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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

CRUZ DEL SUR, ROI OURS E QUARTETO FANTÁSTICO 2099 - análise e crítica das HQs

ouvindo: James Newton Howard, The Prince Of Tides - Original Motion Picture Soundtrack, de 1991 





primeiro que este post amorosamente dedicado às memórias do cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, a.k.a. Quino (1932-2020) e à do desenhista estadunidense Alfonso “Al” Williamson (1931-2010).

nós não esqueceremos, somente agradecemos.




diferentes países. diferentes escolas de Histórias em Quadrinhos. Comics. Bande Desinée. super-heróis. de tudo um muito. e chega a ser irônico pensar que se produz mais HQ de faroeste na Europa que nos próprios Estados Unidos. tão irônico[1] ao se considerar que só se tem conhecimento de super-heróis franceses, à exceção de Satanax, criado pelo artista Auguste Liquois (1902-1969) e pelo roteirista Lucien Bornet, ambos franceses. eu poderia falar de n diferenças culturais acerca da nona arte nos países em questão, e de como o cinema, a literatura e o teatro influenciam muitíssimo mais as HQs no país mais islamofóbico do mundo[2] do que na “terra das ‘oportunidades’” entretanto vou me ater hoje somente “somente” a falar de três títulos – poder-se-ia dizer – díspares.


imagens do meu cérebro funcionando após eu ler HQs muito díspares entre si

todavia dois deles são mais aproximados que o terceiro, que não tem porra nenhuma a ver com o último. bora pro que interessa nessa porra.


CRUZ DEL SUR 

pra começar eu vou me corrigir: no começo do texto era pra ter falado do país europeu que mais recebeu influência islâmica em praticamente todos os âmbitos socioculturais e as igrejas católica e protestante falh(ar)am miseravelmente em extirpar – a Espanha[3]. 
admito que o que eu mais saco da Espanha é futebol, cinema, Dom Quixote, Crysyx, tretas na Cataluña, HHH, GRB, Hörror, atriz de filme pornô e o Ignacio Jordà González a.k.a. Nacho Vidal. e antes de Cruz Del Sur, eu NUNCA tinha lido nada de HQ produzido nesse país.
O AUTOR DESSE BLOG DEFENDE A INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA!
¡LLIBERTAT CATALONIA!
crendices, superstições e medievalismo são indissociáveis. em algum lugar, aqui, ali, por ai, nas narrativas, os dois primeiros se encontram com o cristianismo seja em rota de colisão – com este visando destruir os hábitos “religiosos” locais para que se estabeleça –, seja para andar de mãos dadas. mas, no final, quase nem sempre o negócio acaba bem. em verdade, quase nunca o negócio acaba bem (a não ser quando a história é contada pra criança – ou não).
o conjunto crendices e superstições locais em rota de colisão com o cristianismo à época do medievalismo é o Leitmotiv de Cruz Del Sur, graphic novel escrita por Luis Durán e desenhada por Raquel Alzate, publicada pela editora Astiberri em dezembro de 2004.
Cruz Del Sur é onde a narrativa se desenvolve, quando Groz, o cavaleiro favorito de Volt (o senhor de Cruz Del Sur) e soldados subordinados a ele matam uma mulher tida como uma bruxa e levam sua filha, Iliane, para que o senhor da localidade decida seu destino. como em dado período da Idade Média europeia aconteceu a Santa Inquisição e a decorrente caça às bruxas, havia sempre um padre (muitas vezes mais gordo que a puta que pariu, pra quem nunca falta comida) em uma vila, cidade, comunidade, etc etc etc, foda-se, vocês entenderam.
10 anos depois, após voltar de guerras e guerras, Martin, o filho mais novo do senhor de Volt, retorna à Cruz Del Sur e, após se “encantar” com Iliane, tenta violentá-la, mas ela resiste e acaba sendo esfaqueada pelo bobo da corte. Dominique, o escravo do bobo, o mata com uma paulada e ajuda Iliane a fugir justamente para o bosque; ele a deixa justamente à base da árvore que a mãe de Iliane foi morta. o bosque, tido como maldito/diabólico, se vinga dos relacionados aos que mataram sua amada e sua filha.
a história é fenomentalmente bem contada e a arte de Raquel Alzate apresenta praticamente um quadro a ser emoldurado na parede, devido sua habilidade com pinceis e iluminação o final da leitura é um “UOU, QUE FOI ISSO, VELHO?” com “porra, já acabou? não tem mais, não?” como pouquíssimas obras fazem a quem as degusta.
tem um animador russo chamado Aleksandr Konstantinovich Petrov, vencedor do Oscar de curta em animação em 1989 por The Cow e em 2000 por The Old Man and the Sea – com base no romance homônimo de Ernest Miller Hemingway (1899-1961) –, que tem três obras OBRIGATÓRIAS pra quem curte animação: a já citada The Old Man and the Sea, de 1999; My Love, de 2006, escrita em conjunto com Ivan Shmelyov; e Rusalka, de 1996, escrita em conjunto com Marina Vishnevetskaya.
The Old Man and the Sea, de 1999, de Aleksandr Konstantinovich Petrov
My Love
, de 2006, de Aleksandr Konstantinovich Petrov
Rusalka
, de 1996, de Aleksandr Konstantinovich Petrov
podem ter certeza que bicho produzindo uma animação dessa graphic novel ganhava, no mínimo, por baixo, mais um Oscar de curta em animação, ainda mais se coordenado e/ou co-dirigindo com Durán e Alzate.
se tu não gostares de Cruz Del Sur, por favor, pare de consumir nona arte porque o negócio não é pr’ocê não.


