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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sexta-feira, 24 de abril de 2020

RAMPAGE: SEDE DE VINGANÇA - crítica e análise do filme

ouvindo: Maurice Jarre, Enemy Mine (Original Motion Picture Soundtrack), de 1985

“A polícia disse que eu reagi
E que eu tinha um rifle comigo ali
E abri fogo sem discutir

Mesmo que não faça o menor sentido
Por que de um ato tão desmedido
De nada mais eu duvido”
– Matanza, “Remédios Demais”.

eu meio que ‘tava procurando alguma outra coisa pra comentar no post de hoje. ia ser uma HQ randômica aqui no meio das que tenho lido. ou mesmo alguns dos filmes que separei pra divagar sobre por aqui, mas ai eu ‘tava procurando o trailer do Possuída pelo tesão pra colocar no post de ontem e achei esse Rampage pr’assistir porque, ó a putaria, crente eu que só tinha aquele filme de 2018 com o The Rock.
Rampage é de 2009, com direção et produção et roteiro de Uwe Boll
Rampage: Destruição Total, de 2018, dirigido por Brad Peyton (Terremoto: A Falha de San Andreas, Dr. Calça Dimensional) e escrito por ele + Carlton Cuse + Ryan J. Condal + Adam Sztykiel, baseado no jogo da Midway Softwarehouse, de 1986
esse Rampage é de 2009 e tem direção et produção et roteiro de Uwe Boll[1], que é velho conhecido, nada desconhecido dos cinéfilos que acompanham as constantes cagadas que faz com as adaptações de videogames tanto pra cinema quanto pras animações. sabem como é, nem todas são do naipe de Mortal Kombat Legends: A Vingança de Fábio Scorpion, sabem[2]? e o nome do Uwe Boll não é um dos que certamente inspiram confiança, visto que já deu umas forras com House of the Dead, de 2003; Alone In The Dark, de 2005. e Far Cry, de 2008, mas lindamente cagou e vomitou no coreto na trilogia Bloodrayne, sendo que a série original do game já é um caralho de ruim. seu primeiro filme fora da Alemanha[3], Blackwoods, não é ruim, inclusive[4].
Blackwoods, de 2002, dirigido por Uwe Boll e escrito por ele + Robert Dean Klein[5]
House of the Dead, de 2003, dirigido e produzido por Uwe Boll, escrito por Mark A. Altman e Dave Parker, com base no jogo homônimo produzido em conjunto pela Sega Softwarehouse e pela Wow Softwarehouse
Alone In The Dark, de 2005, dirigido e produzido por Uwe Boll, escrito por Elan Mastai, Michael Roesch e Peter Scheerer, com base no jogo homônimo produzido em conjunto pelas Softwarehouses Infogrames, Krisalis, Darkworks, Spiral House, Pocket Studios, Eden Games, Hydravision e Pure FPS
Far Cry, de 2008, dirigido e produzido por Uwe Boll, escrito por Michael Roesch, Peter Scheerer e Masaji Takei, com base no jogo homônimo produzido pelas Softwarehouses Cytek e Ubisoft

bom, ó, Rampage… ESTE Rampage não é ruim e só ‘tô confeccionando este post porque, quando fui procurar referências desse filme, além das que ‘tavam na wiki em inglês (onde encontro as informações dos filmes que comento aqui[5]), pessoal pirou pra caralho dizendo que [Rampage] era o Um Dia de Fúria da década passada. 
Um Dia de Fúria, de 1993, dirigido por Joel Schumacher e escrito por Ebbe Roe Smith
ai eu fiquei “‘TÁ DOIDO, NÉ, CARALHO?!?”. ai já era pra eu estar dormindo e vi o filme pra ver se o sono chegava e eu dormia logo (como se eu já não tivesse filme suficiente pra ver que podia me servir para tanto). ai, no final, “é, vale o post sim”.

