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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quinta-feira, 6 de junho de 2019

DESOLATION JONES: MADE IN ENGLAND – análise da HQ

ouvindo: Rato Suicida HxCx, Diizgrhäcerhä!!! Käus Vyvü!, de 2003 + HC-137, Made in GO, de 1993


faz uma cara que baixei essa HQ – lá pelo meio do ano passado, creio – porque gostei da sinopse e porque vi o nome do Warren Ellis na capa. raramente esse desgraçado decepciona e a arte do James H. Williams III (Promethea, Juiz Dredd, Batman, Wolverine) casa bem pra caralho com essa proposta do autor de história de detetive noir na Los Angeles Cidade Proibida do novo milênio, e a colorização do Jose Villarrubia (Quarteto Fantástico, X-Factor, CAGE, Motoqueiro Fantasma, Conan) fecha o kit lindamente.

***

falando no Jose Villarrubia, eu vi na biografia dele que ele também coloriu uma HQ que ‘tô a fim de ler faz uma cara, chamada Cuba: Minha Revolução, publicada pela Vertigo em 2010, escrita pela ativista política e escultora Inverna Lockpez (ela também meteu a cara em umas HQs, também da Vertigo, como Chicano expressions: a new view in American art, de 1986 e Grotto of the Virgins, do ano seguinte, e The Migrations of Meaning, de 1992 – ambas também desenhadas por  Dean Haspiel [Anti-Herói Americano, Coisa {sim, o do Quarteto Fantástico}, Capitão América: Branco, Vermelho e Azul, e uma antologia chamada Negative Burn que toda a galera do underground fala que é do caralho mas ainda não tive a oportunidade de ler e vou até procurar pra baixar essa porra pra ver se é tudo isso mesmo], que OLHA SÓ A CÃOIMSSIDÊNÇIA!, é responsável pela arte de Cuba), não que eu vá muito com a cara da história de Cuba, mas ‘tô curioso justamente pra saber o que uma obra produzida nos EUA fala sobre a ilhota. e ainda vou ler ouvindo Buena Vista Social Club. vão vendo.
outra “comic de esquerda” que ‘tá muitão na minha vontade é Laika, do britânico Nick Abadzis (que trabalhou “SÓ” na canônica 2000 AD) e publicada em 2007 pela estadunidense First Second obrigatória pra caralho pra todo mundo que curte corrida espacial e ficção científica e todas essas porras correlacionadas.

***

essa (HQ) é da WildStorm, editora fundada pelo Jim “X-Men” Lee em 1992 com o Brandon Choi (Deathblow, Gen13, Stormwatch, os próprios WildC.A.T.s) e que foi comprada pela DC em 1998 e cujo universo foi “assimilado” pelo universo super-heroico da editora muitos muitos muitos anos depois mas não fizeram a cagada ensaiada que a Marvel está fazendo com o Conan após retomar seus direitos que estavam com a Dark Horse. e como nesta última citada, a WildStorm lançou muita merda fudida da melhor qualidade, como Red (FUDIDA PRA CARALHO!) e Tokyo Storm Warning (ambas do Warren Ellis), Arrowsmith (Kurt Busiek e Carlos Pacheco), Ex Machina (Brian K. Vaughan)Astro City (também do mestre Busiek), Danger Girl (J. Scott Campbell e Andy Hartnell), Steampunk (Chris Bachalo e Joe “I KILL GIANTS” Kelly), A god Somewhere (John Arcudi e Peter Snejbjerg – uma porra valendo pra caralho essa comic, procurem ler que é fudidamente foda!) e The Maxx (Sam Kieth). ou seja, não esperem nada convencional .

Red, do Warren Ellis
Tokyo Storm Warning, do Warren Ellis
Arrowsmith, da dupla Kurt Busiek e Carlos Pacheco
Ex Machina, do Brian K. Vaughan
Astro City, também do mestre Busiek
Danger Girl, da dupla J. Scott Campbell e Andy Hartnell
Steampunk, da dupla Chris Bachalo e Joe “I KILL GIANTS” Kelly
A god Somewhere, da dupla John Arcudi e Peter Snejbjerg
The Maxx, do Sam Kieth


