[mais um pra] FABÍOLA

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA
Faça o favor:
de não aparecer mais por aqui.
Não traga mais sua presença
e, conseqüentemente,
lágrimas nada doces aos meus olhos.
Se você quiser,
eu compro pra você
a passagem
para:
o próximo ônibus que certamente cairá de algum barranco
ou
o próximo avião que inegavelmente explodirá
ou
a próxima embarcação marítima que indubitavelmente afundará
e terá toda a tripulação e passageiros
mortos por afogamento.
Nem toda a bebida do mundo
e nem todos os cigarros fumados acompanhados a doses cavalares
de café preto e amargo –
Nem todo e nem tudo isso
far, far-me-ão esquecer que você existe
e que, mesmo com tudo que eu faça,
não irás embora e nem muito menos
sumirás.
Ah, oh, se você pudesse
ir vá-se com a próxima procela que cair
leve, leve todas as lágrimas
que você fez transbordar de meus olhos,
e também
com toda raiva e toda minha melancolia
que provocaste em mim
desde quando te conheci.
Ah, oh, que você se vá
e que deixes, deixe no lugar
todos, todos os pedaços de meu coração
e de minha alma torturada
– desde a primeira vez que te vi –
com os quais você se vai
todas as vezes que
que eu te vejo.
Atual, atualmente
Presente, presentemente
agora
é como se eu tivesse
vomitado sangue e bile,
a pele atravessada com pregos e parafusos enferrujados,
bebido chumbo fervente,
comido asfalto superaquecido,
os olhos perfurados com furadeiras industriais,
os cabelos e as unhas arrancados com alicates industriais
e as articulações esmigalhadas por rodas de tratores...
e, e é assim
que me sinto, que eu
me sinto
todas as malditas e horríveis
vezes, vezes que você me
vem à mente.
:: para Fabíola do Socorro Figueiredo dos Reis ::
:: escrito entre março e junho de 2009 ::
:: escrito durante a aula de Compreensão e Produção em Alemão 1, de Frau Patrícia Steffen ::
:: danke sehr: Thaís Arns (pelo título do poema) e Geórgia Érica Amorim Jacob ::
:: falta terminar! ::