ROI OURS 
volta e meia eu falo de HQ francesa aqui e vou falar até quando eu considerar conveniente. porque os franceses, junto aos japoneses, são os picas das galáxias pra fazer HQ. Roi Ours, do francês Mobidic, lançada em 2015 pela Delcourt, não foge em nada à regra, mesmo tendo um jeitão de animação infantil. mas só o “jeitão” mesmo, visto que é uma história de amor, sacrifício e devoção ritual das quais tu não deixas uma criança ver sozinha, ainda que tenha uma referência indiretona ao Ursos sem Curso, já que a BD[4].
Ursos sem Curso, 
em um cenário meio Apocalypto na parte central da América do Norte e muitíssimo antes da chegada dos europeus ao continente, Xipil será entregue em sacrifício à Caiman, a deusa-jacaré, para que graças recaiam sobre sua tribo, quando é “salva” pelo Rei Urso Polar da Coca-Cola com a benção – ainda que deveras receosa – da Mãe dos Macacos, o soberano desposa a jovem após esta atacada por Antli, seu.... EX-MARIDO. claro que, quando a ficha dela cai, ela nota o tamanho da cagada que se meteu. a cerimônia de casmento é digna das melhores narrativas orais de mitologias. Rei Leão Feelings, algo por ai.
claro que a caralhada fica mais caralhenta quando Xipil tem uma visão de seu povo natal guerreia com o Rei Urso e o derrota, tombado em celeuma e que, OLHA SÓ!, não era uma PREvisão e sim uma em tempo real. com isso, Caiman vê uma oportunidade de reaver sua oferenda e, de quebra, se vingar dos humanos que destroem indiscriminadamente as terras do povo-crocodilo fazendo uma proposta irrecusável à Xipil que custará sua alma.
MAS A REGRA É CLARA: se a narrativa tem um tom épico tem que acabar em merda, não pode ter final feliz. nisso, Mobidic agrada de forma soberba, a ponto de fazer tu se sentires mal com o fim de Roi Ours, a ponto de bater aquele vazio ESCROTO. se a HQ consegue fazer isso, ela vale pra caralho. 
por fim, também achei Roi Ours fudida pra caralho no melhor sentido por apresentar uma nova perspectiva sobre totens, rituais e relações com seres espiritais. e MELHOR AINDA: sem relação alguma com os Garou de Lobisomem: O Apocalipse, abrindo possibilidades de campanhas interBetê[5], já que os totens apresentados são “Gurahl”[6] e “Mokolé”[7] e a ambientação uma região indeterminada da América do Norte muito antes da chegada dos Estrangeiros da Wyrm. enquanto Cruz Del Sur cai como uma luva pra GURPS Middle Ages ou mesmo um D&D ou um Vampiro: A Idade das Trevas; Roi Ours é total um GURPS ou um Mago: A Cruzada dos Feiticeiros ou quem sabe aquele Lobisomem: A Idade das Trevas belezinha.
leia Roi Ours. e leia pra ontem.

QUARTETO FANTÁSTICO 2099 
o terceiro dos três foda de ser fã é ler quase todas as merdas que saem de tal personagem ou grupo de personagens e eu já falei pra caralho aqui o quanto eu curto Quarteto Fantástico[8] e, à exceção do Motoqueiro Fantasma[9], eu sempre fiquei totalmente na onda com os títulos da série 2099. “ah, mas tinha o Homem-Aranha também.” ESSE Homem-Aranha eu curtia, ai conclui – ao ler a última série do personagem (Homem-Aranha 2099) – que meu problema não era o personagem e sim o alter-ego, o cretino imbecil do Parker.

Motoqueiro Fantasma 2099, criado por Len Kaminski e publicado de 1994 a 1996
Homem-Aranha 2099, criado por Peter David e Rick Leonardi

ai que a Marvel, creio que na esteira da última série do Homem-Aranha 2099, decidiu rebotar esse universo e já estão rolando os títulos tanto do Conan (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)[10], Venom (eu considero perfeitamente cabível)[11]. eu só queria saber como vão linkar, SE, em decorrência de Maestro, prequel de Futuro Imperfeito, vão linkar essa caralha ao universo de Futuro Imperfeito[12]. nhum boto fé ki vaum fazer içú nhaum.
Hulk: Futuro Imperfeito
, de Peter David, George Pérez e Tom Smith, de 1992; publicada no Brasil pela primeira vez em 1996 
Hulk: Maestro, de Peter David e Dale Keown; série em andamento
“mas como o Quarteto Fantástico vai parar em 2099?”
é demais sabido que, em história de super-herói, fulano viaja no tempo como criança brinca de pira[13] e isso já aconteceu pra caralho em história do Quarteto, principalmente na fase Byrne e na fase Simonson-Simonson[14] e na saga contada por Karl Kesel (Super-Homem, Demolidor, Indiana Jones), Terry Kavanagh (X-Men, Mestre do Kung-Fu, Viúva Negra), Joe Kelly (Action Comics, Elephantmen[15], Steampunk) e Benjamin “Ben” Raab (Liga da Justiça: Xogum de Aço[16], Excalibur); desenhada por John DISPENSA APRESENTAÇÕES Buscema, Humberto Ramos (Impulso, Vingadores, Hardware), Rick Leonardi (Asa Noturna, Star Wars, Mulher-Hulk), Matt Ryan[16] (Liga da Justiça, Bloodshot, Conan & Mulher-Maravilha[17]), Pasqual Ferry (Thor, Superboy, O Jogo do Exterminador[18]): arte-finalizada por Al Williamson (Star Wars, Motoqueiro Fantasma, Weird Science-Fantasy), Jimmy Palmiotti (Jonah Hex, Justiceiro, Aliens), Jaime Mendoza (Bloodstrike, Batman, X-Men Ultimate) e Art Thibert (Renegados, Youngblood, Call of Duty: The Brotherhood[19]); e colorida por Paul Becton (Vingadores da Costa Oeste, Conan).
“‘tá, mas o que é que acontece?” a Primeira Família da Marvel volta de uma missão na Zona Negativa e cai em 2099, sendo perseguidos pelas megacorporações Stark-Fujikawa[20] e Alchemax[21] para que tenham certeza se são eles ou não enquanto isso, eles além de tentar voltar pra Zona Negativa pra poder voltar pra 1999 vai ser só mais um ano, um dia na vida, uma gota no oceano, ano do qual eles saíram. então que, não sei a razão – talvez eu nem queira saber – deram fim no universo Marvel, NESSE universo Marvel com um asteroide composto do mesmo tecnovírus do personagem Warlock[22] e jogaram o Quarteto nessa presepada toda, vista a experiência do conjunto nestas situações. ademais, são situações deliciosamente absurdas que é legal observar o contraste das gerações de superseres aparecem o Aranha e o Doutor Destino, como eles são e não tem como não curtir.
o que posso dizer sobre Quarteto Fantástico 2099 é: é RUIM, DÁ VERGONHA DE VER. as histórias são Quarteto Fantástico Quarteto Fantástico, pegada ação com ficção cientifica com roteiro até que bem-feito e arrumado. TODAVIA a arte É ABSURDAMENTE PORCA, lembrando muito Super-Homem do final da década de 1980 começo da década de 1990 que chega a dar muita raiva ao se ver. 
por fim, só leia Quarteto Fantástico 2099 se tu fores indiscutivelmente fã do grupo, senão passe longe. BEM longe.




estas foram as críticas e análises de hoje, espero que vocês tenham curtido. e eu queria agradecer ao meu Irmão-Lobo Chuva-Vermelha-de-Sangue e a minha Irmão-Loba Lizzie Perez pelas orientações quanto a situação histórica da Idade Média pra eu não falar merda no texto.





