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YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

domingo, 12 de setembro de 2021

liberdade, a rebelde liberdade (o pagamento ao futuro) – poema

ouvindo: Besthöven, Depois de um Ataque Aéreo, de 2001

liberdade, a rebelde liberdade (o pagamento ao futuro)

nada como, em um só dia:
acordar sozinho;
tirar as roupas sujas do quarto;
tirar as baganas de cigarro do quarto;
tirar as garrafas vazias do quarto;
passar pano no quarto;
lavar banheiro do quarto; 
lavar as cuecas sujas acumuladas no banheiro;
usar roupas limpas;
pagar uma conta feita no dia anterior;
almoçar com amigos com quem não se almoçava há uns dez anos;
beber muito e não ficar bêbado;
comer muito e não passar mal no fim do processo;
ganhar frutas e suco de frutas; 
despedir-se dos amigos, esperando vê-los novamente e chorando, por isso, somente, quando eles não ao seu campo de visão e audição;
voltar pra casa andando; 
encontrar no caminho de volta a última tia legal ainda viva;
após chegar, fazer 45 flexões de braço;
e depois 45 agachamentos livres;
tomar banho;
fazer um suco com as outras frutas e tomar com pão;
fazer um licor deste suco com velho barreiro e o outro suco de frutas;
ver umas coisas do trabalho;
tomar outro banho;
trocar o lençol de cama;
usar roupa limpa pra dormir;
comer antes de dormir,  mas o suficiente pra não passar mal quando for dormir;
ver filme antes de dormir;
dormir sem sonhar.
para que, no dia seguinte, comece-se a pagar os frutos de ter plantado liberdade rebelde sem perspectiva de futuro e o futuro finalmente chegar para cobrar seu tributo.


» 01 de setembro de 2021 « 













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sábado, 11 de setembro de 2021

saudades Mosqueiro quando Mosqueiro era legal – poema

 ouvindo: Defiance, Out Of Order, de 2011.

saudades Mosqueiro quando Mosqueiro era legal 
as ondas têm cheiro de saudade
as ondas têm cores de saudades
o mundo que passou
as pessoas que passaram 
eu meio que não sei
na praia as memórias simplesmente vêm
com as ondas
infelizmente as saudades não se vão
com as ondas
lastimavelmente as memórias simplesmente não se vão
com as ondas
miseravelmente o mundo não se acaba espontaneamente
a cada onda 
e há os poemas que, por si mesmos e de livres vontades, vêm 
fluídos, fluidos, fluidões,
igual à onda batendo na praia
e voltando
perdi o número de vezes que eu ‘tava dormindo (até mesmo na sala de aula durante aula) que
acordei, 
escrevi, 
voltei a dormir
quando acordei, não lembrava que tinha escrito
o poema, a saudade, a memória, o mundo, o cheiro, a cor
na morfossintaxe do texto poético quais são as ondas e quais são a praia?
na morfossintaxe do texto poético quais são as ondas e quais são as pedras? 
na morfossintaxe do texto poético somos as ondas ou somos a praia?
na morfossintaxe do texto poético somos as ondas ou somos as pedras? 
na análise morfossintática do texto literário somos as ondas e somos a praia
na análise morfossintática do texto literário somos as ondas e somos as pedras
que vêm... vão
poeticamente fluindo
poeticamente fluídos
poeticamente fluidos 
tal como as memórias com cheiro e cores de praia 
igual às saudades com cheiro e cores de praia 
feito os mundos com cheiro e cores de praia 
à semelhança dos poemas com cheiro e cores de praia

» 09 a 11 de setembro de 2021 « 













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terça-feira, 10 de agosto de 2021

