Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

EXPLICAÇÕES

escrito em 29 de dezembro de 2006, ouvindo o fodaço álbum Ride The Lightning, do Metallica, de 1984. o segundo da banda, quando o baixista Cliff Burton ainda era vivo.

Chegando em casa, depois de digitar e postar o texto na casa do Edjan (valeu, Ed!), dei umas lidas nele e vi que tinham umas coisas que ficaram muito “vamos te matar pelas coisas que você escreveu!” e achei melhor me justificar logo antes que algum louco ou louca ou loucos interpretassem mal o que eu escrevi, e, acreditem, sempre aparece alguém pra fazer isso. Sendo assim, deixem-me esclarecer umas coisas sobre a postagem Terrorismo Agora!, antes que alguém se sinta profundamente ofendido com o que lá escrevi.

Então, vamos lá!
1 – Eu sou solidário com todas as pessoas que perderam pessoas que amavam em todos os atentados e atos terroristas citados na postagem em questão. Como eu escrevi nos versos finais de samba do bombardeio (canção para letícia tocar e cantar): “É o meu coração que se entristece / com os das pessoas que perderam pessoas que amavam...” (o poema completo está postado em poema sobre a guerra entre Líbano e Israel). Uma das mensagens que eu realmente quis passar na postagem é que o atentado de 11 de setembro de 2006 não é maior da história da humanidade, como muitos insistem em afirmar, já que existem outros muito maiores do que este.2 – Apesar de (ironicamente) finalizar as postagens como !!!Hezbollah Soldat!!!, não compartilho dos ideais de quaisquer grupo ou partido terrorista. Eu já fui assim, já pensei assim e acreditei piamente nos idéias desses caras, mas depois do que aconteceu em Beslan, Rússia, em 3 de setembro de 2004, eles (os ideais que os terroristas seguem) me causam completo repúdio, raiva e ódio. Como eu escrevi no poema A Farra Do Demônio, de setembro de 2001, “Quem mais sofre nas guerras são as crianças”. E, assim como na Cruzada das Crianças (assunto do qual falarei em uma postagem que ainda está sendo preparada), o ocorrido em Beslan provou que isto é a mais pura verdade.
3 – Eu não vou retirar absolutamente nada do que eu disse sobre A HUMANIDADE COMO UM TODO SER TERRORISTA, devido tratar o planeta Terra e a si própria do jeito que trata. Nenhuma outra espécie modificou – e, conseqüentemente, destruiu – tanto seu habitat natural quanto a raça humana, que, se diz tão civilizada, evoluída, racional e instruída, faz o que faz consigo mesma e com o seu lar. É, eu estou sendo repetitivo propositalmente, para enfatizar ainda mais o que eu quero dizer.
4 – Apesar do que falei sobre os EUA, Bomba Atômica, Ditaduras Militares organizadas pela CIA, George W. Bush e tudo o mais (e olha que nem falei sobre Globalização, Neoliberalismo, Genocídio Cultural e reconstrução dos valores dos países segundo os valores norte-americanos, o famoso american way of life), eu não sou 100% antiamericano (podem me xingar se vocês quiserem, vocês têm messe direito!). Afinal, eu vejo MTV diariamente; falo inglês; Arnold Schwarzenegger já foi meu ídolo; já quis ser o Charles Bronson e o Sylvester Stallone; amo revistas em quadrinhos da Marvel Comics e da DC Comics e, por fim, meus estilos favoritos de música são o rock’n’roll, o punk rock e o hardcore, que, não ironicamente, nasceram nos EUA (e fodam-se todos que dizem que o punk nasceu na Inglaterra. O Sex Pistols só surgiu depois do Malcolm McLaren e a Vivienne Westwood viram os Ramones tocando no CBGB, nos EUA). Eu seria muito contraditório se colocasse isso na postagem – que eu sou 100% antiamericano –, uma vez que acabei de justificar porque eu não poderia sê-lo.
5 – EU NÃO ‘TÔ NEM VENDO! Vou manter cada palavra do que eu escrevi sobre o Tribunal da Santa Inquisição, Cruzadas e Colonização Européia no Continente Americano. Para começo de conversa, eu não escrevi nenhuma mentira, todo mundo sabe aquilo que eu escrevi é verdade verdadeira. Não que os muçulmanos sejam “os caras”, eles também fizeram suas merdas, mas não tantas quanto a Igreja Católica. E não adianta Papa nenhum vir pedir perdão por nada que eles tenham feito. Palavras – por mais bem-intencionadas que sejam – não apagam o que aconteceu, não calam os gritos dos mortos e não lava a terra do sangue que foi derramado.
6 – Não. Apesar de tudo que falei sobre a Igreja Católica, eu não esqueci os Protestantes e os Judeus! Eu também estou preparando postagens onde está escrito tudo o que eu penso deles. Não vou poupar palavras e nem a cara de ninguém. Antes que alguém venha me criticar: eu não sou contra as pessoas que seguem o protestantismo e sim contra as crenças que eles seguem. E o mesmo é válido para o Judaísmo, já que os donos da Instituição de Ensino onde fiz meu Ensino Médio (o saudoso, mas sempre lembrado Anchieta) são judeus, e eles eram – e eu espero que continuem sendo – pessoas maravilhosas. Eu conheço pessoas realmente maravilhosas e fantásticas que pertencem a muitas religiões, e, para mim, não importa a crença, eu as amo por elas serem o que são e me tratarem incrivelmente bem do jeito que tratam. Acreditem, eu tenho meus motivos e razões pessoas para (quase) odiar essas religiões. É, é o mesmo tipo de sentimento que eu tenho (ou seria “nutro”?) pelo Judaísmo não difere muito do que eu tenho pelo Cristianismo (do qual o protestantismo é uma “vertente”, tal qual o catolicismo) e pelo Islamismo. Quanto às outras religiões, eu apenas gosto delas menos (isso existe? no meu caso, sim) do quais as monoteístas já citadas. Caras, eu já vi e já li sobre cada coisa que aconteceu por causa de religião, que chegar a me dar uma coisa só de pensar nisso.
7 – Considerem esta postagem como um “anexo” à postagem Terrorismo Agora!, uma vez que muita coisa daqui complementa e/ou enfatiza o que está naquele texto.


Pois bem.

É isso.

Cuidem bem de vocês mesmos e até a próxima!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

ALGUMAS LETRAS DE HARDCORE

DEMOCRATIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
>> primeira versão
Você achou que, por ter dinheiro e status, não ia sofrer?
Que sua rua e seu bairro não seriam inundados?
Que não teria nenhum prejuízo?
Que não ia lamentar ao ver seu belo quintal destruído?
Chegou a sua hora de sofrer também!
De sentir um pouco da dor dos que perderam tudo o que tem
E agora, além da fé e da esperança, não tem mais nada!
Móveis destruídos, casas desmoronadas,
Rostos cheios de lágrimas!
Chegou a sua hora de provar dessa dor!
Chegou a sua hora de provar dessa dor!
Agora chegou a sua hora de se sentir:
Fraco, imponente e sem ter como lutar!
>> letra escrita em 07 de dezembro de 2006

DEMOCRATIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
>> segunda versão
Você achou que não ia sofrer também?
Que não teria sua vida afetada?
Que o caos não chegaria a você?
Você se enganou!
Sua casa e seu bairro foram atingidos!
Quase totamente destruídos!
E agora chegou a sua vez de sofrer também!
E agora chegou a sua vez de sentir dessa dor!
Democratizar! Compartilhar!
Dor!, Raiva!, Indignação!
Democratizar! Compartilhar!
Sofrimento!
Porque você também tem que sofrer
Porque você tem capital para se recuperar do caos -
E quanto aqueles que não têm o mesmo que você
O que vão fazer?
Democratizar! Compartilhar!
Dor!, Raiva!, Indignação!
Democratizar! Compartilhar!
Sofrimento!
Democratização do Sofrimento para todos agora mesmo e já!
>> letra escrita em 07 de dezembro de 2006

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

TERRORISMO AGORA!

Já chega.
Eu simplesmente não agüento mais ouvir e ler que o atentado de 11 de setembro de 2001 foi “o maior realizado na História”! será que eles não entendem? Será que não conseguem ver a verdade? Por qual(is) maldita(s) razão(ões) ter pena dos estadunidenses mortos neste atentado, realizado 56 anos, 1 mês e 6 dias após e real e verdadeiro maior ataque terrorista da História?
Para quem não sabe do que estou falando, me refiro ao fato dos Estados Unidos terem jogado nada mais nada menos do que uma BOMBA ATÔMICA na cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, matando aproximadamente cerca de 105 e 100 MIL PESSOAS, praticamente 3333% a mais do que o atentado ocorrido 56 anos depois. Osama Bin Laden pode ter sido um assassino covarde miserável, todavia, é um mico de circo comparado ao presidente americano daquela época que ordenou o ataque ao Japão. Pelo amor de Deus! Como as pessoas não conseguem entender isso?!? Eu gostaria imensamente e verdadeiramente entender isso. Seria memória curta? Falta de noção ou de discernimento? O que será isso afinal?!?
É muita, muitíssima cara-de-pau e desrespeito da História por parte não só dos americanos, mas também de inúmeros indivíduos alcunhar os árabes de “assassinos” e “terroristas”. Ora, será que estes mesmos indivíduos não conseguem entender – e ver! – que as Cruzadas; a dizimação, escravização e catequização dos povos indígenas nativos [entre eles Incas, Astecas, Maias e Toltecas] da América; os atos do Tribunal da “Santa” Inquisição; a partilha da África pelos europeus no Tratado de Verdun; a prisão de judeus nos campos de concentração durante a 2ª Guerra; as ditaduras militares [financiadas pelos EUA e organizadas pela CIA]; o assassinato de milhares de soviéticos durante o governo de Josef Stálin; a destruição da sociedade e da cultura aborígine australiana e neozelandesa pelos ingleses; a eugenia praticada pelos espartanos; a eutanásia direcionada promovida pelo Estado Alemão quando era controlado pelo Partido Nazista na década de 1930, entre tantos outros tantos fatos históricos que são inexoravelmente e indubitavelmente e inegavelmente maiores do que o acontecido em 11 de setembro de 2001?!?
Em nosso país... corrigindo... No país no qual vivemos temos um inegável ato terrorista por parte dos políticos que controlam o país – a mais do que visível falta de investimento em Educação, Saúde Pública, Saneamento Básico e Segurança Pública.
Foi criado um conceito de que terrorismo é toda ação violenta que tem como objetivo não somente fazer vítimas, mas também assustar uma certa população para conseguir uma certa vitória política. Oras!!! Mas será, meus caros e minhas caras, que atos que têm como conseqüências assassinatos e degradação moral e física de seres humanos não poderiam ser alcunhados de “terrorismo”? Claro que sim! Pensem e lembrem nos delinqüentes, traficantes (incluir aqui os “aviõeszinhos”), trombadinhas, prostitutas, mendigos, e, por fim, no imenso exército de reserva que o Brasil possui (não só “nosso país”, mas também outros que são subdesenvolvidos, e os desenvolvidos também. Continuem pensando que não existem indigentes, rameiras nos países que compõem o G-8, que vocês chegarão longe). Provocar e acentuar fome, miséria, desemprego, má-distribuição de renda e de terras cultiváveis, trabalho infantil (muitas vezes em condições insalubres) entre outros fatores são realmente atos terroristas, devido promoverem o denegris da condição humana da maior parte da população brasileira. Inexorável Indubitável Inegável denegrir das condições humanas.
Eu comecei este “ensaio” falando sobre como as pessoas são tolas em afirmas que o acontecido em 11-09-2001 é menos do que Hiroshima, Nagasaki, Colonização Européia no Continente Americano, entre outros fatos que foram marcados na História a ferro e fogo e sangue. E eu quase ia esquecendo de dizer que, de algum modo, a sociedade considerada civilizada, avançada tecnologicamente-cientificamente-socialmente pode ser considerada terrorista (eu inquestionavelmente faço parte desta sociedade – ei! este texto está sendo postado em um blog, esqueceram?) devido fazer o que faz consigo própria e com o planeta no qual habita. Afinal, vocês conhecem outra espécie que destrói conscientemente seu habitat e/ou escraviza seus semelhantes apenas para obter mais riquezas? Eu, particularmente, não.
Sendo assim, George W. Bush, que adotou a política da guerra contra o terror deveria – ou deve – declarar guerra a nada mais nada menos do que ao mundo todo e a História Antiga, Contemporânea e Moderna deste, que é escrita diariamente. Não, ele lutará incessantemente, mas não triunfará. Lutar contra o Mundo, contra a Sociedade e contra a História é digno do Punk Rock e do Hardcore. Pois bem, o letrista e guitarrista da banda capixaba de HxCx Noção de Nada escreveu no verso final de “Diploma”: “Tentar e o sofrimento se fará valer” (a letra de “Diploma” foi colocada na postagem Aceite, Estou Aqui [http://myvagabundolife.blogspot.com/2005/12/aceite-estou-aqui.html]).
Aqui a pergunta a se fazer é “este sofrimento é válido?”. Eu, como muitos, responderei “sim!”. Outros dirão “não!”. E é claro que eu não poderia esquecer da turma do “bem... talvez”. Um dos direitos e deveres inquestionáveis dos seres humanos é nem sempre concordar com o que os outros pensam e acreditam, e eu simplesmente acho isso ótimo. Quanto a “Tentar e o sofrimento se fará valer”.... é somente o mundo que sofrerá caso Bush consiga mesmo derrotar o Mundo, a Sociedade e a História. Como isso não vai acontecer....