[1] ♪♫Ist das nicht ironisch? Meinst du nicht?♪♫
[2] às palavras da Prof.ª. Dr.ª. Francirosy Campos Barbosa, do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do campus Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na vídeo-aula Introdução ao Islam: fontes escriturárias, mulheres e pandemia, de 27 de agosto de 2020.
[3] ver nota 1 do post anterior.
[4] acrônimo de Bande Desinée.
[5] metamorfo(s) ou mesmo raça(s) metamórfica(s).
[6] para mais informações sobre os metamorfos-urso, ler Gurahl: Changing Breed Book 4, de Jackie Cassada e Nicky Rea para a White Wolf em 1998.
[7] para mais informações sobre os metamorfos-repteis, ler Mokole: Changing Breed Book 6, de James Comer, Steve Prescott, Jeff Rebner e Ron Spencer para a White Wolf em 1999.
[8] ler ESTE post, ESTE post e ESTE post.
[9] cedo ou tarde, vou fazer um post só pra ele por aqui.
[10] eu vejo uma influência do Ronin, do Miller; do Lobo Solitário cyberpunk e de muitas coisas do RPG Shadowrun.
[11] não preciso dizer que sempre gostei mais do Venom que do Aranha do 616.
[12] o Maestro chega a meter a cara nos tempos presentes em umas edições de Velho Logan. meio forçadinho mas ‘tá valendo pra passar a tarde.
[13] ver nota anterior.
[14] Walter Simonson e Louise Simonson no roteiro e Walter Simonson na arte.
[15] pelo bem do que te resta de sanidade e saúde mental, NÃO LEIA ESSA PORRA!
[16] eu já falei dela nesse post aqui, também vou falar dela por aqui.
[17] FODA PRA CARALHO! RECOMENDO PRA CARALHO!
[18] serve como leitura “lateral” do filme homônimo dirigido e escrito por Gavun Hood, baseado na obra homônima de 1985 do escritor estadunidense Orson Scott Card.
[19] não tem nada a ver com a série homônima de jogos de videogame e sim com as teleséries Station 19 e Chicago Fire. Brigada 49 e/ou Cortina de Fogo em Quadrinhos, caso prefiras.
[20] não vou explicar aqui, talvez eu explique no post do Motoqueiro 2099 por ora, terás que se debruçar sobre o universo pra saber.
[21] idem.
[22] personagem criado por Chris Claremont e por Bill Sienkiewicz, cuja primeira aparição foi na edição #18 do grupo The New Mutants, de agosto de 1984 (no Brasil, saiu na edição #72 d’O Incrível Hulk, de junho de 1989). 





R E F E R Ê N C I A S C O N S U L T A D A S

BARBOSA, Francirosy Campos. Introdução ao Islam: fontes escriturárias, mulheres e pandemia. Vídeoaula do curso Introdução ao Islam, oferecido pelo RELIGANDO Ciência da Religião Online em 27 de agosto de 2020. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=aqdLiIIDf6g>.
CASSADA, Jackie; REA, Nicky. Gurahl: Changing Breed Book 4. Estados Unidos: White Wolf, novembro de 1998.
CORNER, James; PRESCOTT, Steve; REBNER, Jeff; SPENCER, Ron. Mokole: Changing Breed Book 6. Estados Unidos: White Wolf, setembro de 1999.










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terça-feira, 29 de setembro de 2020

UM HOMEM SEM IMPORTÂNCIA - crítica e análise do filme

 ouvindo: Judas Priest, Sad Wings of Destiny, 1976


a produção cinematográfica brasileira do período da ditadura militar[1] varia primeiro entre dois extremos, os clássicos atemporais e os as porras completamente esquecíveis, e então aos meio-termos que um ou outro valem a conferida. como eu confio cegamente e inconscientemente nas sugestões de filme que meu parça Rodolfo me indica e, dessa vez, ele me indicou um nacional (eu tinha indicado pra ele o Politicamente Incorreto[2]): Um Homem Sem Importância, escrito e dirigido pelo cineasta espanhol radicado brasileiro Alberto José Bernardo Salvá Contel (¡eita nome!) (1938-2011)[3] e lançado em 1971.

Um Homem Sem Importância, escrito e dirigido por Alberto José Bernardo Salvá Contel

o filme, iniciado ao som de “Born to Be Wild”, dos estadunidenses do Steppenwolf[4], conta a história de Flávio (Oduvaldo Vianna Filho[5]), um desempregado na casa dos trinta anos que foi demitido da casa de boliche na casal trabalhava em decorrência um bando de muleque bêbado que tava zuando o repositor dos pinos. Flávio, segundo seu pai (interpretado por Rafael de Carvalho [1918-1981]), já passou por uns 10, 12 empregos em dois anos o irmão de Flávio (interpretado por José D’Artagnan Mello [1961-2019]).

“Born to Be Wild”, do Steppenwolf

só que, além de Flávio inventar de colocar no currículo que tem experiência em certas áreas e levar lindamente na cara quando é upado pra trabalhar nas mesmas, conhece peças extremamente raras na pelega de arrumar emprego – como (Mário Prieto), seu amigo de infância, e o nipo-brasileiro (Katsuo Kon) – e ainda se mete em situações, no mínimo... posso dizer inusitadas. como encontrar a filha da puta que começou a confusão que desembocou na demissão de Flávio do boliche (Dita Côrte-Real [1936-1974[6]), acompanha de dois amigos (Silvio Froes e Célio de Barros).

ao último lugar que vai, não consegue a vaga [de contínuo[7]], mas conhece Selma (Glauce Rocha [1930-1971][8]), com quem tem um rolo de uma noite antes de voltar pra casa e brigar valendo com o pai na mesa do jantar sobre as velhas discussões de formação, trampo, necessidades e oportunidades. o monólogo de Flávio pode ser considerado desnecessário mas é característico de filmes nacionais do período quanto a(o) protagonista do texto.

ainda que Um Homem Sem Importância me lembre pra caralho em muitas passagens e detalhes a magnus opus musiliana, Um Homem Sem Qualidades, funciona como apresentação do panorama do Brasil não ser a maravilha econômica que pintam sobre a época da ditadura à própria época do filme, e Flávio fazer parte da População Economicamente Ativa – i.e., o percentual populacional a partir de 15 anos de idade inserido no mercado de trabalho ou que, de forma ou outra, está procurando se inserir nele para exercer algum tipo de atividade remunerada (PENA, 2015) – , somando o fato que, às palavras de Tatiana Kolodin Ferrari e Gutemberg Hespanha Brasil (2015),

“Existem três forças que agem sobre o mercado de trabalho determinando a taxa de desemprego: a oferta de trabalho, a demanda por trabalho e os salários. Se os mercados fossem eficientes, essas forças iriam atuar de forma a gerar um estado de equilíbrio, eliminando qualquer disparidade de desemprego entre as regiões no longo prazo. Entretanto, a ação dessas não consegue reduzir completamente as disparidades [...] Na tentativa de explicar as causas dessas diferenças e a persistência entre as taxas de desemprego regionais, surgiram duas abordagens: a de desequilíbrio e a de equilíbrio.” (KOLODIN, BRASIL, 2015:674) 


logo, aplicando estes dois conceitos ao apresentado no Anuário Estatístico do Brasil de 1971 nos tocantes à escolaridade e acesso ao emprego, essas putarias de “todo mundo tinha emprego” e de “todo mundo tinha acesso a emprego” eram isso mesmo: putarias. sendo que, se hoje, 2020, o negócio já é absurdamente díspar a nível socioeconômico no país, pensem como era no ano do Tratado sobre a Proibição da Colocação de Armas Nucleares e Outras Armas de Destruição em Massa no Leito do Mar e no Fundo do Oceano e em seu subsolo. 

