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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

domingo, 12 de setembro de 2021

liberdade, a rebelde liberdade (o pagamento ao futuro) – poema

ouvindo: Besthöven, Depois de um Ataque Aéreo, de 2001

liberdade, a rebelde liberdade (o pagamento ao futuro)

nada como, em um só dia:
acordar sozinho;
tirar as roupas sujas do quarto;
tirar as baganas de cigarro do quarto;
tirar as garrafas vazias do quarto;
passar pano no quarto;
lavar banheiro do quarto; 
lavar as cuecas sujas acumuladas no banheiro;
usar roupas limpas;
pagar uma conta feita no dia anterior;
almoçar com amigos com quem não se almoçava há uns dez anos;
beber muito e não ficar bêbado;
comer muito e não passar mal no fim do processo;
ganhar frutas e suco de frutas; 
despedir-se dos amigos, esperando vê-los novamente e chorando, por isso, somente, quando eles não ao seu campo de visão e audição;
voltar pra casa andando; 
encontrar no caminho de volta a última tia legal ainda viva;
após chegar, fazer 45 flexões de braço;
e depois 45 agachamentos livres;
tomar banho;
fazer um suco com as outras frutas e tomar com pão;
fazer um licor deste suco com velho barreiro e o outro suco de frutas;
ver umas coisas do trabalho;
tomar outro banho;
trocar o lençol de cama;
usar roupa limpa pra dormir;
comer antes de dormir,  mas o suficiente pra não passar mal quando for dormir;
ver filme antes de dormir;
dormir sem sonhar.
para que, no dia seguinte, comece-se a pagar os frutos de ter plantado liberdade rebelde sem perspectiva de futuro e o futuro finalmente chegar para cobrar seu tributo.


» 01 de setembro de 2021 « 













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sábado, 11 de setembro de 2021

saudades Mosqueiro quando Mosqueiro era legal – poema

 ouvindo: Defiance, Out Of Order, de 2011.

saudades Mosqueiro quando Mosqueiro era legal 
as ondas têm cheiro de saudade
as ondas têm cores de saudades
o mundo que passou
as pessoas que passaram 
eu meio que não sei
na praia as memórias simplesmente vêm
com as ondas
infelizmente as saudades não se vão
com as ondas
lastimavelmente as memórias simplesmente não se vão
com as ondas
miseravelmente o mundo não se acaba espontaneamente
a cada onda 
e há os poemas que, por si mesmos e de livres vontades, vêm 
fluídos, fluidos, fluidões,
igual à onda batendo na praia
e voltando
perdi o número de vezes que eu ‘tava dormindo (até mesmo na sala de aula durante aula) que
acordei, 
escrevi, 
voltei a dormir
quando acordei, não lembrava que tinha escrito
o poema, a saudade, a memória, o mundo, o cheiro, a cor
na morfossintaxe do texto poético quais são as ondas e quais são a praia?
na morfossintaxe do texto poético quais são as ondas e quais são as pedras? 
na morfossintaxe do texto poético somos as ondas ou somos a praia?
na morfossintaxe do texto poético somos as ondas ou somos as pedras? 
na análise morfossintática do texto literário somos as ondas e somos a praia
na análise morfossintática do texto literário somos as ondas e somos as pedras
que vêm... vão
poeticamente fluindo
poeticamente fluídos
poeticamente fluidos 
tal como as memórias com cheiro e cores de praia 
igual às saudades com cheiro e cores de praia 
feito os mundos com cheiro e cores de praia 
à semelhança dos poemas com cheiro e cores de praia

» 09 a 11 de setembro de 2021 « 













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