Esta não é uma redação de vestibular. É nada mais nada menos somente e simplesmente um texto de desabafo sobre o que sinto, vejo, penso e acredito.... sobre Terrorismo, História e Sociedade e como estes temas se encaixam e se entrecruzam na minha cabeça – por esta razão este texto está desconexo do jeito que está. Eu já sofri muito pensando nisso e então decidi escrever sobre isso. Todavia, eu sei... eu sinto que vocês entenderão.
Mais uma vez – Raiva Compartilhada e Dor Compartilhada.
Outra vez – Raiva Compartilhada e Dor Compartilhada.
Novamente – Raiva Compartilhada e Dor Compartilhada.


“Tudo é dor e toda a dor vem do desejo de não sentirmos dor”.
– Renato Russo, na letra de Quando O Sol Bater Na Janela Do Teu Quarto, do álbum As Quatro Estações, de 1989


muito obrigado a: Angela Maria Alexandrino Maia, Professora Luíza Maria Ferro de Santana, Glauber Duarte Monteiro, Laiza Silva, Letícia Silva e Silva.


espero que vocês tenham gostado!
até a próxima!

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

FUNÇÕES ORGÂNICAS - parte dois

FUNÇÃO HIDROCARBONETO
Ontem pensávamos que ia chover
Mas acabou não chovendo,
Só fez um calor suportável.
Anteontem só faltou chover canivetes e sapos
A chuva alagou o quintal da minha casa,
Antes isso do que as telhas serem levadas embora.
Eu tenho e todos têm o dever e a obrigação
De desligar todos os eletrodomésticos
Antes mesmo de começar a trovejar!
Eu quero mesmo é dormir enquanto chove
E não estudar enquanto chove
Torrencialmente.
Parece que hoje indubitavelmente
Vai chover outra vez;
E quem eu gostaria muito que estivesse aqui
Para eu estar abraçado com
Para eu estar deitado com
Indubitavelmente
Está dormindo ou vendo TV
(já que a MTV está fora do ar por tempo indeterminado).
Quando chover mais tarde
Vai fazer frio ou calor?
As certezas são: os trovões irão rugir e o aguaceiro irá desabar;
Algumas ruas e casas serão inundadas;
Muitos bueiros irão transbordar;
Quando a chuva engrossar: crianças sairão para brincar!
Agora a chuva começou:
Eu tenho que estudar ouvindo-a cair -
Cair e molhar e inundar e alagar e regar e enfrerrujar
E agora: vai fazer frio ou calor?

:: 22 de novembro de 2006 ::

terça-feira, 21 de novembro de 2006

EPISÓDIO DE INVASÃO COMENTADO

Que horas são? Anoiteceu e tá frio, e eu tô escrevendo pra postar amanhã. Hoje é Segunda-feira, 20 de novembro de 2006. Hoje à tarde choveu pra porra e fez – ainda está – fazendo frio pra caralho.
Foi só eu ou alguém mais viu o episódio da série extraterrestre do SBT (Invasão)? [As outras duas séries são Taken, da Bandeirantes, e a mais do que clássica, Arquivo X, que, desta vez, está sendo transmitida pela Play TV]. Caralho, caralho, caralho. Ainda bem que eu programei o videocassete pra gravar o episódio em questão caso eu: não dormisse em casa (o que realmente aconteceu), ou chegasse bebaço ou em casa depois do horário ou incapaz de assistir o programa (por estar bebaço). Caralho, eu lamento imensamente ter perdido os últimos três episódios antes deste que gravei do Sábado, 18 (aniversário do meu amigo Álvaro Masayoshi Magalhães Ito). Este capítulo em questão se chama Origem das Espécies e, é um dos melhores dessa série, senão o melhor de todos... até agora. Nenhum outro episódio foi tão carregado de emoção, revelações e verdade. EI! ESSA É MINHA OPINIÃO! Todavia, sei lá... acho que eu sou o único cara neste grande e maravilhoso e moribundo e deplorável Estado que assiste esta série, pois ainda não encontrei ninguém que também a assista.

Bom... vamos ao que interessa e o verdadeiro motivo de eu estar escrevendo esta postagem. Para começo de conversa, exatamente aos 04 minutos e 51 segundos do 2º bloco, o Oficial Lewis vê uma luz vindo rápido dentro dá água, em sua direção [p.s.: esse Oficial Lewis é subordinado do Xerife Tom Underlay (intepretado por William Fichtner) da cidade onde se passa a série, e tem um toco no lugar de onde deveria ter um braço esquerdo... mas eu aprendi que não são as deficiências – sejam elas físicas ou mentais – que fazem uma pessoa e sim o caráter].
Aos 05’45’’, Lewis começa a entrar na água para ver a luz em questão. Aos 05’46’’, a “luz” puxa Lewis para dentro d’água e se manda com ele em uma velocidade surpreendente. Aos 05’48’’, o [filho da puta] do Xerife corre para a água para – em vão – resgatar Lewis e, com isso, ficar com a maior cara de bunda da Terra. Dos 06’11’’ aos 06’48’’, finalmente é descoberta a maneira de como o ser humano é raptado pelos extraterrenos é realmente abduzido e qual é a verdadeira forma dos alienígenas do seriado.
No começo do terceiro bloco, durante a conversa do Russell (interpretado por Eddie Cibrian) e do Hill – o cara negro que seqüestrou o Dave (interpretado por Tyler Libone) no episódio anterior – ele, o Hill, fala uma coisa interessante:
“Não sei, mas seja o que for, as pessoas afetadas parecem estar evoluindo. Uma apóia a outra, constroem uma comunidade. Aí eu me pergunto: ‘o que tem neste lugar para tudo ser tão diferente?’ Isso já aconteceu em vários lugares, mas, em Cuba e no Brasil, quase todos morreram”.
Para mim, os roteiristas deste episódio – Shaun Cassidy [que também é o diretor da série] e Juan Carlos Coto – queriam passar no trecho “o que tem neste lugar para tudo ser tão diferente?” é que nos EUA, em qualquer parte dos EUA que sejam, todas as pessoas são decentes, unidas e se apóiam uns aos outros mutuamente (há, há, há, eu simplesmente não podia perder essa). Essa é muito boa! Que o diga Michael Moore em suas obras Tiros em Columbine, Cara, Cadê O Meu País e América – Uma Nação de Idiotas, filmes como Mississipi em Chamas, A Cor Púrpura e Faça A Coisa Certa, além de obras de gente [foda] como Bob Dylan, Thomas Stearns Elliot (ou simplesmente T.S. Elliot), Creedence Clearwater Revival, Metallica (basta ler as letras dos clássicos álbuns clássicos Master Of Puppets, de 1986 [o último com o baixista Cliff Burton] e ... And Justice For All [de 1989, o primeiro com o baixista Jason Newsted, ex-Flotsam and Jetsam], Green Day (“Do you wanna be an american idiot?”), entre n outras bandas e artistas que detonam o american way of life. “País livre, tolerante, decente e unido?” Não me façam rir!

Voltando ao Invasão.
03’58’’ do terceiro bloco, alguém bate à porta da casa do Xerife. (Quem é?) É O LEWIS!... enrolado em toalhas. (eu tava almoçando pelas três da tarde quando vi isso – quase que eu tive um troço!).
O Xerife abre a porta de vidro.
XERIFE (depois de abrir a porta de vidro): Lewis.
LEWIS (virando o resto na direção do Xerife): Senhor.
XERIFE: O que está fazendo aqui? O que você... eu... Como chegou à minha casa? (pergunta antes de colocar as mãos nos ombros de Lewis).
LEWIS (calmamente): Eu vim andando.
XERIFE (espantado): Andando? Mas... de onde?
LEWIS (calmamente): Da praia.
XERIFE (espantado, procurando palavras): Entre.
Os dois entram na casa do xerife, que, depois de fechar a porta, vai até Lewis.
XERIFE: Lewis, sabe o que aconteceu ontem à noite?
LEWIS: Hã... er... hã... Eu não sei não, senhor.
XERIFE: Tem certeza?
Silêncio.
LEWIS: Tenho. Mas... eu acho que isso não importa agora. Quem sou eu para questionar um milagre?
Silêncio. O Xerife faz aquela cara de bunda de quem não sabe o que dizer.
XERIFE: Eu não sei se chamaria isso de milagre, mas...
LEWIS: Ah... mas é um milagre sim, senhor.
05 minutos e 07 segundos. Lewis abre os braços e a toalha que cobria seu abdômen cai. Onde havia somente um toco agora há um braço.
LEWIS (depois de ver seu braço): Isso é um milagre.
Agora, eu tive realmente um troço.

[depois de recuperar o fôlego e ver a cena pelo menos umas 10 vezes].

Último bloco.
Prestem bastante atenção neste diálogo, uma vez que o entendendo, será possível a total compreensão do diálogo final deste episódio. E algumas partes “do diálogo final do episódio” são complementadas por umas partes do diálogo a seguir.
01’16’’. Visão aérea.
Lewis pula... joga a bola... CESTA. A alegria de uma criança no corpo de um adulto.
PADRE O que eu posso dizer? Tem que ser milagre. E, se ele quiser contar pro mundo, deve contar.
XERIFE: Quem vai acreditar nele?
PADRE: Os fiéis.
XERIFE (inquieto): Vão pensar que ele é louco.
PADRE: Tom, todo Domingo eu fico em meu altar e proclamo o milagre da fé. Quando é apensas mistério, assombra as minhas crenças. Morte e ressurreição. Aconteceu comigo. Na noite do furacão, eu estava morto, mas Deus decidiu me salvar. Ele fez o mesmo pelo Lewis, de um jeito que jamais imaginaríamos.
XERIFE (interrompendo): Não entendeu, padre. Eu quero que diga a esse rapaz que o que aconteceu com ele é errado. Que é contra a natureza. Acredite em mim, vai ser melhor pra ele. As pessoas se assustam com o que não compreendam. Elas não vão compreende-lo.
LEWIS: Ninguém quer jogar um mano-a-mano comigo?
XERIFE: Vão querer pesquisa-lo. Vão querer pesquisar todos. E não posso permitir que aconteça.
O Padre assente afirmativamente com a cabeça, mas, visivelmente, ainda em dúvidas.
PADRE: Talvez ele possa ser convencido de que esse milagre é dele e somente dele. Uma comunhão particular com Deus?
Os dois ficam em silêncio.
XERIFE: Ou... (se vira na direção de Lewis) um teste de fé.
Close no rosto de Lewis.
XERIFE: Talvez seja necessário um sacrifício maior.
O que está guardado neste olhar do Xerife?

04’26’’
O Xerife e Lewis – trajando uniforme de oficial de polícia – saem de uma viatura. Estão em uma área verde.
LEWIS (rindo): Eu nem acredito. Eu estava acostumado com uma e... agora, tendo duas... eu me sinto... completo. E abençoado por Deus.
XERIFE: Todos somos.
LEWIS: Tem caçadores morando nessa casa? Parece abandonada.
O Xerife vai para trás da viatura, abre o porta-malas e se apóia com uma das mãos.
XERIFE: Nunca se sabe. E, mesmo assim, é bom morar perto da água.
LEWIS (se encosta no carro): É verdade.
XERIFE: A água me salvou.
LEWIS: No acidente de avião?
XERIFE (antes de olhar para dentro do porta-malas): É. Eu sobrevivi. Se bem que nem todos ficaram felizes com isso.
LEWIS: Como assim, senhor?
XERIFE: Algumas pessoas me evitavam. Achavam que eu era... não sei... algum maluco. Os primeiros anos foram os mais difíceis. E o... milagre... trouxe sofrimento para muitas pessoas.
LEWIS: Isso é muito triste, senhor.
Silêncio.
XERIFE: Mas talvez minha experiência... (ele puxa uma MOTOSERRA de dentro do porta-malas) evite que você passe pelo mesmo que eu.
Lewis se vira na direção do Xerife, vê a motoserra e, por fim, faz aquela cara de “que porra é essa?”.
Close na motoserra.

