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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

SE DIVERTIR TAMBÉM CANSA

domingo, 11 de dezembro de 2005
14:31:52
Hail, Hail!

Bom dia, ou melhor, boa tarde.
Ontem teve o show do CPM22 e do Biquíni Cavadão no Cidade Folia (onde também teve o show do Dead Fish em 04/06/2005, que foi citado e comentado nas postagens Há Urgência Em Estar Vivo! e Depois da Longa Espera, e também teve o dos Los Hermanos 08/10/2005, mas que não pude ir). Eu fui com um grande amiguinho meu, o Diego André Pena Farias (o "amigo" que estava comigo no show do Dead Fish deste ano e que foi superifcialmente citado na postagem Decepções de Fim-de-Semana e que comigo na foto abaixo a esse parágrafo), que quebrou um puta galho pra mim, em relação a isso: foi ele quem comprou o meu ingresso. Eu paga-lo-ei somente amanhã, mas tudo bem assim mesmo. Uma amiga minha do CEFET, a Regina (citada em uma postagem que eu não lembro o nome agora) me ligou dizendo que o CPM entraria no palco entre 17:30 e 18:30. Eu fiquei agoniado porque ainda queria jogar RPG ontem e DEPOIS ir pro show, mas, infelizmente, não deu. Ontem, de manhã, fui à casa do Digão (como eu comumente o chamo, além de usar este "termo" para referir-me aos meus amigos e conhecidos de nome Rodrigo, já que "Digão" é o guitarrista dos Raimundos) para informar-lhe sobre o horário do show e este também ficou na onda com isso. Lá pelas duas da tarde, eu ainda nem tinha almorçado ele tinha aparecido. Só depois d'eu almoçar e me arrumar (isso só pelas quatro da tarde) é que saímos de casa pra lá (mas não antes de comprar uma carteira de cigarros e uma catuaba pra "acelerar o processo de embriaguez". Chegando lá, ainda tinha pouquíssima gente e fomos pra casa da Simone “Barbie” do CEFET (ver a postagem Diários de Guerra) e ficamos matando tempo por lá e conversando (se bem que eu e ela monopolizamos a conversa, né? Foi mal, Digão!). Voltamos pra lá e tinha um pouquinho mais de gente por lá, compramos uma garrafa de Cantina da Serra (“vinho branco”") e ficamos bebendo por lá mesmo antes de entrar. Até que conhecemos e nos entrosamos com um casal de primos que estava por lá, começamos a conversar sobre a vida, o rock'n'roll e – invarivelmente – sobre vestibular! Pronto, conseguimos nos entrosar com o Verne (é, o pai dele é fã do escritor francês de ficção científica) e Gisele (eu não sei como se escreve, por isso vou colocar assim) e assim foi durante todo o show do CPM e metade do show do Biquíni, quando eles tiveram que ir. Ah, eu também encontrei o Walklei Macedo – um amigo meu de infância –, que estava trabalhando por lá, na barraquinha da Pitú. Eu comprei duas latinhas lá. Caras, aquilo tava muito bão. Eu recomendo!


Pois bem, vamos aos shows:
Cara, o show do CPM foi REALMENTE FODAÇO (apesar deles terem subido no palco quase 21 hrs e não entre 17:30 e 18:30, como certa pessoa me disse). Eles tocaram (quase) todas as canções legais deles (o “quase” é porque eles não tocaram Coragem, Garota da TV, Amigos Perdidos e A Alguns Km de Lugar Nenhum), mas eles mandaram bem pra caralho, mandando até músicas dos Ramones (The KKK Took My Baby Away” e “Rock’n’Roll High School”). Porra, o Wally (guitarra e backing vocals) ‘tava usando uma camisa do venerável dinossauro Motörhead, e isso me iludiu achando que eles tocariam memso alguma coisa de Mr. Kilminster e companhia, como “Overkill”, “Baby I’m So Bad, Baby I Don’t Care”, “Ace of Spades”, entre outros clássicos. Só ilusão mesmo. Eu ADORO CPM, mas tenho certeza que tá foda eles tocarem música dessa banda que “toca rock’n’roll e não heavy metal e muito menos trash metal”. Tá foda mesmo, mas valeu assim mesmo. Eles mandaram bem pra caralho, eu me diverti pra caralho. Nota 9,0 – porque eles não tocatam as canções que citei no começo deste parágrafo.
Eu não alimentava muitas esperanças quanto ao show do Biquíni, mas os caras realmente superaram minhas expectativas com a performance e presença de palco. Foi realmente do caralho o que eles fizeram. Eu me diverti bastante, de verdade.


Ok, lá eu encontrei mutia gente do CEFET (dãããã, pra variar, né?), como o Vamberto Patriota [caras, esse é o sobrenome dele mesmo] – que faz Telecomunicações no CEFET, mas que passou em Engenharia da Computação no IESAM este ano –, o Bruno Afonso (um dos meus Sem-Curso favoritos), a Regina e Daniel “Mailo”, o Voile “Detonator”, entre outros (como um cara que fazia Construção do Sistema Rodoviário, que até hoje não sei o nome, mas que é gente fina pra caralho. Nós dois até baixamos o cacete em um cara que queria cacetar ele, mas que se ferrou com a gente), do RPG (como o Walber e uns amigos dele que queriams e entrosar, mas tava foda pra eles) e de outros lugares. Todavia, o melhor mesmo foi encontrar a LEILA CRISTINA SANTOS DE LIMA, diretamente do Ensino Médio Ancheitano, o ex-“cunhado” dela (o Murillo) e o irmãozinho dela (que já está do meu tamanho), o Leandro - além do novo amor da vida dela, diga-se logo. Ela está mais bonita do que a última vez que a vi, e é MUITO LEGAL saber que ela está viva, bonita e levando a vida. Pena que as irmãs bonitas e gostosas dela (Laíse e Letícia) não puderam ir. Mas tudo bem. Ah, antes que eu me esqueça de contar. Aconteceu até uma coisa engraçada ontem à noite: eu estava procurando um amigo meu e uma menina bonitinha (eu até tenho o nome dela: Priscila Canjani Cobo), que me abordou e me perguntou se eu gostava de Los Hermanos e de hardcore. Eu disse “hei, é claro!”. E aí me entrosei com eles, ainda mais porque duas amiguinhas delas que prestarão prova pro CEFET me perguntaram se eu estudava lá e se conhecia muita gente. Pronto! Entrosamento Instantâneo. Essa menina (Priscila) e o irmão dela (que também prestará prova pro CEFET, infelizmente para Ensino Médio) são até de Minas Gerais e estão morando aqui. No final do último show (Biquíni Cavadão), encontrei com eles novamente pra pedir o endereço de Orkut pra Pri (olha essa intimidade! Quá, quá, quá, quá). Eu até pedi pra que ela tirasse uma foto pra eu colocar na minha comunidade do Orkut, e ela o fez. Assim que eu adicioná-la à minha lista de amigos, vou escrever no scrapbook dela (em bom português, scrapbook = livro de recados) pra qual dos meus e-mails ela tem que mandar a foto pra mó de eu colocar no perfil da comunidade. Ah, e desde a hora que entramos (Eu, Digão, Verne e e Gisele) no local onde seria o show, eu fiquei “secando” uma figura que até estava usando a camisa azul da seleção de volêi (aquela que é patrocinada pela Sociedade de Economia Mista mais famosa do Brasil, o Banco do Brasil). Quando eu e o Digão estávamos saindo, eu a vi e cheguei mesmo, com os dois pés, de sola. O nome dela é Cláudia (o sobrenome eu não digo enm pelo caralho) e o da amiguinha dela (tão bonita quanto ela) é Ana (que ficou até meio azeda comigo pois acabei raciocinando como todo mundo raciocina quando ouve o nome dela: em Refrão de Bolero, dos Engenheiros do Hawaii, do álbum A Revolta dos Dândis, do ano de 1987). Voltando à Cláudia: conversamos sobre algumas coisas e quando a perguntei se ela tem conta no Orkut, ela disse que não. Então, perguntei-lhe se tinha conta de MSN. Ela disse que sim e me disse qual era, e eu até anotei, e disse-lhe que quando visse um "comedor-de-asfalto", seria eu. Ela perguntou-me o porquê deste nome, e eu disse que era devido ao meu C-Tec do CEFET (Controle Tecnológico de Solos, Concreto e Asfalto). Ela fez uma cara quando eu disse o MSN de um colega meu que faz Edificações, que é tempestade-de-concreto. (porque fazemos MSN com estes nomes? Sei lá, talvez seja porque gostamos muito do RPG Lobisomem: O Apocalipse, onde os nomes dos personagens são comumente nomes compostos como Dança-Contra-a-Espiral, Nuvem-de-Vapor, Chuva-de-Primavera, Pé-na-Terra, entre MUITOS outros). Infelizmente, o que quebrou o clima é que o Walber chegou com os já citados amiguinhos otários dele,e pra evitar que eles ficassem em cima dela tal qual urubus em cima da carniça, tive que ir e levar as peças junto. Fora isso, correu tudo bem.

Mudando de assunto. Vamos à semana.
Eu passei a semama inteira vegetando, no piloto automático. Tiveram umas coisas estranhas, mas interessantes que salvaram a semana de ser algo realmente triste. Uma delas e a mais importante de todas o que descobri quando fu na casa do Leandro Otávio Vieira Brasil na sexta-feira, logo depois que a chuva “desengrossou”, com o inutuito de pegar minha capa de chuva. Chegando lá, conversamos e conversamos e conversamos. Até que ele me disse o último nome dele (Brasil) e eu perguntei e se ele não tinha nenhum primo chamado Bruno Augusto Brasil, que faz até Biologia na Federal. Ele não sabia responder, e eu disse que ele tem até uma irnmã bonitona que ele não queria que ninguém visse, muito menos falasse com a menina. Até que ele (o Leandro) perguntou pra mãe dele (d. Regina) se a informçação batia mesmo. Ela confirmou. Pooooooooooooooora! Um cara tão legal ser aprente de uma mala sem alça. Porra de novo! Acabei de me lembrar! Se ele é primo do Bruno, com certeza também é primo da Herondina Brasil Boulhosa (ver as postagens Inaguration!, Vida de Cursinho É Uma Merda, Dia do Fim, O Mundo Ainda Não Acabou e Prostituição). CARALHO!!!! Voltando, até que conversa vai, conversa vai, começamos a falar de ex-namoradas e como elas afetam nossos relacionamentos com nossas famílias. Até que, de alguma forma (não me lembro como, sinceramente) começamos a falar sobre viagens de barco pro interior, e ele (eu também não me lembro como) disse que o sobrenome dele é Vieira e que a família da mãe dele é de Juruti. Naõ pensei, disparei: "você tem uma prima japonesinha chamada Graciara Hiroko Vieira Kobayashi?" Ele disse que não sabia, e também não sabia se tinha uma tia chamada Maria das Graças (o nome da mãe dela), que tinha até casado com um japonês que atualmente é oficial de justiça (Kobayashi-Hiroshi-sama) e tido filhos com ele. Algo me diz que a mãe dele certamente e absolutamente é prima da d. Maria das Graças e que o Leandro e a irmã (bonita) dele (a Manuela) são REALMENTE primos de Hiroko, Eiji, Magrela-da-Wyrm e companhia. CARAS, ESTE MUNDO É REALMENTE MUITO PEQUENO!!!!
[Pergunta do dia: “de onde é que você conhece esse Leandro Vieira Brasil?” Ele é amigo do Gleyson Melo Braga, citado em Depois das Preliminares, Finalmente o Finalmente. Ele me apresentou alguns amigos dele, e eu simplesmente não sei o que foi, mas sei que consegui me entrosar muit rápido com os caras. Eu até espantar-me-ia com isso se isso não fosse tão comum de acontecer comigo.]