TEMPO - crítica e análise do filme

 ouvindo: Neil Young, Time Fades Away, de 1973

as obras do cineasta indiano-estadunidense Manoj Nelliyattu Shyamalan, a.k.a. “M. Night”, tem três tipos de consumidores: os que amam suas obras, os que odeiam e os amam ou odeiam por não entenderem porra nenhuma dos textos. o que eles têm em comum são, ao final de todos os filmes, é “QUE PORRA FOI ESSA, DOIDO?!?”.
do outro lado da régua, têm-se as adaptações de Histórias em Quadrinhos para o Cinema. eu já falei das minhas favoritas nesse post aqui e, enquanto ontem, vi o novo Esquadrão Suicida – do James “Super” Gunn (cedo ou tarde vou dissecar esse filme aqui também) e baseado na equipe homônima da DC Comics –, hoje vi o Tempo, escrito e dirigido pelo próprio Shyamalan, baseado na graphic novel[1] francesa Castelo de Areia, do roteirista e cineasta francês Piérre Oscar Levy e do desenhista suíço Frederik Peters.

Super, roteiro e direção de James Gunn, de 2010
Tempo
, roteiro e direção de M. Night Shyamalan, de 2021
Castelo de Areia
, roteiro de Piérre Oscar Levy e arte de Frederik Peters, também de 2010, lançada no Brasil em 2011 pela Caleidoscópio

enquanto Castelo de Areia é um título, no mínimo, fascinantemente tenso demais para um caralho que consegue agradar sem dar nada mais que HIPÓTESES para o que acontece com os personagens num recôncavesco[1]/praiano no qual toda a narrativa é desenvolvida (Festim Diabólico Empfindungen? HAHAHA), sendo um excelentíssimo exemplo do quão as HQs podem ser, de muitas maneiras e variações, qualquer coisa, EXCETO infantis.
Tempo é uma adaptação, no mínimo, ESTRANHA PRA CARALHO. eu descobri que tinha uma adaptação pra cinema após ir ter procurado a versão pra HQ[2] pra baixar. “claro, foda-se por que não?”. o filme não é ruim, mesmo sendo mazerrado do que acertado, e muitíssimo melhor adaptado quanto os blockbusters Esquadrão Suicida (o desse ano), Loki e WandaVision. explicando: mesmo funcionando muitíssimo mais como produção original que adaptação (der ERSTE Jurassic Park Empfindungen), Shyamalan não tem medo de transformar Castelo de Areia em uma ficção científica contendo uma crítica caralhalmente fuderosa à indústria farmacêutica – que pode tanto lembrar Johnny Mnemonic, quanto Orphan Black, até mesmo o ora vilão, ora antiherói Cardíaco, da Marvel – que explica o porquê dos frequentadores da praia morrerem de velhice extremamente acelerada enquanto presentes à praia.

Johnny Mnemonic, roteiro do escritor William Gibson sobre seu conto homônimo de 1981, direção de Robert Longo para a Alliance Communications, de 1995
Orphan Black, série criada por Graeme Manson e John Fawcett para uma parceria entre a filial canadense do canal Space e a filial estadunidense do canal BBC, transmitida entre 2013 e 2017
Cardíaco
(alter-ego de Elias Wirtham), personagem criado por para a Marvel Comics em 1990 pelo desenhista Erik Larsen e pelo roteirista David Michelinie (criador do Venom, do Carnificina e do Máquina de Guerra, a propósito); sua primeira aparição foi na edição #344 da revista The Amazing Spider-Man, de fevereiro de 1990

mesmo que, por mais que eu odeie admitir porque é foda mesmo e foda no pior sentido, Tempo é uma porra dum filme genérico que quer muita coisa e não consegue porra nenhuma: quer ser terror mas não consegue, quer ser suspense mas não consegue. no que se arrisca a ser ficção científica ainda consegue algum crédito, mas seria muitão mais digno de nota se conversasse com os outros dois gêneros e não precisava daquela porra de final feliz depois que os irmãos Trent Reznor (no original, Félix; interpretado, enquanto novo, por Alex Wolff e, enquanto velho, por Emun Elliott) e Maddox (no original, Zoe; interpretada, enquanto nova, por, respectivamente, Alexa Swinton e Thomasin McKenzie; e, enquanto velha, por Embeth Davidtz[3]) Cappa conseguem fugir da praia, fazendo uma referência FUDIDA à Fuga de Absolom. se o caralho do Shyamalan (UI!) tivesse visto a porra d’O Enigma de Outro Mundo, do Carpenter, e visto a porra d’O Enigma do Horizonte, do Paul MORTAL KOMBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAT Anderson e até mesmo a porra do francês[4] Les Revenants[5], do Robin Campillo, cada um (filme) até entender, mas entender MESMO, creio que certamente caralhalmente entenderia qual pegada deveria ter utilizado em Tempo. ver pelo menos dez vezes cada filme, pelo menos – só pra constar/garantir. 

