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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS - análise e crítica do filme

ouvindo: Maurice Jarre, Mad Max Beyond Thunderdome: Original Motion Picture Soundtrack, de 1985[1].


um dos filmes de um programa querido por todos que passava na TV aberta era o Cinema em Casa, da SBT, que passou de 26 de agosto de 1988 a 5 de maio de 2011 admito que nem vi terminando porque já fazia uns anos que eu não parava pra ver TV de tarde porque, quando eu ‘tava em casa de tarde, ou era fds[2], que não passava o programa, ou eu ‘tava dormindo mesmo 

chamadas de abertura do Cinema em Casa, da SBT.

como já notaram, o texto de hoje é O Último Guerreiro das Estrelas, ficção científica de 1984[3], dirigida por Nick Castle (Dennis, o Pimentinha[4]; uns eps da série Amazing Stories[5]; Jogo Assassino; o roteiro de Hook - A Volta do Capitão Gancho[6]) e escrita por Jonathan R. Betuel (Meu Parceiro é um Dinossauro, A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger, A Máquina do Outro Mundo). 

CURIOSIDADE: NICK CASTLE FOI UM DOS PRIMEIROS MICHAEL MYERS / THE SHAPE NO PRIMEIRO HALLOWEEN, DO JOHN CARPENTER, DE 1978.

O Último Guerreiro das Estrelas

Dennis, o Pimentinha 

Halloween, de John Carpenter, de 1978

Hook - A Volta do Capitão Gancho, de 1991 

sim, é DESTE Meu Parceiro é um Dinossauro que ‘tô falando.

A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger

O Último Guerreiro das Estrelas é um dos (INÚMEROS) filmes que eu nunca vi full mode, do começo ao fim, ou eu via só o começo pro meio ou do meio pro fim, e isso me deixava frustrado pra caralho porque eu sempre queria saber qual o papo porque tinha videogame no meio. e como todo mundo aqui sabe (pelo menos todo mundo que frequenta aqui desde idos de 2010), eu pesquiso a nivel acadêmico TAMBÉM sobre videogame, e TAMBÉM sobre cinema. e quando junta os dois, PÁ!, só sucesso[7].

quando vi (O Último Guerreiro das Estrelas) da primeira vez, o mito arthuriano da Excalibur[8][9] não me era tão claro como revisitação. eu nem sabia que porra era “revisitação”, tampouco “mito”. é preciso entender, aqui, “mito” enquanto “narrativa dentro de um conjunto de narrativas que forma o escopo cultural de um povo (ou povos) em específico, sendo parte indissociável de sua(s) História(s)”[10] e “revisitação” enquanto “retorno a algo para constituição de outro algo”. já o mito arthuriano da Excalibur, segundo Alan Lupack, tem duas espadas/perspectivas. a primeira a primeira é vista n’animação A Espada Era a Lei, de 1963, de Wolfgang Reitherman (1909-1985): a “Espada na Pedra”, i.e., o item então cravado numa pedra (em uma subperspectiva, em uma bigorna) e é retirado por Arthur como símbolo milagroso-comprobatório de sua ascendência nobre e consequente direito ao trono da Bretanha. a segunda, onde ela já denominada “Excalibur” foi entregue a Arthur por Viviane[11], a mais importante sacerdotisa de Avalon e conhecida como a Dama do Lago.

A Espada Era a Lei, de 1963, dirigido por Wolfgang Reitherman e escrito por William Bartlett “Bill” Peet (1915-2002), sobre o livro homônimo de Terence Hanbury White (1906-1964)

“mas como caralho o mito de Excalibur tem a ver com O Último Guerreiro das Estrelas?”

o filme conta a história do pobre diabo sem perspectiva de porra nenhuma na vida Alex[12] Rogan (Lance Guest) que mora com mãe – Jane (Barbara Bosson) – e irmão – Louis (Chris Hebert) – em um bairro formado por trailers em algum buraco dos Estados Unidos[13], no qual também mora sua namorada, Maggie (Catherine Mary Stewart) e avó (Meg Willie). para Alex – que não vê a hora de se mandar desse buraco esquecido por deus e rejeitado pelo diabo –, o único entretenimento é uma máquina de arcade com o jogo Starfighter, no qual o player defende “a Fronteira” de Xur (Norman Snow) e da Armada de Ko-Dan em batalhas de naves espaciais.

se for falar de “Fronteira”, tem que falar de Brujeria, É DE LEI!

belo dia ai, Alex vai lá ao arcade e, com sangue nuzoiu, acaba quebrando o recorde da máquina, provocando comoção geral do bairro. até ai, tá, né? até que, vindo do nada, em um DeLorean da vida[14], aparece Centauri (Robert Preston) [último papel dele, inclusive), procurando por quem debulhou o gamezinho pra levá-lo pra integrar a Liga dos Guerreiros das Estrelas (baita nome original só que não, mas faz sentido segundo o título do game em questão) só que, no QG dessa sociedade, ninguém leva Centauri a sério e Grig (Dan O’Herlihy) praticamente “porra, velho, mas lá vens tu de novo com essa porra de ‘Arthur’ e ‘Excalibur’, seu doido?”. claro que Alex dá pra trás quando vê o tamanho real da presepada, mas acaba voltando quando um assassino enviado por Xur vem à Terra pra dar cabo dele e acaba eliminando tanto o Doppelgänger também interpretado, obviamente por Guest deixado no planeta por Centauri quanto o próprio Centauri.