A outra coisa que marcou esta semana foi que finalmente conheci uma moça com quem só tinha contato por telefone, orkut e raras vezes pelo MSN, chamada Rosanna Cristina Mello. Caras... eu e ela temos realmente muitas coisas em comum (como telefone com créditos e descendentes de japoneses quebrando a nós e nossos corações em pedacinhos bem pequenos). Apesar de ter ido vê-la (caras, ela tem olhos verdes lindos) e de não ter demorado muito tempo por lá, até que valeu a pena tê-la cohecido. Entretanto, eu não ponho fé nenhuma de que possa realmente acontecer algo entre eu e ela. Bem, ia ter jogo (RPG) Quinta-feira, mas não pude ir por causa de ir na casa dela. Eu até passei a tarde na casa do Siro lendo HQ’s e dizendo pra ele dizer pra turma o porque d'eu não ir naquele jogar dia. Já que não demorei muito tempo na casa dela (ela tinha que ir ao hospital ver o ex-noivo dela [o japonês traste inútil, segundo ela], que tinha sido atropelado na Quarta-feira (nada me tira da cabeça que o animal se jogou na frente do carro só pra chamar a atenção dela. SER HUMANO NÃO VALE NADA MESMO!). De lá, fui pra casa do Edjan (Silva Carvalho, citado nas postagens Natal (foda-se o natal!) e Vitórias e Mudanças. Foi à casa dele que eu fui chapado e puto segundo a postagem Decepções de Fim-de-Semana, e foi ele que me emprestou as Vagabond das quais falei em Como Estragar o Primeiro Dia de Seu Ano Novo) pra ver se a galera tava jogando lá. Eles não estavam. Foi a amiga da mãe dele que me deu a porrada: o pai dele, o Professor João de Deus Rosário Carvalho tinha sido hospitalizado por causa de bebida e ele tinha sido levado pelo Ed, pela irmã dele, a Jeane (pra quem fiz até dois poemas, Flor de Lótus e Labiadas, Prímulas, Jacintos-de-Brejo e Tulipas) e mais o João Paulo Silva Assunção (citado em Carnaval, Carnaval, Carnaval... E Eu Fico Triste Quando Chega o Carnaval) tinham ido pro hospital com ele. Ontem de manhã eu até liguei pro Ed pra avisar que eu não ia jogar por causa do show, mas aproveitei para também perguntar pelo seu pai e desejar votos de melhoras para ele. Mais tarde, eu vou até lá para postar esta postagem, ok?



Vou terminando por aqui. A frase do dia é do baterista do Metallica e é assim: “Se você sentar lá e souber que a regra número um é sobre que tudo o que você faz é honesto e é somente um jeito natural e instintiva extensão de si mesmo, então lá vai você.”



Cuidem bem de vocês mesmos!
Até a próxima!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

ACEITE, ESTOU AQUI!

Quinta-feira, 01 de dezembro de 2005
13:59:05

Oi! Faz realmente muito tempo que não escrevo porra nenhuma nesta merda de blog. Pois bem, aqui estou eu de volta. Da última postagem (Continuar Vivendo) até hoje, aconteceram muitas coisas e espero que esteja tudo bem com vocês quando estiverem lendo esta porcaria. Daquela postagem pra cá, mas darei ênfase somente às mais relevantes, como o meu novo vício (Orkut – me disseram e eu não quis acreditar que essa porra viciava, e agora, aqui estou eu, viciado e dando um tempo de internet, senão vocês já viram, né?) e as conseqüências do mesmo (como conseguir encontrar muita gente da Velha Guarda Anchietana, como o Rafael Dória, Tânia Colares [que foi fiscal de prova da sala onde fiz o 2º dia de prova do PSS3 deste ano, como dito na postagem Dia do Fim], Plácido, Takuemura, Rafaela Gurjão, Nadmília e Emília Bendinelli, Lorena Cirino, Raquel Lourençom, além de outras peças que não eram da minha classe mas que eu considerava mesmo assim. Isso sem falar em Mrs. Patrícia Nogueira Coelho, que foi minha professora de Literatura durante todo o Segundo Grau [1998-1999-2000] e em Mrs. Christianne Leite, que foi professora substituta de Mr. Jorge Luís Valente, de Informática, no longínquo ano de 1998. Claro que tem muitas outras peças que conheço que acabei encontrando por lá, como a Laura Haidée Silva Facó e sua prima Danielle Rebecca Silva [from Fortaleza], umas peças do Cefet que raramente vejo [o que não é o caso do Glaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuuber, o Caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarlos e o Jorge "Chorão" Rodrigues Carvalho, entre outras "peças raras"] e outros conhecidos [Albert "Allie" e o Ronaldo {ver O Mundo Ainda Não Acabou} e o mais do que citado em muitas postagens, Márcio Lins de Carvalho], e, claro, os figuras que adicionei a torto e a direito). Isso sem falar na minha irmã e em dois primos meus que não vejo a praticamente seis anos e que estão morando em Manaus os pais deles, com meus tios (o pai deles, meu padrinho, é irmã da minha mãe – citados em Diários de Guerra). Eu tenho "amigo" pra caralho no Orkut; uns 187 na verdade – destes, eu não "conheço de verdade" a Andressa Taeko, a Elaine Isobe Gomes (que converso pelo MSN de vez em quando – MSN Messenger é um assunto a ser tratado mais à frente), uma menina que criou uma conta só pra fazer um personagem de RPG que é jogado via Orkut (este também é um assunto a ser comentado mais à frente) chamada "Celina Ferrer", a Brunela Pancieri (uma muié muito linda que achei na lista de amigos do meu professor de Direito Administrativo [Mr. Sílvio Caminha – ver as postagens Dias Depois Dos Outros e A Day In The Life), a Adriana Silva (uma morena MUITO GATA, que é "amiga" da irmã do Plácido), a Mariana Slomppo, o Breno Garcia (que não sei de que buraco saiu, mas que diz que me conhece do CEFET), o Diego Torres (uma peça que nem sei de onde é, mas que diz que já jogou RPG comigo), o Justino Torres (um português em cuja foto está usando uma camisa vermelha com uma suástica negra imensa. Detalhe principal: ELE É NEGRO!), e só. Quanto aos meus "amigos reais", tem muita gente, como os citados acima, a Vanessa (ver Como Estragar O Primeiro Dia do Seu Ano Novo e Continuar Vivendo), o Raul (ver as postagens citadas para a Vanessa + Depois das Preliminares, Finalmente o Finalmente + Massacre + Dia do Fim) + os irmãos dele (Ramon + Manuela), muitos amigos e conhecidos do CEFET, Anchieta (os citados no começo deste parágrafo), RPG e conhecidos que conheci por aí. Quanto às comunidades... eu acho que faço parte de umas 100, 110, por aí, como Eu Perdi Alguém Especial, Changeman, Betty, A Feia, Blossom Russo, Esquadrão Estelar Flashman, CEFET-Pa (é claro que eu tinha que fazer parte desta comunidade!), Eu Estudei no Anchietinha (outra que eu simplesmente não poderia ficar de fora), Dead Fish, Eu Amo Legião Urbana, Os Feios Vão Dominar o Mundo, a minha comunidade "narcisista" (Eu Cãonhecço o Rafael Garou, que começou com 4 membros, depois passou pra 18, e agora está com 33 membros conhecidos + 5 "entrosadas", das quais 3 eu nunca vi na vida e as outras duas eu só falo "oi" e "tchau" e olhe lá), Belém é um Ovo de Codorna, Eu Curto Arena41, Andarilhos do Asfalto, entre (muitas) outras. Bem que me disseram mesmo que "sua vida não será mais a mesma depois do Orkut".

Caras, ser viciado é foda. E pior do que ser viciado que diz "não, eu não sou porra nenhuma de viciado!" é ser viciado assumido. Eu não presto mesmo pra pegar computador com internet. É só sentar e ir embora sem se importar com o tempo. Agora e concordo que realmente existem males que vem para o bem. Se tivesse internet aqui em casa, tava foda, pois, neste instante, ao invés de estar escrevendo esta postagem, eu estaria é na net, mandando porcaria por e-mail pros meus amigos (a minha lista de contatos do meu e-mail do Yahoo já tem 127 nomes), no Orkut e procurando letras de bandas que eu curto e fotos de pornografia pelos sites (fodaços) que achei na casa do Márcio Lins. Isso é uma merda! Sem falar que meu mais novo vício é o MSN Messenger, que, quando eu sento na frente da tela do PC, são duas páginas abertas pro Orkut e o resto pro MSN, onde costumo conversar com os primos que citei, amigos do CEFET, do Exemplo, do Orkut, mas... caralho... eu queria muuuuito falar mesmo com os caras da Velha Guarda Anchieta, mas é meio foda acha-los, nossos horários não batem. Quem eu fiquei mais perto de encontrar foi a Hela (Tânia Helena Nunes) Colares, mas ela tava em modo "Ocupado". Foi foda!

Como eu vou de vida? Vou muito bem, obrigado. Poderia estar melhor, mas não tenho do que reclamar. Dia 02/09/2005, me inscrevi pro Processo Seletivo da Universidade Federal do Pará mais uma vez. Curso? ENGENHARIA CIVIL. Porém, com um diferencial: EU PAGUEI A INSCRIÇÃO COM O MEU DINHEIRO, COM O DINHEIRO QUE EU PENEI PRA CONSEGUIR!!!! Isso é ótimo, não? Fantástico, pra dizer o mínimo. Todavia, eu não tenho mais saco pra sentar e estudar como eu fazia até o começo deste ano. Simplesmente EU NÃO AGÜENTO MAIS TODA ESSA MERDA. Todos os meus amigos que estão estudando pra isso ou que já estão lá na Federal dizem pra eu agüentar firme que eu vou conseguir. O caso é que eu não consigo mais suportar toda essa porcaria. Neste exato instante, eu deveria estar estudando, mas estou aqui, digitando essa postagem. Último domingo (27/12/2005) teve a Primeira Fase do Processo Seletivo em questão, mas quase que eu choro quando vi a prova. Eu sabia que eu tava ruim, mas não tão ruim assim. Se eu me apaguei em alguma matéria? É claro que sim – Física (todo mundo reclamou da prova), Matemática (idem), Química e Sociologia. Eu fiz 30 pontos chorando. Todo mundo disse que a Segunda Fase (que acontecerá dia 18/12/2005) virá mais "massacration" que a prova de Domingo último. E é por isso que eu vou estudar mais ainda para as matérias do PSS2, apesar de não ter dificuldade nas matérias dentro de Biologia (que, pra falar a verdade, são as únicas partes de Bio que eu curto de verdade: Origem da Vida, Evolução das Espécies, Ecologia e Ecossistemas). Quanto às outras Disciplinas realmente relevantes: Química (Orgânica e Inorgânica), Matemática (Trigonometria) e Física (Hidrostática, Termodinâmica e Acústica). Bem, é só estudar. E estudar. E estudar. E estudar. E estudar. E estudar. Pra ver no que vai dar toda essa merda.