Fuga de Absolom, de 1994; roteiro de Michael Gaylin e Joel Gross – baseados no romance The Penal Colony, de Richard Herley, de 1987 –, direção de Martin Campbell, para uma parceria entre a Pacific Western e a Allied Filmmakers
O Enigma de Outro Mundo; de 1982; roteiro de Bill Lancaster – baseado de Who Goes There?, de John Wood Campbell Jr. (1910-1971), de 1938 -, direção de John Howard Carpenter
O Enigma do Horizonte, de 1997; roteiro de Philip Eisner (A Era da Escuridão - Crônicas Mutantes) e direção de Paul William Scott Anderson; para uma parceria entre a Paramount Pictures, a Golar Productions e a Impact Pictures
Les Revenants, de 2004; roteiro e direção de Robin Campillo
 
não se iluda pensando que a leitura da HQ facilita a do filme porque não facilita não. nem inventa. o máximo que vai fazer é te familiarizar com os elementos narrativos do texto fonte, principalmente com Charles (Rufus Sewell), o médico que é cidadão de bem conservador de direita típico[6], como os caras do Pilha de Gibis perfeitamente o alcunharam no “resenhamento” de Castelo de Areia. todavia, sua participação é vital para tanto para o desenrolar da história quanto para sentir ainda mais o pesar por cada personagem que se vai, sendo que no filme, esta função é de Kara (no original, Sophie; interpretada, enquanto nova, por, respectivamente, Kylie Begley e Mikaya Fisher; e, enquanto velha, por Eliza Scanlen), após perder o filho que tem com Trent (é Zoe quem tem o bebê no original, de Louis – que VAI SABER-SE O PORQUÊ – corno do Shyamalan não colocou no texto cinematográfico).
mesmo com todos seus defeitos caralhentos e não ter sequer metade da carga emocional (e praticamente ZERO da carga erótica [apesar da gravidez de Kara/Sophie que já volta “dali” de mãos dadas com Trent]) que o texto de Levy e Peters contém, Tempo funciona muitão melhor em si mesmo que Esquadrão Suicida, Loki e WandaVision porque é fechado em si mesmo, tudo o que é necessário ‘tá lá, não é pra ser vendido a conta-gotas e, no final, mostra ser por demais sólido, mesmo que uma rocha sólida bastante irregular e que fira suas mãos quando a tiver em mãos. mesmo que, muitíssimo possivelmente – creio eu –, seja uma aula de como uma rocha sólida não deva ser.
cuidado com Tempo, mas vá sem medo à Castelo de Areia.




[1] relativo a “recôncavo” – essa palavra não existia, mas agora existe HAHAHA;
[2] eu ia chamar de HQ, mas ver a crítica da Isabela Boscov me fez consertar a mancada a tempo;
[3] eu casava fácilzão era hoje com essa mulher;
[4] AMBIGUIDADE TOTALMENTE PROPOSITAL DO CARALHO;
[5] RECOMENDO PARA UM CARALHO, VÁ VER PARA ONTEM!
[6] IRONICAMENTE et AINDA BEM, todo Charles que conheço é gente fina pra caralho.









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terça-feira, 20 de julho de 2021

PITTY – ADMIRÁVEL CHIP NOVO – 2003

PITTY
ADMIRÁVEL CHIP NOVO
2003
*todas as letras e músicas de Pitty, exceto onde indicado
TETO DE VIDRO
Quem não tem teto de vidro
Que atire a primeira pedra

Andei por tantas ruas e lugares
Passei, observando quase tudo
Mudei, o mundo gira num segundo
Busquei, dentro de mim os meus lares
E aí, tantas pessoas querendo sentir
Sangue correndo na veia é bom assim
Se movimenta, esta vivo
Ouvir milhões de vozes gritando...

