Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

EDUCAÇÃO – parte três

Eu deixei este ensaio para “fechar” esta série de postagens com reportagens da revista Nova Escola devido este ser direcionado principalmente aos Professores e às Professoras. Eu sempre deixei muitíssimo claro aqui que eles e elas sempre foram, sempre são e sempre serão meus heróis por tudo que fazem e representam e que fizeram de bom por mim. Eles são a base de tudo e, lembrem-se de que antes de existirem técnicos, médicos, advogados, engenheiros, dentistas, cientistas, existem eles e elas – então são eles que devem ser honrados e lembrados! Sieg Heil für die Lehrer und die Lehrerin!


“Para os professores nada? Tudo!”
Ou porque é preciso festejar quem ensina a ler e reescrever este mundo
Por Luiz Carlos de Menezes

Em outubro é festejado nosso dia e esta edição de NOVA ESCOLA apresenta os vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, que representam milhões de colegas. Mas podemos perguntar por que nós devemos ser festejados. Já que há Dia das Mães, dos Pais, do Índio, do Soldado, por que não Dia do Professor? Creio que a razão para sermos festejados é não nos esquecermos de como somos importantes, de como o maior equívoco de qualquer professor é subestimar sua importância.
A escola sempre foi um dos principais espaços públicos e hoje é um dos últimos. Os jovens têm nela o mais direto diálogo com uma instituição da sociedade, e somos nós que devemos garantir que essa oportunidade não se frustre. Sempre vimos a missão de promover conhecimentos, habilidades, gosto pela cultura, compreensão humana, confiança na vida, mas essa responsabilidade, que já era grande, ficou maior e mais difícil. Tornaram-se mais complexas as competências gerais para a vida, e a rapidez com que tudo se transforma exige o aprendizado contínuo, assim como novos métodos, para cumprimos essas tarefas. Há, contudo, mudanças ainda mais profundas.
Nosso mundo se tornou mais imprevisível e, de certa forma, menos esperançoso, e isso nos desafia a produzir ilhas de solidariedade e coragem nas escolas, num mar de individualismo e insegurança. No passado, educar significava conduzir para o futuro e quem educava tinha que conhecer o caminho para avançar com segurança. Hoje, não estão claros os rumos da sociedade e nem sequer sabemos o que significarão as palavras trabalho e emprego quando nossos alunos forem adultos.
No mundo que nos cabe reinventar, a escola não deve selecionar alguns, como no passado, mas promover todos: não segregar em níveis, mas valorizar as diferenças; não domesticar para a obediência, mas emancipar para a participação. Só que isso é mais fácil de prescrever do que praticar, já que não a escola não é mais um oásis de cultura e de valores, e sim parte da mesma complicada sociedade.
Felizmente, para missão tão difícil, podemos nos inspirar em educadores que perceberam há mais tempo a insuficiência da velha escola para construir um futuro que valha a pena. Lembro aqui de dois deles, que homenageio em reconhecimento a tudo o que me ensinaram: Maria Nilde Mascellani, que criou a rede dos Gráficos Vocacionais, notáveis escolas públicas paulistas que eu gostaria muito de ver reeditadas, e Paulo Freire, com quem tive o privilégio de manter uma longa amizade. Há meio século, em ambientes e condições muito diferentes, tanto ela quanto ele começaram a reinventar a escola e a Educação. Sob a direção de Maria Nilde, os alunos aprendiam juntos a investigar o mundo e a encontrar suas vocações, ou seja, ela educava pela prática da cidadania. Já Paulo Freire desenvolveu uma compreensão superior da leitura, que não se resume à reprodução de frases prontas, mas envolve uma leitura do meio social e natural por meio de um diálogo essencial, construtor da própria consciência.
Ter testemunhado o ativo humanismo desses dois notáveis seres humanos, profundamente singulares e ao mesmo tempo universais, me dá a confiança de que o magistério faz sentido, mesmo quando os rumos não estão claros. Educar em circunstâncias incertas, como as de hoje, torna nosso trabalho mais importante, não menos. Para que estejamos seguros disso, devemos ser generosamente festejados: “Para os professores nada? Tudo!”

Luiz Carlos de Menezes (pensenisso@abril.com.br) é físico e educador da Universidade de São Paulo e acredita que todos os professores devem compreender que a construção do mundo depende de cada um deles


[esta postagem foi escrita ao som dos álbuns Suffer, de 1988, e Against The Grain, de 1990, da banda californiana de punk rock Bad Religion, uma lenda viva do punk mundial!]


:: .. :: .. :: mach’s gut Sich! :: .. :: .. ::
:: .. :: .. :: Bis Bald! :: .. :: .. ::

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você está em solo sagrado!
Agora entalhe com vossas garras na Árvore dos Registros e mostre a todos que virão que você esteve aqui!!!