SOBRE A HQ:
Made in England não, não é o álbum homônimo do Elton John lançado em 1995 foi publicada pela WildStorm entre julho de 2005 e junho de 2006, em edições bimestrais. eeeeeeeeeeeeeeeeeeee só ‘tô comentando o primeiro arco do personagem, já que o seguinte, To Be in England, não foi finalizado por motivos de só o Ellis, o Villarrubia, Danijel Zezelj (Capitão América e Desolation James foram as únicas HQs que ele desenhou fora da Europa, dei uma guaribada em seus trabalhos feitos in der alten Welt e o cara manda pra caralho, no mínimo) (que entrou no lugar do Williams, mas o traço é tão cabível à narrativa quanto do seu antecessor) e a WildStorm sabem.
Michael “Desolation” Jones é um agente aposentado do MI-6, o serviço secreto britânico, que o submeteu a um experimento que consistia em passar um ano acordado (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!), vendo somente cenas de morte, dos mais variados tipos (EU OUVI UM “CLOCKWORK ORANGE” POR AI?!?), a ponto de não sentir/demonstrar medo, remorso ou qualquer outra emoção, além de matar pessoas, muitas vezes com as próprias mãos, e até mesmo adversários maiores e mais fortes, ainda conservando os reflexos da sua época de agente de campo. “em compensação”, o cara ficou fuderosamente fudido, não pode ficar muito tempo exposto à luz do sol (a ponto de usar uma máscara de oxigênio e óculos escuros), é sexualmente impotente e ferradamente hiperalgésico. lindo, não? logo, o cognome “Desolation” não é nada à toa.
AI QUE, depois de se isolar na capital mundial dos doentes mentais excêntricos do caralho (sim, isso mesmo, Los Angeles) é contratado por um militar reformado das forças armadas dos EUA, o coronel Nigh, através do intermédio do Jeronimus Corneliszoon (que aparece na história, ninguém é citado nesta sem aparecer, nem que seja em uma porra de recordação), que é um quase morto vivo pela pura graça dos deuses da cosmologia budista, porque não o querem em nenhum dos dezesseis (!!!!!!!) Naraka.
QUAL É A PRESEPADA? esse coronel consegue os filmes pornográficos caseiros estrelados por ninguém mais ninguém menos que ADOLF HITLER e contrata Herr Jones pra os recuperar.e lá vai nosso amigo Desolation Jones se meter numa parada tipo 8mm (sim, o filme com o Nicolas Cage, de 1999, dirigido pelo Joel “Um Dia de Fúria” Schumacher e escrito por Andrew Kevin Walker [série de TV Contos da Crypta, Se7en, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, O Esconderijo])) mas com negos ligados à agências de inteligência militar, já que o próprio Jones é mantido secretamente pelo governo estadunidense, junto a ex-agentes de outras instituições de mesmo viés do mundo todo (se eu ficaria admirado com isso atualmente? não mesmo).
a MELHOR PARTE é que as três filhas do ser cadavérico (o contratante do Jones, não o próprio) estão disputando a herança do pai e tirar a outra da jogada. não dá pra falar mais do que isso sem estragar a surpresa. sendo história do Warren Ellis, já que não tens que partir do princípio de “CARALHO, VELHO, ISSO NÃO É POSSÍVEL” mas que, dentro da narrativa DELE, é possível SIM. não são.... não tem reviravoltas mirabolantes – as porras dos plot twists –, uma das melhores coisas de narrativas ellisianas são as camadas em cima de camadas e depois todas interagirem entre si de forma que não fique algo cagado e/ou mesmo atropelado. isso, me acreditem, é uma aula de roteiro, dessas sobreposições de camadas sem cagalhações ou atropelos (outro mestre nessa técnica é o FUCKING Jonathan FUCKING Hickman, que deu AQUELA forra necessária na Marvel na segunda metade da década passada e na primeira metade dessa corrente, que o FUCKING Jason FUCKING Aaron tem que carregar nas costas sozinho, apesar dos constantes foras violentos da editora vou escrever um post só sobre isso, fiquem ligados!), as críticas descaradas ao american way of life (sim, estão lá, estão lá, descaradas e nas entrelinhas) e um zilhão de teorias da conspiração que tem seus muitos quês de verdade. NA MINHA OPINIÃO, ele deve sentar numa mesa com a porra do Grant Morrison e pega as ideias morrisonias descartadas e as melhora absurdamente (sim, eu ‘tô falando merda, eu sei).
penúltimo Bodhisattva de roteiro da Marvel e atualmente só lançando maravilindeza na Image: FUCKING Jonathan FUCKING Hickman
ATUAL Bodhisattva de roteiro da Marvel Comics: FUCKING Jason FUCKING Aaron
um dos Mestres do Universo: FUCKING Grant FUCKING Morrison
no mais, não precisa sacar do universo da WildStorm pra curtir essa mini, todas as referências estão lá mas não precisa OOOOOOOOOOOOOH!, sacar Authority, Stormwatch, WildC.A.T.s, Planetary, esse monte de porra.saber de tudo isso ajuda pra caralho, zera a HQ no 100% maaaaaaaaaaaaaaaas não precisa, velho. dá pra curtir Made in England independentemente e lindamente.
por fim, Made in England agradar-te-á se não estás procurando história espalhafatosa de HQ, nada compromissado e sério, alívios cômicos que façam teus problemas ser menores e personagens que sejam possíveis se identificar. é, a mensagem ‘tá lá, a crítica social ‘tá lá, a crítica à indústria da pornografia ‘tá lá, mas não te força a ser crítico à pornografia e parar com seus hábitos de consumo quanto à mesma. creio que a intenção do Ellis nem foi essa ao escrever (OU FOI?!?). se tu queres uma história coesa e que faça sentido dentro de si mesma, que tenha porra de começo e meio e fim, um protagonista que deixe NEURADO, uma história que no fim te deixe “QUE PORRA INCRÍVEL FOI ESSA QUE ACABEI DE LER?!?”, pega que tem isso lá. é HQ pra quem gosta de HQ, porra, não é pra quem lê HQ esperando pra ser adaptada pra outro meio, outra mídia, vá tomar no cu.

e é isso ai.
Desolation Jones: Made in England. leiam porque ‘tá valendo.

¡¡¡bis du dem breaking fucking neuen post!!!

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