Eu quero ver quem é capaz
De fechar os olhos e descansar em paz!

Quem não tem teto de vidro
Que atire a primeira pedra

Na frente está o alvo quem se arrisca pela linha
Não é tão diferente do que eu já fui um dia
Se vai ficar, se vai passar,não sei
E num piscar de olho, lembro o tanto que falei, deixei, calei
E até me importei
Mas não tem nada, eu tava mesmo errada
Cada um em seu casulo, em sua direção
Vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião
E isso é só uma questão de opinião

ADMIRÁVEL CHIP NOVO
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado.
Mas lá vêm eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não sinhô, sim sinhô, não sinhô, sim sinhô...

MÁSCARA
Diga
Quem você é, me diga
Me fale sobre a sua estrada
Me conte sobre a sua vida
Tira
A máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser

Ninguém merece ser só mais um bonitinho
Nem transparecer consciente inconsequente
Sem se preocupar em ser adulto ou criança

O importante é ser você
Mesmo que seja estranho, seja você
Mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro

Meu cabelo não é igual
A sua roupa não é igual
Ao meu tamanho, não é igual
Ao seu caráter não é igual
Não é igual, não é igual...

EQUALIZE
(Pitty / Peu Sousa)
Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito
Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho tão de perto
me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado

E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais
Até parece que você já tinha
O meu Manual de Instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar

E  o tempo é só meu
Ninguém registra a cena de repente
Vira um filme todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

O LOBO
Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
Pra alimentá-los como animais
Não houve tempo em que o homem
Por sobre a Terra viveu em paz
Desde sempre tudo é motivo
Pra jorrar sangue cada vez mais

O homem é o lobo do homem, o lobo
O homem é o lobo do homem, o lobo

Sempre em busca do próprio gozo
E todo zelo ficou pra trás
Nunca cede e nem esquece
O que aprendeu com seus ancestrais
Não perdoa e nem releva
Nunca vê que já é demais

O homem é o lobo do homem, o lobo
O homem é o lobo do homem, o lobo

EMBOSCADA
Pra quê me dizer, se não é capaz?
Te pego na saída e vamo vê quem vai ganhar
Quem vai ganhar?
Pra quê me dizer, se não é capaz?
Te pego na saída e vamo vê quem vai ganhar
Quem vai ganhar?

Reze suas preces e não conte com ninguém
Veja tudo como se não houvesse amanhã porque
Parece um dia tão normal
Mas em cada esquina você pode vacilar, e então
Vê se se cuida, rapaz
Então, estamos quase quites
Se ainda não percebeu isso é uma

Emboscada, armadilha
Emboscada, armadilha

Se cada ação traz junto uma reação
Você sabia que essa hora ia chegar e
Ainda assim se escondeu
E eu, cada vez mais perto, esse jogo é meu
E então é xeque-mate, rapaz
Então, fim de festa pra você
Se ainda não percebeu, isso é uma
Emboscada, armadilha
Emboscada, armadilha

DO MESMO LADO
Quem chegou a ouvir o som?
Quem ligou se tá no tom?
Quem não viu e mesmo assim falou?
Quem tomou e não gostou?
Quem dividiu o tudo em dois?
Quem preferiu deixar pra depois?
Quem escolheu o bem e o mal?
Quem achou que tudo é normal?

E eu tô do mesmo lado que você
E eu tô no mesmo barco que você
Então, pensa, ouve e vive a música

TEMPORAL
Chega simples como um temporal
Parecia que ia durar
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar

E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali

Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não

Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas
Eu deixo os medos e as armas
Eu deixo os medos e as armas pra trás
E as armas pra trás

SÓ DE PASSAGEM
Eu não sou o meu carro
Eu não sou meu cabelo
Esse nome não sou eu
Muito menos esse corpo
Não tenho cor nem cheiro
Não pertenço a lugar algum
Eu posso ir e vir como eu quero
Nada me toca nem aprisiona