Antes que eu me esqueça: A música Diploma, – que acabei de colocar pra rolar só pra escrever este parágrafo – que eu JURAVA que era do Dead Fish (como dito em Depois da Longa Espera), não é do Dead Fish, e sim de uma banda de hardcore capixaba, assim como o Dead Fish, chamada Noção de Nada. Eu descobri isso última Segunda-feira (28/11/2005), quando passei numa loja de CDs e roupas de rock chamada Ná Figueredo (onde compre o ingresso para o show do Dead que foi cancelado ano passado; ver mais detalhes em Inauguration!, Vida de Cursinho é uma Merda e Decepções de Fim-de-Semana) e vi o CD de uma banda chamada... NOÇÃO DE NADA. Quando vi o nome das músicas, a primeira era Diploma. Logo pedi pra um rapaz que trabalha lá colocar o CD pra tocar pra que eu pudesse ouvir a canção em questão. E não é que a banda é de um amigo do Rodrigo e do Nô (vocal e batera do Dead Fish, respectivamente)?!? A versão original de Diploma é tão legal quanto a gravada pelo Peixe Morto, só que mais pesada e com vocal mais gritado. Quando eu interpretei a letra, cheguei à conclusão de que ela fava sobre amigos que, depois de passarem muito tempo sem se ver, se encontram e fazem um balanço do que viveram. Todavia, segundo o letrista da banda, a música fala de sua “transição do Ensino Médio para a Universidade e como as pessoas são cobradas para fazer universidade, como se um diploma fosse realmente provar quais são as suas verdadeiras habilidades e capacidades”. Em suma, fala sobre vestibular e sociedade. Claro que vou colocar a letra pra vocês darem uma lida e copiarem pra vocês. Aí está:

DIPLOMA
difícil de dizer,
minta
fugindo como sempre fez
deixando por temer,
motivos
e eu sei que não me fez tão bem

e assim deixei a sua mão
(deixei nossa razão)
por não sentirmos mais o mesmo
e evitarmos outra decisão oposta

espero te encontrar
bem
e dizer que tínhamos razão
usarmos isso em nossas vidas
e os erros não serão iguais

tentar e o sofrimento se fará valer



Esta postagem é carinhosamente dedicada a Adma Verônica Ribeiro Nascimento; e aos meus amigos Elias Silva Nascimento + Jackson Sirouteaux Silva Reis (citado em A Day In The Life e Prostituição. Siro, desculpe pela vergonha das lágrimas na sua casa, cara. Você sabe que eu fico horrível quando fico bêbado), que passaram no Processo Seletivo da Universidade da Amazônia em Letras: Vespertino e Gestão Empresarial, respectivamente. Também é dedicada ao grande vagabundo que (como este que vos escreve) não quer porra nenhuma com a vida Fernando André Diniz Santana, que foi aprovado em algum curso no Instituto de Ensino Superior da Amazônia, popularmente conhecido como IESAM.


A frase do dia é do vocalista e letrista e guitarrista do Metallica, James Alan Hetfield, e é assim: “Tudo o que acontece, acontece por uma razão, boa ou ruim”.
Já me disseram isso uma vez

Cuidem bem de vocês mesmos!
Até a próxima!

AINDA HÁ TINTA NA CANETA!

25 de novembro de 2005
Eeeeeeeeeeei! Eu continuo escrevendo poesia! Não de forma freqüente como eu fazia antes, mas continuo escrevendo. Eu escrevi mitos pedaços de textos, versos soltos e coisas assim. De textos realmente completos e relevantes, por enquanto, somente estes, que refletem muito bem o que eu estava sentindo quando eu os escrevi.

POEMA SEM SENTIDO
Este é meu poema sem sentido.
Para todos que não aceitam mais viver.
Este é meu poema sem sentido
Para todos que não aceitam mais lutar.
Este é meu poema sem sentido
Para todos que desaprenderam a amar
Para todos que desaprenderam a viver
E estão reaprendendo todos os dias
Caindo e se levantando
E enxugando seus prantos.
Este é meu poema sem sentido
Para aqueles e para aquelas que eu amo realmente
Mas que não vejo mais por não ter notícias
E tendo que viver para construir suas vidas.
Este é meu poema sem sentido
Para a minha mãe e para a minha irmã
Que duvidam do que sinto de verdade por elas
E que não consigo entendê-las por completo
Assim como elas não fazem o mínimo esforço
Para entender o que se passa de verdade dentro de mim.
Isso me adoece e me queima por dentro como se fosse chama nuclear!
Este é meu poema sem sentido
Para todos que conseguem expressar seus sentimentos para amigos, namoradas e amantes
Mas emudece ao expressar o que sente realmente
Pelo seu pai e pela sua mãe e pelo seu irmão e pela sua irmã e pelos seus irmãos e pelas suas irmãs –
Emudecem e caem em profunda tristeza, vergonha, angústia, raiva e solidão.
Este é meu poema sem sentido
Para todas as pessoas que já choraram bêbadas, fumando, na chuva ou com seus amigos
Ou tudo isso junto de uma vez!
Este é meu poema sem sentido
Para todos que, como eu, já choraram de desespero e tristeza verdadeiros por não passarem no vestibular e por perderem pessoas que gostavam de verdade.
Este é meu poema sem sentido
Para todos cuja tristeza, ansiedade e depressão não deixaram dormir.
Este é meu poema sem sentido
Para todos que estão agora neste instante com os olhos rasos de lágrimas como eu estou agora escrevendo este poema sem sentido.
Este é meu poema sem sentido
Para você que está lendo agora este poema sem sentido que já sentiu algo do que escrevi neste poema sem sentido.
Este é meu poema sem sentido
Apenas e somente mais um poema sem sentido.
este é meu poema sem sentido

:: 13 de setembro de 2005 ::


VANESSOL

É difícil dizer,
É difícil entender,
É difícil andar,
É difícil falar.
Abrir os olhos, levantar da cama
E caminhar
E se manter de pé para lutar
E não chorar:
Quando tudo que foi ensinado se mostra não ser tão certo assim
E não se sabe o que é certo e o que é errado
E não saber mais o que pensar
Nos deixando fracos, confusos, afásicos!
A verdade é que estamos perdidos e escondidos
Dentro de cidade que são nós mesmos –
Cidades nem sempre se dão bem!
Como você vai iluminar a esperança de seus amigos
Se não consegue manter a sua acesa?
E é quando mais se precisa, o coração não responde e a razão se torna indiferente.
Mas eu gostaria de saber o que te dizer
Para deixar você melhor.
Mas eu gostaria de saber o que fazer
Para deixar você menos pior.
Mas por que eu tenho a sensação
De que nada que eu diga, escreva ou faça fará você se sentir melhor
Ou, pelo menos, faça você
Parar de chorar?

:: setembro de 2005 ::


RESISTÊNCIA DO FERRO À COMPRESSÃO
Eu tenho medo de entrar naquele ônibus
E você estiver lá
E não tiver mais lugar pa sentar:
Somente um do seu lado.
Eu tenho medo de chegar lá
E você estiver lá.
Eu gostaria muito de saber
O que fazer e o que dizer
Se você estiver lá.
Eu tenho medo de entrar no ônibus pra ir pra casa
E você estiver lá
E não houver mais lugar pra sentar:
Somente do seu lado ou
Ou somente do meu lado.
O que diabos vai acontecer?
E gostaria muito muito muito de saber
O que fazer o que dizer se isso acontecer:
Quando eu ver você
Quando eu ver seus olhos, que já estiveram nos meus;
Quando eu ver seu rosto, que já esteve colado ao meu;
Quando eu ver sua boca, que muito eu já beijei.
Eu não quero fraquejar se eu te encontrar
Agora que já re-aprendi e descobri:
Que posso viver de novo sem você,
Que posso ser feliz de novo sem você.
“Estou com medo” é diminutivo – Eu estou realmente apavorado!
Só de pensar...
Eu quero muito que isso aconteça
Mas também desejo de todo o meu coração que “NÃO!”
Porque eu não quero ficar triste hoje.

:: 27 de setembro de 2005 ::


TEMPESTADE DE ÁTOMOS
Eu vejo vocês crescendo,
Eu vejo vocês trabalhando,
Entrando e saindo e se formando na universidade,
Casando e tendo filhos e tendo filhas.
E eu queria e quero ser muito um dia ser como vocês
E eu tenho medo de um dia ser como vocês
E de continuar para sempre como eu estou:
Eu permaneço por aqui
Estudando pro vestibular, desempregado
Apenas sonhando dormindo ou acordado com a universidade,
Como sempre e na maioria das vezes
Sozinho e sem rumo para chegar.
E eu me sinto mal quando estou perto de vocês
Por ainda estar assim estagnado.
Foram por estas razões que decidi me afastar da companhia adorável de vocês,
Que são os meus heróis
Mas eu simplesmente não consigo
Não me sentir mal, pequeno, menor, um verdadeiro estúpido e um completo idiota
Quando vocês estão por perto.
Já me disseram tantas e tantas e tantas vezes
Que morrerei sozinho e perdido por aí
Que – por favor, me perdoem! – eu acabei acreditando.
Falar sempre será mais fácil do que sentir
Dizer "não se sinta assim" é mais fácil do que sentir.
Eu vou continuar lutando para chegar onde vocês estão
Se não conseguir, é “tchau” e “adeus para sempre”
Porque eu vou permanecer por aqui.




Espero que vocês tenham curtido!
Até a próxima!

domingo, 30 de outubro de 2005

METALLICA - entrevista [traduzida] à Playboy - parte CINCO de CINCO: FINISHING

METALLICA – entrevista à Playboy
Parte final
Fonte: http://www.metalremains.com/materias.php?id=19


PLAYBOY: O que faria com que você se desarmasse contra o Napster?
ULRICH: Eles têm se mostrados abertos a resolver isto. A única coisa que estávamos atrás era pagar nossos advogados. E nós acreditamos que eles têm capacidade de bloquear o acesso a qualquer banda que queira que seja bloqueada.
HAMMETT: Criticismo é algo com que precisamos sempre lidar, desde o começo. Quando o Kill’em All saiu, não havia nada disso. Quando o segundo álbum saiu, nós tínhamos músicas lentas, pelo amor de Deus! Até nossos fãs nos criticam. Nós vestimos coletes a prova de bala quando se trata de críticas. Para dizer a verdade, nós nos alimentados disso.
HETFIELD: O Metallica ama ser odiado.
HAMMETT: Ama ser odiado, com certeza. Até antes de estarmos na banda, nós éramos estranhos – então essa mentalidade se encaixa bem na gente.

