o agente novato Rama (Iko Uwais) é recentemente admitido, e cuja esposa aguarda o primeiro filho do casal. em verdade, é um grupo de novatos designados para este pelotão.
a grande quest do filme é pegar o Tama Riyadi, que está no último andar[1] para tanto a equipe é dividida para atacar em duas frentes e então invadir a edificação – uma parada à la Elevator Action, o game da Taito de 1983, mas sem os elevadores. a quest secundária é prender todos os maus elementos lá alojados, o que passa a ser foda quando Jaka permite que um guri (antes de ser morto pelo tenente) fuja e avise ao resto dos locais que os gambés se fazem lá presentes, sendo que outro termina de fuder tudo apertando um alarme silencioso (do caralho, não?!? não?!?).
Elevator Action, da Taito softwarehouse, de 1983
o negócio começa a ficar lindo SÓ QUE NÃO quando snipers começam a limpar o perímetro e agentes dentro do prédio cometem erros crassos, mais lindo ainda quando Wahyu diz a Jaka que ninguém do departamento de polícia de Jacarta foi informado da empreitada e a coisa mais linda do universo quando o próprio Riyadi convoca os moradores a arrasar os assaltantes.
e o que era um “joguinho” plataforma se torna um mezzo survivor mode mezzo beat ‘em up onde tudo joga a favor da história. as cenas onde não há diálogo ou quaisquer sons aceleram o batimento cardíaco a mais de mil esperando que porra vai acontecer e as lutas são altamente criveis do tipo “eu posso/consigo fazer isso se treinar igual um filho da puta corno que não tem mais o que fazer da vida” segundo o estilo “tem tudo junto e misturado foda-se essa merda, morre de uma vez, porra”.
e como vida de policial é sempre uma desgraça sem fim, ainda mais se for terceiro-mundista, o irmão de Rama, Andi (Donny Alamsyah), é subordinado a Riyadi, sendo além de um dos seus três principais mestres da guerra, um dos moradores do tal prédio. e se tu ficaste encacetado com a cuzeriagemzice do Wahyu, vou logo dizendo que foi ele que fez a parada toda pra tirar o Riyadi da jogada e ocupar o lugar dele, ainda que fosse preciso sacrificar uma equipe de elite inteira nas mãos de Andi e dos outros senhores da guerra Gofar (Iang Darmawan) e Mad Dog (Yayan Ruhian). eu admito que não dava moral pro MMA até ver ESSE quengo raparigo do Yayan Ruhian lutando, o cara simplesmente DESTRÓI! é uma máquina de baixar o cacete em nego metido à besta que dá gosto, lembrando quando o Wolverine diz pro Capitão América ou pro Hulk, “pode vir, posso passar o dia todo nisso”.
falando em luta, elas são muitíssimo bem coreografadas por Iko Uwais e Yayan Ruhian – o timing pra deixar o espectador louco, babando, quase gritando e quebrando a tela é absurdamente pontual – a partir do Pencak Silat, arte marcial traditional da Indonésia. ademais, fotografia – de Matt Flannery e Dimas Imam Subhono – e edição – de Gareth Huw Evans e Andi Novianto – ajudam bem pra caralho, sendo muito pontuais e não dando passos maiores que a perna, comprometendo o resultado final. as cenas onde há o efeito de bullet time não há o dito, já que é só a redução da velocidade da ação, retornando a uma das ideias estéticas principais do vídeo de “Freak on a Leash”, do Korn[2].
Pencak Silat, arte marcial traditional da Indonésia 
vídeo promocional de “Freak on a Leash”, do Korn

as climáticas musicais criadas por Fajar Yuskemal e Aria Prayogi são fudidas, mas há de se atentar aos movimentos em que não há nenhum som, é um “silêncio que precede o esporro” orappeano caralhoso que casou muito bem, muito bem. 
não, Operação Invasão não tem só parte boa: a primeira questão escrota é que o filme acaba. segundo que há uma equipe de soldados de Riyadi que, ao invés de se valer de armas de fogo, uma FUCKING MACHETE. logo a segunda parte ruim é MASTER OF UNIVERSO DANNY TREJO NÃO APARECER NA PORRA DO FILME!!!!
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS foda-se essa merda, importante é que tu assistas Operação Invasão e comproves que filmes excelentes não envelhecem e sempre merecem aquela conferida especial.

MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS foda-se essa merda, importante é que tu assistas Operação Invasão e comproves que filmes excelentes não envelhecem e sempre merecem aquela conferida especial. ‘tá sim tem gente que o compara com o Dredd, de 2012, mas é total outra pegada. não comprem essa ideia de jerico não.
Dredd, de 2012, dirigido por Pete Travis, produzido por Alex Garland, Andrew Macdonald e Allon Reich; roteiro de Alex Garland sobre histórias do personagem homônimo

por fim e em vista que a Indonésia é um dos países que tem o Hinduísmo como religião oficial, apontar que, na mitologia hindu, Rama (nome o personagem principal Operação Invasão MAIS da oitava representação de Viṣṇu [Vishnu, o deus adormecido que tem o universo em seus sonhos e monta um leão quando acordado]), já que a personagem é policial e vai derrotar um chefão do crime. esse que já seria uma imagem terrena do rei-demônio Ravana, contra quem Rama vai lutar visando estabelecer novamente  a paz e a justiça na Terra.





[1] tá, sim, referência ao poema da Cecília;
[2] composta por Jonathan Davis, James Shaffer, Reginald Arvizu, Brian Welch e David Silveria; presente no álbum Follow the Leader, de 1998.










BIS 
ZU 
DEM 
BREAKING 
FUCKING 
NEUEN 
POST
!!!!

3 comentários:

Eduardo Santos disse...

Análise foda! E na minha humilde opinião é um dos melhores filmes de ação e artes marciais de todos os tempos. Esse vale um Review sempre! Parabéns pela crítica, mano! Showwwwww!!!!!!

Quilômetros-a-Pé disse...

valeu pelo comentário e pela participação, meu querido! a partir de sua primeira execução, SEMPRE será obrigatória a presença de Operação Invasão porque esse merece!!! total acima da médiaaaaaaaa!!!!

Über Lestat disse...

Pourra!!! Fiquei super interessado em assitir esse filme, ao que tudo.indica, fodastico. Ótimo review (como sempre!) Hail!

Postar um comentário

Você está em solo sagrado!
Agora entalhe com vossas garras na Árvore dos Registros e mostre a todos que virão que você esteve aqui!!!