o Brasil sempre teve mão-de-obra pra caralho, mas e a qualificação? pra chegar essa qualificação a essa mão-de-obra? como fica essa caralha? pra chegar essa mão-de-obra a essa qualificação? e somem o fato que a industrialização brasileira é uma piada

tem tecnologia de ponta? tem. 

tem ciência de ponta? tem. 

tem produção cientifica de ponta? tem.

todavia, BRASIL NÃO CONSEGUE NEM SER PAÍS DE BASE ECONÔMICA AGRÍCOLA DECENTE QUE DIRÁ DE BASE ECONÔMICA A PARTIR DE INDÚSTRIA.

sabe a Índia? sabe a China? primeiro país tem 1b2mi pessoas e obteve a independência em 1947, segundo tem 1b3mi habitantes quase na virada do século XIX pro XX. e eu preciso dizer no que Brasil perdeu pra Índia e pra China: não que sejam 100% melhores pra viver que o Brasil. todavia, rolou aqui um processo tão fudido de sabotagem e um de autossabotagem que aqui não tem 250mi habitantes e não temos nem uma porra de programa nuclear funcional, que dirá um espacial. isso a ponto de que, se tu considerares Um Homem Sem Importância um retrato social AGRADÁVEL do Brasil da época, tu estás, NO MÍNIMO, assim, NA MELHOR DAS HIPÓTESES, assinando COM SANGUE teu diploma de inexorável e insofismável retardado acerca da história do país.

se o Brasil mudou pra melhor da época de Um Homem Sem Importância pra cá?

se tu acreditas que sim, tenho uma PÉSSIMA notícia pra te dar.






[1] caso haja dúvidas da existência de ditadura militar, dar uma olhada nessa bibliografia aqui rápidão:

1. U.S. Forces Stood Ready to Aid ’64 Brazil Coup, de Lewis H. Diguid, publicado no jornal The Washington Post de 29 setembro 1976;

2. The Situation of Brazil, documento oficial da CIA de 13 de fevereiro de 1969;

3. Documento da CIA relata que cúpula do Governo militar brasileiro autorizou execuções, artigo de Rodolfo Borges publicado no site do ElPais Brasil em 10 de maio de 1968;

4. Documento da CIA sobre execuções “implode” versão oficial da ditadura, (também) de Rodolfo Borges publicado no site do ElPais Brasil em 15 de maio de 1968;

5. Comissão debaterá arquivos da CIA sobre assassinatos durante a ditadura militar, de Carlos Penna Brescianini para a Agência Senado em 23 de maio de 2018;

6. Document No. 12. U.S. Support for the Brazilian Military Coup d’État, 1964;

7. The United States and the 1964 Brazilian Military Coup, de Matias Spektor para o The Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, de 2016;

8. Memorandum From Director of Central Intelligence Colby to Secretary of State Kissinger, de William Egan “Bill” Colby (1920-1996), diretor da CIA de 1973 a 1976.

[2] eu comento esse filme nesse post aqui.

[3] Espanha também ‘tava no caralho em decorrência da ditadura militar capitaneada pelo militar Francisco Franco Bahamonde (1892-1975) a partir do golpe executado em 1939 pela coalização Nacionales – triunfante da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) – e terminada no ano da morte do “Generalíssimo” Franco.

[4] escrita pelo guitarrista Mars Bonfire (pseudônimo de Dennis Eugene McCrohan) para o álbum Steppenwolf, primeiro da banda, lançado em 1968.

[5] (1936-1974), também diretor, cineasta e dramaturgo.

[6] ela atuou também no filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 1976, escrito e dirigido por Bruno Barreto, sobre a obra homônima do escritor Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001), publicada em 1966.

[7] servente, pessoa que trabalha em serviços gerais.

[8] este foi seu último papel.mas antes participou de nada mais que Rio, 40 graus, de 1955, dirigido por Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), escrito por ele e Arnaldo de Farias; Os Cafajestes, de 1962, dirigido por Ruy [Alexandre] Guerra [Coelho Pereira] e escrito por ele e Miguel Torres; e os metafodônicos e caralhalmente obrigatórios Terra em Transe, de 1967, escrito e dirigido por Glauber [de Andrade] Rocha (1939-1981); e A Navalha na Carne, de 1969, dirigido por Braz Chediak e escrito por ele + Fernando Ferreira, Emiliano Queitroz e Plínio Marcos, com base na peça homônima escrita por esse último.






R E F E R Ê N C I A S C O N S U L T A D A S

________. Document No. 12. U.S. Support for the Brazilian Military Coup d’État, 1964. Disponível em <https://global.oup.com/us/companion.websites/9780195375701/pdf/SPD12_US_Support_Brazil_Coup.pdf>.

BRASIL. Anuário Estatístico do Brasil – 1971. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério de Planejamento e Coordenação Geral. Disponível em <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_1971.pdf>

DIGUID, Lewis H. U.S. Forces Stood Ready to Aid ’64 Brazil Coup. The Washington Post, 29 setembro 1976. Disponivel em <https://www.cia.gov/library/readingroom/docs/CIA-RDP91-00901R000700060125-0.pdf>.

BORGES, Rodolfo. Documento da CIA relata que cúpula do Governo militar brasileiro autorizou execuções. ElPais Brasil, 10 de maio de 2018. Disponivel em <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/10/politica/1525976675_975787.html>.

BORGES, Rodolfo. Documento da CIA sobre execuções “implode” versão oficial da ditadura. ElPais Brasil, 15 de maio de 2018. Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/11/politica/1526053261_197839.html>.

BRESCIANINI, Carlos Penna. Comissão debaterá arquivos da CIA sobre assassinatos durante a ditadura militar. Agência Senado, 23 de maio de 2018. Disponivel em <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/05/23/comissao-debatera-arquivos-da-cia-sobre-assassinatos-durante-a-ditadura-militar>.

COLBY, William Egan. 99. Memorandum From Director of Central Intelligence Colby to Secretary of State Kissinger. Central Intelligence Agency, Office of the Director of Central Intelligence, Job 80M01048A: Subject Files, Box 1, Folder 29: B–10: Brazil. Secret. Washington, 11 de abril de 1974. Disponível em <https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1969-76ve11p2/d99>. 

ESTADOS UNIDOS. The Situation of Brazil. Central Intelligence of America, 13 de fevereiro de 1969. Disponível em <https://www.cia.gov/library/readingroom/docs/CIA-RDP91-00901R000700060125-0.pdf>.

ESTADOS UNIDOS. Telegram. Department of State, julho de 1972. Disponível em <http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/docs/Doc16_53384-6-006.pdf>.

FERRARI, Tatiana Kolodin; BRASIL, Gutemberg Hespanha . Comportamento do desemprego regional no Brasil: uma aplicação de teste de convergência em painel. Nova Economia (UFMG. Impresso), v. 25, p. 673-688, 2015. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/neco/v25n3/1980-5381-neco-25-03-00673.pdf>.

PENA, Rodolfo Ferreira Alves. População Economicamente Ativa – PEA. Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/populacao-economicamente-ativa-pea.htm>.