07’54’’
Close no rosto do Xerife.
LEWIS (chorando): Essa não é a vontade de Deus, senhor.
XERIFE: Como é que sabe?
LEWIS: Porque ele me deu uma bênção!
XERIFE: Como quer ficar contra Ele?
LEWIS: Ficar contra... Ele?
XERIFE: Ele tirou seu braço por uma razão, filho: para desafiar você. Isso define quem você é agora. Não era a vontade Dele?
(eu admito: lágrimas e desespero entalados na garganta!)
Lewis fica em silêncio saber o que fazer.
LEWIS: Era...
Lewis começa mesmo a chorar e, após isso, a se ajoelhar.
XERIFE: Era. (já ajoelhado) Eu não sei o que fazer, senhor. Eu não sei, senhor.
O Xerife se aproxima de Lewis, põe a mão no ombro de Lewis, depois em seu pescoço.
LEWIS: Escuta. Escuta. Vai fazer o que é certo.
(caralho, meu coração quis sair pela boca!)
O Xerife se afasta do carro de Lewis pára de chorar, olha para o alto, engole suas lágrimas, se levanta, pega a motoserra com a mão direita e a carrega para dentro da casa. Chegando lá, fecha a porta atrás de si.
Ouve-se o som da ativação da motoserra e logo em seguida os gritos lancinantes de desespero e de dor de Lewis. Aí, eu não agüentei mais: comecei a chorar mesmo!

Caralho, esses caras conseguiram se superar! Vamos ver o que vai dar no próximo episódio. Sabem, é... faz muito tempo que eu não fico assim vendo um programa de TV e... não dá pra explicar o que eu senti vendo o que eu vi sem saber o que aconteceria. Pelo amor de Deus, nenhum ser humano merece uma coisa dessas! E... o que... o que aconteceu... Foda, caras. É foda! Tomara que esse vilão se estrepe bonito no final da série.

Falando no final dela. Eu li numa [revista] Veja que Invasão só tem uma temporada, de 22 episódios, devido não ter feito sucesso suficiente nos EUA para que uma segunda temporada fosse feita. É claro que isso me deixou completamente azedo. Tem um Box a venda com todos os DVDs da (primeira e única) temporada da série, mas eu não tenho $$$ suficiente pra comprar. Eu acho... NÃO! Eu tenho certeza de que farei tal qual o meu grande amigo Caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarlos fez com a segunda temporada do Lost: baixou tudo da internet e gravou em DVD-R. É isso que eu vou fazer: pedir ou pro Raul “downloadear” na casa dele ou o Glaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauber fazer isso lá no CESUPA ou no BASA S.A. e depois gravar todos os episódios em DVD-R. Ah, vai se fuder! Eu não tenho grana pra comprar o Box então vou piratear mesmo essa porra! Semana passada, durante uma feira de videogames, o diretor de mercado da Nintendo da América Latina disse que o Brasil só poderá crescer no mercado industrial de produtos eletrônicos se os consumidores brasileiros pararem de comprar material pirata e começarem a comprar material original. “Material Real”, como ele disse.
AH, TÁ FODA! VAI SE FUDER DE NOVO! Esse cara não consegue e nem conseguirá entender que os “consumidores brasileiros de produtos eletrônicos” só poderão comprar materiais originais caso tenham renda suficiente para faze-lo. Não tem como! Só quando a renda for mais bem-distribuída entre as classes sociais! Se os ricos continuarem a ficar mais ricos e os pobres continuarem a ficar mais pobres isso não será possível! Começar a comprar materiais originais assim sem mais nem menos, como se estivéssemos nos EUA, Canadá, Japão ou em qualquer país da União Européia. Como se realmente todos que moram nos EUA, Canadá, Japão ou em qualquer país da União Européia comprasse só material original sem piratear nada – isso se todo mundo pudesse comprar mesmo. Há, há, há. Piada boa essa.

Por fim, eu estava comentando com um conhecido meu. Eu acho que ou é muita coincidência ou os extraterrestres estão monopolizando a programação do sábado à noite. Porque não é possível! No SBT tem Invasão. Na Bandeirantes tem a reprise de Taken; e, na Play TV, tem a mais do que clássica, Arquivo X. Sei lá. Eu posso estar ficando louco, não sei. (Eu? Estar ficando louco? Isso só pode ser piada). Voltando ao assunto: é a velha história da desinformação. “Vamos fazer esses terráqueos burros acreditarem que estão sozinhos no universo enquanto fritamos os cérebros deles com todas as merdas que pudermos imaginar sobre nós mesmos” ou coisa sim. Nós? Sozinhos no universo? Tá ruim! Um universo tão estupidamente e incrivelmente grande e somente nós aqui no ânus do universo? Sei, tá legal. Acho muito estranho pensar nisso, mas...


Pois bem.

Por enquanto é só.


Cuidem bem de vocês mesmos e até a próxima!

sábado, 18 de novembro de 2006

NOVEMBRO CINZA

Em 18 de novembro de 2006
(postagem digitada na casa do meu grande e venerável amigão Glauber Duarte Monteiro, de quem cansei de falar em um monte de postagens deste blog)

Ontem.
Chuva. Nuvens. Frio.
É, e um pouco de calor também.

Assim como no mês passado, ontem foi realizada uma reunião extraordinária extremamente ordinária da Turma do Escritório, grupo ao qual me filiei há um certo tempo atrás – em junho, para ser mais exato. A reunião desta vez foi para celebrar o aniversário do Bruno Carlos Ferreira Neves, vulgo Bruno Arrogante.
Apesar da chuva que castigou Ananindeua e do ônibus que, indubitavelmente, poderia perder uma corrida contra uma lesma, eu fui o primeiro a chegar no “ponto de encontro”, mas, como (ainda) não tinha ninguém, fui dar uma volta pelo CEFET e até que encontrei umas caras conhecidas, como a da Vanessa Messias, vulgo “Alecto” (pra quem não sabe, Alecto é uma das Fúrias – ou Erínias, como queira – da Mitologia Grega, que vinham punir todos aqueles que traíam os juramentos que faziam os deuses do Olimpo. [As outras duas “Fúrias” em questão são Sophia Castro – “Tisífone” – e, por fim, Larissa Sayuimi Lima – “Megera”. Eu as chamo assim porque elas três andavam muito juntas. Então, as alcunhei como Erínias – ou Fúrias –, que também só andam em grupo. Antes que alguém me pergunte: “NÃO!!! ELAS NÃO SÃO MONSTRUOSAS TAL QUAL AS FÚRIAS DA MITOLOGIA! ELAS SÃO BONITINHAS E ADORÁVEIS E SIMPÁTICAS!"]) e minha grande e extraordinária e adorável e estupidamente sincera amiga Etiene Silva Monteiro (de quem falei na postagem Minhas Grandes e Boas Amigas, de junho deste ano), que estava andando (i.e.: eufemismo para “passeando”) com o Marcinho (Marcio Gurjão) e o Robinho (Robenson Tostes Maracajá). Também vi o Von Ranzeras (que foi citado nas postagens A Day In The Life e Minhas Grandes e Boas Amigas), que,pelo visto,também está muito bem. Eu queria ver a cara da Simone “Barbie” (de FabMec) e a do Cássio (Mendes, da mesma classe dela), mas, infelizmente, não consegui. Espero que eles estejam bem também. Acabei encontrando alguns caras de Eletrônica – Vitor Hugo “Peixe e Erik Lopes, a quem encontrei mais tarde reunidos com o resto dos caras da classe deles, Ronei, Raphael, PV, Vitor, Derik, que estavam com os assuntos Racha na Amizade do Grupo e Para Onde Vamos Como Amigos? em pauta.
Já que eu estava passeando por lá, aproveitei para visitar minha pequena grande amiga Fernanda Tamie Isobe Lima (que já citada em uma porrada de postagens). Ela ‘tá se sentindo mais confortável consigo mesma, uma vez que está bem mais magra do que a última vez que a vi (no começo do mês de setembro). Bom demais saber que a auto-estima dela está maior. Colocamos a conversa em dia e isso foi ótimo.

Ao voltar para o ponto de encontro, encontrei ninguém mais, ninguém menos do que o aniversariante do dia (que na verdade, havia feito aniversário no dia anterior, 16/11), sozinho e calado e quase indo embora se alguém não chegasse logo. Depois de trocarmos cumprimentos, colocamos a conversa em dia e começamos a recordar porque estamos nas nossas atuais condições de fudidos-desempregados-sem-grana, o que fazíamos da vida antes de entrar no CEFET e, para variar um pouquinho, sobre vestibular também. Falando nessa merda, vou fazer vestibular mais uma vez pela última vez. Para LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA para a Universidade do Estado do Pará (38,65:1) e LETRAS: LICENCIATURA E HABILITAÇÃO EM LÍNGUA ALEMÃ para a Universidade Federal do Pará (3,04:1).
Quando finalmente a tomar um licor que ele tinha trazido, chega ninguém mais, ninguém menos do que o Eric Pereira, vulgo Lestat (citado na postagem Muita Cana nos Aniversários) e uma amiga dele, a Carol. E toma-lhe falar sobre filmes, rock’n’roll e quadrinhos e um assunto puxando o outro. Quando estávamos crentes de que não chegaria mais ninguém, chega o Marcelo Mont’Serrat Moraes e Moraes, vulgo Bock. De tanto falarmos nele, ele finalmente apareceu realmente. Após certo tempo chega o – segundo o Marcelo e o Rafael Frauda – Deus do Sexo, Anderson Maciel Castro, e, logo seguido a ele, o Roger Barros da Cruz – vulgo Diabo –para completar a reunião. E então desandamos realmente a falar merda atrás de merda. E, para mim, isso foi realmente ótimo!!!
Eu pensei que ficaria completamente chapado a ponto de não conseguir voltar pra casa! Mas o que consegui realmente foi uma puta de uma dor de cabeça que só foi passar quando cheguei em casa, lá pelas duas da manhã. Mas, até que tudo compensou. A turma reunida. As bebidas. As piadas. As zoações. Tudo isso junto. É nessas horas que estar vivo é realmente uma maravilha e faz a vida valer realmente a pena.

Agora, só é continuar estudando pro vestibular, maldito vestibular. A 1ª e a 2ª fase do PROSEL [Processo Seletivo] da UEPA serão dias 3 e 4 de dezembro (domingo e segunda-feira, respectivamente) e serão totalmente objetivas. No dia 3 serão 56 questões objetivas referentes a Disciplinas do 1º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Geografia; História). Dia 4 serão 60 questões objetivas referentes a Disciplinas do 2º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Geografia; História). Dia 17 – ainda de dezembro - serão 56 questões objetivas referentes a Disciplinas do 3º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Geografia; História) MAIS a Redação.
A 1ª fase do PSSProcesso Seletivo Seriado – será dia 10 de dezembro, com 56 questões objetivas referentes a Disciplinas do 1º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Filosofia; Sociologia; Geografia; História). A 2ª fase será dia 07 de janeiro, com 54 questões objetivas referentes a Disciplinas do 2º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Geografia; História). A 3ª fase será composta somente de questões subjetivas referentes a Disciplinas do 3º ano (Língua Portuguesa; Língua Estrangeira [no meu caso, Língua Inglesa]; Literatura; Física; Química; Matemática; Biologia; Geografia; História) MAIS a Redação será nos dias 28 e 29 de janeiro – também domingo e segunda-feira, respectivamente.

Estudar pra passar.


(é estranho. hoje amanheceu nublado, frio e eu crente que permaneceria assim o dia todo, mas depois ficou quente e ensolarado. será que isso quer dizer alguma coisa?!?)


Última novidade: comprei o VHS do documentário Tiros em Columbine, do americano Michael Moore (diretor do outro documentário – não menos fodaço Fahrenheit 11/9 e autor dos livros América – Um País de Idiotas e Cara, Cadê O Meu País?). Esse filme ganhou o Oscar e um Prêmio em Cannes – ambos de Melhor Documentário. Quando aconteceu a tragédia em Columbine, eu tinha 16 anos e fazia o 2º Ano do Ensino Médio no (finado e saudoso e sempre lembrado) Anchieta.
Eu já achava que o E.U.A. eram um país de loucos – depois de ver esse filme, eu tive a certeza corroborada disso!


Esta postagem é carinhosamente dedicada a todas as pessoas que ultimamente não deixaram minha vontade de passar no vestibular fraquejar e se apagar. Eu não preciso dizer nomes! Vós sabeis quem sóis!


Bem, é isso.
Espero que vocês tenham curtido.


Até a próxima!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

ENTREVISTA COM O CPM22

Fonte: http://vagalume.uol.com.br/especiais/entrevista-cpm22.html

“Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD”, afirma Japinha.