PLAYBOY: Agora que vocês são superstars - não apenas na MTV, mas também na VH1 – é fácil esquecer o quão não populares vocês eram no começo.
HETFIELD: Quando o Lars e eu nos juntamos, nós gostávamos de um tipo de música que não era aceita, especialmente em Los Angeles. Nós éramos rápidos e pesados. Tudo em LA era sobre músicas curtas e pegajosas: Motley Crue, Ratt, Van Halen. E você tinha o visual. O único visual que tínhamos era feio.

PLAYBOY: Ei, mas vocês não eram imunes ao modo de vestir de LA.
HETFIELD: Nós tínhamos nossas lutas contra as calças coladas, com certeza. Você podia mostrar seu pacote. “Vista calças coladas, cara. Isso atrai garotas!”. Na nossa primeira turnê pela América, minha calça colada – eu odeio dizer “minha calça colada”. É uma frase muito má. Ela estava molhada da noite anterior, e eu a estava secando no aquecedor. Um grande buraco abriu bem na junta das pernas. Eu estava meio, “elas não são calças reais, são? Elas parecem meia-calça”. Eu optei por continuar com meu jeans, e esta foi a melhor coisa que já aconteceu. O Lars usou essas calças por toda turnê do álbum preto, embora ele possa negar isso.
ULRICH: Nós éramos bem os excluídos em Los Angeles. No primeiro ano mais ou menos, foi bem solitário.
HETFIELD: Nós fizemos alguns shows em que se nossas namoradas não estivessem lá, não teria ninguém na platéia além do barman. Nós tínhamos alguns fãs mais fiéis que nos seguiam, e eles se tornaram membros da equipe. “Talvez esse cara queira carregar um pouco de equipamento por aí para que não precise fazer isso”.

PLAYBOY: De onde o tema medieval, estilo Dungeons-and-Dragons, que aparecia nas primeiras gravações veio?
HETFIELD: Judas Priest era uma banda que todos nós gostávamos. “Oh, ele escreve sobre isso. Ok, então. Isto é o que você faz para ser metal”. Então nos aprofundamos mais, “vamos escrever sobre o que fazemos”: Whiplash, Hit the Lights e Seek and Destroy, que era só sobre destruir as coisas. Nós tínhamos nossos trabalhos cotidianos. Depois disso, nós fazíamos festas, colocávamos os móveis para fora da casa e destruíamos as juntas. Nós destruímos vestiários só porque deveríamos fazer. Quando você pegava a conta e via, “Nossa! Eu não sabia que Pete Townshend pagou por esta lâmpada!" Voltava da turnê e você não tinha nenhum dinheiro. Você comprou móveis para um monte de produtores.
HAMMETT: Nós bebíamos o dia todo e mal tínhamos tempo para respirar. As pessoas começavam a surgir como moscas sobre a gente, mas nós tínhamos nossa tolerância. Nossa reputação começou a nos preceder. Eu não me lembro da turnê Kill’em All for One – nós começávamos a beber as três ou quatro da tarde.
HETFIELD: Destruir vestiários tinha tudo a ver com a bebida. O pior foi no A Day on the Green. Um amigo e eu, completamente bêbados com Jägermeister, fomos tomados pela idéia de que a comida e as frutas deviam tomar um pouco de vento. “O vento não tá forte o suficiente. Vamos fazer um buraco!”. O trailer foi arruinado. Bill Graham – R.I.P. – era o produtor. Eu fui chamado ao seu escritório. Algo como, “você vai para a diretoria agora". Ele disse, “esta atitude que você teve, eu tive a mesma conversa com Sid Vicious e Keith Moon”. Eu pensei, “Legal! Oh, espera aí - eles estão mortos. Não é tão legal. Talvez eu devesse me controlar”. Eu percebi nesta hora que havia mais em estar em uma banda do que encher o saco das pessoas e destruir coisas.

PLAYBOY: James, o que você achou de Lars depois do primeiro ensaio?
HETFIELD: Lars tinha um kit de bateria bem podre, com um único cimbal. Isso vivia caindo, e tínhamos que parar para ele levantar a porcaria. Ele realmente não era um bom baterista. Até hoje, ele não é o baterista do ano. Todos nós sabemos disso. Quando terminávamos de ensaiar, era como “que merda foi essa?” Nós o obrigávamos a pagar o estúdio também. [risos] Tinha tanta coisa diferente nele. Seu jeito, sua aparência, seu sotaque, sua atitude, seu cheiro. Ele cheirava a – ele cheirava como Dinamarca, eu acho. Eles pensavam diferente sobre banho. Nós usamos sabonete na América.
ULRICH: Crianças americanas, existia esse negócio meio compulsivo de tomar quatro banhos por dia.

PLAYBOY: Bem, você se lavava?
ULRICH: O suficiente para mim. Certo?
HETFIELD: Nós comemos no McDonald’s – ele comia sardinha. Ele era de um mundo diferente. O pai dele era famoso. Ele era bem saído. Um rico, apenas criança. Mimado – é por isso que ele tem essa boca. Ele sabe o que quer, ele vai atrás disso e ele conseguiu isso durante a vida inteira.
ULRICH: Eu sou filho único. Eu vim de uma criação tão liberal quanto você pode imaginar. Eu viajei por todo o mundo com meu pai. Então, sim, James Hetfield e eu viemos de passados muito diferentes. Ao ficarmos mais velhos, provavelmente ficamos mais diferentes.
HETFIELD: Ele me introduziu muitas músicas diferentes. Eu passei muito tempo na sua casa, ouvindo coisas. Eu não podia acreditar o tamanho de sua coleção de discos – eu podia comprar, talvez, no máximo um disco por semana, e ele voltava da loja com 20. Ele comprou Stynx e REO Speedwagon, banda que ele ouviu na Dinamarca. E eu falava, “Mas que merda? Por que você comprou Styx?”
ULRICH: Eu tenho uma personalidade obsessiva. Quando eu me interesso por algo, eu preciso aprender tudo sobre isso, não importa se é sobre cadeiras dinamarquesas da grande era moderna entre 1950 e 1956, ou Jean-Michel Basquiat, ou Oasis. Quando eu tinha nove anos, era tudo sobre Deep Purple. Eu podia passar todo o meu tempo sentado do lado de fora do hotel deles em Copenhagen, esperando Ritchie Blackmore sair para que eu pudesse segui-lo na rua.

PLAYBOY: Já que você gosta tanto da Dinamarca, por que você estava em LA?
ULRICH: Eu terminei a escola na Dinamarca e mudei para a América para buscar uma carreira no tênis. Nós acabamos em Newport Beach, que é o lugar mais arrogante de LA depois de Beverly Hills. Tem todas essas crianças com a porcaria de suas camisas Lacoste rosas, e eu com a minha camiseta do Iron Maiden. Eu acho que havia um ódio por tudo isso, um pouco de alienação. James Hetfield era o rei da alienação. Então houve um pouco desse negócio de irmandade que nos uniu.

PLAYBOY: Quão alienado era James quando você o encontrou?
ULRICH: Eu nunca conheci alguém tão tímido. Ele era realmente recatado, praticamente com medo de contato social. Ele também tinha um problema sério de acne.
HETFIELD: Não há muito que dizer, eu acho. Quando eu conheci Lars, minha mãe tinha acabado de falecer. Todo mundo era o inimigo naquela época. Eu não era bom em falar – isto veio de crescer no ambiente em que eu estava, meio alienado. Eu estava cansado de explicar a minha situação religiosa. Assim que a banda se formou, eu pensei, eu não preciso mais falar. Lars pode falar tudo. Então ninguém entendia sobre o que diabos as músicas falavam [risos].

PLAYBOY: Então, qual era a sua situação religiosa?
HETFIELD: Eu fui criado como um Cientista Cristão, que é uma religião estranha. A regra principal é, Deus vai arrumar tudo. Seu corpo é só um escudo, você não precisa de médicos. Era alienador e difícil de entender. Eu não podia fazer educação física para jogar futebol. Era estranho eu ter que sair das aulas de saúde na escola, e todas as crianças dizerem, “por que você tem que sair? Você é algum tipo de aberração?”. Quando criança, você quer ser parte do time. Eles estavam sempre cochichando sobre você e pensando que você era estranho. Isso era bem chato. Meu pai dava aulas de domingo – ele estava nisso. Isso foi forçado em mim. Nós tínhamos estes pequenos depoimentos, e tinha uma garota que havia quebrado seu braço. Ele se levantou e disse, “eu quebrei meu braço, mas agora, olha, está tudo bem”. Mas estava meio desfigurado. Agora que eu penso sobre isso, é bem desconcertante.

PLAYBOY: Você já fugiu de casa?
HETFIELD: Uma vez, eu e minha irmã nos separamos. Nossos pais nos pegaram cerca de quatro quadras de distância. Eles nos espancaram, basicamente.

PLAYBOY: Então você acredita em bater nos seus filhos?
HETFIELD: Bater nos meus amigos, e suas esposas. Sim, como último recurso. Mas bater exige uma grande explicação do motivo.

PLAYBOY: Como era o relacionamento dos seus pais?
HETFIELD: Era o segundo casamento da minha mãe – eu tenho dois meio-irmãos mais velhos. Eu realmente não via nenhum tumor. Eles não brigavam na frente das crianças. Quando meu pai saiu para uma “viagem de negócios” – por mais de alguns anos, sabe? Eu estava começando o ginásio. Era segredo que ele tinha ido. Finalmente, minha mãe disse, “o pai não vai voltar”. E isso foi bem difícil. Houveram alguns momentos ruins – minha mãe precisava ficar em casa quando nós, crianças, estávamos em casa, ou eu teria matado a minha irmã. Nós nos batíamos pra caramba. Eu me lembro de a queimar com óleo quente, e isto foi, “uau, isto foi longe demais”. Minha mãe se preocupava pra caramba, e isto a deixou doente. Ela escondia isto de nós. De repente, ela estava no hospital. Então, de repente, ela se foi. O câncer a pegou. Nós fomos e passamos a viver com nosso meio-irmão Dave, que é 10 anos mais velho. Minha irmã estava sendo desobediente, então foi mandada pra fora de casa. Eu terminei o colegial, então, “até mais, todo mundo”.
HAMMETT: James vem de um lar destruído, e eu venho de um lar destruído, e quando eu me juntei a banda, nós meio que nos unimos por isso. Eu fui violentado quando criança. Meu pai bebia muito. Ele batia em mim e na minha mãe até que bastante. Eu consegui uma guitarra, e quando eu tinha 15 anos, eu mal saía do meu quarto. Eu lembro de ter afastado meu pai de uma briga com a minha mãe um dia. Minha mãe estava lutando para apoiar a mim e a minha irmã. Eu definitivamente direcionei muito ódio na música. Eu também fui violentado por um vizinho quando eu tinha nove ou dez anos. O cara era um doente maldito. Ele tinha feito sexo com meu cachorro, Tippy. Eu posso rir disso agora – droga, eu ria disso naquela época.

