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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

PARIAH - análise e crítica da HQ

eu ia comentar no começo do post de ontem que, mesmo ao contrário da escola francesa da nova arte, dizer que a escola estadunidense seja majoritária quanto a supers, seria um reducionismo praticamente insultoso dizer que se sustenta apenas sobre este gênero, tanto que até por aqui mesmo já comentei muitas e muitas histórias de não-supers e autores se recusam terminantemente a escrever apenas supers ou mesmo nem o façam.

ai entramos no caso que as HQs de FC começaram justamente nos EUA em dois tempos. o primeiro em 1912, com Percy, Brains He Has Nix, do estadunidense Harry Cornell Greening (1876-1930), e em 1929, com Buck Rogers, de Philip Francis Nowlan (1888-1940), inspirada na obra Armagedoon 2419 A. D., do ano anterior, de Richard William “Dick” Calkins (1894-1962)[1]. as primeiras HQs de FC na França só saem a partir de 1937, com Futuropolis, do escritor René Étienne Thévenin (1877-1967) e do artista René Marcel Pellarin (1900-1998).
Percy, Brains He Has Nix, de Harry Cornell Greening
Buck Rogers, de Philip Francis Nowlan
Futuropolis, de René Étienne Thévenin e René Marcel Pellarin

então chegamos aqui a estadunidense Pariah, com roteiro de Aron Warner (produtor de cinema vencedor do Oscar pelo primeiro Shrek[2]) e Philip Gelatt (Indiana Jones) e arte de Brett Weldele (a versão em HQ de Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?[3] que saiu pela Boom! entre 2009 e 2011), publicada pela Dark Horse em duas séries entre 2011 e 2014. logo de cara, Pariah lembra MUITÃO a série televisiva de FC The 100, baseada na série literária homônima, da estadunidense Kass Morgan. todavia, no caminho oposto do texto morganiano, são crianças e jovens jogados no espaço.
“mas cuma?” 
jovens conhecidos como Vitros, criados em laboratórios pela mais avançada engenharia genética para que sua genética fosse utilizada como cura de doenças raras e fatais que afetassem bebês ainda em gestação. 
PORÉM
CONTUDO
ENTRETANTO
TODAVIA
esses jovens se tornaram extremamente capacitados em alguma das inteligências caracteristicamente humanas[4], logo sendo visto com desconfiança pelos não-vitros[5]. “em qual X-Men há mesmo esse medo de conviver com gente tida como ‘diferente’ do resto da população mesmo?”
primeira edição dos X-Men, de setembro de 1963, criados pelo roteirista Stanley Martin “Stan Lee” Lieber (1922-2018) e pelo desenhista Jacob “Jack Kirby” Kurzberg (1917-1994)

após a explosão de um complexo-industrial-militar da corporação Marinus – que, nada curiosamente, foi a principal responsável pela “geração” dos Vitros –, que foi declarada como um ataque terrorista por eles orquestrado e executado, passam a ser caçados no planeta inteiro e então cooptados (não necessariamente “pacificamente”) por Franklin Hyde[6] que, após dizer publicamente quem eram seus pais (que trabalhavam então diretamente com o presidente dos EUA) e se assumir como Vitro, faz um trato com Dawes, a figura pública que era o link da com o governo, para que os Vitros saíssem do contato com todo o resto da humanidade não-Vitro.
SÓ QUE, após “presentear” os Vitros com um lugar que eles podiam chamar de “deles” – quem nota isso é Brent Marks, o primeiro que aparece na história, Hyde não saca até ser tarde demais –a Marinus os trai e os coloca em uma FUCKIN estação espacial fora de uso à órbita da Terra para que se fodam pra lá fora da Terra. mezzo The 100 feelings. mezzo Genosha feelings. ai que rola o verdadeiro FODA-SE porque eles têm que se virar pra não morrer nas condições inóspitas e desfavoráveis às quais foram deixados. sob a liderança de Lily Ellerman, conseguem triunfar. mas não sem enfim saber do verdadeiro porquê pararem lá – Hyde os vendera para a Marinus e tudo o que produzissem na estação para ser comercializado na Terra pela multinacional[7].
logo a estação passa a ter três classes: quem não gosta de Lily, quem não gosta de Lily E despreza Hyde pelo que fez e quem só quer sobreviver mais um dia. mas todos querem ajudar a todos sobreviverem, inclusive Hyde e principalmente Brent. 
após um ataque nuclear à estação e mesmo já tendo tecnologia suficiente para se manter – afinal possuem alguns dos maiores gênios da história homosapienssapiensiana e os primeiros da homovitrosiana[8] –, decidem ir espaço adentro, ainda que muitos não queiram nada além de voltar pra Terra.
uma pandemia aos moldes do que se faz presente no planeta se apresenta e os Vitros sugerem ajudar com uma PROTOcura – ainda não foi testada em uma quantidade suficiente de indivíduos para determinar se é ou não – que, de forma suicida e (por que não dizer?) irresponsável, Hyde e Robert Maudsley (um dos Vitros apresentados também de forma individual) levam a seu planeta mater. mediante negociações, Maudsley passa a liderar a Marinus e pede a Ellerman que envie todos os seus pares que queriam voltar ao planeta – que também causa aquele rebuliço que só tu vendo –, o que dá mais da metade dos habitantes da estação, inclusive gente com pesquisa-chave para o funcionamento do satélite. com tudo resolvido, Ellerman e equipe adentram espaço sideral.
eu adorei Pariah por três motivos. na verdade, dois motivos e duas observações. o primeiro é a arte de Brett Weldele lembrar muitão muitaço a do Ben Templesmith em Welcome to Hoxford, escrita pelo Chris Ryall[9]. a primeira observação é creio que se fizessem uma parada tipo Waking Life[10], tipo Homem Duplo[11] com Pariah (ou mesmo com Welcome to Hoxford) creio que ficaria do caralho. 
Welcome to Hoxford
, roteiro de Chris Ryall e arte de Ben Templesmith, para a IDW em 2008
Waking Life
, de 2001, dirigido e escrito por Richard Linklater
O Homem Duplo
, de 2006, do mesmo cineasta