SPEKTOR, Matias. The United States and the 1964 Brazilian Military Coup. IN: The Oxford Research Encyclopedia of Latin American History. Estados Unidos: Oxford University Press, 2016. Disponivel em <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4307854/mod_resource/content/1/Spektor%20US%20Military%20Coup%20in%20Brazil.pdf>. 











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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

THE MOUNTAINS OF MADNESS - análise e crítica da HQ

ouvindo: David Bowie, Space Oddity, de 1969.

The Mountains of Madness, de Adam Fyda, de 2020

é, sim. tem umas e outras postagens paradas, pra upar aqui, mas como li hoje mais cedo a nova adaptação pra HQ de As Montanhas da Loucura, do Howard Phillips Lovecraft (1896-1936), é dela que vou tratar porque talvez seja meu texto favorito do (talvez) mais famoso rodislandês[1]. não preciso dizer QUEM é o cara, tem muito post aqui que já fiz isso e, quando vi “olha só, mais uma adaptação de As Montanhas da Loucura pra HQ, dexó ler essa porra”.

quem assina essa versão do texto original de 1930 mas que só foi publicado nas edições de fevereiro, março e abril de 1936 da Astounding Stories of Super-Science[2] é Adam Fyda, mas, importante observer, já tem duas adaptações anteriores da mesma obra pra nona arte. a primeira foi assinada pelo quadrinista, escritor, cineasta e animador britânico Ian “I.N. J.” Culbard para a editora escocesa SelfMadeHero, em 2010. a segunda pelo mangaká japonês[3] Gou Tanabe em 2016, para a Kadokawa. Tanabe já tinha produzido, pra mesma editora, as adaptações dos contos O Templo, O Cão de Caça e a Cidade Sem Nome, que saíram no Brasil n’antologia O Cão de Caça e Outras Histórias, da JBC, em 2015.

Astounding Stories of Super-Science de fevereiro de 1936

Astounding Stories of Super-Science de março de 1936

Astounding Stories of Super-Science de abril de 1936

a primeira Astounding Stories of Super-Science, de janeiro de janeiro de 1930

a versão de I.N. J. Culbard para Nas Montanhas da Loucura, SelfMadeHero, 2010

a versão de Gou Tanabe para Nas Montanhas da Loucura, Dark Horse, 2019[4]

O Cão de Caça e Outras Histórias, também de Gou Tanabe, da JBC, em 2015. trad. Edward Kondo.

1930. em uma expedição científica à Antártica, o geólogo e professor da Universidade Miskatonic William Dyer lidera uma expedição onde descobertas ruínas antigas, formas de vida pré-históricas desconhecidas para a ciência e não identificáveis como plantas ou animais, além de uma cadeia de montanhas mais alta que o Himalaia.

1932. uma nova empreitada ao continente “gelado”[5], liderada por Howard Pym, também professor[6]. este recebe de um desconhecido o livro de notações de Herr Professor Dyer (que, ulhe só, também é geólogo) e lhe é pedido que leia antes da quest[7], que será realizada pelos navios Arkham e Miskatonic. antes de chegarem ao destino, se relata, como em filme em preto e branco os percalços de Dyer na região até seu trágico desfecho. junto ao graduando Danforth[8], segue as orientações apresentadas por Dyer.

o que dá pra falar até aqui sem estragar a surpresa é que o Necronomicon é citado pelo Danforth e, por ter visto o que viu nas cavernas subterrâneas, acaba ficando pinel (destino comum a quem viu o livro em questão e por ter passad’o que passou).

logo, é possível concluir que o texto de Fyda acaba sendo não somente uma porra duma continuação do original lovecraftiano mas também uma adaptação livre, e os dois textos conversam formando um terceiro. é/seria algo como O Enigma de Outro Mundo, de 1982, do Carpenter[9], e o A Coisa, de 2011[10], do van Heijningen Jr., mas feito direito, e não aquela porra, de 2011. ai que acaba meio que não sendo necessária a leitura do texto original porque o negócio já tá praticamente todo na versão fydaiana – porque são textos a partir de um texto que, como eu falei, acabam sendo um só texto –, mesmo que o original ainda seja climática e narrativamente incomparável.

O Enigma de Outro Mundo, de 1982, de John Howard Carpenter; roteiro de William Henry Lancaster (1947-1997), baseado em Who Goes There?, uma novela de John Wood Campbell, Jr. (1910-1971) (sob o pseudônimo Don A. Stuart) e publicada na revista Astounding Science Fiction em agosto de 1938[11][11.1]


A Coisa, de 2011, de Matthijs van Heijningen Jr.; roteiro de Eric Heisserer (A Hora do Pesadelo, Bird Box, Quando as Luzes se Apagam)

Astounding Science Fiction de agosto de 1938

a arte de Fyda é outro espetáculo à parte. me lembrou muito a arte do Hergé em alguns pontos que creio que ficaria do caralho em uma animação os jogos de cores e iluminações jogam muito a favor do texto e nada fica fora do lugar. se a história fosse “muda”, também ia caber perfeitamente nota-se o cuidado que tem principalmente nos cenários de página dupla: são grandiosos sem ser ofensivos e com itens perdidos. as cenas de plano geral cortado em quadros em uma só página também são muito legais porque são detalhistas mas dá pra identificar tudo.

Fyda não tensiona abrir um novo capítulo na adaptação de textos lovecratianos para outras mídias, e sim contar uma história dentro de uma história sem que a segunda se perca na primeira. esta leitura de Nas Montanhas da Loucura pode muito bem ser utilizada como uma porta de entrada a novos leitores do rodislandês, ainda que tenha o “contraponto” Lovecraft Country, série da HBO baseada na obra homônima de Matthew Theron “Matt” Ruff, de 2016.

mas mesmo eu gostando muitão de série, umas mais que outras, eu ainda prefiro The Mountains of Madness, de Adam Fyda. e recomendo também.






[1] não ‘tô admirado desse gentílico de Rhode Island ser assim, se bem que eu tinha deduzido que seria algo assim.

[2] primeiro dos vários títulos da revista Analog Science Fiction and Fact, publicada de janeiro de 1930, inicialmente pela editora Snappy Stories, capitaneada por William Mann Clayton (1884-1946) e Hiram Gilmore "Harry" Bates III (1900-1981). sim, esse mesmo Harry Bates foi o autor de Adeus ao Mestre, publicado pela primeira vez na edição de outubro de 1940 desse mesmo periódico. a revista é publicada até hoje.

[3] não, não é só japonês que faz mangá.

[4] não encontrei as capas da edição japonesa então vão essas mesmas.

[5] aquecimento global, né?

[6] ¿seria parente do também pesquisador Henry Pym? (entendedores entenderão)

[7] nada me tira da cabeça que foi o próprio Drye que entregou o livro ao Pym.

[8] não se diz em nenhum momento da obra qual a área de estudos dele, deve ser Geologia também. tinha Geofísica ou afins nesse período histórico?

