Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

WONDER WOMAN: DEAD EARTH - análise crítica da HQ

ouvindo: Exaltasamba, Luz do Desejo, de 1996[1][1.1][2][3] 


em decorrência do run do Manson, muito post ficou atrasado e um deles é sobre a, pra dizer o mínimo, MAGNÍFICA Wonder Woman: Dead Earth, dos gênios Daniel Warren Johnson & Mike Spicer. SIM, os mesmos responsáveis pelo CLÁSSICO DOS TEMPOS MODERNOS Murder Falcon[4].

Murder Falcon, de Daniel Warren Johnson & Mike Spicer

Wonder Woman: Dead Earth saiu pelo selo Black Label, o dito “substituto” da Vertigo (que, na verdade, só é pra publicar histórias “adultas” do Batman, do Super-Homem e da Princesa Diana de Themyscira que não encaixam dentro de seus universos regulares. admito que torci o nariz quando vi que seria uma história pelo selo – foi o Lenilton que me apresentou, eu tenho que aprender a não duvidar mais das indicações dele –, mas depois “foda-se, é uma mini, que mal tem?” baixei a primeira e “CARALHO, FOI O DANIEL WARREN JOHNSON QUE FEZ?!?! JÁ VOU LER TUDO!” 

e foi o que aconteceu: li tudo em uma tarde. era pra eu ter feito um reporte exclusivo[5] de Dead Earth mas não tive essa sacada a tempo (FAIL) posso dizer que é minha história favorita da Diana, junto com Hiketeia[6].

Mulher-Maravilha: Hiketeia, roteiro de Greg Rucka, arte de J. G. Jones, arte-final de Wade Von Grawbadger e cores de Dave Stewart

tal como o Warren Johnson provou que domina muito bem o gênero “grandes monstros em batalhas épicas”, é preciso voltar à gênese de ninguém mais ninguém menos que o Hulk, a partir das considerações do quadrinista brasileiro Ricardo Chacur (2003) pra entender Dead Earth. às palavras do quadrinista:

“Stan Lee, que era um grande consumidor do gênero fantástico, queria bolar um personagem inspirado em diversas criaturas da literatura de terror e fantasia: Frankenstein, A Bela e a Fera, O Médico e o Monstro e Lendas de Lobisomem. Depois, explorou com grande habilidade assuntos como Guerra Fria, holocausto nuclear e bombas atômicas, com mensagens anticomunistas.”

Dead Earth se passa em um futuro séculos após uma hecatombe nuclear, quando as Themysciranas se encaralharam de vez com o mundo do patriarcado e decidiram tocar o foda-se valendo nele. como os EUA preferiram botar fogo no circo todo ao invés de lutarem até o último homem[7], soltam um bombardeio atômico à Ilha Paraíso, que causa mutações irreversíveis às habitantes – inclusive à Rainha Hipólita. é do caralho porque é, a minha perspectiva, é aquela homenagem aos filmes de monstros que todo mundo adora e que NÃO PODE faltar monstro em história que envolva mitologia grega. história que envolva mitologia grega sem monstro? NÃO, NÉ, CARALHO?!? e dá vontade de vomitar o coração pela boca não somente quando Diana chega a sua terra mater, mas principalmente quando Princesa e Rainha se re-encontram e o diálogo que travam.

ponto pra revista por Diana não ser infalível, imbatível e invencível: ela faz muita merda, toma muita decisão errada e, MELHOR PARTE, admite que só vai fazer o que está dentro de seu possível. e tem uma situação MUITÃO Mad Max: Além da Cúpula do Trovão combada à O Senhor dos Aneis: As Duas Torres que vocês vão ter que ler pra pegar/ver a referência lá. na verdade, NÃO TEM COMO NÃO LEMBRAR DE MAD MAX ao ler 2W:DE[8]. 

Mad Max: Além da Cúpula do Trovão, de 1985; dirigido, produzido e escrito por George Miller. EU IA MORRER E NÃO IA SABER QUE O FUCKIN MAURICE FUCKIN JARRE FEZ A OST DESSE FILME!!!

NON ECZISTE falar de Mad Max: Além da Cúpula do Trovão e não rolar o CRÁSSICO “We Don’t Need Another Hero (Thunderdome)”, interpretado pela deusa Tina Turner

O Senhor dos Aneis: As Duas Torres, de 2002, dirigido por Peter Jackson e escrito por ele, Fran Walsh, Philippa Boyens e Stephen Sinclair, baseados na obra homônima escrita pelo britânico John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973)

claro que, sendo uma história da Mulher Maravilha, Batman e Super-Homem tem papeis cruciais na narrativa muitos outros heróis – e vilões! – são citados aqui e ali, tu tens que sacar MUITO de universo DC pra sacar de quem falam e quando, fora as referências a outras histórias e até mesmo aos filmes do DCU.

talvez seja minha passagem favorita do Batman de todos os tempos

é importante tratar da relevância de O Senhor dos Aneis em razão de a como a batalha final de se desenrola, porque tem tanto Batalha do Fosso de Helm quanto Batalha dos Campos do Pelennor e até uma homenagem MUITÃO indireta à história Like A Bat Out Of Hell, escrita e desenhada por Walter Simonson, colorizada por Christie “Max” Scheele, publicada originalmente na edição 362 de The Mighty Thor, publicada em dezembro de 1985. no Brasil, foi publicada na edição 91[9] da revista Superaventuras Marvel com o título Batalha infernal e com o título Fugindo de Hel! no terceiro volume d‘Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor[10]. ademais, como o kryptoniano participa dessa batalha final é, no mínimo, na melhor das hipóteses, ABSURDAMENTE FODA que tu ficarás “porra, mano, eu nunca teria pensado nisso, olha... é, seria algo bem... Mortal Kombat? é, por ai, eu diria isso. 

