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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 16 de julho de 2018

JUSTICEIRO – FASES CLOONAN E ROSENBERG

O Justiceiro, né?
Sou suspeitão pra falar qualquer coisa do Justiceiro – batizado Francis Castligione, mais conhecido como Frank Castle –, todo mundo que me conhece a fundo (UI!) sabe disso.
Fizeram de tudo com o personagem criado pelo escritor Gerry Conway e pelos artistas Ross Andru e John Romita, Sr., enfim batizado pelo Stanley “Stan Lee” Lieber, cuja primeira aparição foi na edição 129 de The Amazing Spider-Man, de 1974, até poderes angelicais pra ele caçar demônios e outras porras from hell. Sorte que não durou muito. A nível midiático, só não botaram o cara pra cantar e dançar e ser mestre cuca... De resto... É, muita coisa, eu que ‘tô falando merda, já...
Apesar de altos e muitos baixos, é de consenso geral que a melhor fase dele, aclamada por crítica e público, foi a roteirizada pelo Garth Ennis (já falei muito disso por aqui, mas ‘tô com preguiça de procurar os posts) até meados da década passada. Um dia, eu upo tudo desse interim pra geral baixar, mas um belo dia encontrei TUDO dele no GetComics, num Überpacote de TREZE FUCKING GIGAS. Se tiveres espaço no HD e tempo e disposição suficientes pra ler EM INGLÊS (ah, pensou que seria tudo em português/português brasileiro? “Pensou errado, otário!”) nesse link aqui.

Mas, sim, simbora pro que interessa.
Becky Cloonan e Matthew Rosenberg no Justiceiro.

A Cloonan não é uma roteirista ruim, de verdade. Ela dá muitas forras.
Ai ela, em 2012, deu o azar de trampar com o Brian Wood (cuja magnus opus, na minha opnião, é DMZ, da Vertigo [que também comentei aqui]) em Conan, quando ainda era da Dark Horse, quando só todo mundo caiu matando em cima da dupla por ter zoado o Cimério na clássica saga A Rainha da Costa Negra (“diretamente” adaptada do conto homônimo do também supramencionado pra caralho Robert Ervin Howard). Mas convenhamos que eles pegaram as cadeiras que foram SÓ do Kurt Busiek e pelo Cary Nord e pelo Dave Stewart. SÓ. DO. KURT. BUSIEK. E. DO. CARY. NORD. E. DO. DAVE. STEWART. Se eles não tivessem chego antes, ninguém ia frescar com a nova abordagem deles.







































































































































































Papo furado. Ia sim. Eu mesmo detonei os dois. Falei pra caralho. Quis que fossem empalados e eviscerados e queimados em praça pública. Ninguém que curte Conan curtiu. Se fosse outro personagem, criado por ela e pelo Wood – ainda que inspirado, descaradamente inspirado no Conan –, porra, beleza. Não com o Conan.
Ai quando ela foi escalada pro Justiceiro, como roteirista, TODO O UNIVERSO ficou “égua, não”.
“égua, não”
“égua, não”
“égua, não”
“égua, não”
Ela fez TODO O UNIVERSO
COLOCAR 
A
LÍNGUA
NO
CU

Nosso problema – de nós, fãs do Justiceiro – queríamos que todo roteirista fosse um Garth Ennis. Beleza, né?
A gente se fudeu.
O Kid Bengala bateu de pau mole nas nossas caras quando vimos Franken Castle pra colocar o Frank “de volta” no universo 616. Isso na década passada. Então que a gente passou a ler meio que no automático. Ai a Marvel rebotou de novo (eu nem vou comentar essa porra de reboot aqui, que foi só pra passar raiva, pra compensar toda a raiva dos últimos reboots e grandes sagas da DC). SÓ QUE o Nathan Edmondson (Viúva Negra, X-Men, a leitura porrada obrigatória, da Image, Who Is Jake Ellis?, que todo mundo deveria ler!!!!) e Kevin Maurer (Homem de Ferro, Hulk, NinjaK), no roteiro, com arte de Mitch Gerads (Doctor Who, Sr. Milagre, Batman) e Carmen Carnero (Novos 52, Mulher Maravilha, SuperGirl) salvaram a pátria. E salvaram a pátria pra caralho. Histórias do Justiceiro tendo Forças Armadas como coadjuvantes sempre são do caralho, vide o clássico Retorno ao Grande Nada.
E então que escalaram a Cloonan pra próxima roteirista do personagem. Todo mundo – público e crítica – ficou “porra, ela não, ela zoou o Conan” (esquecendo tudo de bom que ela fez na DC e na Marvel e na Dark Horse [infelizmente não conheço nada de autoral dela – ainda não]). Preciso repetir o que ela fez, tendo como escudeiros Steve Dillon (lê Justiceiro, né? então não preciso apresentar), Matt Horak (Dr. Crowe, Out of the Blue, The Covenant), Laura Braga (Witchblade, Mulher Maravilha, DC Comics: Bombshells) e Iolanda Zanfardino (Doctor Who)? Preciso, sim.
ELA FEZ A GENTE COLOCAR A LÍNGUA NO CU.
De quebra, ainda, e ainda que de modo particular, fez uma homenagem à fase Garth Ennis/John McCrea, que começou na clássica e também obrigatória Hitman, da Vertigo (que também cansei de falar bem por essas bandas). Ela, com muitas doses (precisas) de tensão, pegou tudo o que faz do Justiceiro Justiceiro – sangue, ultraviolência, palavrões, mortes absurdas, situações absurdas, muitas armas e muitas balas, gente inocente morrendo no fogo cruzado, vilões megalomaníacos críveis que adoramos odiar, eu já falei do sangue e da ultraviolência? –, como a gente gosta e ama, e, em doze edições publicadas entre 2016 e 2017, nos deu o Justiceiro, como a gente gosta e ama. E o melhor: tudo “fora” do universo Marvel. Fodam-se capas e armaduras e superpoderes. Só caos, violência, destruição e morte.
Alguém faz uma estátua dessa mulher do tamanho da porra da estátua da liberdade? Por favor? Por favorzinho? Por obséquio? Façam logo, porra.
CASA COMIGO, SUA MARAVILINDA! TE DOU CASA, COMIDA E ROUPA LAVADA!

