Fonte: http://vagalume.uol.com.br/especiais/entrevista-cpm22.html
“Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD”, afirma Japinha.
Vaga-lume – 29 de Março de 2006
Se você já cansou de mandar recado para uma certa Caixa Postal de Barueri, de número Mil e Vinte e Dois (22) e nunca teve uma resposta sequer, a Redação do Vaga-lume foi atrás dos caras – a caixa postal é deles mesmo – e buscamos um pouco de tudo o que você queria saber sobre uma das maiores bandas de hardcore no cenário nacional.
Mais de 500 shows em quatro anos de estrada, músicas no top das paradas – de Regina Let’s Go à Irreversível – os quatro CDs e mais dois DVDs.
Tudo isso para ninguém colocar defeito. Bom, segundo o baterista Japinha, até colocam defeitos, rotulam a banda. Mas ele mesmo afirma, “Preferimos nos sentir livres para tocar o que quisermos dentro do rock”. E é assim que o CPM 22 vai levando, com todo o sucesso seja nas rádios, nos clipes na MTV, nas mais de 50 comunidades no Orkut, nos shows e outros espaços por onde passarem.
Desde 1995, e do lançamento do CD independente “A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum”, a banda busca cada vez mais expandir a tendência punk-hardcore com influências, algumas mais explícitas que outras, que se estendem de Ramones, Screeching Weasel, Garage Fuzz até Smashing Pumpkins e Kiss.
E eles não param! Atualmente são quase vinte shows por mês! E é isso e muito mais que Japinha conta pra gente em entrevista exclusiva: um pouco das turnês, da gravação do documentário e DVD da banda, sobre MP3 e pirataria, onde curtem ir, o que rola quando não tem show e como o oriental da banda faz para se dividir entre os compromissos do CPM e da Hateen (banda que ele também é baterista).
Confira um pouco da brincadeira formada por Badaui, Fernando, Ricardo Japinha, Wally e Luciano – e que hoje é coisa séria.
Entrevista
Caixa Postal Mil e Vinte Dois. Qual é a história que gerou esse nome para a banda?
A história é originada da caixa postal que temos, de número 1022, localizada e, Barueri. Ela ainda existe e sempre foi utilizada pra tocarmos correspondência com fãs, outras bandas, etc. Na falta de um nome melhor, escolhemos CPM 22.
Mais de cinqüenta comunidades no Orkut falando do CPM. Como vocês lidam com essa fama virtual? Muitas vezes é assédio por parte do público feminino e outras partem para críticas voltadas ao som. Vocês dão uma olhada de vez em quando pra ver o que rola em sites de relacionamento e na Internet em geral sobre a banda?
Eu olho. Acho bom. Bom falarem bem, e bom falarem mal. Se fosse unanimidade, seríamos o U2. E eu não gosto muito de U2. Quanto ao público feminino, acredito que se explique pelo fato das letras tocarem em assuntos gerais, de relacionamentos, experiências pessoais, e isso todo mundo vive. O Orkut é uma boa ferramenta de pesquisa de popularidade.
Felicidade Instantânea está nas paradas e agora o DVD. Quem teve a idéia e como foi estruturar um mini-documentário sobre o CPM? Queremos saber como foi os bastidores.
A idéia foi da banda. Não lembro qual membro. Ficamos 2 anos e meio documentando em câmera portátil, com um amigo nosso, que pagamos pra filmar as cenas de estrada. Os bastidores são sempre a parte mais legal, da convivência, da bagunça, das amizades, das piadas internas. Quisemos passar isso para os espectadores do DVD e os fãs.
Por falar em DVD, ouvimos dizer por aí que vocês se inspiraram um pouco em “St. Anger”, do Metallica com relação ao registro dos ensaios. Como foi isso?
Todos assistimos a esse DVD, por gostarmos bastante de Metallica, mas não acho que foi algo somente inspirado nisso. Foi Também a vontade de fazermos algo diferente do formato show, que todos fazem DVD.
Hardcore melódico, Emocore ou Lovecore? Qual é o verdadeiro estilo que o CPM22 procura mostrar pro público? E vocês sabem dizer a diferença desses três?
Na verdade não gostamos muito dos rótulos, a não ser do rótulo "rock". Deixamos para a mídia ou o público rotular. Preferimos nos sentir livres para tocarmos o que quiser dentro do rock.
Essa vai para o Japinha: Agora que a Hatteen está estourando como arrumar tempo e tocar nas duas bandas? E nos dias de shows, como você faz?
