ouvindo: Raul Seixas, Gita, de 1974, e Novo Aeon, de 1975
antes de começar essa postagem, eu só queria dizer uma parada sobre o PM porco fascista Gabriel Monteiro, carioca que também ataca de YouTuber e se presta a’companhar o pau no cu extremo do universo do MamãeFalei em suas marmotas. ele, Gabriel, disse em seu vídeo falando que foi afastado da corporação, perdendo seu porte de arma no processo, por ter externado seu descontentamento com as atitudes de um coronrel da instituição. no mais, ele diz o seguinte:
“Estou submetido a um conselho da Polícia Militar, não porque eu roubei, não porque eu matei, não porque eu fui truculento, não porque eu fui racista” (MONTEIRO, 2020).
OU SEJA: em algum momento roubou, em algum momento matou, em algum momento foi truculento e em algum momento foi racista. honesto tu não foste nem pelo caralho porque se apoiaste na tua farda pra fazer as presepadas que fez. logo te digo: tu não vais se fuder pelos motivos certos, mas tu vais se fuder.
um dia a hora chega.
demora, mas chega.
demorou mas a tua chegou, filho da puta.
BORA PRO TEMA DO POST
primeiro que charge, segundo Mariana de Mello Arrigoni (2011, p.2062-3), não é composta de um desenho só, apresentando uma crítica a algum acontecimento histórico ou social, se valendo de uma fotografia para ser modificada pelo autor a ponto de não perder a referência original, para que a crítica não se perca, e muitas vezes se valendo do gênero caricatura (no qual características físicas das pessoas são quase sempre exageradas) (LAZOSKI, 2014, p.8).
exemplozim de charge 01 [crédito na charge]
exemplozim de charge 02 [crédito na charge]
(vão dois exemplos porque tem gente que não sabe diferenciar CHARGE de MEME, sabem? fiz pra esclarecer mesmo)
segundo que teve o causo da revista francesa Charlie Hebdo (que eu jurava de pé junto que era Charlie HEBBO), fundada em 1970, dezoito anos antes da mundialmente reconhecida MAD, e se valendo da mesma pegada satírica da estadunidense (não posso/sei dizer se era uma parada full destroyer tal como a MAD porque nunca tive acesso a uma Charlie Hebdo). o periódico em questão foi criado a partir a revista mensal sátirica Hara-Kiri, ainda em idos de 1960 por George Bernier (1929-2005), a.k.a. Professeur Choron, e François Cavanna (1923-2014), que desenvolveram o título da nova publicação com base na HQ mensal Charlie Mensuel, criada por Bernier e Delfeil de Ton (1934-) em 1968, cujo título veio de Charlie Brown Júnior, o personagem principal de Peanuts (que foi publicado em Charlie Mensuel), e também uma piada interna sobre o militar, político e estadista Charles André Joseph Marie de Gaulle (1890-1970).
3 de novembro de 2011 e 7 de janeiro de 2015 foram decisivos para o periódico em decorrência de ataques de fundamentalistas aleijados mentais PLEONASMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO islâmicos que foram retaliar o que tomaram como ofensas a sua religião, indo à (editora da revista) levar o Arallu pra quem lá estavam, matando os cartunistas Stéphane “Charb” Charbonnier (também editor do título), Georges Wolinski, Jean Cabu, Bernard “Tignous” Verlhac e Phillipp Honoré; o vice-editor e colunista Bernard Maris, o revisor Mustapha Ourad, a psicanalista e colunista Elsa Cayat, os policiais Franck Brinsolaro e Ahmed Merabet, o funcionário da Sodexo Frédéric Boisseau e Michel Renaud, convidado que visitava a redação no dia do acontecimento fatídico.
pau no cu, vou postar mesmo a charge que provocou o caralhamaço de 2011
fueda-se, vou postar mesmo a charge que provocou o caralhamaço de 2015
a ainda em 2015, a divisão responsável pelas HQs da editora Companhia das Letras – a saber, a Companhia das Letrinhas – solta a coletânea A Mão Livre - Humor depois de Charlie Hebdo, misto de homenagem ao periódico francês e às vítimas do atentado quanto, entendo eu, grito de indignação frente a este e um manifesto de liberdade da crítica. os participantes da obra, como os músicos da orquestra participantes das canções “The Dance” e “Il Mondo Degli Altri” do [álbum] O Último Solo do Renato Russo (veja todas as letras e suas respectivas traduções tanto deste quanto do Equilíbrio Distante AQUI), capricharam na emoção e no trabalho das tiras, charges e cartums.
