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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

“[...] não se deve deixar que a dicotomia entre ‘mulher de família’ e ‘mulher prostituta’ esconda que as duas versões ou posições advêm de um mesmo núcleo de sentido fundante: o feminino é todo ele pensado como objeto e como interdito. O feminino posto unilateralmente pelo imaginário dominante como único objeto da sexualidade passa a ser o objeto por excelência da interdição. Assim,  toda a sexualidade  feminina é concebida pelo imaginário dominante como aquela que se esquiva para se oferecer. Assim, ao mesmo tempo que se diz que a mulher é o objeto passivo da sexualidade, sempre se supõe uma iniciativa indireta e o signo da interdição. Não há, assim, qualquer possibilidade de substancialização das categorias de ‘mulher de família’  e ‘mulher prostituta’. Elas podem sempre se transmutar uma em outra, porque é a referência ao ‘ego’ masculino que as constitui. O feminino visto da posição exterior, tanto para os olhares masculinos como femininos, enquanto se está falando das outras mulheres, o feminino é transitivo, ou melhor, transicional. Apresenta-se como a construção de uma sexualidade de gênero que se funda no transitar entre a posição de seduzir e a posição de esquiva, entre a posição de feminino sagrado e de feminino impuro. A ambivalência e a transicionalidade entre estes dois lugares é o que constitui o imaginário da sexualidade feminina.” 
– MACHADO, Lia Zanotta. Masculinidade, sexualidade e estupro: as construções da virilidade. cadernos pagu (11) 1998: pp.231-273.

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