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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

AMIZADE DESFEITA - análise e crítica do filme

ouvindo: Anti-Nowhere League, We Are…The League, de 1982

como atualmente tenho menos espaço na partição C: do HD que memória RAM e tenho uma pasta de quase 26 Gb de filme guardado na partição D: do mesmo armazenador a fins de só pra comentar aqui e depois deletar, esse resto de mês e parte de novembro vou fazer uma maratona de “análises e críticas de filmes” pra ir liberando espaço no D: e mandando coisa do C: pra lá. e vamos começar com um dos filmes mais locos que vi em 2018, chamado Amizade Desfeita, do ano de 2014. 
Amizade Desfeita
, de 2014, dirigido por Levan “Leo” Gabriadze e escrito por Nelson Greaves
Amizade Desfeita é uma produção russo-estadunidense dirigida por russo Levan “Leo” Gabriadze e escrito por Nelson Greaves (24 Horas: O Legado), que também produz o filme, em conjunto com Timur Bekmambetov (O Procurado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, Guardiões da Noite, Guardiões do Dia)[1] e Jason Blum (Whiplash, Corra!, Atividade Paranormal), para a estadunidense Blumhouse Productions e para a russa Bazelevs Films, sendo que foi distribuído internacionalmente pela Universal. 
assistindo Amizade Desfeita dá pra entender porque, mesmo custando “só” um milhão de doletas, arrecadou cerca de 64k5 doletas no mundo todo – ou seja, mais do que se pagando, visto que um filme deve render, no mínimo, o triplo do seu valor total de custo para ser considerado. e Amizade Desfeita quebrou a banca, tal qual A Bruxa de Blair da vida, o primeiro. tal qual A Bruxa de Blair, Amizade Desfeita também tem continuação
Amizade Desfeita 2: Dark Web
, de 2018, escrito e dirigido por Stephen Susco
A Bruxa de Blair
, de 1999, escrito e dirigido por Daniel Myrick e Eduardo Sánchez
e olha que o primeiro A Bruxa de Blair mergulhou num mar de tubarões que foi o ano de 1999. só pra lembrar rapidinho o que foi 1999[2] no cinema pra quem esteve lá e pra apresentar pra quem não esteve:
Matrix, escrito e dirigido por Lana Wachowski e Lilly Wachowski
South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes, dirigido por Trey Parker e escrito por ele, em conjunto com Matt Stone e Pam Brady
O Gigante de Ferro, dirigido por Phillip Bradley Brad Bird[3] e escrito por Tim McCanlies, sobre o romance The Iron Man: A Children's Story in Five Nights, de 1968, do escritor inglês Edward James Ted Hughes (1930-1998)[4]
Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma, escrito e dirigido por George Lucas
13º Guerreiro, dirigido por John SE NÃO CONHECE ELE, RAPA DAQUI AGORA McTiernan e escrito por William Wisher, Jr. e Warren Lewis, sobre o romance Comedores de Mortos, de 1976, do estadunidense Michael Crichton (1942-2008)
10 Coisas que Eu Odeio em Você, dirigido por Gil Junger e escrito por Karen McCullah Lutz e Kirsten Smith
O Homem Bicentenário, dirigido por Chris Columbus[5] e escrito por Nicholas Kazan, sobre o conto homônimo, de 1976, e do romance O Homem Positrônico, de 1993, ambos do escritor e cientista russo-estadunidense Isaac Asimov (1920-1992)
Quero Ser John Malkovich, dirigido por Spike Jonze e escrito por Charlie Kaufman
O Sexto Sentido, escrito e dirigido pelo M. Night Shyamalan
Godzilla 2000, dirigido por Takao Okawara e escrito por Hiroshi Kashiwabara e Wataru Mimura
À Espera de um Milagre, escrito e dirigido pelo Frank Darabont, sobre o livro homônimo do Stephen King
Clube da Luta, dirigido por David Fincher e escrito por Jim Uhls, sobre o livro homônimo de Chuck Palahniuk
A Múmia, escrito e dirigido por Stephen Sommers
Detroit Rock City, dirigido por Adam Rifkin e escrito por Carl V. Dupré
American Pie - A Primeira Vez é Inesquecível, dirigido por Paul e Chris Weitz, escrito por Adam Herz
Buena Vista Social Club, escrito e dirigido por Wim Wenders
Beleza Americana, dirigido por Sam Mendes e escrito por Alan Ball