[9] descaradamentemente inspirado no texto original do Lovecraft neste post comentado.

[10] que não tem nada a ver com o filme homônimo de 1985, escrito e dirigido por Larry Cohen.

[11] além d’O Enigma de Outro Mundo e A Coisa, outro filme baseado no texto de Wood Campbell, Jr. foi O Monstro do Ártico, de 1951, dirigido por Christian Nyby (1913-1993) e roteiro de Charles Davies Lederer (1910-1976).

[11.1] primeiro filme dirigido por Christian Nyby. 











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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

o novo alecrim

♪♫alecrim, alecrim dourado

que nasceu no campo

sem ser sodomizado


o meu amor

que me disse assim

que a flor da sodomia

era o alecrim♪♫

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS - análise e crítica do filme

ouvindo: Maurice Jarre, Mad Max Beyond Thunderdome: Original Motion Picture Soundtrack, de 1985[1].


um dos filmes de um programa querido por todos que passava na TV aberta era o Cinema em Casa, da SBT, que passou de 26 de agosto de 1988 a 5 de maio de 2011 admito que nem vi terminando porque já fazia uns anos que eu não parava pra ver TV de tarde porque, quando eu ‘tava em casa de tarde, ou era fds[2], que não passava o programa, ou eu ‘tava dormindo mesmo 

chamadas de abertura do Cinema em Casa, da SBT.

como já notaram, o texto de hoje é O Último Guerreiro das Estrelas, ficção científica de 1984[3], dirigida por Nick Castle (Dennis, o Pimentinha[4]; uns eps da série Amazing Stories[5]; Jogo Assassino; o roteiro de Hook - A Volta do Capitão Gancho[6]) e escrita por Jonathan R. Betuel (Meu Parceiro é um Dinossauro, A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger, A Máquina do Outro Mundo). 

CURIOSIDADE: NICK CASTLE FOI UM DOS PRIMEIROS MICHAEL MYERS / THE SHAPE NO PRIMEIRO HALLOWEEN, DO JOHN CARPENTER, DE 1978.

O Último Guerreiro das Estrelas

Dennis, o Pimentinha 

Halloween, de John Carpenter, de 1978

Hook - A Volta do Capitão Gancho, de 1991 

sim, é DESTE Meu Parceiro é um Dinossauro que ‘tô falando.

A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger

O Último Guerreiro das Estrelas é um dos (INÚMEROS) filmes que eu nunca vi full mode, do começo ao fim, ou eu via só o começo pro meio ou do meio pro fim, e isso me deixava frustrado pra caralho porque eu sempre queria saber qual o papo porque tinha videogame no meio. e como todo mundo aqui sabe (pelo menos todo mundo que frequenta aqui desde idos de 2010), eu pesquiso a nivel acadêmico TAMBÉM sobre videogame, e TAMBÉM sobre cinema. e quando junta os dois, PÁ!, só sucesso[7].

quando vi (O Último Guerreiro das Estrelas) da primeira vez, o mito arthuriano da Excalibur[8][9] não me era tão claro como revisitação. eu nem sabia que porra era “revisitação”, tampouco “mito”. é preciso entender, aqui, “mito” enquanto “narrativa dentro de um conjunto de narrativas que forma o escopo cultural de um povo (ou povos) em específico, sendo parte indissociável de sua(s) História(s)”[10] e “revisitação” enquanto “retorno a algo para constituição de outro algo”. já o mito arthuriano da Excalibur, segundo Alan Lupack, tem duas espadas/perspectivas. a primeira a primeira é vista n’animação A Espada Era a Lei, de 1963, de Wolfgang Reitherman (1909-1985): a “Espada na Pedra”, i.e., o item então cravado numa pedra (em uma subperspectiva, em uma bigorna) e é retirado por Arthur como símbolo milagroso-comprobatório de sua ascendência nobre e consequente direito ao trono da Bretanha. a segunda, onde ela já denominada “Excalibur” foi entregue a Arthur por Viviane[11], a mais importante sacerdotisa de Avalon e conhecida como a Dama do Lago.

A Espada Era a Lei, de 1963, dirigido por Wolfgang Reitherman e escrito por William Bartlett “Bill” Peet (1915-2002), sobre o livro homônimo de Terence Hanbury White (1906-1964)

“mas como caralho o mito de Excalibur tem a ver com O Último Guerreiro das Estrelas?”

o filme conta a história do pobre diabo sem perspectiva de porra nenhuma na vida Alex[12] Rogan (Lance Guest) que mora com mãe – Jane (Barbara Bosson) – e irmão – Louis (Chris Hebert) – em um bairro formado por trailers em algum buraco dos Estados Unidos[13], no qual também mora sua namorada, Maggie (Catherine Mary Stewart) e avó (Meg Willie). para Alex – que não vê a hora de se mandar desse buraco esquecido por deus e rejeitado pelo diabo –, o único entretenimento é uma máquina de arcade com o jogo Starfighter, no qual o player defende “a Fronteira” de Xur (Norman Snow) e da Armada de Ko-Dan em batalhas de naves espaciais.

se for falar de “Fronteira”, tem que falar de Brujeria, É DE LEI!

belo dia ai, Alex vai lá ao arcade e, com sangue nuzoiu, acaba quebrando o recorde da máquina, provocando comoção geral do bairro. até ai, tá, né? até que, vindo do nada, em um DeLorean da vida[14], aparece Centauri (Robert Preston) [último papel dele, inclusive), procurando por quem debulhou o gamezinho pra levá-lo pra integrar a Liga dos Guerreiros das Estrelas (baita nome original só que não, mas faz sentido segundo o título do game em questão) só que, no QG dessa sociedade, ninguém leva Centauri a sério e Grig (Dan O’Herlihy) praticamente “porra, velho, mas lá vens tu de novo com essa porra de ‘Arthur’ e ‘Excalibur’, seu doido?”. claro que Alex dá pra trás quando vê o tamanho real da presepada, mas acaba voltando quando um assassino enviado por Xur vem à Terra pra dar cabo dele e acaba eliminando tanto o Doppelgänger também interpretado, obviamente por Guest deixado no planeta por Centauri quanto o próprio Centauri.

‘partir de então, O Último Guerreiro das Estrelas segue direitinho o percurso d’A Jornada do Herói, campbellmente falando. falando em verdade, segue mesmo essa vicinal, ainda mais quando triunfa, em um ataque suicida que tem tudo pra dar errado mas vocês sabem como isso funciona em filmes, sobre Ka-Don (antes disso, Xur leva um senhor toco deles, só’cês vendo como é), sendo celebrado em Rylos como seu salvador.

ai o filme acaba, né? 

não, não acaba não. 

junto a Grig, seu escudeiro navegador, Alex retorna a sua terra mater para buscar... MAGGIE, visto que, em pelo menos umas duas passagens da obra, ele diz que vai embora de lá, mas só vai se ela for junto. POR ISSO que ele volta. ela receia, mas acaba indo com ele, que vai liderar a reconstrução da Liga dos Guerreiros das Estrelas.