Vaga-lume – 29 de Março de 2006

Se você já cansou de mandar recado para uma certa Caixa Postal de Barueri, de número Mil e Vinte e Dois (22) e nunca teve uma resposta sequer, a Redação do Vaga-lume foi atrás dos caras – a caixa postal é deles mesmo – e buscamos um pouco de tudo o que você queria saber sobre uma das maiores bandas de hardcore no cenário nacional.

Mais de 500 shows em quatro anos de estrada, músicas no top das paradas – de Regina Let’s Go à Irreversível – os quatro CDs e mais dois DVDs.

Tudo isso para ninguém colocar defeito. Bom, segundo o baterista Japinha, até colocam defeitos, rotulam a banda. Mas ele mesmo afirma, “Preferimos nos sentir livres para tocar o que quisermos dentro do rock”. E é assim que o CPM 22 vai levando, com todo o sucesso seja nas rádios, nos clipes na MTV, nas mais de 50 comunidades no Orkut, nos shows e outros espaços por onde passarem.

Desde 1995, e do lançamento do CD independente “A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum”, a banda busca cada vez mais expandir a tendência punk-hardcore com influências, algumas mais explícitas que outras, que se estendem de Ramones, Screeching Weasel, Garage Fuzz até Smashing Pumpkins e Kiss.

E eles não param! Atualmente são quase vinte shows por mês! E é isso e muito mais que Japinha conta pra gente em entrevista exclusiva: um pouco das turnês, da gravação do documentário e DVD da banda, sobre MP3 e pirataria, onde curtem ir, o que rola quando não tem show e como o oriental da banda faz para se dividir entre os compromissos do CPM e da Hateen (banda que ele também é baterista).

Confira um pouco da brincadeira formada por Badaui, Fernando, Ricardo Japinha, Wally e Luciano – e que hoje é coisa séria.

Entrevista
Caixa Postal Mil e Vinte Dois. Qual é a história que gerou esse nome para a banda?

A história é originada da caixa postal que temos, de número 1022, localizada e, Barueri. Ela ainda existe e sempre foi utilizada pra tocarmos correspondência com fãs, outras bandas, etc. Na falta de um nome melhor, escolhemos CPM 22.

Mais de cinqüenta comunidades no Orkut falando do CPM. Como vocês lidam com essa fama virtual? Muitas vezes é assédio por parte do público feminino e outras partem para críticas voltadas ao som. Vocês dão uma olhada de vez em quando pra ver o que rola em sites de relacionamento e na Internet em geral sobre a banda?
Eu olho. Acho bom. Bom falarem bem, e bom falarem mal. Se fosse unanimidade, seríamos o U2. E eu não gosto muito de U2. Quanto ao público feminino, acredito que se explique pelo fato das letras tocarem em assuntos gerais, de relacionamentos, experiências pessoais, e isso todo mundo vive. O Orkut é uma boa ferramenta de pesquisa de popularidade.

Felicidade Instantânea está nas paradas e agora o DVD. Quem teve a idéia e como foi estruturar um mini-documentário sobre o CPM? Queremos saber como foi os bastidores.
A idéia foi da banda. Não lembro qual membro. Ficamos 2 anos e meio documentando em câmera portátil, com um amigo nosso, que pagamos pra filmar as cenas de estrada. Os bastidores são sempre a parte mais legal, da convivência, da bagunça, das amizades, das piadas internas. Quisemos passar isso para os espectadores do DVD e os fãs.

Por falar em DVD, ouvimos dizer por aí que vocês se inspiraram um pouco em “St. Anger”, do Metallica com relação ao registro dos ensaios. Como foi isso?
Todos assistimos a esse DVD, por gostarmos bastante de Metallica, mas não acho que foi algo somente inspirado nisso. Foi Também a vontade de fazermos algo diferente do formato show, que todos fazem DVD.

Hardcore melódico, Emocore ou Lovecore? Qual é o verdadeiro estilo que o CPM22 procura mostrar pro público? E vocês sabem dizer a diferença desses três?
Na verdade não gostamos muito dos rótulos, a não ser do rótulo "rock". Deixamos para a mídia ou o público rotular. Preferimos nos sentir livres para tocarmos o que quiser dentro do rock.

Essa vai para o Japinha: Agora que a Hatteen está estourando como arrumar tempo e tocar nas duas bandas? E nos dias de shows, como você faz?
Já tenho um substituto para agendas coincidentes. O Hateen, como está começando ainda, vai contar com o meu sub e o do Fê também, que são o Pedrinho e o Sato, por enquanto. Tem dias de shows que as duas bandas tocam no mesmo lugar, daí da pra fazer os 2. É só gostar do que se faz que se arruma tempo e energia.

Sabemos que vocês passaram por grandes gravadoras, desde a “falecida” Abril até a atual. Como foi enfrentar esse novo mundo, esse tom de responsabilidade maior com relação a banda, visto que vocês começaram como independentes? Como foi essa transição em meados de 1998 e como é a cabeça de vocês hoje, na Sony & BMG?
E agora estamos indo pra Universal.... Acho que hoje em dia nos vemos como uma banda que atingiu vários objetivos importantes e buscamos novos desafios. O maior deles é se manter como uma boa banda de rock, de expressão no país. Sentimos o peso da responsabilidade do tamanho que o CPM22 atingiu e gostamos disso. Lidamos bem com o patamar que atingimos, creio eu. É bom se profissionalizar no que você gosta de fazer.

“Um minuto para o fim do mundo” estourou e ficou nas rádios direto por mais de seis meses. Falem do amadurecimento da banda de “Regina Let’s Go” para “Um minuto...”.
A banda amadureceu, fizemos muitos shows (mais de 500, acho, em 4 anos), gravamos 4 CDs, 2 DVDs, entre outras milhares de atividades como banda. Além disso, ouvimos muita coisa nova. Aprendemos também a trabalhar com uma produção mais profissional, no estúdio, com os técnicos e produtores. Isso dá mais força pra uma banda fazer melhores músicas.

Mais de 20 shows por mês. Fora desse corre-corre o que cada um curte fazer da vida?
Não são tantos não... (risos) – Só as vezes rola tudo isso. A média gira de 8 à 15. A gente gosta de comer fora, nos mexicanos e japoneses da cidade, de futebol, cinema, algumas baladas específicas e de curtirmos nossos amigos, famílias e namoradas.

Vocês baixam MP3 da internet? O que o CPM22 tem a dizer em relação à pirataria?
Só quando é inevitável. Preferimos comprar CDs. Somos parceiros de uma gravadora, então não jogamos contra. Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD, que é caro, pro brasileiro, então somos contra quem realiza a pirataria, não contra quem consome.

Hardcore é um gênero bastante explorado mas pouco reconhecido no mundo da música. Como é ter a CPM como uma das representantes – se não for a maior – do estilo no Brasil?
Bacana. Vencemos um desafio. Tem muitas bandas e poucas chegam ao mainstream. Com hardcore então, menos ainda. Temos orgulho.

Quais a influências musicais da banda? E de cada um?
Rock, Heavy Metal, Hardcore, Punk-Rock, Rap, anos 80, etc. O Luciano e o Wally gostam mais de metal pesadão. Eu e o Badauí já preferimos Punk-Rock, Hardcore melódico.


RAIO-X CPM:
Numa tarde sem show: futebol, surf ou skate?

Os 3, pode ser?

Namoradas, quem tem aí?
Atualmente, o Badaui e o Luciano

Numa mesa redonda, qual o assunto da banda sem ser música?
Futebol, mulheres, política.

Como seria o lugar ideal para tocar?
Um lugar com... navios... iates... mulheres... frutas... mansões... a mansão Playboy, porque não?

Uma fã grudenta ou uma carta de amor?
A carta!

Rolou “a” fome e a banda toda está sem rumo. Qual o destino escolhido e o que comer?
Churrascaria, infelizmente (sou vegetariano, e sou vencido pela maioria, sempre).

Deixariam de fazer um show pelo show de alguém/alguma banda? Qual?
Não, nehuma. Já tocamos até com a Tati Quebra-Barraco, Ivete Sangalo, Daniel, Chiclete com Banana, entre outras.

Qual o gênero de filme que vocês mais curtem ver? Cada um poderia dar uma dica do que mais gostou de assistir?
Gostamos de filme porrada. Sin City, Tarantino, Coppola, David Lynch, Kill Bill, A Cidade dos Sonhos, o Senhor dos Anéis, etc...

Todo mundo reunido num barzinho. O que beber? Ao som de..?
Beber vinho (a banda, eu prefiro suco). Ao som de Kiss.

Deixem um recado para os fãs de vocês aqui no Vaga-lume.
Valeu galera que leu a entrevista. Espero que não tenham se desapontado com nossos gostos e opiniões. Fazemos tudo de coração pra vocês e pra nós também.
Abração!!!

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

ALGUMAS NOÇÕES DE LÍNGUA JAPONESA - parte um

Expressões em Língua Japonesa Usadas em Cartas

Saudações iniciais e finais
Haikei / Zenryaku
prezado / caro
Keigu / Sousou sinceramente / atenciosamente

Frases iniciais
Ogenki de irasshaimasu ka.(formal)
Como vai você?
Ogenki desu ka.(informal)
Ikaga osugoshi de irasshaimasu ka.(formal)
Como tem passado?
Ikaga osugoshi desu ka.(informal)
Okagesama de genki ni shite orimasu.(formal)
Graças a Deus estou bem
Kazoku ichidou genki ni shite orimasu. Todos estão bem
Otegami arigatou gozaimashita. Obrigado por escrever.
Nagai aida gobusata shite orimashite moushiwake gozaimasen. (formal) Desculpe por demorar tanto para escrever.
Gobusata shite orimasu.(informal)

Costuma-se usar em Japonês referencias ao tempo e às estações nas preliminares da carta.
Gobusata shite orimasu ga, ogenki de irasshaimasu ka.
Desculpe por demorar tanto para escrever, mas você tem estado bem?
Sukkari aki rashiku natte mairimashita ga, ikaga osugoshi de irasshaimasu ka. Está chegando o outono, como você está?
Samui hi ga tsuzuite orimasu ga, ikaga osugoshi desu ka. O frio continua, como você tem passado?

Frases finais
Dooka yoroshiku onegai itashimasu.
Espero sua gentil atenção neste assunto.
~ ni yoroshiku otsutae kudasai. Por favor mande lembranças à ~.
Minasama ni doozo yoroshiku. Mande lembranças a todos.
Okarada o taisetsu ni. Cuide-se bem.
Doozo ogenki de. Cuide-se.
Ohenji omachi shite orimasu. Aguardo sua resposta.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

ACHADOS E PERDIDOS EM LIVROS DE RPG

PATRÍCIA TEMPORAL
Eu vejo as nuvens que ficam no alto do horizonte:
Nuvens quilométricas;
Nuvens em tons de cinza cada vez mais escuro;
Nuvens que parecem não ter final;
Nuvens guardando chuva.
Eu soube que um bombardeio matou quase quarenta crianças,
Que cada vez menos mulheres morrem de câncer,
Que a taxa de gravidez entre adolescentes estabilizou.
Eu vejo todo esse mundo
E, francamente, nada parece fazer nenhum sentido algum.
Erros propositais eventuais conscientes ou casuais:
E tenho a impressão do mundo estar indo parar
Nenhum lugar algum.
Uma estrada pavimentada com desesperança e caos
E uma placa onde se lê: "Você está chegando ao nada.
Seja bem-vindo!"
Ônibus com itinerário Nada-Lugar Nenhum saindo de cinco em cinco minutos
E sentado em uma cadeira deste ônibus eu vejo:
As nuvens quilométricas,
Em tons de cinza cada vez mais escuro
Que parecem não terminar
Que guardam chuva
E que ficam no alto do horizonte.

::03 de agosto de 2006::

sábado, 28 de outubro de 2006

POEMA AINDA SEM TÍTULO

[poema ainda sem título]
Eu queria ser o sol:
Para beijar seu rosto todas as manhãs.
Eu queria ser a lua:
Para beijar seu rosto todas as noites.
Eu queria ser o vento:
Para esvoaçar e desarrumar seus cabelos.
Eu queria que você estivesse aqui:
Eu queria e ainda quero
Que você pegue o que restou de você
O que sobrou de você
Que ainda reside em mim
E vá embora de uma vez por todas!
Eu queria ser a água:
Para lavar seu corpo.
Eu queria ser seus óculos:
Para estar em seu rosto
E protegendo seus olhos.
Eu queria ser suas roupas:
Para estar em contato com seu corpo.
Eu queria ser talheres:
Para estar em contato
Com suas mãos e com seus lábios.
Eu queria que: você devolvesse
O que levou de mim
Antes de você aparecer em minha vida.
Eu queria: ter o poder de não lembrar nunca mais:
De tudo que vivemos juntos;
De tudo que está escrito nas cartas que me mandaste
- E que já foram rasgadas, queimadas, destruídas! -;
De como foste construitiva e destrutiva para mim.
Eu queria ser seu diário:
Para me confiares seus segredos.
Eu queria ser suas canções prediletas:
Para estar sempre em sua memória.
Eu queria ser a confiança que tens em si mesma:
Para nunca abandonar seu coração.
Eu queria que nunca:
Que você nunca tivesse
Ido embora.
Eu já quis:
Nunca ter te conhecido.
Eu queria e ainda quero
Somente Apenas Simplesmente
Um dia não lembrar mais que você existe;
Para sempre e eternamente
Não lembrar mais que você existe.

