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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 27 de abril de 2005

APOLOGIA!

em 26 de abril de 2005, terça-feira, às 14:53:40
Hails!
Quem não morre sempre posta para o seu blog!

Faz uma cara (trad.: “um certo tempo” ou “muito tempo”) que não escrevo nada, não é?
É, apesar de não estar estudando o suficiente para a maldita prova do TRE e mais para a prova que tive que fazer ontem, de Materiais de Construção – cujos materiais em questão eram cimento, agregados, cal aérea e gesso (os dois primeiros não tenho dificuldade pois já estudei outrora). Eu até que estava estudando os dois últimos tópicos em questão – que já tinha lido a respeito, mas nunca estudado –, mas os dois primeiros, puta que pariu do caralho... O teste em questão não foi difícil, foi mesmo foda: a primeira questão era sobre endurecimento da cal aérea e suas propriedades quando misturada com uma argamassa (que eu, honestamente, poderia ter me saído melhor); a segunda era sobre o mecanismo que proporcionava ao gesso uma resistência ao fogo, e por qual razão ele (o gesso) era importante na produção do cimento (modéstia à parte, eu me saí muito bem nesta questão); a terceira era sobre como diminuir o calor de hidratação do cimento utilizado na obra, qual o cimento mais apropriado para a construção de uma barragem a margem de um rio e explicar o que era tempo de pega do cimento (honesta e francamente, eu poderia ter me saído muitíssimo bem nesta questão, caso TIVESSE ME LEMBRADO O QUE ERA CALOR DE HIDRATAÇÃO); a quarta e última questão era sobre a aplicação de agregados na obra e perguntava se o acréscimo de 200% de brita em relação ao peso do cimento poderia comprometer a resistência a barragem da questão anterior, além de justificar a resposta CLARO que eu me dei bem nesta última questão. Eu não tirei duas notas boas em uma disciplina chamada Dosagem Experimental do Concreto para me dar mal neste tipo de questão, né?). Agora é só esperar pelo resultado, que vai chegar próxima Segunda-feira.
Quanto à semana passada, além de estudar pra essa maldita avaliação, eu descobri que estou passando por um puta de um bloqueio criativo, que me impede de escrever poesia e criar qualquer coisa no mínimo regular quando pego na guitarra (este último fator talvez seja porque estou sem violão, já que os melhores riffs que criei foram com o violão, e na guitarra, só quando estava – ou está – ligada com um pedal de distorção). Isso é uma merda!!!
Na Sexta-feira, pra variar, fui no Centur renovar um livro e pegar um outro de qualquer leitura que fosse. O (livro) renovado é Come Sing, Jimmy Ho, da Katherine Paterson, que fala sobre um moleque que quer ser cantor de rádio; o outro se chama Poesias, e é meio que uma antologia de um poeta norte-americano do meio do século passado, chamado Thomas Sterns Elliot, ou simplesmente T.S. Elliot. Os poemas foram reunidos e traduzidos por Ivan Junqueira, e espero que nenhum professor ou professora de Literatura Brasileira e/ou Portuguesa pegue este livro (ou qualquer outro de Mr. Elliot), senão vai falar que a poesia dele e isso e aquilo, menos que ela (a poesia) é densa e complexa, além de deveras sarcástica e irônica com a sociedade americana e européia da época (pelo menos, foi isso que eu percebi quando os li).


Hoje, eu estava lendo uma entrevista na IstoÉ, de 23 de Março deste ano, cuja capa é o “escritor (?!?) brasileiro que mais vende no mundo”, Paulo Coelho, em uma reportagem, sobre o seu novo “livro”, que faço questão de não citar o nome aqui. Como eu disse na postagem O Mundo Ainda Não Acabou, eu prefiro as “frases de impacto” dele do que os livros. Vamos ao que interessa: lá (na revista) tem uma reportagem com uma professora e pesquisadora de Harvard e que foi ex-assessora de governo do Bill Clinton (aquele que comeu a Moncia Levinsky, lembra[m]?), Jessica Stern, que também é formada em Química pelo MIT (ou Massachusetts Institute of Technology, ou, em bom português, Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e é uma das maiores especialistas em terrorismo e armas em destruição em massa do mundo. Agora, vou colocar a entrevista na íntegra, e os trechos em negrito são que achei muito bons! Espero que você[s] curta[m]!!!
ISTOÉ – Como a sra. analisa o atentado que matou o ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafik Hariri?
STERN – Os assassinos, sem sombra de dúvida, queriam tirar Hariri do cenário antes das eleições que acontecem em maio. Ainda não dá para dizer se há alguma conexão com o Hezbolah (grupo radical xiita libanês apoiado pela Síria [e nome de uma banda de HC formada por alunos do Colégio Santa Catarina de Sena]). O que se sabe é que os extremistas disseram que puniram o ex-primeiro-ministro por suas ligações com a Arábia Saudita. Hariri renunciou em outubro do ano passado em razão de uma disputa interna do governo. Ele queria a retirada das tropas sírias do Líbano.