Já tenho um substituto para agendas coincidentes. O Hateen, como está começando ainda, vai contar com o meu sub e o do Fê também, que são o Pedrinho e o Sato, por enquanto. Tem dias de shows que as duas bandas tocam no mesmo lugar, daí da pra fazer os 2. É só gostar do que se faz que se arruma tempo e energia.
Sabemos que vocês passaram por grandes gravadoras, desde a “falecida” Abril até a atual. Como foi enfrentar esse novo mundo, esse tom de responsabilidade maior com relação a banda, visto que vocês começaram como independentes? Como foi essa transição em meados de 1998 e como é a cabeça de vocês hoje, na Sony & BMG?
E agora estamos indo pra Universal.... Acho que hoje em dia nos vemos como uma banda que atingiu vários objetivos importantes e buscamos novos desafios. O maior deles é se manter como uma boa banda de rock, de expressão no país. Sentimos o peso da responsabilidade do tamanho que o CPM22 atingiu e gostamos disso. Lidamos bem com o patamar que atingimos, creio eu. É bom se profissionalizar no que você gosta de fazer.
“Um minuto para o fim do mundo” estourou e ficou nas rádios direto por mais de seis meses. Falem do amadurecimento da banda de “Regina Let’s Go” para “Um minuto...”.
A banda amadureceu, fizemos muitos shows (mais de 500, acho, em 4 anos), gravamos 4 CDs, 2 DVDs, entre outras milhares de atividades como banda. Além disso, ouvimos muita coisa nova. Aprendemos também a trabalhar com uma produção mais profissional, no estúdio, com os técnicos e produtores. Isso dá mais força pra uma banda fazer melhores músicas.
Mais de 20 shows por mês. Fora desse corre-corre o que cada um curte fazer da vida?
Não são tantos não... (risos) – Só as vezes rola tudo isso. A média gira de 8 à 15. A gente gosta de comer fora, nos mexicanos e japoneses da cidade, de futebol, cinema, algumas baladas específicas e de curtirmos nossos amigos, famílias e namoradas.
Vocês baixam MP3 da internet? O que o CPM22 tem a dizer em relação à pirataria?
Só quando é inevitável. Preferimos comprar CDs. Somos parceiros de uma gravadora, então não jogamos contra. Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD, que é caro, pro brasileiro, então somos contra quem realiza a pirataria, não contra quem consome.
Hardcore é um gênero bastante explorado mas pouco reconhecido no mundo da música. Como é ter a CPM como uma das representantes – se não for a maior – do estilo no Brasil?
Bacana. Vencemos um desafio. Tem muitas bandas e poucas chegam ao mainstream. Com hardcore então, menos ainda. Temos orgulho.
Quais a influências musicais da banda? E de cada um?
Rock, Heavy Metal, Hardcore, Punk-Rock, Rap, anos 80, etc. O Luciano e o Wally gostam mais de metal pesadão. Eu e o Badauí já preferimos Punk-Rock, Hardcore melódico.
RAIO-X CPM:
Numa tarde sem show: futebol, surf ou skate?
Os 3, pode ser?
Namoradas, quem tem aí?
Atualmente, o Badaui e o Luciano
Numa mesa redonda, qual o assunto da banda sem ser música?
Futebol, mulheres, política.
Como seria o lugar ideal para tocar?
Um lugar com... navios... iates... mulheres... frutas... mansões... a mansão Playboy, porque não?
Uma fã grudenta ou uma carta de amor?
A carta!
Rolou “a” fome e a banda toda está sem rumo. Qual o destino escolhido e o que comer?
Churrascaria, infelizmente (sou vegetariano, e sou vencido pela maioria, sempre).
Deixariam de fazer um show pelo show de alguém/alguma banda? Qual?
Não, nehuma. Já tocamos até com a Tati Quebra-Barraco, Ivete Sangalo, Daniel, Chiclete com Banana, entre outras.
Qual o gênero de filme que vocês mais curtem ver? Cada um poderia dar uma dica do que mais gostou de assistir?
Gostamos de filme porrada. Sin City, Tarantino, Coppola, David Lynch, Kill Bill, A Cidade dos Sonhos, o Senhor dos Anéis, etc...
Todo mundo reunido num barzinho. O que beber? Ao som de..?
Beber vinho (a banda, eu prefiro suco). Ao som de Kiss.
Deixem um recado para os fãs de vocês aqui no Vaga-lume.
Valeu galera que leu a entrevista. Espero que não tenham se desapontado com nossos gostos e opiniões. Fazemos tudo de coração pra vocês e pra nós também.
Abração!!!
“Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD”, afirma Japinha.
Vaga-lume – 29 de Março de 2006
Se você já cansou de mandar recado para uma certa Caixa Postal de Barueri, de número Mil e Vinte e Dois (22) e nunca teve uma resposta sequer, a Redação do Vaga-lume foi atrás dos caras – a caixa postal é deles mesmo – e buscamos um pouco de tudo o que você queria saber sobre uma das maiores bandas de hardcore no cenário nacional.
Mais de 500 shows em quatro anos de estrada, músicas no top das paradas – de Regina Let’s Go à Irreversível – os quatro CDs e mais dois DVDs.
Tudo isso para ninguém colocar defeito. Bom, segundo o baterista Japinha, até colocam defeitos, rotulam a banda. Mas ele mesmo afirma, “Preferimos nos sentir livres para tocar o que quisermos dentro do rock”. E é assim que o CPM 22 vai levando, com todo o sucesso seja nas rádios, nos clipes na MTV, nas mais de 50 comunidades no Orkut, nos shows e outros espaços por onde passarem.
Desde 1995, e do lançamento do CD independente “A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum”, a banda busca cada vez mais expandir a tendência punk-hardcore com influências, algumas mais explícitas que outras, que se estendem de Ramones, Screeching Weasel, Garage Fuzz até Smashing Pumpkins e Kiss.
E eles não param! Atualmente são quase vinte shows por mês! E é isso e muito mais que Japinha conta pra gente em entrevista exclusiva: um pouco das turnês, da gravação do documentário e DVD da banda, sobre MP3 e pirataria, onde curtem ir, o que rola quando não tem show e como o oriental da banda faz para se dividir entre os compromissos do CPM e da Hateen (banda que ele também é baterista).
Confira um pouco da brincadeira formada por Badaui, Fernando, Ricardo Japinha, Wally e Luciano – e que hoje é coisa séria.
Entrevista
Caixa Postal Mil e Vinte Dois. Qual é a história que gerou esse nome para a banda?
A história é originada da caixa postal que temos, de número 1022, localizada e, Barueri. Ela ainda existe e sempre foi utilizada pra tocarmos correspondência com fãs, outras bandas, etc. Na falta de um nome melhor, escolhemos CPM 22.
Mais de cinqüenta comunidades no Orkut falando do CPM. Como vocês lidam com essa fama virtual? Muitas vezes é assédio por parte do público feminino e outras partem para críticas voltadas ao som. Vocês dão uma olhada de vez em quando pra ver o que rola em sites de relacionamento e na Internet em geral sobre a banda?
Eu olho. Acho bom. Bom falarem bem, e bom falarem mal. Se fosse unanimidade, seríamos o U2. E eu não gosto muito de U2. Quanto ao público feminino, acredito que se explique pelo fato das letras tocarem em assuntos gerais, de relacionamentos, experiências pessoais, e isso todo mundo vive. O Orkut é uma boa ferramenta de pesquisa de popularidade.
Felicidade Instantânea está nas paradas e agora o DVD. Quem teve a idéia e como foi estruturar um mini-documentário sobre o CPM? Queremos saber como foi os bastidores.
A idéia foi da banda. Não lembro qual membro. Ficamos 2 anos e meio documentando em câmera portátil, com um amigo nosso, que pagamos pra filmar as cenas de estrada. Os bastidores são sempre a parte mais legal, da convivência, da bagunça, das amizades, das piadas internas. Quisemos passar isso para os espectadores do DVD e os fãs.
Por falar em DVD, ouvimos dizer por aí que vocês se inspiraram um pouco em “St. Anger”, do Metallica com relação ao registro dos ensaios. Como foi isso?
Todos assistimos a esse DVD, por gostarmos bastante de Metallica, mas não acho que foi algo somente inspirado nisso. Foi Também a vontade de fazermos algo diferente do formato show, que todos fazem DVD.
Hardcore melódico, Emocore ou Lovecore? Qual é o verdadeiro estilo que o CPM22 procura mostrar pro público? E vocês sabem dizer a diferença desses três?
Na verdade não gostamos muito dos rótulos, a não ser do rótulo "rock". Deixamos para a mídia ou o público rotular. Preferimos nos sentir livres para tocarmos o que quiser dentro do rock.
Essa vai para o Japinha: Agora que a Hatteen está estourando como arrumar tempo e tocar nas duas bandas? E nos dias de shows, como você faz?