Vou pairando leve, leve....
Acima da carne e do metal

Eu possuo muitas coisas
E nada disso me possui

Eu não sou a comida que eu como
Não sou a roupa que eu visto
Não espere por uma resposta
Porque eu não tenho explicação
Eu não sou a minha casa
Não faço parte da minha rua

Espíritos são livres, espíritos passeiam por aqui
Espíritos são livres, espíritos só passam por aqui

I WANNA BE
Alguém me interne no paraíso
Preciso urgente dar um tempo por lá
O dia passa enquanto eu perco o juízo
Quem foi que inventou?
Que era assim
Sorrisos plásticos,
Cumprindo seu papel,
Enfeitando um rosto de pedra!
Se a regra é
Ser tão simpático!
Mesmo que seja só,
Pra convencer toda a platéia.

I wanna be away from here
Quando essa bomba explodir!

Abraços vazios, olhares de gelo
Tão descartáveis quanto cascas no chão
Flashes capturam a melhor fachada
Mas quem vê foto, não vê coração!
Não quero mais fantoches ao redor
Agindo sempre assim
Só quando for conveniente
Pra ganhar bônus e somar pontos
À sua carteirinha de hipócrita oficial
I wanna be away from here
Quando essa bomba explodir!

I wanna be
I wanna be
I wanna be away from here

SEMANA QUE VEM
Amanhã eu vou revelar
Depois eu penso em aprender
Daqui a uns dias eu vou dizer
O que me faz querer gritar
No mês que vem tudo vai melhorar
Só mais alguns anos e o mundo vai mudar
Ainda temos tempo até tudo explodir
Quem sabe quanto vai durar

Não deixe nada pra depois, não deixe o tempo passar
Não deixe nada pra semana que vem
Porque semana que vem pode nem chegar
Pra depois, o tempo passar
Não deixe nada pra semana que vem
Porque semana que vem pode nem chegar

A partir de amanhã eu vou discutir
Da próxima vez eu vou questionar
Na segunda eu começo a agir
Só mais duas horas pra eu decidir
Esse pode ser o último dia de nossas vidas
Última chance de fazer tudo ter valido a pena
Diga sempre tudo que precisa dizer
Arrisque mais, pra não se arrepender
Nós não temos todo o tempo do mundo
E esse mundo já faz muito tempo
O futuro é o presente e o presente já passou





no próximo post, Anacrônico, de 2005!




















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segunda-feira, 19 de julho de 2021

panela de caranguejo, farinha, limão, açaí e também peixe frito – (mais um) poema escrito a partir de fotos

ouvindo: Hüsker Dü, Everything Falls Apart, de 1983


panela de caranguejo, farinha, limão, açaí e também peixe frito
a panela de caranguejo
quantos? uns dez?
naquela outra no fogão tem mais pra quando estes acabarem

se não tiver farinha suficiente, 
fala logo pra eu comprar mais

limão eu sei que tem

tábua pra quebrar caranguejo também, deixa eu mostrar como se faz 
não pode sujar a toalha de mesa, é a favorita da mamãe
deve ter um plástico pra cobrir a toalha de mesa
deve estar por aqui em algum lugar

aqui tem açaí
aqui tem vasilha
aqui, aqui, ó, a farinha
e também peixe frito pra acompanhar
vais comer antes ou depois do caranguejo?

se quiser cerveja, tem umas na geladeira
não sei se são as que gostas, mas certamente quererás após comer, independente da ordem

se quiseres banhar depois, tem toalha
se quiseres sestar depois, tem cama
não, não tenho rede, não sou fã e já cumpri minha cota de dormir em rede nessa vida
enquanto comes, vou pegar uma toalha pra se enxugares caso queiras banhar e trocar o lençol de cama para caso queiras sestar

coma sem pressa
aproveite o sabor de tudo e de cada mistura
não se admire se dar sono depois
a barriga é a primeira a pesar, depois os olhos e depois o resto do corpo

coma sem pressa
a comida não vai fugir
sua viagem é só em uma semana
e tem outras coisas pra comeres em outros dias, outros momentos
mas não se admire se quereres comer açaí com peixe ou caranguejo todos os dias depois de hoje
apesar dos preços nem sempre serem convidativos e pesar valendo no bolso final do mês

depois de acordares
depois de dormires
depois de banhares
depois de escovares os dentes
depois de comeres
faremos o quê?
iremos onde?