voltando à Amizade Desfeita. é preciso situar que o filme fez esse sucesso ABruxadeBlairiano em decorrência de sua história, visto que o filme é praticamente “passado” na internet e 2014. a tríade não, não a do WoD Facebook-Twitter-Instagram ‘tava cuns caralhos e o WhatsApp também ‘tava com tudo e tinha acabado de chegar ao Brasil com a nova tecnologia de telefonia celular não lembro qual era e não vou pesquisar, foda-se. e tinha o Skype[6] também, né? tem que falar do Skype, porque ele é a ambientação principal da narrativa aqui comentada. 
após alguém não identificado upar na internet um vídeo da estudante secundarista Laura Barns (Heather Sossaman) mutcho mutcho loca em uma festa, desmaiada e se cagando. como se as coisas não pudessem piorar – mas elas sempre pioram –, o vídeo viraliza e ela passa a ser motivo de chacota da escola. não aguentando a pressão, Laura mete uma bala na cabeça.
EXATAMENTE UM ANO APÓS O SUICÍDIO DE LAURA, estão em uma conferência de Skype Blaire Lily (Shelley Hennig) – a então “melhor amiga de infância” de Laura –, Mitch (Moses Storm) – namorado de Lily –, Jess (Renee Olstead), Ken Masters (Jacob Wysocki), Adam Warlock (Will Peltz) e um usuário desconhecido conhecido como “billie227”. toda vez eles querem se livrar do “indesejado” mas sempre sem sucesso, até Blaire conferir a quem pertence à conta – para surpresa geral, a conta era de Laura. após situações meio que absurdas e ser revelado que cada um dos participantes tem algum tipo de vínculo com Laura, todos passam a ser mortos – acredita-se que por seu espírito, que viera para dar aquela forra do povo que fez bullying dela. eu, particularmente, acredito que é a Laura mesmo que veio tocar o foda-se no negócio.
‘TÁ CERTO 
eu vejo Amizade Desfeita sob três perspectivas. a primeira é quanto ao fenômeno social bullying. “ain, se ela não tivesse bebido tanto, isso não teria acontecido”. FODA-SE, MEU IRMÃO, a mina chapou? chapou. mas não era nada pra filmar e muito menos upar na rede. a regra é clara: ACONTECEU NA FESTA, FICA NA FESTA. eu já sofri bullying pra caralho, eu já fiz bullying pra caralho, ninguém precisa me dizer o quanto o ensino médio é escroto quanto a isso. não conheci ninguém que se matou em decorrência de bullying, mas conhecer gente que conheceu não melhora as coisas. dizem que o Brasil tem potencial pra ser um EUA da vida ia ser legal pela expectativa de vida, não pelas taxas de suicídio entre jovens, que é praticamente o dobro do Brasil e, consequentemente, maior que qualquer outro país do G8 e da própria América Latina.
a minha segunda perspectiva quant’à obra remete e ainda’bre um link a terceira perspectiva. em algum dos seus vídeos do seu canal do YouTube o filósofo brasileiro Henry Alfred Bugalho disse que obras artísticas são necessariamente obras de seus tempos, produzidas sob problemas dos tempos, visando tratar com pessoas de seus tempos, podendo ou não utilizar ferramentas e metodologias de produção dos tempos nos quais foram produzidas. Amizade Desfeita é uma obra do nosso tempo falando pra gente do nosso tempo de problemas do nosso tempo, se valendo da atemporal roda de amigos pra falar merdas sobre tudo e principalmente sobre o que todo mundo fala quando ninguém está escutando – neste caso, Laura – e se valendo de duas ferramentas de nosso tempo. como dito, o Skype. como dito, a internet.
a minha terceira perspectiva parte do como Skype ambientação principal da narrativa um dos filmes mais icônicos do Alfred Hitcock é Festim Diabólico, de 1948, que, em suma, se passa em somente um cenário.
Festim Diabólico
, dirigido por Alfred Hitcock (1899-1980) e escrito por Arthur Laurents (1917-2011), sobre a obra Rope’s End, de 1929, do teatrólogo e escritor britânico Anthony Walter Patrick Hamilton (1904-1962)