PLAYBOY: Parece que o heavy metal atrai um número desproporcional de pessoas que foram violentadas.
HAMMETT: Eu acho que heavy metal é terapêutico – é a música que acaba com a tensão. Eu acho que é por isso que pessoas que tiveram infâncias realmente ruins são atraídas pelo heavy metal. Ele permite que as pessoas liberem agressividade e tensão de um jeito não violento. Além disso, heavy metal tem um sentimento de comunidade – ele une os excluídos. Heavy metal parece atrair todo tipo de animal sujo, perdidos, sem rumo, que ninguém quer.
ULRICH: Eu sempre tive problemas com isso, pois eu não sinto que eu tenha tido nenhum dano psicológico mais sério em minha vida. Por que isso é limitado ao metal? Se você for a um show do Elton John, as pessoas têm a mesma bagagem emocional. Se você colocar em fila 10 fãs do Metallica em uma parede, você terá 10 histórias diferentes.

PLAYBOY: E três deles mijarão na parede.
ULRICH: Um deles baterá sua cabeça contra a parede, sim. Eu não me sinto tão confortável em aceitar esses tipos de clichés.

PLAYBOY: No começo, você considerou outros nomes além de Metallica?
ULRICH: Nós tínhamos uma lista de 20 nomes possíveis: Nixon, Helldriver, Blitzer. Eu realmente gostava de Thunderfuck.

PLAYBOY: Quando vocês começaram a atrair fãs do sexo feminino?
HAMMETT: As garotas sempre estiveram presentes nos shows. Só que elas não eram muito diferentes dos caras.
ULRICH: Garotas vinham no ônibus e chupavam o ônibus inteiro. Como, “Ok, aqui estão duas garotas, todo mundo fala uma fila”. As pessoas podem dizer, “Eca, ela acabou de chupar o outro cara...”. E daí? Você não precisa enfiar sua língua goela abaixo nela.
HETFIELD: Elas gostavam do que faziam. E, hehe, elas eram boas nisso. Naquela época, nós todos compartilhávamos as coisas. “Eu a comi. Cara, aqui! Pega a minha garota”. Lars usaria o charme nela, falar até chegar nas suas calcinhas. Kirk tinha cara de bebê e isso era bom com as garotas. E Cliff – ele tinha o maior pau. Isso se espalhou, eu acho.
ULRICH: Nós tínhamos este negócio chamado de biscates pesadas – era muito bom. Nós saíamos do palco e havia tipo umas 10 garotas peladas nos chuveiros.
HAMMETT: Eu não consigo imaginar porque de repente eu era bonito. Eu acordei com outra aparência? Uma conta gorda no banco fará você ficar bonito. Ninguém nunca havia me tratado dessa forma antes na minha vida.

PLAYBOY: Quem era o maior galinha da banda?
ULRICH: Todos nós tivemos alguns momentos de boa putaria. Eu não acho que exista alguém nesta banda que não teve momentos de gozos ocasionais.

PLAYBOY: O que você lembra da noite em que Cliff morreu?
HETFIELD: Eu me lembro de acordar com as porcarias voando para todos os lados. Eu quebrei a janela de emergência de cueca, 20 graus, e Cliff não estava lá. Eu lembro de ver suas pernas saindo por de baixo do ônibus. Ele tinha as pernas mais brancas e magras. Eu sabia que ele havia se ido então. O ônibus estava bem em cima dele. Nós estávamos todos no hospital, e nosso manager de turnês disse, “vamos juntar a banda e ir”. Quando ele disse a palavra banda – não era a palavra certa. “Merda, nós não somos mais uma banda". Nós fomos ao bar e começamos a beber.
HAMMETT: Cliff era um cara muito esperto, muito eloqüente. Eu simplesmente não entendo porque ele se foi, e nenhum de nós não.
NEWSTED: Cliff Burton era meu Deus. Ele era o guru. Eu quero dizer, ninguém antes dele e ninguém desde então tocou daquele jeito. As pessoas o copiaram, mas ninguém atingiu seu sentimento ou habilidade.

PLAYBOY: Então você era um grande fã lá em Arizona?
NEWSTED: Metallica foi a grande influência de minha banda, Flotsam and Jetsam. Nós tocávamos praticamente só nas redondezas de Arizona, em clubes e festas desertas.

PLAYBOY: O que é uma festa deserta?
NEWSTED: Você empresta dos seus pais, junta 80 ou 120 dólares, e aluga um gerador por um dia. Pega algumas mesas da escola e faz um palco, e você aluga uma máquina de fumaça. Você pega uns caras para comprar um barril, e diz, “assim que as pessoas chegarem, vocês nos darão 40 dólares.” Você tem o U-Haul preso no buraco, pega algumas mesas e coloca por baixo dos pneus e tenta tirar a caminhonete de lá. Os caras que estão comprando o barril já estão bebendo. É uma hora da tarde. Eles tem magnums .44 do lado deles. Em Arizona, você precisa mostrar sua arma, você pode carregar o que quiser. Já totalmente bêbado, você descobre que elem roubaram um supermercado na noite passada. “Ah sim, nós vamos conseguir dinheiro desses caras”. Então se prepara e toca por uma hora ou duas e os policiais de Scottsdale aparecem e acabam com tudo e isso é o fim. Eu não fiz nenhum dinheiro tocando até entrar no Metallica. O máximo que eu me lembro de ter conseguido – por aquilo que pensávamos ser um grande show – foi US$26 entre nós cinco.

PLAYBOY: Você sente falta disso?
NEWSTED: Eu sinto falta da sujeira. Eu sinto falta da fome. Eu sinto falta da excitação de sair cedo do trabalho para preparar o equipamento no clube. E sete pessoas aparecerem, mas você ainda tocar como se fossem 700. Tinha um Burger King logo do outro lado do principal clube que tocamos – nós pedimos uma montanha de hambúrgueres de 29 centavos. Feliz com isso! “Eu vou pegar uma Coca”. “Não, cara, isto são mais dois hambúrgueres! Foda-se isso! Nós vamos roubar cerveja de alguma dispensa, cara”. Senão seriam batatas cozidas com ketchup roubado do Burger King.

PLAYBOY: Você viu o Metallica enquanto Cliff estava vivo?
NEWSTED: Sim. Em Phoenix, com Wasp, antes de sair o Master of Puppets. Primeira fileira. Bem em frente a Cliff Burton, reverenciando-o. Babando. Bangueando loucamente. Catorze dólares por uma camiseta, que foi todo o dinheiro do mundo naquela época. Nós fomos só pra ver o Metallica. Assim que o Metallica acabou, fomos embora. Eles detonaram, e nós sabíamos que tudo que eles faziam era de coração.

PLAYBOY: Como você soube que ele morreu?
NEWSTED: Um amigo me acordou as seis da manhã. Ele disse, “Você precisa ver o jornal, cara”. Eu lembro de lágrimas molharem o jornal e ver o papel se encharcar. Nós usamos munhequeiras pretas quando tocamos os shows seguintes.

PLAYBOY: Depois que você soube que o Cliff morreu, quanto tempo passou até que você pensou, hmm, Metallica vai precisar de um novo baixista?
NEWSTED: Eu sonhei com esse dia. Algo como, e se, e se, e se?

PLAYBOY: Eles te trouxeram a São Francisco para uma audição. Você estava nervoso?
NEWSTED: A semana inteira, eu não dormi. Eu posso ter cochilado algumas vezes. Por cinco dias eu fiquei de pé e toquei o máximo que pude. Bolhas e bolhas estouraram. Quando eu não conseguia sentir o nervo interno enquanto eu tocava a corda, eu parava um pouco. Uns amigos meus juntaram algum dinheiro para pagar os US$140 da passagem de avião para eu ir a minha audição.

PLAYBOY: Bem tosco eles não terem pagado sua passagem de avião. Eles foram duros nas pessoas que estavam fazendo audição?
NEWSTED: Um cara veio, ele tinha o baixo autografado por um cara do Quiet Riot ou algo assim. E o James só falou, “Próximo!” Desse jeito, antes do cara ter chance de plugar o baixo. Os caras eram, tipo, detonados.

PLAYBOY: Conte-me sobre o primeiro ano com eles.
NEWSTED: Difícil. E muitos testes emocionais.
HETFIELD: Nós estávamos lamentando com raiva. “Você está aqui ao invés do Cliff, então é isso que você ganha”. Era terapia pra gente.
NEWSTED: Um dia, às 4 da manhã, eles esmurraram e bateram na minha porta do hotel e nós estávamos em Nova Iorque. “Levanta, maldito! É hora de beber! Viado!” Sabe? “Você está no Metallica agora! É melhor você abrir essa porcaria de porta!”. Eles continuaram batendo. Kaboom! A moldura da porta partiu, e a porta veio voando. E eles vieram, “você devia ter atendido a porta, puto!”. Eles pegaram o lençol e o enrolaram comigo dentro. Eles colocaram as cadeiras, mesa, rack da TV – tudo do quarto – em cima do lençol. Eles jogaram minhas roupas, minhas fitas, meus sapatos pela janela. Creme de barbear por todos os espelhos, pasta de dente em todos os lugares. Só devastação. Eles saíram correndo pela porta, “Bem vindo à banda, cara!”.

PLAYBOY:
Você sabia que eles estavam falando às pessoas que você era gay?
NEWSTED:
Não. Quero dizer, cara, tinha tanta coisa, que isso é detalhe mínimo.

PLAYBOY:
Por que eles faziam isso e por que você aturava isso?
NEWSTED:
Porque era o Metallica, era meu sonho que virava realidade, cara. Eu estava realmente frustrado, de saco cheio e me sentindo indesejado. Eles fizeram isso para ver se eu podia agüentar. Se você vai vestir os sapatos de Cliff Burton, você precisa ser resistente.

PLAYBOY:
Ok, caras, quem bebia mais no Alcohollica?
HAMMETT:
James. Ele bebia meia garrafa de Jägermeister sozinho, e ainda bebia vodka.
ULRICH:
James Hetfield: Se eu e James começássemos a beber na mesma hora, seis horas de licor forte depois, eu estaria caído. Por um bom tempo, ele estava bebendo álcool em um nível diferente de nós.
HETFIELD:
Eu. Eu tinha que tomar uma garrafa de vodka para me divertir. Eu estou surpreso de ainda estar vivo.
NEWSTED:
Essa é uma pergunta difícil. Dedo a dedo, eu acho que Lars. Ele pode chegar em um nível diferente, pois é dinamarquês. Eles são acostumados desde pequeno.
ULRICH:
[risos] Eu tinha uma mentalidade meio que de períodos; se eu bebesse por três dias, então eu não colocaria nenhuma gota nos próximos quatro.
NEWSTED:
James é o único que já bebeu tanto que não pôde aparecer no ensaio ou para fotos. Ele é o único que realmente se envenenou.
HAMMETT:
Jason não bebe tanto quando o resto de nós. Ele gosta de fumar maconha.