contigo eu vou até onde o mundo acabe
se tu estiveres, eu estou até que o mundo se acabe
num fim de tarde

» 17 e 18 de julho de 2021 «







ainda este mês: todas as letras dos álbuns de estúdio da PITTY!
a partir de agosto: todas as letras dos álbuns de estúdio do NEIL YOUNG, tanto solo, quanto com o Crazy Horse, quanto com o Buffalo Springfield, e com o Crosby, Still e Nash. 













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sábado, 3 de julho de 2021

AMIGOS, (NÃO TÃO) AMIGOS, NEGÓCIOS (NÃO TÃO) À PARTE ou a atualização de “AMIGOS, AMIGOS, EU AQUI E VOCÊS AI BEM LONGE”

tempão que não escrevo nada aqui, nada de relato pessoal mas hoje merece.
ai que decidi OFICIALIZAR meus trampos de consultoria acadêmica – vide a imagem acima. ‘tava indo tudo muito bem até dois amigos meus interpretarem que eu fazia trabalho pra terceiros e agirem como tal. ‘tá. sim. não que eu nunca tivesse escrito trabalho para terceiros, mas em momento de desespero extremo de falta de dinheiro. e pois que esse mesmo ano eu escrevi alguns, mas um sob questão exclusiva do caralho das pessoas serem quem são e pagarem direitinho inho inho inho e porque era coisa rápidona e fácilzona de fazer, sem me estressar. 
mas ai que pergunto pra vocês: ONDE NESSA PORRA DE ANÚNCIO‘TÁ ESCRITO QUE EU ESCREVO TRABALHO PRA TERCEIROS?!?
TODAVIA, como eu comentei com UM CARALHO de gente, pessoal quer a porra pronta mas não quer fazer a porra. eu parto do seguinte princípio vai soar e ser hipócrita pra caralho o que vou dizer agora mas vai que vai: ‘tá na academia e não quer/se garante fazer o trabalho de final de curso?!? CAI FORA, PORRA! e isso vale pra graduação, mestrado e doutorado e especialização. ai apareceu um CARALHO de gente pra me neurar “ah, mas tu não escreve? escreve por quanto? fulano cobrou tanto pra fazer”FODA-SE, MEO ERMAUM. FODACI, MENHA ERMAM.
e ai que um chegado meu do CEFET viu o meu anúncio no grupo da UFPA e chegou no .12 dizendo pra gente se manocunar pra fazer trabalho pra quem quisesse, precisasse e o caralho. claro que me fiz de égua no turbo “aham, ‘tá; aham, sim; aham, claro; aham, vamos lá” quando o que ‘tava por mim sendo dito era “aham, pau no seu cu que isso vai acontecer”. a gente já tinha feito uns trampos acadêmicos juntos que tinham dado certo pra caralho, mas, pra mim, PRA MIM, não ia passar disso. eu já ‘tava de saco cheio de muita merda da academia e não banquetear-me-ia com mais essa. eu, sim, eu adorava esse cretino. melhor pessoa, melhores ideias, melhor companhia, o caralho. mas até essa semana. nessa narrativa, vou chama-lo de +1.
e ai que um chegado meu do RPG, o que vou chamar de +2. melhor pessoa também, melhor companhia também, o caralho também. full tretado com amigos nossos em comum, mas eu contornava por meus BOs, meus BOS, pau no meu cu; teus BOs, teus BOS, pau no teu cu. ai então que esse CARALHO bota um rojão na minha mão dizendo que ia rolar grana sobre um trampo loco ai com uma amiga dele que ‘tava precisando. ADMITO QUE SÓ ENTREI NESSA POR CAUSA DA GRANA
porém
PORÉM
P
O
R
É
M
a amiga dele, a brother dele era uma figura que eu não puxava um trem, puxava era uma fabrica de petroleiros inteira por causa da mulher – ela será chamada 1+. as primeiras músicas que tocam na minha cabeça ao lembrar dela são “Garota de Brasília”, do Cogumelo Plutão, e “Sereia”, do Lulu Santos. eu só tinha a visto uma vez na vida mas já tinha cansado de esperar pacientemente veementemente ela responder as mensagens que mandei pra ela no Facebook e nem lembrava mais dela. caralho que, quando eu descobri quem era com quem eu trabalharia com.......... “SERÁ QUE AGORA EU CONSIGO TER ALGUMA CHANCE COM ELA?”.
sim, eu cheguei a ter, chegamos a desenvolver algo, mas acabou não indo, eu meio que forcei, ela meio que cortou, ficou o dito pelo não-dito, o não-feito pelo não-feito. caralhada, sim. cachorrada, eu sei.minha vida amorosa é uma sequência de caralhadas e cachorradas, fato inconteste. NÃO VEM AO CASO eu tenho um post quase pronto sobre isso, um dia eu termino e upo aqui nesse pardieiro.
“Garota de Brasília”
, do Cogumelo Plutão