segundo motivo é que o roteiro de Aron Warner e Philip Gelatt é totalmente pontuado com o que o gênero ficção científica se propõe de fato: a crítica da ciência a seu tempo. engenharia genética não se resume à ovelha Dolly, a drogas sintéticas, etc. como a professora brasileira Fátima Oliveira (1995) diz, ela (a engenharia genética) ‘tá por ai desde sempre, vide Louise Joy Brown, primeira pessoa no mundo a nascer a partir de uma fertilização in vitro, em 1978, e a brasileira Anna Paula Bettencourt Caldeira[12]. vão por mim, não vão deixar de tratar desse tema tão cedo.
segunda observação é o Isaac Asimov ser um grande escritor, senão o maior escritor de ficção científica justamente por até o final da vida sempre estar antenado com o que estava sendo produzido na vanguarda de ciência e tecnologia e upando isso em suas obras isso deu uma “vantagem” quanto a outros escritores. então não é estranho pontuar que é meio que um consenso que só a classe científica eles já terem visto a pandemia que assola o planeta mas ninguém ter dado bola a tempo. ai me pergunto “será que ninguém, ao ler Pariah, pode ter se tocado desse detalhe, não? ou... não se tocou desse detalhe?”
enquanto a pergunta paira no ar como o concreto, vá ler Pairah.




[1] até hoje não me perdoo de ter trocado os dados dessas informações no meu TCC.
[2] já comentei sobre a obra por aqui nesse post aqui
[3] são elas, a saber: a inteligência Lógico Matemática; a inteligência Lingüística; a inteligência Naturalista; a inteligência Interpessoal; a inteligência Intrapessoal; a inteligência Espacial; a inteligência Corporal-Cinestésica; a inteligência Musical e a inteligência Existencialista (AMADEU-SABINO, ROQUE, 2008, p. 412-417; GÁSPARI, SCHWARTS, 2002, p.264).
[4] sim, soa meio Harry Potter, eu sei.
[5] primeira “coincidência”.
[6] tem outro motivo tão importante quanto isso – senão mais! –, mas terás que ler pra poder saber qual é.
[7] de Homo vitrus. ‘cês hão de convir que faz sentido a nível de semântica taxonômica de espécie.
[8] comentei nesse post aqui.
[9] comentei nesse post aqui.
[10] comentei nesse post aqui.
[11] ver post de ontem.




R E F E R Ê N C I A S C O N S U L T A D A S

AMADEU-SABINO, M.; ROQUE, Araguaia S. de Souza. . A Teoria das Inteligências Múltiplas e sua Contribuição para o Ensino de Língua Italiana no Contexto de uma Escola Pública. Revista Eletrônica dos Núcleos de Ensino da Unesp (PROGRAD). São Paulo / SP: Cultura Acadêmica Editora/Pró-Reitoria de Graduação da Unesp, p. 410-429,, 2008, v. , p. 410-429. Disponível em <https://www.unesp.br/prograd/PDFNE2006/artigos/capitulo3/ateoriadasinteligencias.pdf>.

GÁSPARI, Josset Campagna de; SCHWARTS, Gisele Maria. Inteligências Múltiplas e Representações. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Set-Dez 2002, Vol. 18 n. 3, pp. 261-266.
Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/ptp/v18n3/a04v18n3>.

OLIVEIRA, F. Engenharia Genética: o sétimo dia da criação. São Paulo: Moderna, 1995. (Coleção Polêmica)








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