ouvindo: Anti-Flag, Mobilize, de 2002, e The Terror State, de 2003
novamente o Rodolfo (que me indicou o Koe no Katachi) faz a indicação de filme pro blog, o indoneso-estadunidense Operação Invasão, de 2011, escrito e dirigido por Gareth Evans (o também nada fraco Merantau; um dos diretores do V/H/S 2; o excelente curta-metragem Samurai Monogatari) e produzido em conjunto pelo estúdio estadunidense XYZ Films e pelo indonésio Pt. Merantau Films, sendo distribuído na Indonésia pela SinemArt e no resto do mundo pela parceria Sony Pictures Classics/Stage 6 Films. no Brasil chegou direto no DVD.
como Herr Meister Eduardo EduLove, a pessoa que tenho como referência pra esse tipo de filme aprovou a recomendação e deu aquele aval cinco estrelas, ‘bora pro filme.
“QUAL SEU PAPO, OPERAÇÃO INVASÃO?”
o chefe do crime Tama Riyadi (Ray Sahetapy) tem um prédio de apartamentos no centro de Jacarta que é utilizado por bandidos de toda espécie que querem se esconder das garras da polícia.
o Sargento Jaka (Joe Taslim) e o Tenente Wahyu (Pierre Gruno) lideram a força especial da polícia chamada Departamento 88, à qual o agente novato Rama (Iko Uwais) é recentemente admitido, e cuja esposa aguarda o primeiro filho do casal. em verdade, é um grupo de novatos designados para este pelotão.
a grande quest do filme é pegar o Tama Riyadi, que está no último andar[1] para tanto a equipe é dividida para atacar em duas frentes e então invadir a edificação – uma parada à la Elevator Action, o game da Taito de 1983, mas sem os elevadores. a quest secundária é prender todos os maus elementos lá alojados, o que passa a ser foda quando Jaka permite que um guri (antes de ser morto pelo tenente) fuja e avise ao resto dos locais que os gambés se fazem lá presentes, sendo que outro termina de fuder tudo apertando um alarme silencioso (do caralho, não?!? não?!?).
o negócio começa a ficar lindo SÓ QUE NÃO quando snipers começam a limpar o perímetro e agentes dentro do prédio cometem erros crassos, mais lindo ainda quando Wahyu diz a Jaka que ninguém do departamento de polícia de Jacarta foi informado da empreitada e a coisa mais linda do universo quando o próprio Riyadi convoca os moradores a arrasar os assaltantes.
e o que era um “joguinho” plataforma se torna um mezzo survivor mode mezzo beat ‘em up onde tudo joga a favor da história. as cenas onde não há diálogo ou quaisquer sons aceleram o batimento cardíaco a mais de mil esperando que porra vai acontecer e as lutas são altamente criveis do tipo “eu posso/consigo fazer isso se treinar igual um filho da puta corno que não tem mais o que fazer da vida” segundo o estilo “tem tudo junto e misturado foda-se essa merda, morre de uma vez, porra”.
e o que era um “joguinho” plataforma se torna um mezzo survivor mode mezzo beat ‘em up onde tudo joga a favor da história. as cenas onde não há diálogo ou quaisquer sons aceleram o batimento cardíaco a mais de mil esperando que porra vai acontecer e as lutas são altamente criveis do tipo “eu posso/consigo fazer isso se treinar igual um filho da puta corno que não tem mais o que fazer da vida” segundo o estilo “tem tudo junto e misturado foda-se essa merda, morre de uma vez, porra”.
e como vida de policial é sempre uma desgraça sem fim, ainda mais se for terceiro-mundista, o irmão de Rama, Andi (Donny Alamsyah), é subordinado a Riyadi, sendo além de um dos seus três principais mestres da guerra, um dos moradores do tal prédio. e se tu ficaste encacetado com a cuzeriagemzice do Wahyu, vou logo dizendo que foi ele que fez a parada toda pra tirar o Riyadi da jogada e ocupar o lugar dele, ainda que fosse preciso sacrificar uma equipe de elite inteira nas mãos de Andi e dos outros senhores da guerra Gofar (Iang Darmawan) e Mad Dog (Yayan Ruhian). eu admito que não dava moral pro MMA até ver ESSE quengo raparigo do Yayan Ruhian lutando, o cara simplesmente DESTRÓI! é uma máquina de baixar o cacete em nego metido à besta que dá gosto, lembrando quando o Wolverine diz pro Capitão América ou pro Hulk, “pode vir, posso passar o dia todo nisso”.
falando em luta, elas são muitíssimo bem coreografadas por Iko Uwais e Yayan Ruhian – o timing pra deixar o espectador louco, babando, quase gritando e quebrando a tela é absurdamente pontual – a partir do Pencak Silat, arte marcial traditional da Indonésia. ademais, fotografia – de Matt Flannery e Dimas Imam Subhono – e edição – de Gareth Huw Evans e Andi Novianto – ajudam bem pra caralho, sendo muito pontuais e não dando passos maiores que a perna, comprometendo o resultado final. as cenas onde há o efeito de bullet time não há o dito, já que é só a redução da velocidade da ação, retornando a uma das ideias estéticas principais do vídeo de “Freak on a Leash”, do Korn[2].
Pencak Silat, arte marcial traditional da Indonésia
vídeo promocional de “Freak on a Leash”, do Korn
as climáticas musicais criadas por Fajar Yuskemal e Aria Prayogi são fudidas, mas há de se atentar aos movimentos em que não há nenhum som, é um “silêncio que precede o esporro” orappeano caralhoso que casou muito bem, muito bem.
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS foda-se essa merda, importante é que tu assistas Operação Invasão e comproves que filmes excelentes não envelhecem e sempre merecem aquela conferida especial.
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS foda-se essa merda, importante é que tu assistas Operação Invasão e comproves que filmes excelentes não envelhecem e sempre merecem aquela conferida especial. ‘tá sim tem gente que o compara com o Dredd, de 2012, mas é total outra pegada. não comprem essa ideia de jerico não.
Dredd, de 2012, dirigido por Pete Travis, produzido por Alex Garland, Andrew Macdonald e Allon Reich; roteiro de Alex Garland sobre histórias do personagem homônimo
por fim e em vista que a Indonésia é um dos países que tem o Hinduísmo como religião oficial, apontar que, na mitologia hindu, Rama (nome o personagem principal Operação Invasão MAIS da oitava representação de Viṣṇu [Vishnu, o deus adormecido que tem o universo em seus sonhos e monta um leão quando acordado]), já que a personagem é policial e vai derrotar um chefão do crime. esse que já seria uma imagem terrena do rei-demônio Ravana, contra quem Rama vai lutar visando estabelecer novamente a paz e a justiça na Terra.
[1] tá, sim, referência ao poema da Cecília;
[2] composta por Jonathan Davis, James Shaffer, Reginald Arvizu, Brian Welch e David Silveria; presente no álbum Follow the Leader, de 1998.
BIS
ZU
DEM
BREAKING
FUCKING
NEUEN
POST
!!!!
3 comentários:
Análise foda! E na minha humilde opinião é um dos melhores filmes de ação e artes marciais de todos os tempos. Esse vale um Review sempre! Parabéns pela crítica, mano! Showwwwww!!!!!!
valeu pelo comentário e pela participação, meu querido! a partir de sua primeira execução, SEMPRE será obrigatória a presença de Operação Invasão porque esse merece!!! total acima da médiaaaaaaaa!!!!
Pourra!!! Fiquei super interessado em assitir esse filme, ao que tudo.indica, fodastico. Ótimo review (como sempre!) Hail!
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