ISTOÉ – A sra. acredita que a guerra do Iraque transformou o país num pólo do terrorismo?
STERN – Não importa o que venha a acontecer, mas é o fato é que a invasão do Iraque propiciou o surgimento de um novo tipo de terrorista que acumulou muito mais experiência. Esses terroristas são uma combinação de criminosos comuns, ex-soldados de serviços de inteligência e militantes islâmicos radicalizados que vêm do mundo inteiro para o Iraque. A troca de experiência é definitiva para entender os novos crimes de terrorismo no mundo.

ISTOÉ – Então a política de George W. Bush no Iraque contribuiu para o aumento do terrorismo?
STERN – Foi o próprio Osama Bin Laden que disse isso. Ele agradeceu ao presidente Bush, dizendo que a invasão do Iraque e a má performance da economia americana o ajudaram. Agora, se formos invadir outro país muçulmano, como o Irã, Bin Laden poderá agradecer novamente a Bush. Às vezes, uma resposta violenta aos ataques pode levar à formação mais rápida de outros terroristas, como aconteceu no Iraque. A invasão foi um desastre, um grande erro do governo americano, porque, até então, o país não tinha nada a ver com o terrorismo internacional (Essa é mesmo muito boa!!! E as Guerras do Vietnã e da Coréia? E o embargo econômico imposto à Cuba? E as duas bombas atômicas jogadas sobre o Japão? Eu só quero saber se tudo isso também não são formas de terrorismo. Como um antigo professor meu – Sr. Wilson Mousinho – de Geografia disse “o terrorismo só passa a ser o que é quando afeta as nações detentoras de poder mundial.”). E agora tem (como se não tivesse no passado). Apesar disso, Bush vem mudando sua abordagem depois que assumiu o segundo mandato. A Casa Branca admite agora que não é mais possível agir unilateralmente, como fez no Iraque, quando os EUA chegaram a ofender os aliados ocidentais. O nível de arrogância era altíssimo, mas hoje já percebemos uma mudança. Washington agora diz que precisa de seus aliados. Para combater o terrorismo, os EUA precisam da cooperação de todos os governos, porque este é um fenômeno ao mesmo tempo global e nacional.

ISTOÉ – Os terroristas seqüestram estrangeiros no Iraque o fazem por quais razões políticas, ideológicas ou por dinheiro?
STERN – Por todas essas razões. Mas não devemos confundir o criminoso que seqüestra pessoas no Iraque com os muçulmanos comuns que gostariam em uma sociedade islâmica. Alguns radicais preferem matar para chegar a uma sociedade islâmica, outros não. É preciso fazer uma distinção entre os terroristas e os muçulmanos contrários à violência, mas que desejam um Estado islâmico.

ISTOÉ – Por que uma pessoa se torna terrorista?
STERN – Pelos mesmos motivos do seqüestro: dinheiro, ideologia ou religião. No início de minhas pesquisas, eu acreditava que os terroristas ingressavam nessas organizações por convicções religiosas ou ideológicas. Mas depois eu descobri que existe uma gratificação emocional quando o indivíduo recebe uma nova identidade dentro de uma organização. É muito compensador ter uma identidade, ser reconhecido depois de ter sido severamente humilhado. Mas existem também aqueles que fazem atentados por dinheiro. Para estes, quanto maior for o pagamento que recebem, mais importante se sentem. Afinal, os rendimentos de um terrorista em um país de Terceiro Mundo correspondem aos de uma grande empresa. Há muitos membros de grupos extremistas que deixam suas organizações porque não conseguem fazer muito dinheiro, mas também tem aqueles que se decepcionam com seus líderes. E alguns terroristas nunca deixaram de ser terroristas, até porque não temos a capacidade de mudar a cabeça deles. Essa mudança, se houver, será interna, virá deles mesmos.

