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segunda-feira, 17 de junho de 2019

DEAD FISH – PONTO CEGO – 2019

DEAD FISH
PONTO CEGO
2019
A INEVITÁVEL MUDANÇA
(Ric Mastria / Marcão Melloni / Alyland / Álvaro Dutra / Rodrigo Lima)
A narrativa vinda do colonizador
Tingiu de branco nossa história
E sem escrúpulo omitiu e apagou
O outro lado da moeda
Mas cada dia mais
Janelas vão se abrir
E a diversidade vai brilhar ao Sol

O passado frágil corre pra se proteger
Tranca a porta e fecha as cortinas
O presente do futuro que tem que acontecer
Chega e se pronuncia
E logo ao escutar
A voz de outro alguém
O velho se põe a gritar
Espernear, tenta abafar
A inevitável mudança

Do ponto cego da história brotam vozes de resistência e de luta
Quando o oprimido finalmente se expressa o resto, cala e escuta
Tirando aqueles que nunca querem ouvir
Fecham os olhos e sonham com aquilo que nunca mais será

Nunca mais será

SANGUE NAS MÃOS
(Rodrigo Lima / Ric Mastria / Marcão Melloni / Álvaro Dutra)
Sim, foi golpe!
Orquestrado
Por sorrisos velhos e apertos de mão
Rumo ao passado
A esperança das ruas de 2013
Catalizou aquele grande acordo nacional
Com o Supremo e com tudo
Pra estancar uma sangria
Em nome da família
E de um torturador

Motivo de vergonha, indignação
Os gritos que ecoam das janelas
O lado certo da história
Não tem sangue nas mãos

Uma jovem democracia
Acorrentada nos porões
Pra que velhos ratos
Possam voltar a reinar
Comprando a justiça
Não há corrupção
Entre brancos e ricos
Pois ninguém é julgado
E a vida segue

Motivo de vergonha, indignação
A cumplicidade das panelas
O lado certo da história
Não tem sangue nas mãos

Em cada casa, um ponto cego, um cidadão se levantou
Abriu a porta do armário e o preconceito se espalhou
Quando o passado volta à moda em nome de um torturador
O sonho médio é vestir a carapuça do opressor
E achar que tem poder

Buscando um inimigo
Fomenta a paranoia e o faz pra confundir
Buscando um inimigo
Aponta a arma pra si
E é assim que começa

Motivo de vergonha, indignação
Os gritos que ecoam das janelas
O lado certo da história
Não tem sangue nas mãos

POBRES CACHORROS
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Pelas passarelas de concreto
O idiota, o cidadão de bem
Desfila com seus cachorros de marca
Acessórios do status quo
Fetiche do autoritário
A rédea curta em suas mãos
Subordinado adotado
Pra aliviar sua tensão

Pobres cachorros

Aperta o passo, aperta o laço
Mostrando quem é de quem
Correção educativa
Não se aprende sem sofrer
Aperta o passo, aperta o laço
Sufocado com poder
Liberdade limitada
Vigilância para o bem

Pobres cachorros

Destruir pra dominar
Agredir e avançar
Quem é mais irracional
Nada vai sobrar

Retornando para o ponto cego
Posto de volta em seu lugar
Humilhado, preso e castigado
Sem ninguém pra lhe ouvir chorar

Confinado, segregado
Trancado de 9 às 6
Neurose alimentada
A violência vai vencer

Pobres cachorros

Destruir pra dominar
Agredir e avançar
Quem é mais irracional
Nada vai sobrar

Pobres cachorros

NÃO TERMINA ASSIM
Não

Não, não quero ouvir o que você diz
E nem ler as suas regras
Testando minha paciência ao limite de explodir
Eu quero fazer no meu tempo
Chegou minha hora de falar
Cansei de ouvir sua perfeição
Sua higiene me insulta
E seu medo e pudor me fazem rir
É assim, a partir de agora
Poder em minhas mãos

Sim!!
Se a sua voz ainda é mais alta
O que você tem de certo se tornou isso aqui
Sim, o meu caminho é diferente
E sou eu quem vai trilhar

SOMBRAS DA CAVERNA
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Privilegiada visão
De frente pra tela
Escolhe achar real
Simplista, plausível
Pra que pesar?
Elege a ilusão

Só existe o que vê
E o que vê é só o que há
A todo o resto é permitido suprimir e eliminar
Mas as sombras da caverna permanecerão lá

O medo e a ambição
Buscam um aliado
Pra manter tudo igual
Enfrenta fantasmas com munição
Quem julga nunca sangrar

Só existe o que vê
E o que vê é só o que há
A todo o resto é permitido suprimir e eliminar
Mas as sombras da caverna permanecerão lá

Conveniente ponto cego
Isolados psicóticos, no partido do eu primeiro
Remediados criminosos

O MELHOR EM UM
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Passa o muro, passa a grade
Passa a porta, passe a chave
Fique à vontade como sempre fez
Financiado privilégio
Ele é nosso, o mérito venceu

Parece que hoje vai chover
Veja a verdade na TV
Quatro paredes e o chão sagrado
Onde vigoram suas leis

Bom dia entre dentes
No território onde nada é informal
Orgulho decadente

Unitário, paralelo
Sem contato, ponto cego
O silêncio onde ecoa uma só voz
Sem saída pra evitar contágio
Soberano em seu lugar

Certezas sem questionamentos
A voz que não se faz ouvir
Qual valor em ser o melhor em um?