:: 28 de outubro de 2006 ::

METALLICA - entrevista [traduzida] à Playboy - parte CINCO de CINCO: FINISHING

METALLICA – entrevista à Playboy
Parte final
Fonte: http://www.metalremains.com/materias.php?id=19


PLAYBOY: O que faria com que você se desarmasse contra o Napster?
ULRICH: Eles têm se mostrados abertos a resolver isto. A única coisa que estávamos atrás era pagar nossos advogados. E nós acreditamos que eles têm capacidade de bloquear o acesso a qualquer banda que queira que seja bloqueada.
HAMMETT: Criticismo é algo com que precisamos sempre lidar, desde o começo. Quando o Kill’em All saiu, não havia nada disso. Quando o segundo álbum saiu, nós tínhamos músicas lentas, pelo amor de Deus! Até nossos fãs nos criticam. Nós vestimos coletes a prova de bala quando se trata de críticas. Para dizer a verdade, nós nos alimentados disso.
HETFIELD: O Metallica ama ser odiado.
HAMMETT: Ama ser odiado, com certeza. Até antes de estarmos na banda, nós éramos estranhos – então essa mentalidade se encaixa bem na gente.

PLAYBOY: Agora que vocês são superstars - não apenas na MTV, mas também na VH1 – é fácil esquecer o quão não populares vocês eram no começo.
HETFIELD: Quando o Lars e eu nos juntamos, nós gostávamos de um tipo de música que não era aceita, especialmente em Los Angeles. Nós éramos rápidos e pesados. Tudo em LA era sobre músicas curtas e pegajosas: Motley Crue, Ratt, Van Halen. E você tinha o visual. O único visual que tínhamos era feio.

PLAYBOY: Ei, mas vocês não eram imunes ao modo de vestir de LA.
HETFIELD: Nós tínhamos nossas lutas contra as calças coladas, com certeza. Você podia mostrar seu pacote. “Vista calças coladas, cara. Isso atrai garotas!”. Na nossa primeira turnê pela América, minha calça colada – eu odeio dizer “minha calça colada”. É uma frase muito má. Ela estava molhada da noite anterior, e eu a estava secando no aquecedor. Um grande buraco abriu bem na junta das pernas. Eu estava meio, “elas não são calças reais, são? Elas parecem meia-calça”. Eu optei por continuar com meu jeans, e esta foi a melhor coisa que já aconteceu. O Lars usou essas calças por toda turnê do álbum preto, embora ele possa negar isso.
ULRICH: Nós éramos bem os excluídos em Los Angeles. No primeiro ano mais ou menos, foi bem solitário.
HETFIELD: Nós fizemos alguns shows em que se nossas namoradas não estivessem lá, não teria ninguém na platéia além do barman. Nós tínhamos alguns fãs mais fiéis que nos seguiam, e eles se tornaram membros da equipe. “Talvez esse cara queira carregar um pouco de equipamento por aí para que não precise fazer isso”.

PLAYBOY: De onde o tema medieval, estilo Dungeons-and-Dragons, que aparecia nas primeiras gravações veio?
HETFIELD: Judas Priest era uma banda que todos nós gostávamos. “Oh, ele escreve sobre isso. Ok, então. Isto é o que você faz para ser metal”. Então nos aprofundamos mais, “vamos escrever sobre o que fazemos”: Whiplash, Hit the Lights e Seek and Destroy, que era só sobre destruir as coisas. Nós tínhamos nossos trabalhos cotidianos. Depois disso, nós fazíamos festas, colocávamos os móveis para fora da casa e destruíamos as juntas. Nós destruímos vestiários só porque deveríamos fazer. Quando você pegava a conta e via, “Nossa! Eu não sabia que Pete Townshend pagou por esta lâmpada!" Voltava da turnê e você não tinha nenhum dinheiro. Você comprou móveis para um monte de produtores.
HAMMETT: Nós bebíamos o dia todo e mal tínhamos tempo para respirar. As pessoas começavam a surgir como moscas sobre a gente, mas nós tínhamos nossa tolerância. Nossa reputação começou a nos preceder. Eu não me lembro da turnê Kill’em All for One – nós começávamos a beber as três ou quatro da tarde.
HETFIELD: Destruir vestiários tinha tudo a ver com a bebida. O pior foi no A Day on the Green. Um amigo e eu, completamente bêbados com Jägermeister, fomos tomados pela idéia de que a comida e as frutas deviam tomar um pouco de vento. “O vento não tá forte o suficiente. Vamos fazer um buraco!”. O trailer foi arruinado. Bill Graham – R.I.P. – era o produtor. Eu fui chamado ao seu escritório. Algo como, “você vai para a diretoria agora". Ele disse, “esta atitude que você teve, eu tive a mesma conversa com Sid Vicious e Keith Moon”. Eu pensei, “Legal! Oh, espera aí - eles estão mortos. Não é tão legal. Talvez eu devesse me controlar”. Eu percebi nesta hora que havia mais em estar em uma banda do que encher o saco das pessoas e destruir coisas.

PLAYBOY: James, o que você achou de Lars depois do primeiro ensaio?
HETFIELD: Lars tinha um kit de bateria bem podre, com um único cimbal. Isso vivia caindo, e tínhamos que parar para ele levantar a porcaria. Ele realmente não era um bom baterista. Até hoje, ele não é o baterista do ano. Todos nós sabemos disso. Quando terminávamos de ensaiar, era como “que merda foi essa?” Nós o obrigávamos a pagar o estúdio também. [risos] Tinha tanta coisa diferente nele. Seu jeito, sua aparência, seu sotaque, sua atitude, seu cheiro. Ele cheirava a – ele cheirava como Dinamarca, eu acho. Eles pensavam diferente sobre banho. Nós usamos sabonete na América.
ULRICH: Crianças americanas, existia esse negócio meio compulsivo de tomar quatro banhos por dia.

PLAYBOY: Bem, você se lavava?
ULRICH: O suficiente para mim. Certo?
HETFIELD: Nós comemos no McDonald’s – ele comia sardinha. Ele era de um mundo diferente. O pai dele era famoso. Ele era bem saído. Um rico, apenas criança. Mimado – é por isso que ele tem essa boca. Ele sabe o que quer, ele vai atrás disso e ele conseguiu isso durante a vida inteira.
ULRICH: Eu sou filho único. Eu vim de uma criação tão liberal quanto você pode imaginar. Eu viajei por todo o mundo com meu pai. Então, sim, James Hetfield e eu viemos de passados muito diferentes. Ao ficarmos mais velhos, provavelmente ficamos mais diferentes.
HETFIELD: Ele me introduziu muitas músicas diferentes. Eu passei muito tempo na sua casa, ouvindo coisas. Eu não podia acreditar o tamanho de sua coleção de discos – eu podia comprar, talvez, no máximo um disco por semana, e ele voltava da loja com 20. Ele comprou Stynx e REO Speedwagon, banda que ele ouviu na Dinamarca. E eu falava, “Mas que merda? Por que você comprou Styx?”
ULRICH: Eu tenho uma personalidade obsessiva. Quando eu me interesso por algo, eu preciso aprender tudo sobre isso, não importa se é sobre cadeiras dinamarquesas da grande era moderna entre 1950 e 1956, ou Jean-Michel Basquiat, ou Oasis. Quando eu tinha nove anos, era tudo sobre Deep Purple. Eu podia passar todo o meu tempo sentado do lado de fora do hotel deles em Copenhagen, esperando Ritchie Blackmore sair para que eu pudesse segui-lo na rua.

PLAYBOY: Já que você gosta tanto da Dinamarca, por que você estava em LA?
ULRICH: Eu terminei a escola na Dinamarca e mudei para a América para buscar uma carreira no tênis. Nós acabamos em Newport Beach, que é o lugar mais arrogante de LA depois de Beverly Hills. Tem todas essas crianças com a porcaria de suas camisas Lacoste rosas, e eu com a minha camiseta do Iron Maiden. Eu acho que havia um ódio por tudo isso, um pouco de alienação. James Hetfield era o rei da alienação. Então houve um pouco desse negócio de irmandade que nos uniu.

PLAYBOY: Quão alienado era James quando você o encontrou?
ULRICH: Eu nunca conheci alguém tão tímido. Ele era realmente recatado, praticamente com medo de contato social. Ele também tinha um problema sério de acne.
HETFIELD: Não há muito que dizer, eu acho. Quando eu conheci Lars, minha mãe tinha acabado de falecer. Todo mundo era o inimigo naquela época. Eu não era bom em falar – isto veio de crescer no ambiente em que eu estava, meio alienado. Eu estava cansado de explicar a minha situação religiosa. Assim que a banda se formou, eu pensei, eu não preciso mais falar. Lars pode falar tudo. Então ninguém entendia sobre o que diabos as músicas falavam [risos].

PLAYBOY: Então, qual era a sua situação religiosa?
HETFIELD: Eu fui criado como um Cientista Cristão, que é uma religião estranha. A regra principal é, Deus vai arrumar tudo. Seu corpo é só um escudo, você não precisa de médicos. Era alienador e difícil de entender. Eu não podia fazer educação física para jogar futebol. Era estranho eu ter que sair das aulas de saúde na escola, e todas as crianças dizerem, “por que você tem que sair? Você é algum tipo de aberração?”. Quando criança, você quer ser parte do time. Eles estavam sempre cochichando sobre você e pensando que você era estranho. Isso era bem chato. Meu pai dava aulas de domingo – ele estava nisso. Isso foi forçado em mim. Nós tínhamos estes pequenos depoimentos, e tinha uma garota que havia quebrado seu braço. Ele se levantou e disse, “eu quebrei meu braço, mas agora, olha, está tudo bem”. Mas estava meio desfigurado. Agora que eu penso sobre isso, é bem desconcertante.

PLAYBOY: Você já fugiu de casa?
HETFIELD: Uma vez, eu e minha irmã nos separamos. Nossos pais nos pegaram cerca de quatro quadras de distância. Eles nos espancaram, basicamente.

PLAYBOY: Então você acredita em bater nos seus filhos?
HETFIELD: Bater nos meus amigos, e suas esposas. Sim, como último recurso. Mas bater exige uma grande explicação do motivo.

PLAYBOY: Como era o relacionamento dos seus pais?
HETFIELD: Era o segundo casamento da minha mãe – eu tenho dois meio-irmãos mais velhos. Eu realmente não via nenhum tumor. Eles não brigavam na frente das crianças. Quando meu pai saiu para uma “viagem de negócios” – por mais de alguns anos, sabe? Eu estava começando o ginásio. Era segredo que ele tinha ido. Finalmente, minha mãe disse, “o pai não vai voltar”. E isso foi bem difícil. Houveram alguns momentos ruins – minha mãe precisava ficar em casa quando nós, crianças, estávamos em casa, ou eu teria matado a minha irmã. Nós nos batíamos pra caramba. Eu me lembro de a queimar com óleo quente, e isto foi, “uau, isto foi longe demais”. Minha mãe se preocupava pra caramba, e isto a deixou doente. Ela escondia isto de nós. De repente, ela estava no hospital. Então, de repente, ela se foi. O câncer a pegou. Nós fomos e passamos a viver com nosso meio-irmão Dave, que é 10 anos mais velho. Minha irmã estava sendo desobediente, então foi mandada pra fora de casa. Eu terminei o colegial, então, “até mais, todo mundo”.
HAMMETT: James vem de um lar destruído, e eu venho de um lar destruído, e quando eu me juntei a banda, nós meio que nos unimos por isso. Eu fui violentado quando criança. Meu pai bebia muito. Ele batia em mim e na minha mãe até que bastante. Eu consegui uma guitarra, e quando eu tinha 15 anos, eu mal saía do meu quarto. Eu lembro de ter afastado meu pai de uma briga com a minha mãe um dia. Minha mãe estava lutando para apoiar a mim e a minha irmã. Eu definitivamente direcionei muito ódio na música. Eu também fui violentado por um vizinho quando eu tinha nove ou dez anos. O cara era um doente maldito. Ele tinha feito sexo com meu cachorro, Tippy. Eu posso rir disso agora – droga, eu ria disso naquela época.

