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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

terça-feira, 30 de maio de 2017

[poema sem título]

[!sem título!]

AH!, quem me dera, quem me dera
Passar as pontas dos dedos em Vossa barriga
E então Vos abraçar por trás
Afundando o rosto em Vossos cabelos.
Ah, Iansã[1] e Frigga[2] me permitissem
Abrir com as pontas dos indicadores e médios
Vossos punhos cerrados
E então cruzarmos os dedos
E então que tais Mães tragam Chuva
Quando nós de testas dadas
E eu procurar Vosso nariz com o meu
E Vossa boca com a minha
E então Ela à minha.
Comunguemos através de um beijo
Também simultaneamente
Em um abraço 
(a um abraço).
Repouse as palmas das mãos e queixo em meus ombros
Enquanto minhas mãos em Vossa bunda e rosto em Vossos cabelos.
Lágrimas não desatarão Vossa maquiagem
E sim Procela
(mais cedo ou mais tarde suor produzido a dois
[¿será?]
[¡TOMARA!]).
Tomara um dia
Enfim um dia
Finalmente um dia
Nós deitados, enquanto Aiê[3] se desfaz em chuva,
Eu colocando Vossos cabelos atrás de Vossas orelhas
Ver Vossos olhos, à altura dos meus, brilhando a fogo baixo,
Nossos pés se aquecendo juntos
Enquanto adormecemos abraçados
durante esse quase-escurecer.

[1] Nas religiões de matriz africana, deusa dos ventos e tempestades; filha de Iemanjá e irmã de Xangô – deus da justiça –, Ogum – deus dos metais e da guerra –, Ossaim – deus das ervas e da cura –, Omulu – deus das enfermidades – e dos Ibejis – os deuses da infância. 
[2] Segundo vários mitólogos, este nome é um dos vários utilizados para, na mitologia nórdica, designar a deusa Frigg, esposa de Óðinn.
[3] Nas religiões de matriz africana, o mundo material, onde os humanos residem, já que Orum é a morada dos deuses. O mito de sua criação tem várias versões, mas conheço somente as presentes n’As Melhores Histórias da Mitologia Africana, de A.S. Franchini e Carmem Segranfredo (Artes e Ofícios, 2009, 246 páginas) e As Senhoras Pássaros da Noite, de Carlos Eugênio Marcondes de Moura (Edusp/ Axis Mundi, 1994). 



:: Seminários de Pesquisa, Prof. Dr. Douglas Rodrigues da Conceição ::
:: 30 de maio de 2017 ::

domingo, 28 de maio de 2017

¡poema sem título!

[!sem título!]

É difícil esquecer o gosto e o cheiro de Vossa pele?
É difícil esquecer a textura e o sabor de Vossos lábios?
O que dizer de Vossos braços ao redor de meu pescoço?
O que dizer de Vossa voz melodiosa sussurrante a meus ouvidos?
Quando novamente...
Quando enfim outra vez...
Através de contato:
Vossa pele à minha tornando-se um só cheiro e gosto?
Vossos lábios aos meus tornando-se uma só textura e sabor?
Vossos braços ao redor de meu pescoço e meus braços ao redor de Vossa cintura?
Vossa voz melodiosa sussurrante a meus ouvidos?
Mesmo que as dúvidas mais pertinentes sejam
“Quando finalmente Vós despida diante meus olhos?”
E “então as pontas de meus dedos descendo de Vossas orelhas por Vosso tórax até
(Oh!, Mãe Gaea!)
os contornos de Vossas ancas e quadris?”
Suave e lírica sois a meus olhos...
Linearmente charmosa e interessante sois de meu agrado...
Agradavelmente e pertinentemente questionadora a mim insofismavelmente fascinante...
Sois a Fogueira que, então acesa, Não-Mais-Escuridão:
A-Fogueira-enquanto-Questionamento e Escuridão-enquanto-Desconhecimento
A Vontade e o Desejo em contraposto ao Medo e a Necedade.
Permita-me tocar-Vos enquanto Divindade e Totem e (então) simplesmente Humana
– mais que Humana, Divindade e Totem Mulher –
e entrar em combustão por estar Convosco e em Vossa presença
a ponto de não sobrar(mos) tampouco pó e cinzas;
Permita-me, Vós de olhos cerrados e deitada sobre meu corpo,
colocar Vossos cabelos atrás de Vossas orelhas
e ter Vossos lábios a contato direto e imaculado e tenro aos meus
e então voltarmos adormecer
somente ao som de nosso conjunto respirar.  