Confortável, nos limites
Porta afora inimigos
Outras vozes, outros egos
Conglomerado de ruídos

Cada porta
Cada um
Cada qual seu próprio rei

Certezas sem questionamentos
A voz que não se faz ouvir
Qual o valor em ser o melhor em um?

DOUTRINA DO CHOQUE
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Na guerra não convencional
Na doutrina do choque
O predador neoliberal
Faz a festa
Do Deus mercado e capital desregularizado
Se alimentam oligarcas

Pros senhores do mundo
Multipolaridade
Tirar dinheiro de suas mãos
Reserva de petróleo
Que não lhes cabe parte
Necessita intervenção

A guerra híbrida não usa força militar
Vigia e explora pontos vulneráveis
Pra impor ou se opor, pra tomar o poder
Interfere no processo eleitoral
Vulgo golpe

Atrás do orgulho nacional
Em nome do progresso
O predador neoliberal
Faz a festa
Novo sistema laboral
Fábrica de escravos
Prioriza oligarcas

Desorientação reduz a resistência
A classe média faz a sua parte
Jogando sujo contra a corrupção
De emergente à subserviente

Abrindo espaço para o Chicago boy
Privatizar todas estatais
Favorecer os ricos às custas dos pobres
Eliminar programas sociais
Arma na mão pra garantir a paz
Do virtual ao institucional

Destruir para lucrar com a reconstrução
Trocar de dono
No ponto cego está toda a população
Meros inquilinos
Empreendendo, pagando a conta
Pro bem-estar de poucos

Na guerra não convencional
Na doutrina do choque
O predador neoliberal
Faz a festa
Devorando tudo até não sobrar nada
Capitalismo do desastre

ETIQUETA SOCIAL SUV’S (STUPIDS UTILITY VEHICLE)
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Distribuída ordem na vertical
Protege suas vidas
Na mira das armas
Filhos, pais e mães
Prevalecem os seus

Se a morte humana te torna melhor
Se esse holocausto te faz bem
No mundo egocêntrico das SUV’s
Quem matou?
Quem morreu?

Usar de sangue derramado pra justificar
Autoajuda, gasolina
Seu sadismo classicista

Atropele pobres marginais
Na velocidade da luz
Sua ética do tanto faz
Tornando mais leve a cruz

O conservadorismo hipócrita do pregador
Elege seus bolsos
A justiça tira a venda e escolhe o vilão

Quem se encarcerou na estupidez
Da própria coerência é refém
Quem comprou com egoísmo
Que receba a prestação
Sem classe, vitimismo, sem razão
Acima de tudo sempre foi você
E no ponto cego enxergar
A tragédia prevista

Motores potentes pro bem
Na velocidade da luz
Golpistas prudentes não veem
O abismo que os matará

Pra onde for o desprezo
Ele voltará
Sem motivo, assustando
O troco a pagar
Em bólidos onde nem a temperatura é real
Não vislumbra o horror
Que escolheu colher

Pra onde for o desprezo
Ele voltará
Com motivo, assombrando
O troco a pagar
Em bólidos onde nem a temperatura é real
Não vislumbra o horror
Que escolheu colher

APAGÃO
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Fez-se o tumulto
E a desinformação
Daí surgiu a oportunidade
Se instala o medo
E a insensatez
Que não aflige quem tem muro e grade

Quando alguém vier bater
A sua porta a noite
E não tiver a quem recorrer
Como será?

Quando o discurso
É posto em ação
Daí talvez já seja muito tarde
No ponto cego
O grito é em vão
A vida tem suas fatalidades

Quando alguém vier bater
A sua porta a noite
E não tiver a quem recorrer
Como será?

