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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

MURDER FALCON - crítica e análise da HQ

ouvindo: discografia do Marcelo Nova em sequência randômica

“So tell that someone that you love
Just what you’re thinking of
If tomorrow never comes”
– Garth Brooks e Kent Blazy, “If Tomorrow Never Comes”.

Murder Falcon achei no Guardiões do Globo, achei a premissa fudida pra caralho e “vamos lá baixar essa porra”. como não curtir uma HQ que tem heavy metal sem rolar estereotipação do gênero e dos fãs e um FUCKING falcão de bandana e coturnos E UM FUCKIN BRAÇO CIBERNÉTICO, energizado pelo poder de uma guitarra sendo tocada pra poder destruir monstros gigantes vindos diretamente sem escalas dos seus piores pesadelos? 
os estadunidenses Daniel Warren Johnson (Star Wars, Mulher Maravilha, Homem-Coisa) e Mike Spicer (Analog, Horizon, Mad Max: Fury Road) – mais umas capas alternativas produzidas por Vanesa R. Del Rey (Viúva Negra, Constantine, Klaus) – nos presenteiam com um pequeno grande épico que jamais seria publicado pelas duas grandes, talvez por uma IDW, certamente por uma BOOM!, ou por uma Dark Horse. TALVEZ se ainda tivesse o selo Icon ou mesmo por uma Vertigo. bem, foda-se isso o importante é a “pequena” fábula urbana Murder Falcon, escrita e desenhada por Warren Johnson e colorida por Spicer, que nada tem de “pequena”. nada que tenha monstros gigantes pode ser chamado de “pequeno” – insano seria um termo muito melhor apropriado.
as capas alternativas produzidas por Vanesa R. Del Rey
“QUAL É O PAPO DE MURDER FALCON?”
Jake é mais um fracassado na vida sim, tal qual este que vos escreve que, junto ao baixista Johann e à baterista Jim, tocava a banda de metal Brooticus que terminou em decorrência de Jake ser diagnosticado com câncer e se submeter a severa quimioterapia (guardem esse detalhe, vou falar mais dele no final da análise) só eu que considero “severa quimioterapia” um puta pleonasmo?. então, em uma noite em seu apartamento, Jake é atacado por um ser tipo um aracnídeo composto de vermes – que, se depois posteriormente, ser um soldado do exército de monstros conhecido como Veldar, liderados pelo monstruoso, maléfico e nada carismático vilão Magnum Khaos, que almeja transformar a Terra em um grande e infinito mar de trevas, morte, sangue e destruição – até receber a presença de Murder Falcon, que, ao tocar da guitarra de Jake, dá cabo do monstro.
claro que os dois formam uma equipe e, sob liderança e orientação de Murf (como Jake passa a chamar “carinhosamente” Murder Falcon), o Brooticus se reúne novamente para enfrentar  Magnum Khaos e os Veldar. Johann passa a lutar com o mamute Halford e Jim com Aleksar, uma besta marítima ancestral, que são convocados quando os instrumentos são tocados. o Daniel Warren Johnson dá uma aula de roteiro ao dar o destaque especial que cada personagem merece e fazer os flashbacks funcionarem de maneira bem pontual pra falar do câncer de Jake ou seja, ele acerta onde o Joe Kelly marcou em Eu Mato Gigantes.
adivinha de qual anime tiraram essa influência descarada
‘tá, sim, eu sei que é outra situação e outra pegada, mas Eu Mato Gigantes é a única até agora que dá pra paralelizar com Murder Falcon, já que A Morte do Capitão Marvel parece ser tão tão distante em muitos aspectos e nem vinte anos separam Murder Falcon e Eu Mato Gigantes – e os dois títulos são da mesma editora, a estadunidense Image.
Eu Mato Gigantes, de Joe Kelly (roteiro) e J.M. Ken Nimura (arte). publicada pela Image Comics de julho de 2008 a janeiro de 2009. publicada no Brasil pela NewPop em setembro de 2013.
A Morte do Capitão Marvel, de 1982, de Jim Starlin (Mestre do Kung-Fu, Odisséia Cósmica, Conan), com cores de Steve Oliff (Hulk, Cavaleiro da Lua, Akira). o personagem foi criado por Stan Lee e pelo desenhista Gene Colan (1926-2011), sua primeira aparição foi na edição 12 da revista Marvel Super-Heroes, de dezembro de 1967. a revista foi publicada tanto pela Abril quanto pela Panini e pela Salvati.

e como em Eu Mato Gigantes, se prepara pro teu coração ir pra boca e chorar igual um filho da puta durante a leitura de Murder Falcon e PRINCIPALMENTE no final. Murder Falcon não é exatamente sobre superação, é sobre o quanto estamos prontos ou não para lidar com a perda e o fracasso, perda de nós mesmos, perda de quem amamos, de sacrifício por um bem maior, o quanto estamos dispostos a nos sacrificar e conviver com isso diariamente e quem está disposto a viver conosco e nossas escolhas. e é sempre foda tratar sobre câncer, independente da mídia utilizada. e é do caralho isso aparecer nas comics, pra calar a boca de quem diz “quadrinho é coisa de criança” “quadrinho não trata de tema sério” patati patata esse monte de merda que todo mundo que lê quadrinho já ‘tá careca de ouvir.
Murder Falcon é curtinha, oito números de trinta páginas publicados entre outubro de 2018 e maio de 2019 que dá pra matar em uma tarde. é uma declaração de amor ao metal e uma ode à amizade como dificilmente ver-se-á outra vez na Nona Arte.
diga hoje a quem tu amas que tu amas.
ouça metal.
leia Murder Falcon.

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