ISTOÉ – Em seu livro – Terror em Nome de Deus – por que os militantes religiosos matam – a respeito dos governos que não conseguem atender às demandas sociais abrem espaço para as práticas terroristas. Como se dá isso?
STERN – O Hamas (Movimento de Resistência Islâmica, grupo palestino da Cisjordânia), criou e mantém uma extensa rede de serviços sociais para a população palestina carente. Quando o Estado não se faz presente entre os despossuídos, abre-se espaço para o terrorismo, que usa esse sistema de proteção social para recrutar militantes. Essa idéia parece ser um tanto de esquerda, mas não é. É o mesmo sistema usado pelas gangues americanas. (eu adorei este trecho final)

ISTOÉ – Por falar nisso, como a sra. vê os grupos Hamas e Jihad? (este, em português, significa guerra santa)
STERN – Quanto mais se avança no processo de paz, maior a chance de novos atentados, dos dois lados. Freqüentemente notamos nas negociações para a paz que alguns membros das organizações terroristas desistem dos métodos violentos. Eles dizem assim: ‘‘Tudo bem, eu desisto do terrorismo, já fiz a minha parte.’’ Mas outros, os chamados terroristas “profissionais’’, ficam furiosos e preferem não abandonar esses métodos. Vimos isso acontecer com o Exército Republicano Irlandês (IRA). Não podemos nos esquecer que há radicais dos dois lados: dos palestinos e dos israelenses. Judeus extremistas, como alguns colonos, são contrários ao desmantelamento dos assentamentos nos territórios palestinos. Eles já se envolveram em pequenas batalhas com as Forças de Defesa de Israel e a tendência é que isso continue.

ISTOÉ – Como são formados os novos grupos do terror?
STERN – Hoje, uma maneira importante de atrair jovens para essas organizações é através da internet. Esse método está se tornando bastante comum. E isso não acontece apenas com o recrutamento da rede Al-Qaeda de Osama Bin Laden ou uma organização terrorista em especial. Estamos notando o surgimento de um grande movimento terrorista mundial quer não é apenas composto por grupos armados como o Taleban ou o Jihad. Assistimos ao surgimento de pequenas células terroristas espalhadas pelo mundo. Em muitos casos, esses grupos de autofinanciam, até porque ataques terroristas que usam homens-bomba, por exemplo, não demandam muita verba. A não ser em grandes ataques como o do 11 de setembro, em que foram necessários muito dinheiro e muito planejamento, fazer terror hoje é barato. Por outro lado, é interessante notar que à medida os extremistas vão envelhecendo, se torna maior a tendência de eles trocarem os métodos violentos pela ação política. Por isso, geralmente as ações terroristas são executadas por jovens.

ISTOÉ – Como está a rede Al-Qaeda hoje? E como vê a atuação de Abu Mosab al-Zarqaqi (suposto representante de Osama Bin Laden no Iraque)?
STERN – É muito difícil dizer o que é a rede Al-Qaeda hoje. Temos informação de que paquistaneses estão indo para o Iraque como membros da rede. Mas, sinceramente, acho que ninguém sabe ao certo quem são os novos integrantes da Al-Qaeda. Até porque existem voluntários para realizar atentados no mundo inteiro em nome da Al-Qaeda, sem exatamente pertencer à rede. O que podemos dizer com certeza é que hoje a Al-Qaeda se transformou em um grande movimento. Quanto a Al-Zarqawi, ele afirma estar trabalhando pelos objetivos da Al-Qaeda. Não sabemos exatamente se isso é verdade, porque não há como comprovar que ele foi aceito por Osama Bin Laden como um dos líderes da organização. Foi o próprio Zarqawi que anunciou essa aliança e não sabemos se ela é verídica.

ISTOÉ – Governos do Irã e do Paquistão apoiam grupos terroristas?
STERN – Não sei muito sobre o Irã, mas minha intuição é de que há espaço para esse apoio. Em muitos governos, existem departamentos, ministérios ou secretarias que fomentam mercenários ou terroristas. (será que nos EUA também não?). Geralmente, são subgrupos dos serviço de inteligência. Isso não se observa apenas no Irã e no Paquistão, mas também na Indonésia. O governo diz que tem uma política anti-terror, mas parte de seu serviço de inteligência está operando de forma contrária. Às vezes isso é de conhecimento governamental e às vezes isso é feito de maneira obscura. Na Indonésia, além do serviço de inteligência, setores da polícia estão apoiando grupos terroristas. E esse é um jogo muito perigoso.