‘partir de então, O Último Guerreiro das Estrelas segue direitinho o percurso d’A Jornada do Herói, campbellmente falando. falando em verdade, segue mesmo essa vicinal, ainda mais quando triunfa, em um ataque suicida que tem tudo pra dar errado mas vocês sabem como isso funciona em filmes, sobre Ka-Don (antes disso, Xur leva um senhor toco deles, só’cês vendo como é), sendo celebrado em Rylos como seu salvador.

ai o filme acaba, né? 

não, não acaba não. 

junto a Grig, seu escudeiro navegador, Alex retorna a sua terra mater para buscar... MAGGIE, visto que, em pelo menos umas duas passagens da obra, ele diz que vai embora de lá, mas só vai se ela for junto. POR ISSO que ele volta. ela receia, mas acaba indo com ele, que vai liderar a reconstrução da Liga dos Guerreiros das Estrelas.


O Último Guerreiro das Estrelas só é irrelevante se tu não considerares a importância dele pra evolução das tecnologias de efeitos visuais/especiais, tanto pra cinema quanto pra jogos eletrônicos, já que ele, junto a Tron, de 1982, foram um senhor salto para tais culturas (de efeitos visuais/especiais). ademais, Guerreiro das Estrelas não é chato, não dá raiva dos personagens, os clichês e estereótipos são bem aproveitados (a cena da señora levantando DO NADA uma espingarda pra Grig é MUITO absurda[15]). obviamente, tem umas referências aqui e ali DESCARADAS tanto a Star Trek quanto à Star Wars – porque não teve filme de ficção científica desse interim que não pegou nada dessas sagas, necessário frisar.

Tron: Uma Odisséia Eletrônica, de 1982, dirigido e escrito por Steven Lisberger 

pode ver O Último Guerreiro das Estrelas sem medo de ser feliz.


diz que era pra ter continuação, com o Louis seguindo os passos de Alex, mas não rolou. teve até uma novelização da obra, e um musical até[16], mas não me convém ler livros baseados em filmes (li o Alien, O Oitavo Passageiro e não me desceu bem), tampouco ver musicais baseados em FC.

romance de Alien, O Oitavo Passageiro, de Alan Dean Foster[17]





este post é amorosamente dedicado à memória do australiano-estadunidense Ronald Ray Cobb (1937-2020), designer de produção de O Último Guerreiro das Estrelas, que também era cartunista e artista gráfico (fez a capa do After Bathing at Baxter’s, de 1967, terceiro álbum do Jefferson Airplane), e – olha só! – trabalhou nos episódios IV, V e VI de Guerra nas Estrelas, O Vingador do Futuro, O Segredo do Abismo, O Sexto Dia, Conan, O Bárbaro (ele não trampou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau por estar trampando em Conan), Caçadores da Arca Perdida, entre outros. e – olha só de novo e mais ainda! –  também o design do DeLorean.

leb’ immerzu, Ronnie  






[1] ver post anterior.

[2] fim de semana.

[3] R E F E R Ê N C I A S

[4] outro clássico do Cinema em Casa.

[5] criada por Steven Spielberg e produzida por Brad Bird. OS DOIS DISPENSAM APRESENTAÇÕES.

[6] filme de 1991, dirigido por Steven Spielberg.

[7] certo, admito que esse é 50% do motivo desse post ter sido feito.

[8] ler com a voz do Shura de Capricórnio – ou a do El Cid (do The Lost Canvas).

[9] em galês, o artefato é alcunhado Caledfwlch; Calesvol, em cornual(h)ês; Kaledvoulc’h, em bretão; Caliburnus, em latim. 

[10] com base na definição de “mito” presente no Dicionário de Filosofia da Nicola Abbagnano.

[11] nos mitos arthurianos, Viviane – chamada em uma narrativa ou outra de Nimue, Viviane, Viviana, Vivienne, Elaine, Niniane, Nivian, Nyneve, Nimueh, entre outras variações – é filha de Diana, a deusa dos bosques e irmã mais velha de Igraine, i.e.,  a mãe de Artur e Morgana.

[12] HIER KOMMT ALEX!

[13] segundo o Castle e o Betuel, eles queriam fazer de tudo pro filme não ficar minimamente parecido com Tron e com E.T.: O Extraterrestre, do Spielberg, ambos de 1982. todavia, eu vi – creio que não foi só eu – como uma puta crítica à politicas habitacionais estadunidenses da época.

[14] ver a dedicatória do post.

[15] cultura armamentista estadunidense junto à de xenofobia do mesmo país de mãos dadas, descaradamente.

[16] American Idiot feelings?

[17] ele já escreveu muita coisa de FC, admito não ter lido porra nenhuma ainda.


REFERÊNCIAS CONSULTADAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Ivone Castilho Benedetti sobre tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

LUPACK, Alan. Excalibur and the Sword in the Stone. The Camelot Project: A Robbins Library Digital Project. Disponível em <https://d.lib.rochester.edu/camelot/theme/Excalibur-and-sword-in-the-stone>. 










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