A Mão Livre - Humor depois de Charlie Hebdo, da Companhia das Letrinhas, de 2015
“quem participou da obra, Quilômetros?” uma equipe de peso que teu navegador não vai aguentar carregar a lista, composta por – na ordem que aparece no título – Rafael Coutinho (que também fez a capa), Allan Sieber (Deus É Pai CLÁSSICO ABSOLUTO INEGÁVEL IMPERDÍVEL MORRA SE AINDA NÃO TU ASSISTISTE, Vida de Estagiário), a minha conterrânea Julia “Bax” Nascimento Bacellar (PENSEM NA MINHA ALEGRIA DE TER UMA PARAENSE NESSA EQUIPE, É ORGULHO DEMAIS!!!!!), Jal (acrônimo de José Alberto Lovetro), Chiquinha (Fabiane Langona), Davi Calil, Laerte (DISPENSA APRESENTAÇÕES), Gustavo Duarte, Daniel Wernëck (que foi curador do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte de 2018; a saber, o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte é o maior evento do gênero realizado no Brasil), Rafael Sica, (Eduardo) Damasceno e (Luís Felipe) Garrocho, Mariana Waechter, João Montanaro, Odyr Bernardi, Diego Gerlach, Darlan William “DW” Ribatski (ele tem dois álbuns fudidos de lindos, Como na Quinta-Série e Fixação por Insetos, recomendo os dois porque os dois são FODA!), Fido Nesti (Os Lusíadas em Quadrinhos se não consigo mais ler em prosa, não é em HQ que vou conseguir, a foderaça Irmãos Grimm em Quadrinhos; as ilustrações do maravilindo Ai! Que preguiça!... O Brasil em 39 poemas fabulosos & alegóricos, de Rodolfo Witzig Guttilla), Jan Limpens, Luli Penna, Rafael Campos Rocha, S. Lobo e Caco Xavier, Alexandra Moraes (O Pintinho), Gabriel Góes, Tiago Elcerdo, Eduardo Medeiros, Eloar Guazzelli, Luis Fernando Veríssimo (DISPENSA APRESENTAÇÕES), Bruno Maron, Luiz Gê (DISPENSA APRESENTAÇÕES), Adão Iturrusgarai (DISPENSA APRESENTAÇÕES), Rodrigo Rosa, Felipe Nunes, André Dahmer (DISPENSA APRESENTAÇÕES), Fernando Gonsales (DISPENSA APRESENTAÇÕES), (João) Spacca (de Oliveira) (Níquel Náusea, Front, Horácio MSP 50, as imperdíveis e maravilhosas Santô e os pais da aviação - A jornada de Santos-Dumont e de outros homens que queriam voar e Uma Aventura de Verne & Mauá - Mil Léguas Transamazônicas e as ilustrações de O Mário que não é de Andrade, o menino da cidade lambida pelo igarapé Tietê, de Luciana Sandroni), Arnaldo Branco, Cynthia Bonacossa e Angeli (DISPENSA APRESENTAÇÕES).
Deus É Pai, de Allan Sieber, de 1999
Vida de Estagiário, de Allan Sieber, de 2005
Como na Quinta-Série, de Darlan William “DW” Ribatski, de 2012
Fixação por Insetos, de Darlan William “DW” Ribatski, de 2016
Os Lusíadas em Quadrinhos, de Fido Nesti, de 2006
Irmãos Grimm em Quadrinhos, de Fido Nesti, de 2007
Ai! Que preguiça!... O Brasil em 39 poemas fabulosos & alegóricos, de Rodolfo Witzig Guttilla, com ilustrações de Fido Nesti, de 2015
O Pintinho, de Alexandra Moraes
O Mário que não é de Andrade, o menino da cidade lambida pelo igarapé Tietê, de Luciana Sandroni, com ilustrações de Spacca, de 2002
Santô e os pais da aviação - A jornada de Santos-Dumont e de outros homens que queriam voar, de Spacca, de 2005
Uma Aventura de Verne & Mauá - Mil Léguas Transamazônicas, de Spacca, de 2015
eu vi essa lista e fiquei “FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODA-SE! ANGELI, LAERTE, FERNANDO GONSALES, ANGELI, ANDRÉ DAHMER, SPACCA, LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO, LUIZ GÊ, SPACCA E ALLAN SIEBER NA MESMA COMPILAÇÃO?!? FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODA-SE!”
eu entendo A Mão Livre - Humor depois de Charlie Hebdo como uma declaração de amor, como um manifesto, como um grito, como a imortal cena dos jovens colocando flores dos canos das armas durante um protesto contra a Guerra do Vietnã em Washington; uma leitura obrigatória pra quem tem o mínimo de empatia, amor ao próximo, respeito ao próximo ser diferente (‘tá, sim, tem o caso caótico da crítica anárquica que não perdoa ninguém, sim, não esqueci, tampouco ‘tô me fazendo de égua) e consegue encontrar/ver tudo isso na arte. A Mão Livre - Humor depois de Charlie Hebdo não é somente uma lápide do quão fundo chegamos enquanto espécie e irmandade, mas também um indicativo do quão não podemos descer mais. uma luz no fim do túnel em muitos sentidos. e, por que não dizer também?, atemporal a partir de sua publicação, o mundo vai acabar e ainda terá assunto sobre est’antologia, de tão foderaça e arregaçadora que é.
as minhas ilustrações favoritas da obra (ficam melhores de ler se abertas em outra aba pra poder ser ampliadas)
leia A Mão Livre - Humor depois de Charlie Hebdo, não irás se arrepender.
Charb
Wolinski
Jean
Tignous
Phillipp
Bernard
Mustapha
Elsa
Franck
Ahmed
Frédéric
Michel
das ist für ihnen, wohin sind sie
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
ARRIGONI, M. M.. Debatendo os conceitos de caricatura, charge e cartum. In: III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 2011, Londrina. Anais [do] Encontro Nacional de Estudos da Imagem. Londrina: UEL, 2011.
LAZOSKI, Renilda Severa. Material Didático Pedagógico: Unidade Temática - O gênero textual “charge” em sala de aula: leitura, interação e criticidade. Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Marques. Mallet: Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR), mantido pela Secretaria de Estado do Paraná (SEED, em convênio com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), 2014.
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ZU
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