“POR QUE RAMPAGE?!?”
Rampage tem violência gratuita e motivo besta. APARENTEMENTE besta. enquanto Um Dia de Fúria critica o meio de vida capitalista que destrói o espírito humano de dentro pra fora e de fora pra dentro tendo William Foster como protagonista deste julgamento, no texto de Boll há a cidade fictícia de Tenderville, no estado estadunidense[6] do Oregon, onde Bill Williamson (Brendan Fletcher [Freddy vs. Jason, Alone in the Dark, Possuída pelo tesão 2: Força Incontrolável]), filho de Sarah (Lynda Boyd [Sou Espião, Ela é o Cara, Outro Conto da Nova Cinderela, O Invasor, Missão: Marte) e Alan Williamson (Matt Frewer [Orphan Black, 12 Macacos {a série da SyFy}, Geração X - O Filme, Heróis Por Acaso, Watchmen)
Bill, tal qual este que vos fala, é um fudido fracassado na vida, sem perspectiva e que mora na casa dos pais, e que estes o cobram pra picar a mula de lá porque ele já tá muito velho pra morar com eles etc etc etc toda essa merda. e Bill, como este que vos fala, ‘tá puto com o mundo ao seu redor, indústrias, superpopulação, ricos ficando cada vez mais ricos, pobres ficando cada vez mais pobres, superpoluição, consumo excessivo de carne e, não fucking obstante, Bill ainda tem seu grilo falante, um bom dum cretino chamado Evan Drince (Shaun Sipos [Premonição 2, Os Garotos Perdidos 2: A Tribo, O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua]), que ainda mete a maior pilha no que fazer: seu próprio projeto de controle populacional para que poucos possam usufruir o que muitos estão consumindo violentamente e desesperadamente e -mente -mente -mente o que seria de direito dos merecedores de fato, NA CABEÇA DELE (papinho muitão canalha, diga-se logo).
mas o papel do Evan é receber em sua casa o maquinário que Williamson encomenda às custas de uma miséria de salário obtida em um trabalho de mecânico em uma oficina onde seu chefe vive torrando a porra do seu saco. “no que consiste tal maquinário?”armas, munição e equipamento pra montar uma armadura à prova de balas para que Bill exerça seu “projeto de controle populacional”, começando por estourar um furgão na delegacia de polícia do condado e depois saiu metendo bala em todo mundo que vê pela frente (“um GTA em live-action”, “um Carmaggedon sem carro”, como vi em alguns comentários sobre o filme). CREIO EU que os maiores momentos de tensão, os em que rola a tensão mais aloprada do universo desse filme são quando ele entra num bingo e começa a passear por lá e quando ele entra em um salão de beleza. as duas situações terminam de modos bastante idiossincráticos e a Ginger Katharine Isabelle Fitzgerald até aparece em uma delas.
Ô, ELA AI, GENTE! 
VAI TER QUE VER O FILME PRA DESCOBRIR QUAL É DAS DUAS CENAS
mas ai que Bill chega a uma agência bancária, passa fogo em todo mundo e, antes de fazer isso com o gerente dela, leva toda a grana em caixa da agência. 
o final round do filme é quando, no caminho para encontrar Evan em um jogo de pinball, a polícia local o encontra e tenta o fechar na pista claro queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee 
isso NÃO ROLA 
os canas até tentam fechar Bill em uma parada mas ele explode o carro nas caras deles, os atrasando. explosão tem muito menos que tiro mas todas são muito bem pontuadas. Bill encontra Evan, o mata, e monta uma cena que faz as autoridades pensarem que (Evan) foi todo o responsável pela caralhada que aprontou, ao recitar da frase “Eu fiz de você o mártir que sempre quis ser” e não ajudar nada o pai de Evan, Christopher Llyod (Robert Clarke [Polar, O 6º Dia, Anne with an E]), ter sido militante contra a Guerra dos Estados Unidos Vietnã.
com as investigações em andamento e Drince-pai-pai ter dito pra investigarem Bill, este último aproveita pra pegar a grana e cair fora, sumindo do mapa.

a aproximação geral inicial que dá pra fazer dos dois textos é que Foster e Williamson são dois homens brancos frustrados com o país como está e como está país ferrou com eles, sendo que tem que imediatamente fazer algo a respeito, ainda mais por não se sentirem representados por ninguém que possa fazer algo por eles. os bonitões só não se tocam que ‘tá todo mundo devidamente fudido no mesmo barco de condenação fodelação brutal. e essa falta de percepção/noção/empatia que os fazem tomar as atitudes que tomam, ainda que por métodos e motivações ainda que aqui e ali diferentes.
tira do ilustrador brasileiro Neto Destro que exprime muitaço bem o que acabei de falar no último parágrafo. encontrei no Twitter @EXerosqui, curte lá e segue pra dar essa força.
a segunda aproximação geral dos textos é que eles possibilitam fazer duas análises, a de nível amplo a de nível pessoal. a primeira é sobre como as pessoas veem o mundo onde estão, como se relacionam com o mundo (isso inclui outras pessoas) ao seu redor e o que fazem a respeito disso, inclusive votando em quem votam, tendo determinados candidatos como “devidamente representativos”. a segunda é sobre como nos vemos, como cada um de nós se vê enquanto pessoa e parte do mundo, cada um de nós se relaciona com o mundo ao seu redor e o que faz a respeito disso.creio que a violência exacerbada de Rampage, os momentos de tensão, a fotografia e a edição com velocidade de videoclipe (cortesia da fotografia de Mathias Neumann e da edição de Thomas Sabinsky) podem ser, creio, representações fílmicas de como cada um de nós se vê enquanto pessoa e parte do mundo e ser social atuante ou não.
Arte, se não for para provocar reflexão e crítica, nem serve.
cinema é Arte e, por mais que digam o contrário, a política e a crítica estão lá.
sim, inclusive em Rampage


[1] não, não é parente do Heinrich Theodor Böll. deixa da tua loucura, caralho.
[2] sim, vou encher o saco pra caralho sim.
[3] POR QUE NÃO ‘TÔ ADMIRADO DUMA PRAGA DESSA SER DA ALEMANHA?!?!
[4] caralho que já ‘tô usando essa palavra mais do que eu gostaria.
[5] Carol, eu já baixei o filme que tu me sugeriste via Instagram pra comentar, agora só falta coragem!
[6] ficou uma coisa essa junção de palavras, né? foda-se, velho. ‘saporra vai ficar assim mesmo.
[7] Guerra dos Estados Unidos é como esse conflito é chamado na Ásia (exceto Israel).










BIS 
ZU 
DEM 
BREAKING 
FUCKING 
NEUEN 
POST
!!!!

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