PLAYBOY: Parece que o heavy metal atrai um número desproporcional de pessoas que foram violentadas.
HAMMETT: Eu acho que heavy metal é terapêutico – é a música que acaba com a tensão. Eu acho que é por isso que pessoas que tiveram infâncias realmente ruins são atraídas pelo heavy metal. Ele permite que as pessoas liberem agressividade e tensão de um jeito não violento. Além disso, heavy metal tem um sentimento de comunidade – ele une os excluídos. Heavy metal parece atrair todo tipo de animal sujo, perdidos, sem rumo, que ninguém quer.
ULRICH: Eu sempre tive problemas com isso, pois eu não sinto que eu tenha tido nenhum dano psicológico mais sério em minha vida. Por que isso é limitado ao metal? Se você for a um show do Elton John, as pessoas têm a mesma bagagem emocional. Se você colocar em fila 10 fãs do Metallica em uma parede, você terá 10 histórias diferentes.

PLAYBOY: E três deles mijarão na parede.
ULRICH: Um deles baterá sua cabeça contra a parede, sim. Eu não me sinto tão confortável em aceitar esses tipos de clichés.

PLAYBOY: No começo, você considerou outros nomes além de Metallica?
ULRICH: Nós tínhamos uma lista de 20 nomes possíveis: Nixon, Helldriver, Blitzer. Eu realmente gostava de Thunderfuck.

PLAYBOY: Quando vocês começaram a atrair fãs do sexo feminino?
HAMMETT: As garotas sempre estiveram presentes nos shows. Só que elas não eram muito diferentes dos caras.
ULRICH: Garotas vinham no ônibus e chupavam o ônibus inteiro. Como, “Ok, aqui estão duas garotas, todo mundo fala uma fila”. As pessoas podem dizer, “Eca, ela acabou de chupar o outro cara...”. E daí? Você não precisa enfiar sua língua goela abaixo nela.
HETFIELD: Elas gostavam do que faziam. E, hehe, elas eram boas nisso. Naquela época, nós todos compartilhávamos as coisas. “Eu a comi. Cara, aqui! Pega a minha garota”. Lars usaria o charme nela, falar até chegar nas suas calcinhas. Kirk tinha cara de bebê e isso era bom com as garotas. E Cliff – ele tinha o maior pau. Isso se espalhou, eu acho.
ULRICH: Nós tínhamos este negócio chamado de biscates pesadas – era muito bom. Nós saíamos do palco e havia tipo umas 10 garotas peladas nos chuveiros.
HAMMETT: Eu não consigo imaginar porque de repente eu era bonito. Eu acordei com outra aparência? Uma conta gorda no banco fará você ficar bonito. Ninguém nunca havia me tratado dessa forma antes na minha vida.

PLAYBOY: Quem era o maior galinha da banda?
ULRICH: Todos nós tivemos alguns momentos de boa putaria. Eu não acho que exista alguém nesta banda que não teve momentos de gozos ocasionais.

PLAYBOY: O que você lembra da noite em que Cliff morreu?
HETFIELD: Eu me lembro de acordar com as porcarias voando para todos os lados. Eu quebrei a janela de emergência de cueca, 20 graus, e Cliff não estava lá. Eu lembro de ver suas pernas saindo por de baixo do ônibus. Ele tinha as pernas mais brancas e magras. Eu sabia que ele havia se ido então. O ônibus estava bem em cima dele. Nós estávamos todos no hospital, e nosso manager de turnês disse, “vamos juntar a banda e ir”. Quando ele disse a palavra banda – não era a palavra certa. “Merda, nós não somos mais uma banda". Nós fomos ao bar e começamos a beber.
HAMMETT: Cliff era um cara muito esperto, muito eloqüente. Eu simplesmente não entendo porque ele se foi, e nenhum de nós não.
NEWSTED: Cliff Burton era meu Deus. Ele era o guru. Eu quero dizer, ninguém antes dele e ninguém desde então tocou daquele jeito. As pessoas o copiaram, mas ninguém atingiu seu sentimento ou habilidade.

PLAYBOY: Então você era um grande fã lá em Arizona?
NEWSTED: Metallica foi a grande influência de minha banda, Flotsam and Jetsam. Nós tocávamos praticamente só nas redondezas de Arizona, em clubes e festas desertas.

PLAYBOY: O que é uma festa deserta?
NEWSTED: Você empresta dos seus pais, junta 80 ou 120 dólares, e aluga um gerador por um dia. Pega algumas mesas da escola e faz um palco, e você aluga uma máquina de fumaça. Você pega uns caras para comprar um barril, e diz, “assim que as pessoas chegarem, vocês nos darão 40 dólares.” Você tem o U-Haul preso no buraco, pega algumas mesas e coloca por baixo dos pneus e tenta tirar a caminhonete de lá. Os caras que estão comprando o barril já estão bebendo. É uma hora da tarde. Eles tem magnums .44 do lado deles. Em Arizona, você precisa mostrar sua arma, você pode carregar o que quiser. Já totalmente bêbado, você descobre que elem roubaram um supermercado na noite passada. “Ah sim, nós vamos conseguir dinheiro desses caras”. Então se prepara e toca por uma hora ou duas e os policiais de Scottsdale aparecem e acabam com tudo e isso é o fim. Eu não fiz nenhum dinheiro tocando até entrar no Metallica. O máximo que eu me lembro de ter conseguido – por aquilo que pensávamos ser um grande show – foi US$26 entre nós cinco.

PLAYBOY: Você sente falta disso?
NEWSTED: Eu sinto falta da sujeira. Eu sinto falta da fome. Eu sinto falta da excitação de sair cedo do trabalho para preparar o equipamento no clube. E sete pessoas aparecerem, mas você ainda tocar como se fossem 700. Tinha um Burger King logo do outro lado do principal clube que tocamos – nós pedimos uma montanha de hambúrgueres de 29 centavos. Feliz com isso! “Eu vou pegar uma Coca”. “Não, cara, isto são mais dois hambúrgueres! Foda-se isso! Nós vamos roubar cerveja de alguma dispensa, cara”. Senão seriam batatas cozidas com ketchup roubado do Burger King.

PLAYBOY: Você viu o Metallica enquanto Cliff estava vivo?
NEWSTED: Sim. Em Phoenix, com Wasp, antes de sair o Master of Puppets. Primeira fileira. Bem em frente a Cliff Burton, reverenciando-o. Babando. Bangueando loucamente. Catorze dólares por uma camiseta, que foi todo o dinheiro do mundo naquela época. Nós fomos só pra ver o Metallica. Assim que o Metallica acabou, fomos embora. Eles detonaram, e nós sabíamos que tudo que eles faziam era de coração.

PLAYBOY: Como você soube que ele morreu?
NEWSTED: Um amigo me acordou as seis da manhã. Ele disse, “Você precisa ver o jornal, cara”. Eu lembro de lágrimas molharem o jornal e ver o papel se encharcar. Nós usamos munhequeiras pretas quando tocamos os shows seguintes.

PLAYBOY: Depois que você soube que o Cliff morreu, quanto tempo passou até que você pensou, hmm, Metallica vai precisar de um novo baixista?
NEWSTED: Eu sonhei com esse dia. Algo como, e se, e se, e se?

PLAYBOY: Eles te trouxeram a São Francisco para uma audição. Você estava nervoso?
NEWSTED: A semana inteira, eu não dormi. Eu posso ter cochilado algumas vezes. Por cinco dias eu fiquei de pé e toquei o máximo que pude. Bolhas e bolhas estouraram. Quando eu não conseguia sentir o nervo interno enquanto eu tocava a corda, eu parava um pouco. Uns amigos meus juntaram algum dinheiro para pagar os US$140 da passagem de avião para eu ir a minha audição.

PLAYBOY: Bem tosco eles não terem pagado sua passagem de avião. Eles foram duros nas pessoas que estavam fazendo audição?
NEWSTED: Um cara veio, ele tinha o baixo autografado por um cara do Quiet Riot ou algo assim. E o James só falou, “Próximo!” Desse jeito, antes do cara ter chance de plugar o baixo. Os caras eram, tipo, detonados.

PLAYBOY: Conte-me sobre o primeiro ano com eles.
NEWSTED: Difícil. E muitos testes emocionais.
HETFIELD: Nós estávamos lamentando com raiva. “Você está aqui ao invés do Cliff, então é isso que você ganha”. Era terapia pra gente.
NEWSTED: Um dia, às 4 da manhã, eles esmurraram e bateram na minha porta do hotel e nós estávamos em Nova Iorque. “Levanta, maldito! É hora de beber! Viado!” Sabe? “Você está no Metallica agora! É melhor você abrir essa porcaria de porta!”. Eles continuaram batendo. Kaboom! A moldura da porta partiu, e a porta veio voando. E eles vieram, “você devia ter atendido a porta, puto!”. Eles pegaram o lençol e o enrolaram comigo dentro. Eles colocaram as cadeiras, mesa, rack da TV – tudo do quarto – em cima do lençol. Eles jogaram minhas roupas, minhas fitas, meus sapatos pela janela. Creme de barbear por todos os espelhos, pasta de dente em todos os lugares. Só devastação. Eles saíram correndo pela porta, “Bem vindo à banda, cara!”.

PLAYBOY:
Você sabia que eles estavam falando às pessoas que você era gay?
NEWSTED:
Não. Quero dizer, cara, tinha tanta coisa, que isso é detalhe mínimo.

PLAYBOY:
Por que eles faziam isso e por que você aturava isso?
NEWSTED:
Porque era o Metallica, era meu sonho que virava realidade, cara. Eu estava realmente frustrado, de saco cheio e me sentindo indesejado. Eles fizeram isso para ver se eu podia agüentar. Se você vai vestir os sapatos de Cliff Burton, você precisa ser resistente.

PLAYBOY:
Ok, caras, quem bebia mais no Alcohollica?
HAMMETT:
James. Ele bebia meia garrafa de Jägermeister sozinho, e ainda bebia vodka.
ULRICH:
James Hetfield: Se eu e James começássemos a beber na mesma hora, seis horas de licor forte depois, eu estaria caído. Por um bom tempo, ele estava bebendo álcool em um nível diferente de nós.
HETFIELD:
Eu. Eu tinha que tomar uma garrafa de vodka para me divertir. Eu estou surpreso de ainda estar vivo.
NEWSTED:
Essa é uma pergunta difícil. Dedo a dedo, eu acho que Lars. Ele pode chegar em um nível diferente, pois é dinamarquês. Eles são acostumados desde pequeno.
ULRICH:
[risos] Eu tinha uma mentalidade meio que de períodos; se eu bebesse por três dias, então eu não colocaria nenhuma gota nos próximos quatro.
NEWSTED:
James é o único que já bebeu tanto que não pôde aparecer no ensaio ou para fotos. Ele é o único que realmente se envenenou.
HAMMETT:
Jason não bebe tanto quando o resto de nós. Ele gosta de fumar maconha.

PLAYBOY:
Pessoas que gostam de música rápida geralmente gostam de drogas rápidas. A banda já se envolveu com speed?
HAMMETT:
Speed é uma má palavra em nosso campo. Mas viciados em speed nos amam.
ULRICH:
James é o único que nunca realmente gostou de nenhum tipo de droga. Eu, Jason, Kirk e Cliff estávamos sempre experimentando coisas diferentes em um nível mais alto.
HAMMETT:
Cocaína definitivamente tem estado presente em nossas vidas. Você sai com outros músicos, e a próxima coisa que sabe, você tem cinco caras esmagados dentro de um banheiro. Eu tive um problema ruim com coca na turnê do ... And Justice for All, mas eu saí disso, pois isso me deprimia, basicamente. Eu tentei heroína uma vez. Eu sou grato por ter odiado isso.
ULRICH:
Eu tentei ácido uma vez; eu estava totalmente com medo. A única droga que eu realmente usei foi cocaína. Ela me dava algumas horas a mais de bebida. E muita gente usa isso como forma de se aproximar de você, e você cai nisso. Eu ia em círculos e dizia, “tá certo, eu vou parar com isso por um tempo”. E eu parei por seis meses.

PLAYBOY:
Jason, com o passar do tempo, a banda parou de te atormentar?
NEWSTED:
Na verdade, eles ficaram mais duros com o passar do tempo. O segundo e terceiro anos foram os mais brutais. Ao invés de brincadeiras fraternais, haviam coisas que magoavam profundamente e eram baseadas no desrespeito.

PLAYBOY:
O que eles fizeram que foi tão desrespeitoso?
NEWSTED:
Abaixar o volume do baixo no ... And Justice for All. Não ouvir minhas idéias, musicalmente.