:: Introdução às Ciências da Religião, Prof.ª. Drª. Daniela Cordovil Vieira dos Santos ::
:: 27 de abril de 2017 ::

quarta-feira, 10 de maio de 2017

“Cada ser histórico transporta consigo uma grande parte da humanidade anterior à História. Esse é um fato que, sem dúvida, nunca foi esquecido nem mesmo nos tempos mais inclementes do positivismo: quem, melhor do que um positivista, sabia que o homem é um ‘animal’, definido e regido pelos mesmos instintos dos seus irmãos irracionais?”
– Mircea Eliade (1907-1986), “Simbolismo e Psicanálise”. IN: Imagens e Símbolos. Trad. Maria Adozinda Oliveira Soares.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

FLOR AMOROSA - poema

♪♫Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem porque
É uma rosa orgulhosa, presunçosa, tão vaidosa
Pois olha a rosa tem prazer em ser beijada, é flor, é flor
Oh, dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor
Em uma taça perfumada de coral

Um beijo dar não vejo mal
É um sinal de que por ti me apaixonei

Talvez em sonhos foi que te beijei
Se tu pudesses extirpar dos lábios meus
Um beijo teu tira-o por Deus
Vê se me arrancas esse odor de resedá

Sangra-me a boca, é um favor, vem cá
Não deves mais fazer questão
Já perdi, queres mais, toma o coração
Ah, tem dó dos meus ais, perdão
Sim ou não, sim ou não
Olha que eu estou ajoelhado

A te beijar, a te oscular os pés

Sob os teus, sob os teus olhos tão cruéis
Se tu não me quiseres perdoar
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar
Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim

A mim, a mim
Oh, por que juras mil torturas
Mil agruras, por que juras?
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê 
Só por um beijo, um gracejo, tanto pejo
Mas por quê?
– Catulo da Paixão Cearense, “Flor amorosa”.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

poemas escritos no mesmo dia para a mesma guria

[aula da manhã]

RITOS DE REPETIÇÃO (NECESSIDADE)

SABE o que eu preciso?
Preciso Vos ver acordando.
Sabe o que eu preciso?
Fazer-Vos suar como um porco-prestes-a-morrer
De tanto fuder
De tanto gozar.
Sabe o que necessito?
Vós sobre mim, Vossos pés sobre minhas coxas ou joelhos
Vossa barriga friccionando à minha
Avermelhando quase fogo.
Necessito veementemente:
Vosso emitir de sons ininteligíveis
Enquanto penetração e consequente orgasmo;
Vós de quatro em uma cama
Para eu me apoiar nos pés enquanto Vos penetro
E as mãos presas à Vossa cintura
“Até onde alcanço?”
“Será que chego/alcanço Vosso útero?”;
Simultaneamente/Inclusive
Amarrar Vossos cabelos com uma mão
Durante penetração
A fins de saber (até) onde Vosso pescoço verga
Facilitando/Dificultando
Vosso cantar de Renovar-(d)o-Mundo.
E, creio eu,
Vejo eu,
Que a Mulher e o Homem enquanto Um
São (como) um Ritual de Honra aos Deuses de Renascimento e Vida e Criação
Comunhão ao Universo e à Criação
Enquanto Si mesmos.
Sabe o que eu preciso?
Sabe o que necessito?
Dormir em Vossos braços eternamente
Tendo a insofismável certeza
De ter sempre de Vossos melhores beijos e sorrisos
Toda vez que acordar. 