PLAYBOY:
Pessoas que gostam de música rápida geralmente gostam de drogas rápidas. A banda já se envolveu com speed?
HAMMETT:
Speed é uma má palavra em nosso campo. Mas viciados em speed nos amam.
ULRICH:
James é o único que nunca realmente gostou de nenhum tipo de droga. Eu, Jason, Kirk e Cliff estávamos sempre experimentando coisas diferentes em um nível mais alto.
HAMMETT:
Cocaína definitivamente tem estado presente em nossas vidas. Você sai com outros músicos, e a próxima coisa que sabe, você tem cinco caras esmagados dentro de um banheiro. Eu tive um problema ruim com coca na turnê do ... And Justice for All, mas eu saí disso, pois isso me deprimia, basicamente. Eu tentei heroína uma vez. Eu sou grato por ter odiado isso.
ULRICH:
Eu tentei ácido uma vez; eu estava totalmente com medo. A única droga que eu realmente usei foi cocaína. Ela me dava algumas horas a mais de bebida. E muita gente usa isso como forma de se aproximar de você, e você cai nisso. Eu ia em círculos e dizia, “tá certo, eu vou parar com isso por um tempo”. E eu parei por seis meses.

PLAYBOY:
Jason, com o passar do tempo, a banda parou de te atormentar?
NEWSTED:
Na verdade, eles ficaram mais duros com o passar do tempo. O segundo e terceiro anos foram os mais brutais. Ao invés de brincadeiras fraternais, haviam coisas que magoavam profundamente e eram baseadas no desrespeito.

PLAYBOY:
O que eles fizeram que foi tão desrespeitoso?
NEWSTED:
Abaixar o volume do baixo no ... And Justice for All. Não ouvir minhas idéias, musicalmente.

PLAYBOY:
O Jason está no …And Justice for All?
HETFIELD:
Sua foto está lá [gargalhadas]. Alguém me mandou um CD de brincadeira, com um adesivo do lado de fora escrito, “... And Justice for All – agora com baixo!”
ULRICH:
É o único álbum nosso que eu não me sinto confortável com ele. Virou sobre habilidade e quase atlético, ao invés de música.

PLAYBOY:
Bandas são geralmente como famílias, e parece que esta família briga bastante.
HAMMETT:
Tem muita novela e dramas secundários que aparecem por estar nesta banda. Eu me sinto como referendo. Eu tenho sido o intermediador entre James e Lars, e eu tenho sido o intermediador entre Lars e Jason.
HETFIELD:
Vivem falando o nome de Lars, não é? [Risos] Ele geralmente é o instigador, com sua boca. Ele pode ser mala de verdade algumas vezes, e ter atitudes. Eu o soquei no palco uma vez – provavelmente nosso terceiro show já feito. Nós combinamos que tocaríamos Let It Loose para nosso encore, mas ele foi lá e começou uma música diferente, Killing Time, porque começava com bateria. Eu virei: “Ei, filho da puta!”. Eu não conseguia lembrar as letras, foi uma falha completa.
ULRICH:
Eu comecei a música que eu queria tocar. Eu não me lembro porque – talvez eu achasse que combinava melhor com o encore. E ele me socou.
HETFIELD:
Eu me lembro de jogá-lo contra seu kit de bateria algumas vezes, jogar alguns cimbals, cortando sua cabeça.
ULRICH:
Eu tive algumas brigas com o Jason.
HAMMETT:
Eu nunca bati em ninguém da banda. Eu pratico muito ioga atualmente, e leio muita filosofia oriental. Eu acredito muito em karma: nada de carne, nada de bife, nada de porco, nada de frango.
HETFIELD:
Eu definitivamente não sou o cara mais esperto da banda, então ganhar um argumento intelectual não vai acontecer. Partir para a violência costumava funcionar. E intimidar.
HAMMETT:
Quando James vem gritando até você, ele pode intimidar.

PLAYBOY:
Muitas coisas ruins aconteceram com o Metallica. Isto significa que a banda tem um karma ruim?
HAMMETT:
Bem possível. Tá louco, nós passamos por muita coisa. Tem que ser karma. Eu não sei se é a energia que nossas músicas liberam. As pessoas direcionam a energia de nossas músicas – 90 porcento do tempo isso é bom, mas talvez 10 porcento do tempo seja ruim. Eu ouvi histórias de skinheads ouvindo nossas músicas e tatuando títulos delas em seus braços com grandes suásticas logo abaixo. Talvez seja só karma pessoal. Talvez o motivo de James ter tido tantos acidentes seja por causa de seu próprio karma, e isto afeta a banda.

PLAYBOY:
Como você descreveria a mudança que veio depois de ... And Justice for All, começando com o álbum preto?
ULRICH:
Os primeiros discos foram sobre força bruta, coisas desse tipo. Enquanto James passava a se sentir mais confortável, elementos de vulnerabilidade e confusão apareceram, com coisas menos bate-cabeça. Ao invés de “está tudo fodido e eu vou matar tudo quando acordar”, é mais como, “está tudo fodido e eu estou realmente sofrendo com isso”.
HETFIELD:
No álbum preto, quando eu fui escrever as letras, eu não sabia sobre o que escrever. Eu estava tentando escrever letras que a banda poderia dar suporte – mas nós quatro somos indivíduos completamente diferentes. Então a única forma foi entrar.

PLAYBOY:
Sobre todas as coisas que você escreveu, James, qual foi a música que você mais hesitou em gravar?
HETFIELD:
Nothing Else Matters. Foi uma grande virada. Era sensível.

PLAYBOY:
Falando sobre isso, Nothing Else Matters é meio que no estilo da música Babe do Styx.
HETFIELD:
Vai se foder. Vai se foder totalmente [sorrisos]. Eu não achei que a banda fosse gostar. Mas eles foram bem abertos a ela.
HAMMETT:
Tudo que eu podia pensar na época era, James escrevendo uma música de amor para sua namorada? Isso é estranho.
NEWSTED:
A princípio, eu não achei que soava muito Metallica para mim. Eu gosto das coisas rápidas, pesadas. Eu não acho que o Metallica deve fazer country. Nós chegamos bem perto disso com Mama Said (do Load). Eu não achei que isso foi muito bom pra mim.
HAMMETT: James sempre quer parecer esse cara que é muito confiante e forte. E para ele escrever letras como aquela – mostrando um lado sensível – precisou ter colhões. Lars, Jason e eu estávamos nos divorciando. Eu estava destruído emocionalmente. Eu estava tentando me livrar desses sentimentos de culpa e falha e direcioná-los a música, para conseguir algo positivo disso. Jason e Lars também estavam, e eu acho que isso tem muito a ver sobre o porque do álbum preto soar como soa.

PLAYBOY:
Antes, vocês eram uma das bandas mais populares de heavy metal. Com o álbum preto, vocês se tornaram mainstream.
NEWSTED:
Assim que aparecemos na MTV, garotas mais bonitas começaram a aparecer nos shows. De um dia pro outro.
HAMMETT:
Pode soar clichê, mas garotas gostam de melodia, elas gostam de músicas calmas, tranqüilas. E se é isso que faz com que elas caiam na nossa armadilha, mais energia nisso.

PLAYBOY:
Você pensa que...
HETFIELD:
Não. Eu não gosto de pensar.

PLAYBOY:
Apenas alguns poucos álbuns venderam mais de 10 milhões de cópias. Você acha que o álbum preto é o maior disco da banda?
HETFIELD:
Existem algumas músicas lá que eu não gosto. Through the Never foi um pouco irracional. Don’t Tread on Me, provavelmente não é um das minhas músicas favoritas musicalmente. Holier Than Thou foi um das músicas mais bobas, mais no estilo antigo de escrever.

PLAYBOY:
Quando o Load saiu em seguida, vocês estavam de cabelo curto e estavam usando maquiagem e roupas da moda. Foi uma grande mudança de jeans e mullets.
HAMMETT:
Foi só uma fase. Era a moda da época. Vai saber? Nós podemos fazer algo ainda mais extremo no futuro.

PLAYBOY:
Como o Hetfield de vestido?
HAMMETT:
Eu acho que isso seria extremo [risos].
HETFIELD:
Eu deixei o Lars e o Kirk tomarem um pouco a frente de nossa imagem. Eu realmente não gosto de ver isso agora. Nossos fãs vinham, “o que aconteceu com o Metallica, a rebeldia, o cabelo comprido, a nojeira, a banda do vai-se-foder?”. Agora era U2 ou Stone Temple Pilots, ou alguma outra banda apoiada em uma imagem. Por que diabos nós precisávamos disso? Foi simplesmente estúpido. Jason e eu não gostávamos disso – Kirk e Lars estavam animados. Você ou ri disso ou acaba com isso. Eu estou fazendo ambos, na verdade.

PLAYBOY:
Vocês eram meio bonitos sem os mullets.
HETFIELD:
Ah, pô! Mullets detonam. Cara, eu quero ter cabelo comprido e curto ao mesmo tempo.
HAMMETT:
Eu nunca tive mullet, certo?
NEWSTED:
Eu não vou admitir o mullet por mais do que três meses em 1987.
ULRICH:
Provavelmente só o James que teve um mullet.

PLAYBOY:
Bem, com certeza parece um mullet o que você tem no encarte do Garage Inc., Lars. E se o James deixasse crescer de novo seu mullet?
HAMMETT:
Se ele deixar, eu vou pintar meu cabelo de rosa. “Você pode ter cabelos engraçados? Então eu também posso!”.

PLAYBOY:
James, você é pró-armas e pró-ambientalista. Você votou no Al Gore?
HETFIELD:
Não. Eu tenho medo que alguém tire minhas armas de mim.

PLAYBOY:
Então você votou no Bush?
HETFIELD:
Não. Você precisa ir à cidade pra votar. Então eu não vou votar.

PLAYBOY:
Você descreve beber e tocar como terapêutico. Você já esteve em uma terapia de verdade?
HETFIELD:
[Concorda com a cabeça] Na época do Load, eu senti que eu queria parar de beber. “Talvez eu esteja deixando passar algo. Todo mundo parece tão feliz todo o tempo. Eu quero ficar feliz”. Eu planejava minha vida ao redor de uma bebedeira: “Os Misfits vão tocar na cidade na sexta à noite, então sábado é dia de ressaca”. Eu perdi muitos dias da minha vida. Indo a terapia por um ano, eu aprendi muito sobre mim mesmo. Tem muitas coisas que te deixam marcas quando você está crescendo, você não sabe porque. A música Bleeding Me (no Load) é sobre isso: eu estava tentando sangrar tudo de ruim, tirar o mau de dentro. Enquanto estava indo a terapia, eu descobri algumas coisas feias lá. Um ponto negro.

PLAYBOY:
Então o maior bebedor do Alcohollica parou de beber?
HETFIELD:
Eu fiquei mais de um ano sem beber – e os céus não se partiram. Era só vida, mas menos divertida. O mau não saiu. Eu não estava rindo, não estava tendo momento bons. Eu percebi, beber é uma parte de mim. Agora eu sei até onde ir. Você não pode estar de ressaca quando tem crianças, cara. “Pai, cai fora do tapete, porra!”. Bem, eles não dizem isso – ainda.