O Último Guerreiro das Estrelas só é irrelevante se tu não considerares a importância dele pra evolução das tecnologias de efeitos visuais/especiais, tanto pra cinema quanto pra jogos eletrônicos, já que ele, junto a Tron, de 1982, foram um senhor salto para tais culturas (de efeitos visuais/especiais). ademais, Guerreiro das Estrelas não é chato, não dá raiva dos personagens, os clichês e estereótipos são bem aproveitados (a cena da señora levantando DO NADA uma espingarda pra Grig é MUITO absurda[15]). obviamente, tem umas referências aqui e ali DESCARADAS tanto a Star Trek quanto à Star Wars – porque não teve filme de ficção científica desse interim que não pegou nada dessas sagas, necessário frisar.

Tron: Uma Odisséia Eletrônica, de 1982, dirigido e escrito por Steven Lisberger 

pode ver O Último Guerreiro das Estrelas sem medo de ser feliz.


diz que era pra ter continuação, com o Louis seguindo os passos de Alex, mas não rolou. teve até uma novelização da obra, e um musical até[16], mas não me convém ler livros baseados em filmes (li o Alien, O Oitavo Passageiro e não me desceu bem), tampouco ver musicais baseados em FC.

romance de Alien, O Oitavo Passageiro, de Alan Dean Foster[17]





este post é amorosamente dedicado à memória do australiano-estadunidense Ronald Ray Cobb (1937-2020), designer de produção de O Último Guerreiro das Estrelas, que também era cartunista e artista gráfico (fez a capa do After Bathing at Baxter’s, de 1967, terceiro álbum do Jefferson Airplane), e – olha só! – trabalhou nos episódios IV, V e VI de Guerra nas Estrelas, O Vingador do Futuro, O Segredo do Abismo, O Sexto Dia, Conan, O Bárbaro (ele não trampou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau por estar trampando em Conan), Caçadores da Arca Perdida, entre outros. e – olha só de novo e mais ainda! –  também o design do DeLorean.

leb’ immerzu, Ronnie  






[1] ver post anterior.

[2] fim de semana.

[3] R E F E R Ê N C I A S

[4] outro clássico do Cinema em Casa.

[5] criada por Steven Spielberg e produzida por Brad Bird. OS DOIS DISPENSAM APRESENTAÇÕES.

[6] filme de 1991, dirigido por Steven Spielberg.

[7] certo, admito que esse é 50% do motivo desse post ter sido feito.

[8] ler com a voz do Shura de Capricórnio – ou a do El Cid (do The Lost Canvas).

[9] em galês, o artefato é alcunhado Caledfwlch; Calesvol, em cornual(h)ês; Kaledvoulc’h, em bretão; Caliburnus, em latim. 

[10] com base na definição de “mito” presente no Dicionário de Filosofia da Nicola Abbagnano.

[11] nos mitos arthurianos, Viviane – chamada em uma narrativa ou outra de Nimue, Viviane, Viviana, Vivienne, Elaine, Niniane, Nivian, Nyneve, Nimueh, entre outras variações – é filha de Diana, a deusa dos bosques e irmã mais velha de Igraine, i.e.,  a mãe de Artur e Morgana.

[12] HIER KOMMT ALEX!

[13] segundo o Castle e o Betuel, eles queriam fazer de tudo pro filme não ficar minimamente parecido com Tron e com E.T.: O Extraterrestre, do Spielberg, ambos de 1982. todavia, eu vi – creio que não foi só eu – como uma puta crítica à politicas habitacionais estadunidenses da época.

[14] ver a dedicatória do post.

[15] cultura armamentista estadunidense junto à de xenofobia do mesmo país de mãos dadas, descaradamente.

[16] American Idiot feelings?

[17] ele já escreveu muita coisa de FC, admito não ter lido porra nenhuma ainda.


REFERÊNCIAS CONSULTADAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Ivone Castilho Benedetti sobre tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

LUPACK, Alan. Excalibur and the Sword in the Stone. The Camelot Project: A Robbins Library Digital Project. Disponível em <https://d.lib.rochester.edu/camelot/theme/Excalibur-and-sword-in-the-stone>. 










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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

WONDER WOMAN: DEAD EARTH - análise crítica da HQ

ouvindo: Exaltasamba, Luz do Desejo, de 1996[1][1.1][2][3] 


em decorrência do run do Manson, muito post ficou atrasado e um deles é sobre a, pra dizer o mínimo, MAGNÍFICA Wonder Woman: Dead Earth, dos gênios Daniel Warren Johnson & Mike Spicer. SIM, os mesmos responsáveis pelo CLÁSSICO DOS TEMPOS MODERNOS Murder Falcon[4].

Murder Falcon, de Daniel Warren Johnson & Mike Spicer

Wonder Woman: Dead Earth saiu pelo selo Black Label, o dito “substituto” da Vertigo (que, na verdade, só é pra publicar histórias “adultas” do Batman, do Super-Homem e da Princesa Diana de Themyscira que não encaixam dentro de seus universos regulares. admito que torci o nariz quando vi que seria uma história pelo selo – foi o Lenilton que me apresentou, eu tenho que aprender a não duvidar mais das indicações dele –, mas depois “foda-se, é uma mini, que mal tem?” baixei a primeira e “CARALHO, FOI O DANIEL WARREN JOHNSON QUE FEZ?!?! JÁ VOU LER TUDO!” 

e foi o que aconteceu: li tudo em uma tarde. era pra eu ter feito um reporte exclusivo[5] de Dead Earth mas não tive essa sacada a tempo (FAIL) posso dizer que é minha história favorita da Diana, junto com Hiketeia[6].

Mulher-Maravilha: Hiketeia, roteiro de Greg Rucka, arte de J. G. Jones, arte-final de Wade Von Grawbadger e cores de Dave Stewart

tal como o Warren Johnson provou que domina muito bem o gênero “grandes monstros em batalhas épicas”, é preciso voltar à gênese de ninguém mais ninguém menos que o Hulk, a partir das considerações do quadrinista brasileiro Ricardo Chacur (2003) pra entender Dead Earth. às palavras do quadrinista:

“Stan Lee, que era um grande consumidor do gênero fantástico, queria bolar um personagem inspirado em diversas criaturas da literatura de terror e fantasia: Frankenstein, A Bela e a Fera, O Médico e o Monstro e Lendas de Lobisomem. Depois, explorou com grande habilidade assuntos como Guerra Fria, holocausto nuclear e bombas atômicas, com mensagens anticomunistas.”