ISTOÉ – Que situações são mais propícias para o desenvolvimento do terrorismo?
STERN – Sabemos que a pobreza, por exemplo, pode ser uma razão para o crescimento do terrorismo em um país, mas não necessariamente em todos. É mais difícil o terrorismo se desenvolver nas autocracias (segundo o Dicionário Globo: “Governo absoluto exercido por uma única pessoa; governo despótico [Do grego, autokrateia]”) e nas democracias. Paradoxalmente, o terrorismo tende a florescer em democracias que se tornam autocracias ou em regimes autoritários que estão se democratizando. Existem várias teorias que explicam o porquê desse fenômeno. Num país que está iniciando processo de democratização, costuma ser bastante alto o nível de frustração, aí o clima para ações violentas. Já nas autocracias é mais fácil conter o terrorismo dentro das fronteiras deste país ou fora dele. Hoje o terror tornou-se um produto de exportação de alguns países, como o Egito. O governo egípcio conseguiu controlar o terrorismo em seu território, mas não pôde impedir que terroristas egípcios agissem em outros locais. Esses terroristas acham mais fácil combater um inimigo externo, como os Estados Unidos, do que ter que enfrentar seu próprio governo, que consideram ser anti-Islã. É mais fácil crucificar os Estados Unidos, um aliado do governo egípcio. É mais fácil crucificar os Estados Unidos, um aliado do governo egípcio, do que enfrentar a administração do presidente Hosni Mubarak, por exemplo. Mas se houver uma abertura dor regime egípcio, certamente surgirão atentados dentro do país. O mesmo acontece com a Arábia Saudita.

ISTOÉ – A sra. acredita que o terrorismo tende a crescer no futuro?
STERN – Sim, o terrorismo só tende a aumentar. Não há como derrubar os Estados Unidos por métodos convencionais... (maldito patriotismo norte-americano. Todavia, essa é uma maldita verdade...)
ISTOÉ – E quais são as maneiras para se combater o terrorismo? (eu achei muito interessante a forma que ela fecha a entrevista. Muito mesmo!)
STERN – Não podemos eliminar todos os terroristas do mundo. Por isso temos que nos preocupar com quem se torna terrorista. Se prestarmos mais atenção do fato de o Ocidente estar deliberadamente humilhando o Oriente, este já será um grande passo. Se também questionarmos o montante de dinheiro que se gasta em uma guerra como a do Iraque, em que milhares de pessoas morreram desnecessariamente, e como esse dinheiro poderia ser usado em ações que exatamente evitassem essa situação, provavelmente teríamos melhor resultado. Uma das ações mais importantes é fazer a distinção entre criminosos radicais e muçulmanos comuns. Dentro do grupo dos muçulmanos comuns existem seculares, moderados e fundamentalistas contrários às ações violentas para se alcançar um Estado islâmico. Esses muçulmanos comuns precisam ser integrados à sociedade internacional, e a democracia é um bom caminho para essa integração (democracia? onde? pode[m] ter certeza que ela não deve estar falando nem do Brasil, muito menos dos EUA). Por outro lado, como menciono em meu livro, devemos estar mais preparados para a guerra psicológica, para desfazermos a auto-imagem do terror. Temos que mostrar aos militantes que seus líderes são corruptos, e não sagrados, como imaginam.

(os EUA são um país de malucos mesmo. Eu acabei de saber pelo programa da Sônia Abraão – aquela do A Casa é Sua, da RedeTV! – que [infelizmente não consegui saber a razão] uma menina NEGRA de CINCO ANOS foi presa dentro de sua escola e levada algemada para a cadeia. Você[s] tinha[m] que ver o semblante de agonia e de desespero da garotinha. Só lá mesmo. Eu vou ver se entro em contato com algum conhecido para saber o motivo dessa porra, e depois posto aqui)


Esta postagem é carinhosa e respeitosamente dedicada a Vera Lúcia Akikó Vieira Kobayashi, que, depois de um ano e meio, voltou a pôr os pés em Belém do Pará. É, eu conversei com ela, que falou como vai a sua vida na cidade mais rock’n’roll do nosso país, e berço de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, Detrito Federal, Plebe Rude e Raimundos. Espero que ela leia esta postagem!!!

A frase do dia é de autor por mim desconhecido, mas é assim “Que é mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo, escrevendo pouco.”. Caso você[s] ache[m] o autor desta (frase) por favor, me diga[m]!!!!

Espero que você[s] tenha[m] curtido!!!
Até a próxima!!!

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