PLAYBOY:
Você já foi ao AA?
HETFIELD:
Eu não diria que eu sou um alcoólatra – mas então, sabe, alcoólatras não dizem que eles são alcoólatras.

PLAYBOY:
Nessa época, você estava passando mais tempo com seu pai. Como foi isso?
HETFIELD:
Começou bem mal. Muito bravo com ele por ter feito a minha família do jeito que era. Nunca foi um negócio de pai e filho de verdade de novo.
HAMMETT:
James costumava ser um bêbado raivoso, sem controle, sempre brigando, sempre se envolvendo com problemas. Ele é bem mais paciente agora. Eu acho que isso tem muito a ver com o falecimento de seu pai [em 1996, durante a turnê do Load]. Depois disso, ele ficou simplesmente muito mais apreciativo, pensativo e piedoso.

PLAYBOY:
James nos ataca como uma forma de caipira mais ameno.
HAMMETT:
Eu concordo com isso 100 porcento. Ele vive um tipo de vida que é fácil zoar: ele vive no campo, bebe muita cerveja, tem um monte de arma, vai a caça.
HETFIELD:
Eu como vegetais também, cara. Eles são fáceis demais de matar. Cenouras não tem chance de correr. Eu acho que os animais estão lá pra gente. Nós estamos no topo da cadeia alimentar.

PLAYBOY:
Talvez você devesse ir em uma viagem para caçar com algumas daquelas bandas que suportam o PETA, como a Indigo Girls.
HETFIELD:
Quem eu deveria matar primeiro? Oh, elas me caçando?

PLAYBOY:
Você se sente desconfortável com o nível de homofobia no metal?
ULRICH:
Totalmente. Ultimamente, por que que eu e o Kirk enfiamos nossas línguas na goela um dos outro de vez em quando em frente as câmeras? O mundo do metal precisa ficar puto o máximo possível. Quando a banda começou, todo mundo sentaria ao redor provando sua heterossexualidade xingando gays e coisas do tipo. Algo como, “oh, viado maldito”. Isso te eleva a um nível melhor de macho? Eu nunca entendi isso.

PLAYBOY:
Nós ouvimos que o James usa a palavra viado brincando. Isso significa que ele é homofóbico?
HAMMETT:
Hm, provavelmente. James não teve muitas experiências com pessoas gays, e isto é uma razão para ser homofóbico. Ele precisa se abrir mais nessa área.
ULRICH:
Eu sei que ele é homofóbico. Não tem o questionar sobre isso. Eu acho que homofobia é questionar sua sexualidade e não estar confortável com isso.

PLAYBOY:
Pela primeira vez em anos, existem várias bandas de metal no topo das paradas. A maioria delas são bem ruins, não são?
HAMMETT:
Tem muita coisa podre. Muita coisa chupinhada também. Aquela música do Papa Roach (Last Resort), o riff principal é de uma música do Iron Maiden chamada Hallowed By Thy Name.
HETFIELD:
Limp Bizkit parece meio infantil pra mim. Eu não gosto de algum cara só gritando. Como Rage Against the Machine – não é sobre cantar, é só um cara meio que bravo, falando sua opinião.
HAMMETT:
Para mim, Limp Bizkit soa como um Korn de segunda categoria. Korn tem um vocalista muito melhor que é de alguma forma inteligente. Muitas dessas bandas pegam os ingredientes certos, a fórmula certa, e – voilà – eles têm uma banda de metal. Uma banda como Godsmack é só uma mistura de Metallica com Alice in Chains, com um pouco de Korn jogado no meio.
HETFIELD:
Queens of the Stone Age é único. Esta banda Rocket From the Crypt me faz sentir bem.

PLAYBOY:
Três de vocês são casados, dois de vocês têm filhos. O que mudou?
NEWSTED:
Cinco anos atrás, a banda era prioridade sobre todas as coisas. Agora, famílias vêm em primeiro lugar. Eu entendo isso. Uma família é importante. Eu sou o único que não é casado, e a música ainda é a maior parte da minha vida. Eu quero dizer, Black Sabbath é a minha banda número um de todos os tempos, mas o Metallica fez mais pelo metal. O Metallica é a maior banda de metal pesado que já existiu. Eu quero manter isso forte. Mas o Metallica é apenas uma parte da minha vida musical, certo? Esses caras estarão felizes ficando seis meses longe da música. Eles têm outras coisas em suas mentes. Se eu tentar ficar seis dias sem tocar com alguém, coisas com ansiedade acontecem comigo.

PLAYBOY:
Parece que essa sabatina está te frustrando.
NEWSTED:
Sim. James e Lars começaram este negócio juntos. Eles passaram por todas as dificuldades. E eles têm sentimentos realmente sérios com a banda, sobre como ela deve correr. Isto é muito, muito difícil de engolir algumas vezes. Eu acho que nosso entendimento é que nós não queremos ser como as outras bandas, que pessoas saem e fazem projetos paralelos. Eu fiz algumas músicas incrivelmente maravilhosas com outros músicos. Elas simplesmente deixariam as pessoas de queixo caído – elas deixaram pessoas de queixo caído. Mas eu não posso lançar.

PLAYBOY:
James e Lars não te deixam?
NEWSTED:
Não é o Lars.
HETFIELD:
Nós simplesmente não concordamos com projetos paralelos. Fãs sempre viram o Metallica como algo em que podem confiar: nós estamos sempre lá, sempre fortes, e isto é uma banda. Nós somos os mesmos caras desde o começo, essencialmente. O único jeito de sair desta banda é se você morrer. Quando você diz Metallica, você sabe quem é: Lars, James, Kirk e – uh, quem é esse cara? Jason [risos]. Quando alguém faz um projeto paralelo, ele toma parte da força do Metallica. Então tem esse negócio feio ultimamente. E não devia ser discutida na imprensa.
NEWSTED:
James Hetfield é o coração e alma e orgulho do Metallica, o protetor do nome. Eu não saí para desrespeitá-lo.

PLAYBOY:
Mas ele poderia te respeitar ao te deixar lançar o álbum?
NEWSTED:
Nós estamos chegando bem próximos de coisas que não devíamos falar. Eu queria que ele visse que esta música é realmente parte de mim, como sua infância foi parte dele.

PLAYBOY:
O que o James disse quando você o disse que queria lançar o álbum?
NEWSTED:
Eu não entrarei nisso. Nós temos que mudar de assunto.
HETFIELD:
Onde isso irá terminar? Ele começará a fazer turnês com isso? Ele vende camisetas? Isso é a banda dele? Essa é a parte que eu não gosto. É como se estivesse traindo sua esposa de certa forma. Nós somos todos casados com o Metallica. Casados uns com os outros.

PLAYBOY:
Então o que o Jason deve fazer durante este hiato?
HETFIELD:
Eu não sei, porra. Eu não sou o agente de viagens dele.
HAMMETT:
Eu só espero que possamos sobreviver a isto inteiros, sem cortar os pescoços uns dos outros.

PLAYBOY:
Lars, você acha que o Jason devia poder lançar seu álbum?
ULRICH:
Eu não conseguiria o olhar nos olhos e dizer, “você não pode lançar esse álbum”. Isso não é quem eu sou como pessoa. Isso é tudo que eu tenho a dizer. Eu não posso me envolver nesses conflitos. Eu tenho problemas com a minha vida familiar, com a minha esposa, que pesam mais do que, como, se o James Hetfield e Jason Newsted estão se bicando.

PLAYBOY:
E se o Jason lançar isso de qualquer forma?
HETFIELD:
Eu não sei. Isso me desapontaria muito.

PLAYBOY:
Como é o disco?
HAMMETT:
É um ótimo álbum.
ULRICH:
É um álbum legal, bem blues, tipo uma versão mais pop de Stevie Ray Vaughan.
HETFIELD:
É respeitável.
HAMMETT:
Eu falei com Jason por horas a fio. Eu estou bravo por ele. James exige lealdade e unidade, e eu respeito isso, mas eu não acho que ele perceba a seqüência de eventos que ele está colocando em jogo. Jason come, dorme e respira música. Eu acho que é moralmente errado manter alguém longe daquilo que o mantém feliz. Esse álbum sempre estará disponível em algum formato – seja no Napster ou nas lojas, as pessoas vão ouvir.

PLAYBOY:
Não seria engraçado se o Jason lançasse seu álbum no Napster?
HAMMETT:
Isto seria realmente irônico.
HETFIELD:
Eu não ligo de parecer o cuzão da banda. Bem, dentro da banda. Desde que os fãs pensem que o Lars que é o cuzão, está tudo bem [risos].
NEWSTED:
James está em até que vários discos: no filme do South Park, quando Kenny vai para o inferno, James está cantando, e ele está simplesmente em todos os álbuns do Corrosion of Conformity. Isto é um tiro nele, mas eu vou guardar. Eu não posso tocar as minhas coisas, mas ele pode tocar com outras pessoas.
HETFIELD:
Meu nome não está nessas gravações. E eu não vou tentar vendê-las.

PLAYBOY:
Você quer lealdade e unidade na banda, mas se você for muito ditador, você pode acabar perdendo membros da banda. Nós temos três palavras pra você: Guns n’ Roses.
HETFIELD:
Essas são três palavras feias [risos]. Eles são um exemplo trivial de egos fora de controle. Nós definitivamente não estamos em uma situação a la Guns n’ Roses. Nunca chegará a esse ponto. Eu mataria todos nós antes disso acontecer.

PLAYBOY:
Então tem três contra um aqui: você é o único contra deixar Jason lançar seu disco. Este conflito pode ser resolvido?
HETFIELD:
Alguns de nós terão que se dobrar um pouco.

PLAYBOY:
Ou se abrir.
HETFIELD:
Minhas costas doem, então não será eu.

PLAYBOY:
Todos estes conflitos realmente ajudam a banda?
ULRICH: Você usou bastante a palavra conflito nos últimos 15 minutos. Ultimamente, nós temos um amor e respeito uns pelos outros que sobressai os bicamentos. O negócio chave é, nós ainda estamos aqui. Nós somos os únicos que ainda estamos aqui. Seja lá que conflitos que você esteja falando, nós ainda achamos uma forma de existir como uma unidade funcional, e praticamente ao deixar cair as toalhas ir ao palco e botar pra quebrar.

PLAYBOY:
Esta é a tensão usual dentro do Metallica ou está pior agora?
ULRICH:
Esta é uma boa pergunta. É um período interessante de entrevistar nós quatro separadamente. Você está ouvindo pessoas se abrirem – praticamente te usando como intermediário. Como James e Jason não se telefonam, então eles estão conversando através de você.