Like A Bat Out Of Hell, edição 362 de The Mighty Thor, publicada em dezembro de 1985, roteiro e arte de Walter Simonson, cores de Christie “Max” Scheele

POR FIM2W:DE apresenta muita coisa nova sobre a Diana utilizando elementos nada novos pra quem lê HQ de Super-Herois. um bom paralelo que chega ao mesmo objetivo é Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra, da escritora estadunidense Leigh Bardugo, que começou como livro e foi adaptado à graphic novel pela MESTRA DO UNIVERSO Louise Simonson[11], esposa do já mencionado Walter, e que trampou com ele em X-Factor e Quarteto Fantástico e assinou sozinha Novos Mutantes, Super-Homem e Red Sonja. ‘tá. sim. faz parte dos meus planos comentar aqui Warbinger cedo ou tarde, mas posso adiantar que, apesar de sua pegada meio Percy Jackson, de certa maneira é muito mais confortável ver a Diana ser escrita por mulheres do que por homens.quando eu fizer esse post per specificare, falarei mais sobre.

Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra, de Leigh Bardugo

Wonder Woman: Warbinger, de Louise Simonson, baseada na obra homônima de Leigh Bardugo

2W:DE não tem final feliz, não te ilude, é mais uma sensação de guerra em hiato que pode explodir a qualquer momento, com qualquer fagulha. mesmo com o negócio ensolarado, fica aquele climão de “quando será?”.

logo, tal como Murder Falcon e ao contrário de Sementes da Guerra, tu ficas fudido no final da leitura (de 2W:DE), dá uma sensação de impotência do caralho, uma tristeza do caralho que... ‘tá, tem o caralho da paranoia nuclear que sempre parece ultrapassado mas sempre ‘tá por ai e “o que a gente faz se acontecer mesmo?”. é uma paranoia muito mais russo-estadunidense, mas ai que tamos no quintal dos EUA, já sabem... não consigo não lembrar da frase final de Meu Irmão Louco, do Stefan Heym[12].

eu sei que senti muita falta do Jake e do Murder Falcon não aparecerem, ia ser um crossover foda pra caralho!!!!


leia Wonder Woman: Dead Earth.






[1] no meu ensino médio, eu achava o Exaltasamba o grupo de pagode MENOS PIOR dos da leva que ‘tava rolando. ai hoje de manhã, procurando OST de forma randômica pra fazer as paradas no PC, lembrei que, em um grupo sobre HQs do selo Vertigo no Facebook um maluco fez um post sobre o fim do selo em questão com uma foto da [editora] Karen Berger. ai eu sei que eu li cantando o verso “Pena que acabou” e “caralho, deixa eu procurar a discografia do Exalta pra ouvir”.

e o Exaltasamba tinha o Péricles como integrante, é HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL NÃO gostar de qualquer grupo que tenha o Péricles como integrante.

[1.1] o verso “Que pena que acabou” é da música “Carona do Amor”, do álbum Cartão Postal, do Exaltasamba, de 1998.

[2] o Passarinho Urbano, da Joyce, OST do post anterior, foi lançado exatos 20 anos antes do Cartão Postal.

[3] amigo meu, o Márcio Cruz, disse que queria ver eu criticando os álbuns do Exaltasamba e aind’ess’emana isso vai rolar.

[4] comentada AQUI!

[5] como fiz com 2 Coelhos – comentado aqui – e Thor x One Punch Man – comentado aqui.

[6] comentada AQUI!

[7] OLHA A CRÍTICA À POLÍTICA BELICISTA ESTADUNIDENSE AI, GENTE!

[8] acrônimo de Wonder Woman: Dead Earth.

[9] publicada pela editora Abril Jovem em abril de 1991.

[10] publicado pela editora Panini em junho de 2008.

[11] nome de casada. o nome de solteira dela é Mary Louise Alexander..

[12] preciso comentar esse conto aqui, inclusive.





REFERÊNCIA CONSULTADA

CHACUR, Ricardo. Uma breve introdução sobre o Gigante Esmeralda. 14 de agosto de 2013. Universo HQ. 14 de agosto de 2003. Disponível em <http://universohq.com/materias/uma-breve-introducao-sobre-o-gigante-esmeralda/>.











BIS 

ZU 

DEM 

BREAKING 

FUCKING 

NEUEN 

POST

!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Égua!
Muito bom ler um texto desses, Garou!
Não só pela análise, mas pelas referências e indicações.
Vou aguardar sobre os discos do Exalta.
��
M.S.C.

Postar um comentário

Você está em solo sagrado!
Agora entalhe com vossas garras na Árvore dos Registros e mostre a todos que virão que você esteve aqui!!!