PLAYBOY:
O Jason está no …And Justice for All?
HETFIELD:
Sua foto está lá [gargalhadas]. Alguém me mandou um CD de brincadeira, com um adesivo do lado de fora escrito, “... And Justice for All – agora com baixo!”
ULRICH:
É o único álbum nosso que eu não me sinto confortável com ele. Virou sobre habilidade e quase atlético, ao invés de música.

PLAYBOY:
Bandas são geralmente como famílias, e parece que esta família briga bastante.
HAMMETT:
Tem muita novela e dramas secundários que aparecem por estar nesta banda. Eu me sinto como referendo. Eu tenho sido o intermediador entre James e Lars, e eu tenho sido o intermediador entre Lars e Jason.
HETFIELD:
Vivem falando o nome de Lars, não é? [Risos] Ele geralmente é o instigador, com sua boca. Ele pode ser mala de verdade algumas vezes, e ter atitudes. Eu o soquei no palco uma vez – provavelmente nosso terceiro show já feito. Nós combinamos que tocaríamos Let It Loose para nosso encore, mas ele foi lá e começou uma música diferente, Killing Time, porque começava com bateria. Eu virei: “Ei, filho da puta!”. Eu não conseguia lembrar as letras, foi uma falha completa.
ULRICH:
Eu comecei a música que eu queria tocar. Eu não me lembro porque – talvez eu achasse que combinava melhor com o encore. E ele me socou.
HETFIELD:
Eu me lembro de jogá-lo contra seu kit de bateria algumas vezes, jogar alguns cimbals, cortando sua cabeça.
ULRICH:
Eu tive algumas brigas com o Jason.
HAMMETT:
Eu nunca bati em ninguém da banda. Eu pratico muito ioga atualmente, e leio muita filosofia oriental. Eu acredito muito em karma: nada de carne, nada de bife, nada de porco, nada de frango.
HETFIELD:
Eu definitivamente não sou o cara mais esperto da banda, então ganhar um argumento intelectual não vai acontecer. Partir para a violência costumava funcionar. E intimidar.
HAMMETT:
Quando James vem gritando até você, ele pode intimidar.

PLAYBOY:
Muitas coisas ruins aconteceram com o Metallica. Isto significa que a banda tem um karma ruim?
HAMMETT:
Bem possível. Tá louco, nós passamos por muita coisa. Tem que ser karma. Eu não sei se é a energia que nossas músicas liberam. As pessoas direcionam a energia de nossas músicas – 90 porcento do tempo isso é bom, mas talvez 10 porcento do tempo seja ruim. Eu ouvi histórias de skinheads ouvindo nossas músicas e tatuando títulos delas em seus braços com grandes suásticas logo abaixo. Talvez seja só karma pessoal. Talvez o motivo de James ter tido tantos acidentes seja por causa de seu próprio karma, e isto afeta a banda.

PLAYBOY:
Como você descreveria a mudança que veio depois de ... And Justice for All, começando com o álbum preto?
ULRICH:
Os primeiros discos foram sobre força bruta, coisas desse tipo. Enquanto James passava a se sentir mais confortável, elementos de vulnerabilidade e confusão apareceram, com coisas menos bate-cabeça. Ao invés de “está tudo fodido e eu vou matar tudo quando acordar”, é mais como, “está tudo fodido e eu estou realmente sofrendo com isso”.
HETFIELD:
No álbum preto, quando eu fui escrever as letras, eu não sabia sobre o que escrever. Eu estava tentando escrever letras que a banda poderia dar suporte – mas nós quatro somos indivíduos completamente diferentes. Então a única forma foi entrar.

PLAYBOY:
Sobre todas as coisas que você escreveu, James, qual foi a música que você mais hesitou em gravar?
HETFIELD:
Nothing Else Matters. Foi uma grande virada. Era sensível.

PLAYBOY:
Falando sobre isso, Nothing Else Matters é meio que no estilo da música Babe do Styx.
HETFIELD:
Vai se foder. Vai se foder totalmente [sorrisos]. Eu não achei que a banda fosse gostar. Mas eles foram bem abertos a ela.
HAMMETT:
Tudo que eu podia pensar na época era, James escrevendo uma música de amor para sua namorada? Isso é estranho.
NEWSTED:
A princípio, eu não achei que soava muito Metallica para mim. Eu gosto das coisas rápidas, pesadas. Eu não acho que o Metallica deve fazer country. Nós chegamos bem perto disso com Mama Said (do Load). Eu não achei que isso foi muito bom pra mim.
HAMMETT: James sempre quer parecer esse cara que é muito confiante e forte. E para ele escrever letras como aquela – mostrando um lado sensível – precisou ter colhões. Lars, Jason e eu estávamos nos divorciando. Eu estava destruído emocionalmente. Eu estava tentando me livrar desses sentimentos de culpa e falha e direcioná-los a música, para conseguir algo positivo disso. Jason e Lars também estavam, e eu acho que isso tem muito a ver sobre o porque do álbum preto soar como soa.

PLAYBOY:
Antes, vocês eram uma das bandas mais populares de heavy metal. Com o álbum preto, vocês se tornaram mainstream.
NEWSTED:
Assim que aparecemos na MTV, garotas mais bonitas começaram a aparecer nos shows. De um dia pro outro.
HAMMETT:
Pode soar clichê, mas garotas gostam de melodia, elas gostam de músicas calmas, tranqüilas. E se é isso que faz com que elas caiam na nossa armadilha, mais energia nisso.

PLAYBOY:
Você pensa que...
HETFIELD:
Não. Eu não gosto de pensar.

PLAYBOY:
Apenas alguns poucos álbuns venderam mais de 10 milhões de cópias. Você acha que o álbum preto é o maior disco da banda?
HETFIELD:
Existem algumas músicas lá que eu não gosto. Through the Never foi um pouco irracional. Don’t Tread on Me, provavelmente não é um das minhas músicas favoritas musicalmente. Holier Than Thou foi um das músicas mais bobas, mais no estilo antigo de escrever.

PLAYBOY:
Quando o Load saiu em seguida, vocês estavam de cabelo curto e estavam usando maquiagem e roupas da moda. Foi uma grande mudança de jeans e mullets.
HAMMETT:
Foi só uma fase. Era a moda da época. Vai saber? Nós podemos fazer algo ainda mais extremo no futuro.

PLAYBOY:
Como o Hetfield de vestido?
HAMMETT:
Eu acho que isso seria extremo [risos].
HETFIELD:
Eu deixei o Lars e o Kirk tomarem um pouco a frente de nossa imagem. Eu realmente não gosto de ver isso agora. Nossos fãs vinham, “o que aconteceu com o Metallica, a rebeldia, o cabelo comprido, a nojeira, a banda do vai-se-foder?”. Agora era U2 ou Stone Temple Pilots, ou alguma outra banda apoiada em uma imagem. Por que diabos nós precisávamos disso? Foi simplesmente estúpido. Jason e eu não gostávamos disso – Kirk e Lars estavam animados. Você ou ri disso ou acaba com isso. Eu estou fazendo ambos, na verdade.

PLAYBOY:
Vocês eram meio bonitos sem os mullets.
HETFIELD:
Ah, pô! Mullets detonam. Cara, eu quero ter cabelo comprido e curto ao mesmo tempo.
HAMMETT:
Eu nunca tive mullet, certo?
NEWSTED:
Eu não vou admitir o mullet por mais do que três meses em 1987.
ULRICH:
Provavelmente só o James que teve um mullet.

PLAYBOY:
Bem, com certeza parece um mullet o que você tem no encarte do Garage Inc., Lars. E se o James deixasse crescer de novo seu mullet?
HAMMETT: Se ele deixar, eu vou pintar meu cabelo de rosa. “Você pode ter cabelos engraçados? Então eu também posso!”.

PLAYBOY: James, você é pró-armas e pró-ambientalista. Você votou no Al Gore?
HETFIELD: Não. Eu tenho medo que alguém tire minhas armas de mim.

PLAYBOY: Então você votou no Bush?
HETFIELD: Não. Você precisa ir à cidade pra votar. Então eu não vou votar.

PLAYBOY: Você descreve beber e tocar como terapêutico. Você já esteve em uma terapia de verdade?
HETFIELD: [Concorda com a cabeça] Na época do Load, eu senti que eu queria parar de beber. “Talvez eu esteja deixando passar algo. Todo mundo parece tão feliz todo o tempo. Eu quero ficar feliz”. Eu planejava minha vida ao redor de uma bebedeira: “Os Misfits vão tocar na cidade na sexta à noite, então sábado é dia de ressaca”. Eu perdi muitos dias da minha vida. Indo a terapia por um ano, eu aprendi muito sobre mim mesmo. Tem muitas coisas que te deixam marcas quando você está crescendo, você não sabe porque. A música Bleeding Me (no Load) é sobre isso: eu estava tentando sangrar tudo de ruim, tirar o mau de dentro. Enquanto estava indo a terapia, eu descobri algumas coisas feias lá. Um ponto negro.

PLAYBOY: Então o maior bebedor do Alcohollica parou de beber?
HETFIELD: Eu fiquei mais de um ano sem beber – e os céus não se partiram. Era só vida, mas menos divertida. O mau não saiu. Eu não estava rindo, não estava tendo momento bons. Eu percebi, beber é uma parte de mim. Agora eu sei até onde ir. Você não pode estar de ressaca quando tem crianças, cara. “Pai, cai fora do tapete, porra!”. Bem, eles não dizem isso – ainda.

PLAYBOY: Você já foi ao AA?
HETFIELD: Eu não diria que eu sou um alcoólatra – mas então, sabe, alcoólatras não dizem que eles são alcoólatras.

PLAYBOY: Nessa época, você estava passando mais tempo com seu pai. Como foi isso?
HETFIELD: Começou bem mal. Muito bravo com ele por ter feito a minha família do jeito que era. Nunca foi um negócio de pai e filho de verdade de novo.
HAMMETT: James costumava ser um bêbado raivoso, sem controle, sempre brigando, sempre se envolvendo com problemas. Ele é bem mais paciente agora. Eu acho que isso tem muito a ver com o falecimento de seu pai [em 1996, durante a turnê do Load]. Depois disso, ele ficou simplesmente muito mais apreciativo, pensativo e piedoso.

PLAYBOY: James nos ataca como uma forma de caipira mais ameno.
HAMMETT: Eu concordo com isso 100 porcento. Ele vive um tipo de vida que é fácil zoar: ele vive no campo, bebe muita cerveja, tem um monte de arma, vai a caça.
HETFIELD: Eu como vegetais também, cara. Eles são fáceis demais de matar. Cenouras não tem chance de correr. Eu acho que os animais estão lá pra gente. Nós estamos no topo da cadeia alimentar.

PLAYBOY: Talvez você devesse ir em uma viagem para caçar com algumas daquelas bandas que suportam o PETA, como a Indigo Girls.
HETFIELD: Quem eu deveria matar primeiro? Oh, elas me caçando?

PLAYBOY: Você se sente desconfortável com o nível de homofobia no metal?
ULRICH: Totalmente. Ultimamente, por que que eu e o Kirk enfiamos nossas línguas na goela um dos outro de vez em quando em frente as câmeras? O mundo do metal precisa ficar puto o máximo possível. Quando a banda começou, todo mundo sentaria ao redor provando sua heterossexualidade xingando gays e coisas do tipo. Algo como, “oh, viado maldito”. Isso te eleva a um nível melhor de macho? Eu nunca entendi isso.

PLAYBOY: Nós ouvimos que o James usa a palavra viado brincando. Isso significa que ele é homofóbico?
HAMMETT: Hm, provavelmente. James não teve muitas experiências com pessoas gays, e isto é uma razão para ser homofóbico. Ele precisa se abrir mais nessa área.
ULRICH: Eu sei que ele é homofóbico. Não tem o questionar sobre isso. Eu acho que homofobia é questionar sua sexualidade e não estar confortável com isso.

PLAYBOY: Pela primeira vez em anos, existem várias bandas de metal no topo das paradas. A maioria delas são bem ruins, não são?
HAMMETT: Tem muita coisa podre. Muita coisa chupinhada também. Aquela música do Papa Roach (Last Resort), o riff principal é de uma música do Iron Maiden chamada Hallowed Be Thy Name.
HETFIELD: Limp Bizkit parece meio infantil pra mim. Eu não gosto de algum cara só gritando. Como Rage Against the Machine – não é sobre cantar, é só um cara meio que bravo, falando sua opinião.
HAMMETT: Para mim, Limp Bizkit soa como um Korn de segunda categoria. Korn tem um vocalista muito melhor que é de alguma forma inteligente. Muitas dessas bandas pegam os ingredientes certos, a fórmula certa, e – voilà – eles têm uma banda de metal. Uma banda como Godsmack é só uma mistura de Metallica com Alice in Chains, com um pouco de Korn jogado no meio.
HETFIELD: Queens of the Stone Age é único. Esta banda Rocket From the Crypt me faz sentir bem.

