ouvindo: James Horner, Apollo 13 (Music From The Motion Picture), de 1995.
Por que os brasileiros falam português e não espanhol?[1]
texto de Tomas Pueyo, engenheiro pesquisador escritor espanhol.
tradução para o brasileiro, e devida revisão, de Rafael Alexandrino Malafaia
data de publicação: 12 de agosto de 2022.
Isso acontece devido à rotação da Terra e da distância entre Porto Rico e Cabo Verde
1494[2]
Apenas 6 anos antes, em 1488, Portugal descobriu um caminho para o Oceano Índico passando abaixo da África. Se eles pudessem estabelecer uma rota comercial para as Índias, poderiam quebrar o monopólio muçulmano da Rota da Seda e ficar loucamente ricos. Algo que também era do interesse dos espanhóis
Contudo, apenas 2 anos antes, em 1492, a Espanha descobriu[3] a América enquanto procurava outra rota para as Índias[4]. E Portugal também queria entrar no jogo.
Após algumas negociações[5], assinam o Tratado de Tordesilhas: o caminho oriental seria assumido por Portugal, à Espanha caberia o caminho ocidental.
Porém... Qual será o limite entre as 2 esferas de influência? Eles se estabelecem no ponto médio entre as ilhas da Espanha no Caribe e as ilhas de Portugal na costa oeste da África. Ou seja, Cabo Verde.
Caso as ilhas do Caribe ou Cabo Verde fossem movidas para leste, ou o Brasil para oeste, teriam caído do lado espanhol e falariam espanhol até hoje[6].
Infelizmente, esta linha dá a ponta brasileira da América para Portugal. Mas eles não sabem disso, porque o Brasil ainda não foi descoberto[7]!
Em outro mundo, Portugal teria mantido seu foco na África e na Ásia, e a Espanha na América por tanto tempo que a Espanha teria alcançado e conquistado o Brasil. Difícil lutar contra esse tipo de afirmação depois de comprovações históricas.
Mas Portugal estava prestes a descobrir[8] o Brasil de forma independente! Por causa da rotação da Terra.
1500. 6 anos depois de Tordesilhas. Os portugueses tropeçam[9] no Brasil sem procurá-lo. Por quê?
A Volta do Mar
Os portugueses foram pioneiros na navegação atlântica e, logo, perceberam que os ventos e as correntes marítimas eram tão fortes e consistentes que a maneira mais rápida de viajar exigia um grande desvio para aproveitá-los. Por exemplo, voltando da Índia, foi mais rápido chegar perto da América.
Os portugueses descobriram isso porque perceberam que os ventos e as correntes formavam um “giro” no Atlântico Norte.
Portanto, assumiram que o inverso era verdadeiro no Atlântico Sul. Eles estavam certos[10].
O conhecimento português de ventos e correntes era tão forte que, na primeira vez que Bartolomeu Dias[11] contornou a ponta de África, não se apercebeu que tinha porque estava muito longe da costa! Ele viu o Cabo da Boa Esperança no caminho de volta.
Com o tempo, os portugueses entenderam melhor os ventos, as correntes e a geografia da África, e começaram a entrar no Atlântico Sul para contornar a ponta da África. Até que tropeçaram no Brasil.
O Brasil foi perfeito para Portugal pelas seguintes questões:
• Do lado bom do Tratado de Tordesilhas;
• Um pit stop perfeito para os navios
• Um fonte perfeita para obtenção de madeira;
• Eles poderiam usar seu comércio de escravos vindos da África[12] para transportar[13] escravos para as plantações brasileiras.
O vídeo a seguir enseja uma sensação arrepiante da escala do comércio de escravos da época:
300 years of slave trade in 2 minutes, do canal de Tomas Pueyo.
E por que existem giros no Atlântico? Por causa da rotação da Terra. É a Força Coriolis[14].
Então, para resumir:
1. O Brasil pertencia à esfera de influência de Portugal porque, para defini-la, Espanha e Portugal tomaram o ponto médio entre Cabo Verde e as ilhas espanholas do Caribe no Tratado de Tordesilhas;
2. A rotação da Terra causa a força de Coriolis, que faz com que os giros do Atlântico, o que tornou útil para navios da Europa para a Ásia passarem pelo Brasil em seu caminho abaixo da ponta da África.
Ou seja, os brasileiros falam português e não espanhol porque o Brasil caiu na esfera de influência de Portugal devido à distância entre o Caribe e Cabo Verde; e Portugal encontrou o Brasil e precisava dele por causa dos giros atlânticos causados pela rotação da Terra.
[1] pra mim, a gente fala BRASILEIRO e eu poderia comprovar através de n estudos, mas isso não vem ao caso agora. é assunto pra outro post;
[2] ano de nascimento do daimyō Takeda Nobutora (falecido em 1574), pai do Takeda Shingen. sim, o personagem principal do jidaigeki homônimo do Yokoyama Mitsuteru (1934-2004), publicado em 1987 pela Kodansha;
[3] “descobriu”, isso é assunto pra outro post também;
[4] TAMBÉM procurava, né?
[5] após MUITAS negociações, observa-se;
[6] não sei se fico feliz ou triste com isso;
[7] idem nota 3;
[8] ibidem;
[9] aspas infinitas nesse “tropeçou”;
[10] o método cientifico funcionando no .12!
[11] Bartolomeu Dias (1450-1500), navegador português;
[12] segundo o presidente que tu elegeste, os portugueses nunca foram à África. logo, não tem explicação lógica para países africanos terem o português como língua nativa. isso TAMBÉM é assunto pra outro post, ainda mais sobre a questão das línguas mater destes países colonizados;
[13] no original, Herr Pueyo usa o verbete “bring”, que seria “trazer”, mas utilizei “transportar”, visto que o autor não o escreveu enquanto estava no Brasil;
[14] segundo a Prof.ª. Dr.ª. Irene Maria Fonseca Strauch, docente do curso de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esta força inercial descoberta pelo engenheiro, matemático e cientista francês Gaspard-Gustave de Coriolis (1792-1843). enquanto o movimento de translação, o movimento de rotação é uma propriedade absoluta, tornando possível determinar que, se um corpo está ou não em rotação, sem relacioná-lo à posição de qualquer outro objeto, porque há forças associadas apenas ao movimento de rotação. Coriolis então notou que uma dessas duas forças (a outra é a já conhecida força centrífuga) tratava da circulação da atmosfera e dos oceanos no planeta a partir do estudo dos vetores velocidade e aceleração para um referencial em rotação (não-inercial), quando observados de um referencial fixo (inercial).
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
STRAUCH, Irene Maria Fonseca. A Matemática da Força de Coriolis. Disciplina de Matemática Aplicada. disponível em: http://www.mat.ufrgs.br/~betta/textos_files/F_Coriolis.pdf. acessado em 13 de agosto de 2022.
‘tá sim eu sei que ‘tô com um monte de post atrasado e tals e que preciso postar, mas esse aqui PRECISAVA MUITO ser upado.
eu gostaria muitíssimo de dedicar esse post a todos meus chegados e a todas minhas chegadas da área de Letras, a todos meus chegados e a todas minhas chegadas da área de História e ao pessoal do grupo Tretas Tradutórias, do Facebook (Steff, Gisele, Lia, Rafa, Erik,’ tô falando com vocês, porra!).
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