“Sereia”, do Lulu Santos 

ai que fizemos essa porra mas se tem algo que me deixa PUTAÇO DA VIDA é trabalhar texto da área de Direito. se pudesse eu escolher uma pra trabalhar, caso possível fosse, seria Direito INTERNACIONAL. se pudesse eu escolher uma pra NUNCA MAIS trabalhar, caso possível fosse, seria Direito AMBIENTAL. e qual foi a partição da jurisprudência que era o caralho do trabalho pra gente escrever, e crente que era só um artigo de um bando de PERDEDORES de um PPGDireito pra final de semestre – por que tem que ser MUITO PERDEDOR pra estar em um PPG e não conseguir fazer um artigo final de disciplina?
sim. isso mesmo.
Direito FUCKING AMBIENTAL 
questões de extrativismo mineralógico afetando direito territorial indígena. eu lia aquelas merdas e ficava AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, CARALHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO, A REALIDADE É UM CARALHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO, VAI SE FUDEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER. mas como eu ‘tava urrando pela grana e eu ‘tava no processo de ir ficar ou não ficar ca cãoleguinha, visto que falávamos o dia todo sobre tudo e aqui e ali falávamos do trampo. entregamos a primeira parte, mas que felicidade. dinheiro na mão, mas que felicidade. mas cria eu que seria só isso ai e foda-se, velho. não queria mas nem conversa com essa porra, já ‘tava enrolado com outros trampos mesmo, umas consultorias de construção civil inclusive, ‘tava indo tudo muito bem. eu me senti confortável  a ponto de recusar os trampos a posteriori com a 1+ relacionados com o primeiro (e porque eu, sinceramente, não ‘tava mais a fim de passar mais raiva com esse caralho).
mas ai que né...? mas ai que né... ? acabei a ajudando de novo com outro trampo relacionado a este e eu já sabendo que o +1 tinha arrumado o trampo pra ela através de um amigo dela full aleijado mental cretino do caralho (chamado aqui de +3) que botou o rojão aceso no rabo dela igual o +2 botou no meu, que eu ATÉ HOJE ‘TÔ ME PERGUNTANDO COMO EU ACEITEI FAZER PARTE DESSA ROUBADA DO CARALHO e vou me perguntar pro resto da vida.
e ai que descobri, pela 1+, que não era um artigo final de disciplina, nein, nein, nein. estranhei pra caralho artigo acadêmico de final de disciplina do mestrado não ter passagem citada diretamente, SOMENTE PASSAGEM INDIRETA SEM ASPAS.
“porra, velho, tu é doido? comassim artigo acadêmico de disciplina do mestrado não ter passagem citada diretamente?”
não era um artigo final de disciplina, ERA CAPÍTULO DE LIVRO QUE O PPG ‘TÁ FAZENDO E CONTRATARAM O +1 PRA ESCREVER. COMO TU LEVAS UM PPG DESSE A SÉRIO, CARALHO?!?
‘tá. sim. voltando. voltando. voltando. demorou um caralho mas eu terminei minha parte, deu um monte de revés da porra, meu computador levou o caralho, tive que varar na casa do Weiß_Ulf pra ele me ajudar com isso, eu ‘tava usando o PC dele pra fazer enquanto ele via o meu. pra completar o kit: acabei não sendo vacinado porque quando chego lá, na segunda (antes de ir à casa do Weiß_Ulf pra ele ver minha máquina), disseram que era só na quarta. chego lá na quarta e VACINA ACABOU ONTEM, NÃO ‘TÁ SABENDO?!? falando cuma amiga minha, fui ontem de manhã e, olha só, NÃO DEIXARAM EU SER VACINADO, SÓ QUANDO TIVER OUTRA LEVA PRA MINHA IDADE.