PLAYBOY: Três de vocês são casados, dois de vocês têm filhos. O que mudou?
NEWSTED: Cinco anos atrás, a banda era prioridade sobre todas as coisas. Agora, famílias vêm em primeiro lugar. Eu entendo isso. Uma família é importante. Eu sou o único que não é casado, e a música ainda é a maior parte da minha vida. Eu quero dizer, Black Sabbath é a minha banda número um de todos os tempos, mas o Metallica fez mais pelo metal. O Metallica é a maior banda de metal pesado que já existiu. Eu quero manter isso forte. Mas o Metallica é apenas uma parte da minha vida musical, certo? Esses caras estarão felizes ficando seis meses longe da música. Eles têm outras coisas em suas mentes. Se eu tentar ficar seis dias sem tocar com alguém, coisas com ansiedade acontecem comigo.

PLAYBOY: Parece que essa sabatina está te frustrando.
NEWSTED: Sim. James e Lars começaram este negócio juntos. Eles passaram por todas as dificuldades. E eles têm sentimentos realmente sérios com a banda, sobre como ela deve correr. Isto é muito, muito difícil de engolir algumas vezes. Eu acho que nosso entendimento é que nós não queremos ser como as outras bandas, que pessoas saem e fazem projetos paralelos. Eu fiz algumas músicas incrivelmente maravilhosas com outros músicos. Elas simplesmente deixariam as pessoas de queixo caído - elas deixaram pessoas de queixo caído. Mas eu não posso lançar.

PLAYBOY: James e Lars não te deixam?
NEWSTED: Não é o Lars.
HETFIELD: Nós simplesmente não concordamos com projetos paralelos. Fãs sempre viram o Metallica como algo em que podem confiar: nós estamos sempre lá, sempre fortes, e isto é uma banda. Nós somos os mesmos caras desde o começo, essencialmente. O único jeito de sair desta banda é se você morrer. Quando você diz Metallica, você sabe quem é: Lars, James, Kirk e – uh, quem é esse cara? Jason [risos]. Quando alguém faz um projeto paralelo, ele toma parte da força do Metallica. Então tem esse negócio feio ultimamente. E não devia ser discutida na imprensa.
NEWSTED: James Hetfield é o coração e alma e orgulho do Metallica, o protetor do nome. Eu não saí para desrespeitá-lo.

PLAYBOY: Mas ele poderia te respeitar ao te deixar lançar o álbum?
NEWSTED: Nós estamos chegando bem próximos de coisas que não devíamos falar. Eu queria que ele visse que esta música é realmente parte de mim, como sua infância foi parte dele.

PLAYBOY: O que o James disse quando você o disse que queria lançar o álbum?
NEWSTED: Eu não entrarei nisso. Nós temos que mudar de assunto.
HETFIELD: Onde isso irá terminar? Ele começará a fazer turnês com isso? Ele vende camisetas? Isso é a banda dele? Essa é a parte que eu não gosto. É como se estivesse traindo sua esposa de certa forma. Nós somos todos casados com o Metallica. Casados uns com os outros.

PLAYBOY: Então o que o Jason deve fazer durante este hiato?
HETFIELD: Eu não sei, porra. Eu não sou o agente de viagens dele.
HAMMETT: Eu só espero que possamos sobreviver a isto inteiros, sem cortar os pescoços uns dos outros.

PLAYBOY: Lars, você acha que o Jason devia poder lançar seu álbum?
ULRICH: Eu não conseguiria o olhar nos olhos e dizer, “você não pode lançar esse álbum”. Isso não é quem eu sou como pessoa. Isso é tudo que eu tenho a dizer. Eu não posso me envolver nesses conflitos. Eu tenho problemas com a minha vida familiar, com a minha esposa, que pesam mais do que, como, se o James Hetfield e Jason Newsted estão se bicando.

PLAYBOY: E se o Jason lançar isso de qualquer forma?
HETFIELD: Eu não sei. Isso me desapontaria muito.

PLAYBOY: Como é o disco?
HAMMETT: É um ótimo álbum.
ULRICH: É um álbum legal, bem blues, tipo uma versão mais pop de Stevie Ray Vaughan.
HETFIELD: É respeitável.
HAMMETT: Eu falei com Jason por horas a fio. Eu estou bravo por ele. James exige lealdade e unidade, e eu respeito isso, mas eu não acho que ele perceba a seqüência de eventos que ele está colocando em jogo. Jason come, dorme e respira música. Eu acho que é moralmente errado manter alguém longe daquilo que o mantém feliz. Esse álbum sempre estará disponível em algum formato – seja no Napster ou nas lojas, as pessoas vão ouvir.

PLAYBOY: Não seria engraçado se o Jason lançasse seu álbum no Napster?
HAMMETT: Isto seria realmente irônico.
HETFIELD: Eu não ligo de parecer o cuzão da banda. Bem, dentro da banda. Desde que os fãs pensem que o Lars que é o cuzão, está tudo bem [risos].
NEWSTED: James está em até que vários discos: no filme do South Park, quando Kenny vai para o inferno, James está cantando, e ele está simplesmente em todos os álbuns do Corrosion of Conformity. Isto é um tiro nele, mas eu vou guardar. Eu não posso tocar as minhas coisas, mas ele pode tocar com outras pessoas.
HETFIELD: Meu nome não está nessas gravações. E eu não vou tentar vendê-las.

PLAYBOY: Você quer lealdade e unidade na banda, mas se você for muito ditador, você pode acabar perdendo membros da banda. Nós temos três palavras pra você: Guns n’ Roses.
HETFIELD: Essas são três palavras feias [risos]. Eles são um exemplo trivial de egos fora de controle. Nós definitivamente não estamos em uma situação a la Guns n’ Roses. Nunca chegará a esse ponto. Eu mataria todos nós antes disso acontecer.

PLAYBOY: Então tem três contra um aqui: você é o único contra deixar Jason lançar seu disco. Este conflito pode ser resolvido?
HETFIELD: Alguns de nós terão que se dobrar um pouco.

PLAYBOY: Ou se abrir.
HETFIELD: Minhas costas doem, então não será eu.

PLAYBOY: Todos estes conflitos realmente ajudam a banda?
ULRICH: Você usou bastante a palavra conflito nos últimos 15 minutos. Ultimamente, nós temos um amor e respeito uns pelos outros que sobressai os bicamentos. O negócio chave é, nós ainda estamos aqui. Nós somos os únicos que ainda estamos aqui. Seja lá que conflitos que você esteja falando, nós ainda achamos uma forma de existir como uma unidade funcional, e praticamente ao deixar cair as toalhas ir ao palco e botar pra quebrar.

PLAYBOY: Esta é a tensão usual dentro do Metallica ou está pior agora?
ULRICH: Esta é uma boa pergunta. É um período interessante de entrevistar nós quatro separadamente. Você está ouvindo pessoas se abrirem – praticamente te usando como intermediário. Como James e Jason não se telefonam, então eles estão conversando através de você.

PLAYBOY: Você e James não têm se falado também.
ULRICH: Eu não falo com ele há um tempo, isso é verdade.
HETFIELD: Ele não me ligou. Eu tenho certeza que ele vai falar que eu não liguei para ele.
ULRICH: É um pouco de teimosia de rock star. Algo como, "ele não está me telefonando, então eu não vou ligar pra ele. Foda-se ele".
HETFIELD: Nós dois precisamos de um tempo distante; eu e este cara estamos juntos há 20 anos, cara. É um negócio extremo de amor e ódio, sabe?
ULRICH: Nós estivemos neste cenário centenas de vezes antes. Na estrada algumas vezes, nós não nos falamos por uma semana. Eu e James Hetfield somos as duas pessoas mais opostas neste planeta.

PLAYBOY: Sua esposa, Skylar, já namorou Matt Damon, e ele a tornou a modelo para a divisão feminina da Good Will Hunting. Alguns anos atrás, Matt te descreveu como um “rock star que conseguiu US$80 milhões e seu próprio jatinho – um rock star ruim, também”.
ULRICH: Ele disse isso antes de nos conhecermos. E ele pediu desculpas cerca de centenas de vezes. As primeiras cinco vezes que eu o vi, ele passou 10 minutos pedindo desculpas. Ele é um amor.

PLAYBOY: E você é um colecionador de arte, o que é um hobby pouco comum para um baterista de metal. Que escolas você coleciona?
ULRICH: Expressionismo abstrato, o movimento Cobra, arte seca. Eu sou dono de muito Basquiat, muito Dubuffet, muito Kooning. Eu tenho a melhor coleção de Asger Jorn neste planeta. Eu tenho o que é universalmente considerado como uma das duas grandes pinturas de Basquiat; eu passei um ano e meio a caçando. Sair no backstage com o Kid Rock é algo excitante, mas não menos do que sentar e observar meu Dubuffet por uma hora com um gim tônica.

PLAYBOY: Nos conte sobre a turnê de 1992 com o Guns n’ Roses, quando uma explosão pirotécnica o queimou durante um show em Montreal. Quão graves eram as queimaduras?
HETFIELD: Foi até os ossos. Minha mão parecia um hambúrguer. Não importava a quantidade de água que jogava, a dor vinha na hora. A parte mais dolorosa foi a terapia física – eles arrancavam a pele com uma espátula. Era brutal. Eu tomava remédios também, e ainda dói pra caralho.

PLAYBOY: Falando de dor, você já teve dores de cabeça?
HETFIELD: Você tá dizendo que está alto demais? Precisa ser alto. Você deve sentir em todo lugar.

PLAYBOY: Metallica fez bem menos shows do que de costume no último ano.
NEWSTED: Nós fizemos talvez 30 ou 40 shows, e isto é provavelmente o mínimo que já fizemos. Metallica geralmente faz de 150 a 250 shows em um ano.
HAMMETT: Eu não tenho nada contra não fazer mais turnês que duram o ano todo.
ULRICH: Dez anos atrás, nós queríamos tocar o máximo de shows possíveis e nos divertimos o máximo possível. Agora, tocar 200 shows em North Dakota não é tão estimulante quanto costumava ser. Algumas vezes é ótimo estar no palco, e outras vezes os shows em si se tornam totalmente medíocres e você só está meio que passando por eles. Quanto mais velhos ficamos, e mais curta é a turnê, melhor ficamos.

PLAYBOY: Por quanto tempo a banda pode continuar, dado o esforço físico de suas músicas?
NEWSTED: É limitado. As pessoas nunca me verão fraco, nunca me verão simplesmente de pé lá no palco. Quando o dia que eu não puder tocar chegar, eu caio fora. É assim.
HETFIELD: Um mullet branco parece bom.

PLAYBOY: Existe algum truque para escrever uma música do Metallica?
NEWSTED: Cerca de 90 porcento das músicas do Metallica são em E menor, porque a escala vocal do James é limitada - embora ele tenha desenvolvido seus limites.

PLAYBOY: Alguma chance do Metallica seguir a direção do rap-metal?
NEWSTED: Não. Sem rap no Metallica.
ULRICH: As chances do James Hetfield ir na direção do rap estão provavelmente entre zero e menos um.

PLAYBOY: Da sua perspectiva como um fã do Metallica, Jason, deve ser interessante ver James continuar evoluindo desde Nothing Else Matters.
NEWSTED: Onde eram trevas antes, agora tem muita luz, desde que as crianças de James entraram em cena. As trevas sempre estarão lá, por causa do estrago feito, mas existe um grande ponto brilhante agora.
HAMMETT: Nós não podemos cantar sobre flores e dias felizes e ensolarados, sabe?

PLAYBOY: Então, James, a próxima leva de músicas serão felizes?
HETFIELD: Yeah, eu vou começar a escrever sobre minha casa e família e cachorro. Olha, sempre tem algum tumor para escrever, e agora, dentro da banda, pode ter algum combustível muito bom.

PLAYBOY: No próximo disco, nós podemos esperar uma música chamada...
HETFIELD: Projetos Paralelos [risos]. Sempre terá alguma coisa que te deixará puto. Alguma coisa que você gostaria de mudar. Alguma coisa que te confunde. Tudo que eu preciso fazer é ir a São Francisco por um dia - eu fico puto o suficiente por uma semana.

PLAYBOY: Você é feliz no casamento, pai de duas crianças, você já fez terapia. Você até escreveu uma música de amor. Você ainda consegue achar a parte negra?
HETFIELD:
Eu sei que ainda está lá, e como chegar lá. Eu posso visitá-la e sair de novo. É uma parte negra que você não consegue se livrar.





(Eduardo Rodrigo Picanço Marchand, Bruno Carlos Ferreira Neves, Daniel Sullivan
Queiros Mascarenhas e Lucas Pontes, os maiores fãs de Metallica que eu conheço – esta postagem é pra pra vocês!)