Amizade Desfeita se passa em um cenário particionado em cenários, em cenários que fabricam um cenário. não é integralmente em plano sequência como o texto hitcockiano, óbvio, além de não ter um trabalho de fotografia e iluminação, sendo esta última a das câmeras dos notebooks e dos lugares pelos quais os personagens e coadjuvantes transitam, dando um senhor ar de credibilidade ao que o Greaves e o Gabriadze, creio, devem ter proposto ao desenvolver a obra. esta, inclusive[7], também não tem trilha sonora, sendo todo o som ambiente – tal qual o primeiro parâmetro (A Bruxa de Blair) –, que deve ter facilitado pra caralho a vida do pessoal da mixagem de som e da edição de som, por não terem tanto som pra trabalhar em cima.
a edição é um caso à parte justamente pelo caso do “cenário particionado em cenários, cenários fabricando um cenário”, é um jogo muito interessante de se acompanhar, tem umas jogadas de câmera muito boa, que o som vai acompanhando tudo e parece que estamos na conversa devido à limpeza de som enviado e recebido. essa limpeza de som também chega a incomodar quando rolam os gritos e chiados e barulhos intensos. não duvido que tenha sido verdadeiramente intencional. e deu muito certo.
meu problema com Amizade Desfeita é: ser muito longo. fosse uma hora, NO MÁXIMO, ‘tava de excelente duração. ESTOURANDO, uns setenta minutos. ‘tá. sim. tem o caso da exigência do cinema de ter cerca de uma hora e meia, no mínimo. mas, pra mim, não funcionou com todo esse tempo, ficou cansativo, a ideia meio que se perdeu. eu não sei se o Levan Gabriadze e o Nelson Greaves tinham a pretensão de “revolucionar” o cinema de horror e o caralho. mas certamente eles deram uma senhora contribuição inquestionável ao gênero com o texto. este tem os poréns de comparação com Festim Diabólico? tem, mas tem seus méritos próprios que cobrem estes poréns. Amizade Desfeita tem os poréns de comparação com A Bruxa de Blair? tem, mas tem seus méritos próprios que cobrem estes poréns, ainda mais tendo em vista a diferença de propósitos e qualidade do refinamento dos produtos finais. mesmo porque comparar a qualidade de vídeo de uma câmera de mão da primeira metade da década de 1990 com uma câmera de notebook da primeira metade da década de 2010 é justo pra caralho, né? (dependendo do notebook, a qualidade de vídeo da câmera é a mesma de uma câmera de mão da primeira metade da década de 1990 mesmo).
no mais, creio que um texto realmente aproximado a poder comparar Amizade Desfeita é o Pulse/Kairos, mas isso vou tratar em outro post[8], inclusive[9].
Kairo
, de 2001, dirigido e escrito por Kiyoshi Kurosawa
Pulse
, de 2006, dirigido por Jim Sonzero e escrito por Wes Craven e Ray Wright, com base em [ver filme abaixo]

e, oh, no decorrer do filme, se acaba-se descobrindo quem upou o vídeo da Laura.

assista Amizade Desfeita.





[1] ele também produziu o Ben-Hur de 2016, mas se faça o favor de ignorar sua existência.
[2] sim, agora tu cantas a música homônima do Capital Inicial.
[3] eu falo de uma das primeiras animações que o Brad Bird trabalha, The Plague Dogs, nesse post aqui
[4] eu apresentei um trabalho sobre esse longa na época da minha graduação, falo dele AQUI! 
[5] vale o mesmo comentário do John McTiernan.
[6] dispensa apresentações.
[7] caralho que “inclusive” se tornou meu novo marcador linguístico HAHAHAHAHA.
[8] ‘tá quase pronto até, só falta ajeitar um detalhe aqui e ali e subir.
[9] olha ai de novo o marcador.










BIS 
ZU 
DEM 
BREAKING 
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NEUEN 
POST
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