E então ela teve que passar o bastão.
Situemos aqui, é muito necessário fazê-lo, que o pessoal da Marvel não aprende e quer coloc... acaba colocando o Justiceiro de qualquer jeito nas supesagas doentes mentais anuais ou bienais. A última cagada foi Império Secreto, quando inventaram do Capitão América ser um agente infiltrado da Hidra desde sempre. “Ah, e o Castle? Vão deixar o Castle fora dessas? Por favor, deixem ele [sic] fora dessa.”
Porra nenhuma.
A GRANDE IDEIA DE JERICO DO CARALHO foi colocar o cara como aliado da Hidra (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) porque eles iam dar a senhora força em seu combate contra o crime organizado. DE ONDE TIRARAM A PORRA DA IDEIA DE UMA ORGANIZAÇÃO TERRORISTA DAR O SUPORTE TÉCNICO A UM VIGILANTE COMBATER O CRIME ORGANIZADO?!?
Castle – como sempre – se saiu quando viu que o tempo fechou pro lado dele e ia dar ruim. “Viva para lutar outro dia”, o negócio é mais ou menos assim.
E então que o Fury teve a grande ideia de dar a ele a armadura do Máquina de Guerra – James “Rhodey” eu SEMPRE achei esse apelido tanto ridículo quanto desnecessário Rhodes –, morto pelo Thanos nos primórdios da saga anual doente mental Guerra Civil II. Apontemos que esta é posterior a Império Secreto, sendo uma consequência deste evento. É aí, nessa edição, que o Rosenberg entra na jogada.
Em idos de 2010, 2011, fiquei totalmente na onda com a presepada de colocar o Justiceiro pra ser caçado pelos Vingadores, sob teleguiação do Cuzeiro-Aranha. As trolladas que o Castle deu no Stark foram impagáveis. Ele brincando de gato e rato com a vodka Romanoff foi impagável. Ele sacaneando o Aranha e o Capitão América foi impagável. Mas também só isso. Eu só queria saber como o cara FUGIU da prisão de segurança máxima do Stark, deve ter sido algo meio A Fortaleza, com o Deus do Trovão, Raiden, MORTAL KOMBAAAAAAAAAAAT! Christopher Lambert (clássico dos anos 90 que todo mundo que curte ação e ficção cientifica distópica tem a obrigação de ver).
(não achei nenhum trailer legendado decente então vai esse mesmo)
O papo é: o Fury deu a armadura do Rhodes pro Castle tirar um déspota europeu do poder. Mas só isso. O Castle viu que não seria fácil assim (aham, ‘tá bom que seria) e tocou um foda-se do tamanho do mundo pro Fury e matou o cara. Bem, era o que se esperasse do Justiceiro. O Fury não esperava isso. Na verdade, eu não sei quais foram as drogas que ele tomou pra alimentar tal fé, mas eu sei que eu quero isso se eu já não tomar e não sei que eu tomo. Ai a grande surpresa: nosso amiguinho Frank liga-se um foda maior ainda e volta pros EUA com a armadura pra combater o crime organizado com ela. Preciso mesmo falar o quanto a (Carol) Danvers (i.e., a Capitã Marvel), namorandinha do Rhodes, ficou putaça pra caralho quando soube? Preciso falar do toco que o Castle deu nela e no Cage e no Grimm (!!!) quando foram atrás dele?
Quem leu Justiceiro Massacra o Universo Marvel, de 2001, sabe o quanto o lindo o Frank descendo o caralho na superheróizada.

Agora é o cara, junto com a vodka Romanoff e o casal gay do Capitão América Soldado Invernal, indo atrás do Zemo e da Hidra (depois de apagar a Tremor e o Gavião Arqueiro eu já não curtia o cara, ainda mais depois que ele saiu dos Vingadores e virou piadista road movie), resolver o que o Fury, a S.H.I.E.L.D. e o Rogers enrolaram mais de cinquenta anos pra fazer. ‘Tô apostando que, na hora do vamos ver, o Rogers não vai deixar o Castle matar o Zemo, dizendo pra levar o cara pra justiça internacional na qual nenhum criminoso de guerra de origem estadunidense foi sequer julgado, jamais devemos esquecer e o filho da puta vai se safar e rir da cara de todo mundo.  Mas é a Marvel subsidiária da Disney. Fazer o quê? Só ficar puto mesmo.

Balanço geral: a Cloonan marcou seu nome a ferro e fogo na lista de argumentistas do personagem, revisitando tudo que os fãs curtem. Rosenberg manda até que bem, mas eu admito ainda estar na onda com ele inserido no meio das presepadas dos super-heróis. Bora esperar pra ver como isso se desenrola.

Segue o barco!

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