PLAYBOY:
Você e James não têm se falado também.
ULRICH:
Eu não falo com ele há um tempo, isso é verdade.
HETFIELD:
Ele não me ligou. Eu tenho certeza que ele vai falar que eu não liguei para ele.
ULRICH:
É um pouco de teimosia de rock star. Algo como, “ele não está me telefonando, então eu não vou ligar pra ele. Foda-se ele”.
HETFIELD:
Nós dois precisamos de um tempo distante; eu e este cara estamos juntos há 20 anos, cara. É um negócio extremo de amor e ódio, sabe?
ULRICH:
Nós estivemos neste cenário centenas de vezes antes. Na estrada algumas vezes, nós não nos falamos por uma semana. Eu e James Hetfield somos as duas pessoas mais opostas neste planeta.

PLAYBOY:
Sua esposa, Skylar, já namorou Matt Damon, e ele a tornou a modelo para a divisão feminina da Good Will Hunting. Alguns anos atrás, Matt te descreveu como um “rock star que conseguiu US$80 milhões e seu próprio jatinho – um rock star ruim, também”.
ULRICH:
Ele disse isso antes de nos conhecermos. E ele pediu desculpas cerca de centenas de vezes. As primeiras cinco vezes que eu o vi, ele passou 10 minutos pedindo desculpas. Ele é um amor.

PLAYBOY:
E você é um colecionador de arte, o que é um hobby pouco comum para um baterista de metal. Que escolas você coleciona?
ULRICH:
Expressionismo abstrato, o movimento Cobra, arte seca. Eu sou dono de muito Basquiat, muito Dubuffet, muito Kooning. Eu tenho a melhor coleção de Asger Jorn neste planeta. Eu tenho o que é universalmente considerado como uma das duas grandes pinturas de Basquiat; eu passei um ano e meio a caçando. Sair no backstage com o Kid Rock é algo excitante, mas não menos do que sentar e observar meu Dubuffet por uma hora com um gim tônica.

PLAYBOY:
Nos conte sobre a turnê de 1992 com o Guns n’ Roses, quando uma explosão pirotécnica o queimou durante um show em Montreal. Quão graves eram as queimaduras?
HETFIELD:
Foi até os ossos. Minha mão parecia um hambúrguer. Não importava a quantidade de água que jogava, a dor vinha na hora. A parte mais dolorosa foi a terapia física – eles arrancavam a pele com uma espátula. Era brutal. Eu tomava remédios também, e ainda dói pra caralho.

PLAYBOY:
Falando de dor, você já teve dores de cabeça?
HETFIELD:
Você tá dizendo que está alto demais? Precisa ser alto. Você deve sentir em todo lugar.

PLAYBOY:
O Metallica fez bem menos shows do que de costume no último ano.
NEWSTED:
Nós fizemos talvez 30 ou 40 shows, e isto é provavelmente o mínimo que já fizemos. Metallica geralmente faz de 150 a 250 shows em um ano.
HAMMETT:
Eu não tenho nada contra não fazer mais turnês que duram o ano todo.
ULRICH:
Dez anos atrás, nós queríamos tocar o máximo de shows possíveis e nos divertimos o máximo possível. Agora, tocar 200 shows em North Dakota não é tão estimulante quanto costumava ser. Algumas vezes é ótimo estar no palco, e outras vezes os shows em si se tornam totalmente medíocres e você só está meio que passando por eles. Quanto mais velhos ficamos, e mais curta é a turnê, melhor ficamos.

PLAYBOY: Por quanto tempo a banda pode continuar, dado o esforço físico de suas músicas?
NEWSTED:
É limitado. As pessoas nunca me verão fraco, nunca me verão simplesmente de pé lá no palco. Quando o dia que eu não puder tocar chegar, eu caio fora. É assim.
HETFIELD: Um mullet branco parece bom.

PLAYBOY: Existe algum truque para escrever uma música do Metallica?
NEWSTED:
Cerca de 90 porcento das músicas do Metallica são em E menor, porque a escala vocal do James é limitada - embora ele tenha desenvolvido seus limites.

PLAYBOY: Alguma chance do Metallica seguir a direção do rap-metal?
NEWSTED:
Não. Sem rap no Metallica.
ULRICH: As chances do James Hetfield ir na direção do rap estão provavelmente entre zero e menos um.

PLAYBOY: Da sua perspectiva como um fã do Metallica, Jason, deve ser interessante ver James continuar evoluindo desde Nothing Else Matters.
NEWSTED:
Onde eram trevas antes, agora tem muita luz, desde que as crianças de James entraram em cena. As trevas sempre estarão lá, por causa do estrago feito, mas existe um grande ponto brilhante agora.
HAMMETT: Nós não podemos cantar sobre flores e dias felizes e ensolarados, sabe?

PLAYBOY: Então, James, a próxima leva de músicas serão felizes?
HETFIELD:
Yeah, eu vou começar a escrever sobre minha casa e família e cachorro. Olha, sempre tem algum tumor para escrever, e agora, dentro da banda, pode ter algum combustível muito bom.

PLAYBOY: No próximo disco, nós podemos esperar uma música chamada...
HETFIELD:
Projetos Paralelos [risos]. Sempre terá alguma coisa que te deixará puto. Alguma coisa que você gostaria de mudar. Alguma coisa que te confunde. Tudo que eu preciso fazer é ir a São Francisco por um dia - eu fico puto o suficiente por uma semana.

PLAYBOY: Você é feliz no casamento, pai de duas crianças, você já fez terapia. Você até escreveu uma música de amor. Você ainda consegue achar a parte negra?
HETFIELD:
Eu sei que ainda está lá, e como chegar lá. Eu posso visitá-la e sair de novo. É uma parte negra que você não consegue se livrar.





(Eduardo Rodrigo Picanço Marchand, Bruno Carlos Ferreira Neves, Daniel Sullivan
Queiros Mascarenhas e Lucas Pontes, os maiores fãs de Metallica que eu conheço – esta postagem é pra pra vocês!)

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

METALLICA - entrevista [traduzida] à Playboy - parte QUATRO de CINCO

METALLICA – entrevista à Playboy
Parte quatro
Fonte: http://www.metalremains.com/materias.php?id=18


ULRICH: “Todos nós tivemos alguns momentos de boa putaria. Eu não acho que exista alguém nesta banda que não teve momentos de gozos ocasionais”



PLAYBOY: Talvez você estivesse certo nos méritos. Mas é difícil que as pessoas simpatizem com os ricos.
ULRICH: Sim, é. Então passa a ser sobre “aqueles rock stars gananciosos”. Mas entenda, 80 milhões de discos depois, eu não sei o que fazer com todo o dinheiro que eu tenho. Então podemos falar sobre qual é o problema real? O problema real, pra mim, é a escolha. Eu quero escolher o que acontece com a minha música. Está bem claro que o futuro é vender sua música online. Mas o senso comum lhe dirá que você não poderá fazer isso se o cara do lado estiver dando isso de graça.

PLAYBOY: Quando você começou sua campanha contra o Napster, você sabia que demoraria tanto?
ULRICH: Eu não tinha a menor idéia, não. Todo esse negócio de Lars-Ulrich-cara-das-propriedades-intelecutais não é algo que eu busquei.

PLAYBOY: Você ficou surpreso quando foi vaiado no palco em Setembro no MTV Video Music Awards?
ULRICH: Eu não percebi isso enquanto estava lá em cima. Quando saí do palco, e as pessoas estavam falando, “nossa, você lidou com as vaias muito bem”. E eu estava como, “que vaias?”.

PLAYBOY: Que surpresa, pois você parecia realmente incomodado.
ULRICH: Eu estava meio bêbado. Foi o pior evento de premiação, sem ofensa, que eu já fui. Eu saí, fui jantar com alguns amigos e tomei algumas bebidas.

PLAYBOY: Quando o criador do Napster, Shawn Fanning, apareceu com uma camiseta do Metallica, eles cortaram para a platéia e você pareceu perplexo.
ULRICH: Você precisa entender, tudo isso foi planejado. Eles pediram para eu apresentar um prêmio para Shawn Fanning. No dia anterior ao evento, os advogados do Napster o tiraram disso. Eles acharam que eu faria algo grosseiro ou ofensivo a ele. A MTV perguntou, “você tem algum problema com ele entrando com uma camiseta do Metallica?”. Eu falei algo como, “Vai fundo”. Eu sabia disso tudo – eu estava só fingindo estar dormindo. Eu coloquei a minha mão sobre meu rosto, atordoado. Foi tudo meio atuação.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

METALLICA - entrevista [traduzida] à Playboy - parte TRÊS de CINCO

METALLICA – entrevista à Playboy
Parte três
Fonte: http://www.metalremains.com/materias.php?id=17


HAMMETT: “Criticismo é algo com que precisamos sempre lidar. Até nossos fãs nos criticam. Nós vestimos coletes a prova de bala. Para dizer a verdade, nós nos alimentamos disso”



PLAYBOY: Apesar de sua loquacidade natural, como o Lars se tornou o porta-voz da banda contra o Napster?
HETFIELD: Minha esposa e eu estávamos tendo nosso segundo filho [Castor, nascido em Maio de 2000]. E minha família é número um. Então o Lars teve que correr com a tocha, e houve alguns movimentos ruins. Você sabe, o Lars pode falar demais e ser uma criança ranhenta às vezes. Eu me abaixei em algumas entrevistas: “oh cara, não fala isso”.
ULRICH: Eu disse algumas coisas que eram bem próximas de bestas. Quando o Limp Bizkit apoiou o Napster e pagou 2 milhões [de dólares] para tocar nessa “turnê gratuita” – é possível tocar shows de graça sem ter dinheiro de patrocinadores, porque nós fazemos isso – eu disse que era besteira total. Eu sei que muita gente odeia o Fred Durst, mas eu acho ele muito talentoso. Eu e Fred nos beijamos e nos acertamos. Quando eu abro a minha boca, na maioria das vezes algo eloqüente sai, e de vez em quando eu falo muita merda. Eu estou ciente disso.

PLAYBOY: Que tipo de coisas os fãs falaram na sua cara?
HETFIELD: Alguns fãs falaram, “deixe o Napster sozinho, cara” – se eles fossem suicidas [risos]. Mas isto era depois do “Metallica detona, cara”. Então você transformaria seu “obrigado” em um “vai se foder”. Eu entrei em várias discussões com os fãs que queriam “discutir” isso. Essa pobre garota em Atlanta, eu a fiz chorar. Ela achou que dinheiro era mau. Por que você não vai viver no Canadá ou algum país socialista?
ULRICH: Se você parar de ser um fã do Metallica porque eu não dou minha música de graça, então vai se foder. Eu não quero que você seja um fã do Metallica.
HAMMETT: Eu ainda estou chocado com a reação que as pessoas têm. Eu achei que era tão óbvio: as pessoas estão pegando nossa música quando não deveriam, e nós queremos pará-los. Computadores fazem parecer que você não está roubando, porque tudo que está fazendo é pressionar um botão. O principal é, roubar não é certo.

PLAYBOY: Vocês deixam muita gente brava. No grupo de Usenet do Metallica tem um tópico chamado “Kirk e Lars são gays”.
HAMMETT: Isso mostra a falta de criatividade. Isso é como chamar alguém de “gordo”.