Dead Earth se passa em um futuro séculos após uma hecatombe nuclear, quando as Themysciranas se encaralharam de vez com o mundo do patriarcado e decidiram tocar o foda-se valendo nele. como os EUA preferiram botar fogo no circo todo ao invés de lutarem até o último homem[7], soltam um bombardeio atômico à Ilha Paraíso, que causa mutações irreversíveis às habitantes – inclusive à Rainha Hipólita. é do caralho porque é, a minha perspectiva, é aquela homenagem aos filmes de monstros que todo mundo adora e que NÃO PODE faltar monstro em história que envolva mitologia grega. história que envolva mitologia grega sem monstro? NÃO, NÉ, CARALHO?!? e dá vontade de vomitar o coração pela boca não somente quando Diana chega a sua terra mater, mas principalmente quando Princesa e Rainha se re-encontram e o diálogo que travam.

ponto pra revista por Diana não ser infalível, imbatível e invencível: ela faz muita merda, toma muita decisão errada e, MELHOR PARTE, admite que só vai fazer o que está dentro de seu possível. e tem uma situação MUITÃO Mad Max: Além da Cúpula do Trovão combada à O Senhor dos Aneis: As Duas Torres que vocês vão ter que ler pra pegar/ver a referência lá. na verdade, NÃO TEM COMO NÃO LEMBRAR DE MAD MAX ao ler 2W:DE[8]. 

Mad Max: Além da Cúpula do Trovão, de 1985; dirigido, produzido e escrito por George Miller. EU IA MORRER E NÃO IA SABER QUE O FUCKIN MAURICE FUCKIN JARRE FEZ A OST DESSE FILME!!!

NON ECZISTE falar de Mad Max: Além da Cúpula do Trovão e não rolar o CRÁSSICO “We Don’t Need Another Hero (Thunderdome)”, interpretado pela deusa Tina Turner

O Senhor dos Aneis: As Duas Torres, de 2002, dirigido por Peter Jackson e escrito por ele, Fran Walsh, Philippa Boyens e Stephen Sinclair, baseados na obra homônima escrita pelo britânico John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973)

claro que, sendo uma história da Mulher Maravilha, Batman e Super-Homem tem papeis cruciais na narrativa muitos outros heróis – e vilões! – são citados aqui e ali, tu tens que sacar MUITO de universo DC pra sacar de quem falam e quando, fora as referências a outras histórias e até mesmo aos filmes do DCU.

talvez seja minha passagem favorita do Batman de todos os tempos

é importante tratar da relevância de O Senhor dos Aneis em razão de a como a batalha final de se desenrola, porque tem tanto Batalha do Fosso de Helm quanto Batalha dos Campos do Pelennor e até uma homenagem MUITÃO indireta à história Like A Bat Out Of Hell, escrita e desenhada por Walter Simonson, colorizada por Christie “Max” Scheele, publicada originalmente na edição 362 de The Mighty Thor, publicada em dezembro de 1985. no Brasil, foi publicada na edição 91[9] da revista Superaventuras Marvel com o título Batalha infernal e com o título Fugindo de Hel! no terceiro volume d‘Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor[10]. ademais, como o kryptoniano participa dessa batalha final é, no mínimo, na melhor das hipóteses, ABSURDAMENTE FODA que tu ficarás “porra, mano, eu nunca teria pensado nisso, olha... é, seria algo bem... Mortal Kombat? é, por ai, eu diria isso. 

Like A Bat Out Of Hell, edição 362 de The Mighty Thor, publicada em dezembro de 1985, roteiro e arte de Walter Simonson, cores de Christie “Max” Scheele

POR FIM2W:DE apresenta muita coisa nova sobre a Diana utilizando elementos nada novos pra quem lê HQ de Super-Herois. um bom paralelo que chega ao mesmo objetivo é Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra, da escritora estadunidense Leigh Bardugo, que começou como livro e foi adaptado à graphic novel pela MESTRA DO UNIVERSO Louise Simonson[11], esposa do já mencionado Walter, e que trampou com ele em X-Factor e Quarteto Fantástico e assinou sozinha Novos Mutantes, Super-Homem e Red Sonja. ‘tá. sim. faz parte dos meus planos comentar aqui Warbinger cedo ou tarde, mas posso adiantar que, apesar de sua pegada meio Percy Jackson, de certa maneira é muito mais confortável ver a Diana ser escrita por mulheres do que por homens.quando eu fizer esse post per specificare, falarei mais sobre.

Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra, de Leigh Bardugo

Wonder Woman: Warbinger, de Louise Simonson, baseada na obra homônima de Leigh Bardugo

2W:DE não tem final feliz, não te ilude, é mais uma sensação de guerra em hiato que pode explodir a qualquer momento, com qualquer fagulha. mesmo com o negócio ensolarado, fica aquele climão de “quando será?”.

logo, tal como Murder Falcon e ao contrário de Sementes da Guerra, tu ficas fudido no final da leitura (de 2W:DE), dá uma sensação de impotência do caralho, uma tristeza do caralho que... ‘tá, tem o caralho da paranoia nuclear que sempre parece ultrapassado mas sempre ‘tá por ai e “o que a gente faz se acontecer mesmo?”. é uma paranoia muito mais russo-estadunidense, mas ai que tamos no quintal dos EUA, já sabem... não consigo não lembrar da frase final de Meu Irmão Louco, do Stefan Heym[12].

eu sei que senti muita falta do Jake e do Murder Falcon não aparecerem, ia ser um crossover foda pra caralho!!!!


leia Wonder Woman: Dead Earth.






[1] no meu ensino médio, eu achava o Exaltasamba o grupo de pagode MENOS PIOR dos da leva que ‘tava rolando. ai hoje de manhã, procurando OST de forma randômica pra fazer as paradas no PC, lembrei que, em um grupo sobre HQs do selo Vertigo no Facebook um maluco fez um post sobre o fim do selo em questão com uma foto da [editora] Karen Berger. ai eu sei que eu li cantando o verso “Pena que acabou” e “caralho, deixa eu procurar a discografia do Exalta pra ouvir”.

e o Exaltasamba tinha o Péricles como integrante, é HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL NÃO gostar de qualquer grupo que tenha o Péricles como integrante.

[1.1] o verso “Que pena que acabou” é da música “Carona do Amor”, do álbum Cartão Postal, do Exaltasamba, de 1998.

[2] o Passarinho Urbano, da Joyce, OST do post anterior, foi lançado exatos 20 anos antes do Cartão Postal.

[3] amigo meu, o Márcio Cruz, disse que queria ver eu criticando os álbuns do Exaltasamba e aind’ess’emana isso vai rolar.

[4] comentada AQUI!

[5] como fiz com 2 Coelhos – comentado aqui – e Thor x One Punch Man – comentado aqui.

[6] comentada AQUI!

[7] OLHA A CRÍTICA À POLÍTICA BELICISTA ESTADUNIDENSE AI, GENTE!

[8] acrônimo de Wonder Woman: Dead Earth.

[9] publicada pela editora Abril Jovem em abril de 1991.

[10] publicado pela editora Panini em junho de 2008.

[11] nome de casada. o nome de solteira dela é Mary Louise Alexander..

[12] preciso comentar esse conto aqui, inclusive.





REFERÊNCIA CONSULTADA

CHACUR, Ricardo. Uma breve introdução sobre o Gigante Esmeralda. 14 de agosto de 2013. Universo HQ. 14 de agosto de 2003. Disponível em <http://universohq.com/materias/uma-breve-introducao-sobre-o-gigante-esmeralda/>.











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