Cegando o bairro e o estado
Cegos de cima a baixo
Incentivando a privada em detrimento de todos
Uma cagada liberal
Imediatista imoral
O fascismo informal
Noite infértil, escura, longa e fria

O grito é em vão

Os absurdos
Em meio ao apagão
A quem foi dada legitimidade?
Cegos e surdos
Em meio ao apagão
A vida tem suas fatalidades
Batendo a sua porta
Em meio a escuridão
Ninguém ouve ou vê

JANELAS
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Janelas abertas
Mentes fechadas
Cortinas bonitas
Ideias erradas
A luz que não penetra a escuridão
Escolhas que restringem a visão

Panorama limitado

Uma depravada
Especulação
O preço é alto
Ganância ambição
A água que chega para destruir
Encharca as plantas que não tem raiz

Receitas fabricadas
Pra esclarecer
Humanos sem olfato e sem cor

Se um dia a luz entrar
E revelar os erros dessa existência
Mostrando sombras
O que é real
E não se pode esconder

Uma vida mensal
Entre quinas e contas
Nas paredes seguras
Dessa não-relação

No ponto cego é fácil disfarçar
O cheiro podre de todo andar

Se um dia o Sol entrar
E não aquecer
Só a noite vai morar
Dentro deste ser

MESSIAS
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Bom dia, grupo! Olha a notícia
Sentimental e alarmista
Que desperta indignação
E aponta um inimigo
Bom dia, grupo! Olha a notícia
Gráficos e estatísticas
Condizentes com a intuição
O inimigo é culpado

Em meio à crise
Sacramentado salvador
Se quer acreditar

Unidos pelo ódio
A um mesmo inimigo
Que belo sentimento
Fazer parte da tribo

Preste atenção ao demagogo
Há trinta anos nesse jogo
Ele agora é a salvação
Ele agora é a salvação

Sem diálogo, nem projetos
Dando graças ao ódio e ao medo

Em meio à crise
Autoritário opressor
Vem pra contagiar

A epidemia se espalhou
Por todos os lados
A mentira viralizou
Tornou-se real
O horizonte é o ponto cego
Quando se olha só para si

É o preço que se paga

Se a democracia estiver
Entre o rei e o que ele quer
É a caneta ou a espada
Que prevalecerá

Em meio à crise
Autoritário opressor
Vem pra contagiar
Sacramentada pós verdade
Rebanho pronto pra aceitar
Criados pra matar
Aplaudindo o salvador

RECEITA PRO FRACASSO
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Congele o investimento em saúde e educação
Reduza a idade de trancá-los na prisão
Desigualdade aumenta, a repressão também
Uma guerra de classes beneficia a quem?

Frágeis soluções
A pressão faz o sangue ferver
Alimentando frustrações
Receita pro fracasso

Busque um emprego com a terceirização
Pode negociar direto com o patrão
Aceite a migalha e nem pense em reclamar
Pois sempre terá outro querendo seu lugar

Alimente o próprio ego
Tudo mais é um ponto cego
Além da limitação
Inútil argumentação
Propague a insegurança
E o medo vai crescer

O medo vira ódio
O ódio busca um alvo
Receita pro fracasso
Salve-se quem puder

Polarize
Emburreça
Mexa a massa
Leve ao fogo

Frágeis soluções
A pressão faz o sangue ferver
Alimentando frustrações
Receita pro fracasso

Aproveite para consumir
Desenfreadamente
Todo e qualquer recurso
Humanos vão prevalecer
E essa é a receita

DESCENDO AS ESCADAS
(Marcão Melloni / Ric Mastria / Rodrigo Lima)
Descendo as escadas
A vida alheia entretém
São Paulo machuca e a solidão também
Venda casada, a solução final
Numa história vazia a empatia se desfez
Em corredores, cultos e ações
Comportamentos afetados por lições
Se faz valer sempre o mais forte
Em nome do perdão, deuses fazem reféns

Dedo no gatilho, sempre a reação
Encarar escolhas, enfrentar o depois
Interpretar a vítima pronto pra matar
Não se deve contestar

Não vai adiantar
Tentar esconder
No ponto cego neutro e seguro
Que encontrou
Dentro de um vazio
Que não cicatrizou
E não vai denunciar
Nem se mostrar cruel

Do branco da parede
Determinada perfeição
Insultos inanimados, uma vida sem som
Por trás das evidências, uma moral sem cor
Escuridão humana travestida de ação

Mãos sob controle, ocupam a visão
Hipnose em massa, assimilação
Interpretar a vítima pronta pra morrer
É preciso compreender

Não vai adiantar
Tentar esconder
No ponto cego neutro e seguro
Que encontrou
Dentro de um vazio
Que não cicatrizou
E não vai denunciar
Nem hesitar
Em se mostrar cruel

Água empoçada, rigidez, torpor
Discurso de casta, modelo importado
Baixa tolerância, alta infração
Seguindo a hierarquia e vivendo em negação

Não vai justificar
Roubar pra empreender
Cuspir, bater a porta
Ordenar quando convém
Comércio a sangue frio
Sofrimento é transação
E não vai denunciar
Nem se mostrar cruel

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