Já tenho um substituto para agendas coincidentes. O Hateen, como está começando ainda, vai contar com o meu sub e o do Fê também, que são o Pedrinho e o Sato, por enquanto. Tem dias de shows que as duas bandas tocam no mesmo lugar, daí da pra fazer os 2. É só gostar do que se faz que se arruma tempo e energia.
Sabemos que vocês passaram por grandes gravadoras, desde a “falecida” Abril até a atual. Como foi enfrentar esse novo mundo, esse tom de responsabilidade maior com relação a banda, visto que vocês começaram como independentes? Como foi essa transição em meados de 1998 e como é a cabeça de vocês hoje, na Sony & BMG?
E agora estamos indo pra Universal.... Acho que hoje em dia nos vemos como uma banda que atingiu vários objetivos importantes e buscamos novos desafios. O maior deles é se manter como uma boa banda de rock, de expressão no país. Sentimos o peso da responsabilidade do tamanho que o CPM22 atingiu e gostamos disso. Lidamos bem com o patamar que atingimos, creio eu. É bom se profissionalizar no que você gosta de fazer.
“Um minuto para o fim do mundo” estourou e ficou nas rádios direto por mais de seis meses. Falem do amadurecimento da banda de “Regina Let’s Go” para “Um minuto...”.
A banda amadureceu, fizemos muitos shows (mais de 500, acho, em 4 anos), gravamos 4 CDs, 2 DVDs, entre outras milhares de atividades como banda. Além disso, ouvimos muita coisa nova. Aprendemos também a trabalhar com uma produção mais profissional, no estúdio, com os técnicos e produtores. Isso dá mais força pra uma banda fazer melhores músicas.
Mais de 20 shows por mês. Fora desse corre-corre o que cada um curte fazer da vida?
Não são tantos não... (risos) – Só as vezes rola tudo isso. A média gira de 8 à 15. A gente gosta de comer fora, nos mexicanos e japoneses da cidade, de futebol, cinema, algumas baladas específicas e de curtirmos nossos amigos, famílias e namoradas.
Vocês baixam MP3 da internet? O que o CPM22 tem a dizer em relação à pirataria?
Só quando é inevitável. Preferimos comprar CDs. Somos parceiros de uma gravadora, então não jogamos contra. Somos contra a pirataria. Mas sabemos das dificuldades de se comprar um CD, que é caro, pro brasileiro, então somos contra quem realiza a pirataria, não contra quem consome.
Hardcore é um gênero bastante explorado mas pouco reconhecido no mundo da música. Como é ter a CPM como uma das representantes – se não for a maior – do estilo no Brasil?
Bacana. Vencemos um desafio. Tem muitas bandas e poucas chegam ao mainstream. Com hardcore então, menos ainda. Temos orgulho.
Quais a influências musicais da banda? E de cada um?
Rock, Heavy Metal, Hardcore, Punk-Rock, Rap, anos 80, etc. O Luciano e o Wally gostam mais de metal pesadão. Eu e o Badauí já preferimos Punk-Rock, Hardcore melódico.
RAIO-X CPM:
Numa tarde sem show: futebol, surf ou skate?
Os 3, pode ser?
Namoradas, quem tem aí?
Atualmente, o Badaui e o Luciano
Numa mesa redonda, qual o assunto da banda sem ser música?
Futebol, mulheres, política.
Como seria o lugar ideal para tocar?
Um lugar com... navios... iates... mulheres... frutas... mansões... a mansão Playboy, porque não?
Uma fã grudenta ou uma carta de amor?
A carta!
Rolou “a” fome e a banda toda está sem rumo. Qual o destino escolhido e o que comer?
Churrascaria, infelizmente (sou vegetariano, e sou vencido pela maioria, sempre).
Deixariam de fazer um show pelo show de alguém/alguma banda? Qual?
Não, nehuma. Já tocamos até com a Tati Quebra-Barraco, Ivete Sangalo, Daniel, Chiclete com Banana, entre outras.
Qual o gênero de filme que vocês mais curtem ver? Cada um poderia dar uma dica do que mais gostou de assistir?
Gostamos de filme porrada. Sin City, Tarantino, Coppola, David Lynch, Kill Bill, A Cidade dos Sonhos, o Senhor dos Anéis, etc...
Todo mundo reunido num barzinho. O que beber? Ao som de..?
Beber vinho (a banda, eu prefiro suco). Ao som de Kiss.
Deixem um recado para os fãs de vocês aqui no Vaga-lume.
Valeu galera que leu a entrevista. Espero que não tenham se desapontado com nossos gostos e opiniões. Fazemos tudo de coração pra vocês e pra nós também.
Abração!!!
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