:: Introdução às Ciências da Religião, Prof.ª. Dr.ª. Daniela Cordovil Silva Correa ::

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[aula da tarde]

A DISSIMETRIA QUALITATIVA

SEI que já falei em outro(s) poema(s)
Que desejo estar eternamente em Vossos braços
As mãos em Vossa bunda
Enquanto Vossas mãos e queixo em meus ombros
Enquanto chove.
Poderia ser, poderia ser
Durante chuva torrencial e frio de inverno Alemão
Ou Siberiano-Fronteiriço-à-China
Ou Groenlandês
No litoral Russo que seja possível ver o Japão.
Ou em uma praia, qualquer praia
Mas que não faça sol
Vossa pele reflete a luz do sol e/ou das estrelas
Quando estás despida?
Ah, vontade…
Vontade!
Vontade de sentir Vossa respiração antes de beijares testa e nariz
Sentir o apertar no corpo de Vossas unhas e Vossos dentes
Enquanto serdes por mim internamente aberta no momento de Vos penetrar.
Expirarás pela boca ou pelo nariz
(enquanto boca fechada)
Neste momento?
Em-Verde-Queimarás-meus-olhos?
(ou não).
Juntos partiremos este Mundo MundoS!
Seremos Terremotos e Maremotos e Furações e Infestações!
Através da destruição deste Mundo como hoje é conhecido
Reunificaremos o material com o espiritual!
E então, por fim, eu Vosso leito e repouso:
Vossos seios e barriga às minhas costas
Virilha e cintura e ancas aos meus quadris
Lábios e narinas à minha nuca e pescoço e ombros.
Inquestionavelmente com todo e existente grado atlasiano
Suportar-Vos-ei.
Com a Força e Vontade concedidas mediante orações e danças e cantorias e oferendas a todas às divindades totêmicas
Carregar-Vos-ei
E incessantemente
Amar-Vos-ei
Até não haver mais Mundo e Mundos
Até que não haja mais nada além de 
Amor. 

:: Linguagens da Religião, Prof.ª. Dr.ª. Maria Roseli Sousa Santos ::

“Nossas lâminas se encontraram com um estrondo que ecoou pela floresta, e quase o matei no primeiro golpe. Foi mais por sorte que ele deteve parcialmente minha estocada feroz, e a ponta de minha espada lhe atravessou toda a pele da mandíbula, de modo que o sangue lhe jorrou na parte da armadura que lhe protegia o pescoço. Ele gritou feito um cão louco, mas o ferimento lhe deu juízo e o fez perceber que não estava diante de uma brincadeira de criança.
Ele brandiu sua lâmina com toda a força e habilidade, e não o achei um espadachim médio. Bom para mim, que havia aprendido a arte pela melhor lâmina da França, pois este patife de barba negra era forte, habilidoso, e cheio de truques sujos e subterfúgios assassinos, através dos quais eu soube que ele não era um homem honesto, mas um sicário, um daqueles matadores pagos que vendem suas espadas a qualquer um que possa lhes pagar o salário.
Mas eu não era inocente naquele jogo, e minha rapidez de olhos, mãos e pés era tal, que nenhum homem poderia igualar. Falhando em todos os truques e estratégias, o barba-negra tentou me derrubar com pura força bruta, despejando golpes trovejantes sobre minha guarda com toda a sua força. Mas isto não lhe foi de melhor serventia, porque, apesar de eu ser mulher, meu corpo era como se fosse de molas de aço e ossos de baleia, e tinha a arte de desviar seus golpes antes que eles fossem bem começados e, deste modo, evitar sua fúria total. Dentro em pouco, sua respiração começou a assobiar através de seus dentes expostos, a espuma começou a se misturar com o sangue em sua barba, e sua barriga a ofegar sob sua couraça.”
– Robert Ervin Howard, “Espadas para a França”. IN: A Espadachim e outras Aventuras Históricas. Trad. Fernando Nesser de Aragão.
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