e isso eu putalhaço da vida e isso prazo correndo um no rabo do outro porque tinham outros dois trampos pra entregar e já ‘tava tudo em cima e o +1 quase comendo a 1+ viva e foda-se a ética profissional do negócio. em tempo: creio eu, e creio muitão dicumforçamente, que, se tivesse mesmo algo de ética profissional nesse negócio, não tinha nem PPG procurando ghostwriter pra fazer seus corres.leiam isso em voz alta para se ouvirem: Programa de Pós-Graduação procurando e contratando ghostwriter pra fazer capítulos de livros que os discentes e discentes deveriam estar produzindo. não tem como um país desses dar certo, caralho, NÃO TEM.  
com sangue no olho e a cabeça a mil consegui terminar minha parte e entregar pra 1+ pra ela entregar pro +1. “o coreto não pode ser mais fudido, termina aqui e já era” porque a 1+ e eu já tínhamos acertado pra não fazer mais caralho nenhum de trabalho com esse corno. mas eu ‘tava errado, errado pra caralho, muitão erradão pra caralhão. ela falou que meu nome ‘tava no trabalho, eu pensei que fosse o nome de uma autora que é o sobrenome é parecidão ao meu. mas não, não era isso não.
QUAL ERA O BO AFINAL?!? claro que faço os trampos na minha máquina, aparece o meu nome na minha máquina do Microsoft Word e a 1+ falou e eu “ah, mas ele não vai ver”. PORRA NENHUMA, ele viu sim e caiu na 1+ como uma fuckin MOAB, enchendo o saco dela sobre. depois de passar mais de um dia offline do universo mentira, ‘tava falando ca geral no Telegram e agitando no Twitter e com sono pra caralho e fome pra caralho e passando mal pra caralho (segundo a Pri-chan, não era gripe que me assolava, era estafa fuckin corpóreo-mental, que apareceu quando entreguei os trabs e minha pilha tinha descarregado total e... foi foda). hoje que falei de novo com a 1+, ela ‘tá putaça comigo – e com razão – pela minha falta brutal de atenção e fim, saímos dessa vida bandida. o que vai acontecer daqui pra frente depois dessa? sei não...  um dia desses num desses encontros casuais eu penso nisso...
e no mais e por fim, o que isso me custou?
1) creio que a amizade do +2 (ainda vou decidir se isso é bom ou ruim) por umas situações paralelas/transversais que têm bebida no meio e outras dos BOs que falei no parágrafo dele nessa história; 
2) a não-sei-o-que-a- gente-tinha-além-de-relação-profissional com a 1+, mas foi do caralho enquanto durou porque fazia um tempão que eu não tinha uma colega de trabalho na mesma vibe de neura e stress caralhescas que eu tenho com cliente filho da puta burro; 
3) muito do pouco que me restava de saúde mental e; 
4) a, finalmente, a parte boa: ter sabido que o outro amigo era tudo menos amigo. pois “amigo” que faz tu se fuderes e depois “porra, mano, tu sabe como é” não é amigo nem aqui e nem na casa do caralho. porra, entra ai uma parada que o Carioca do Pânico falou no Flow esses dias que vou levar pro resto da vida: “têm amigos que são pra negócios e têm amigos que não são pra negócios pessoas que são muito minhas amigas que eu jamais trabalharia com elas”. preciso falar mais nada complementar sobre.

e segunda tem mais trampo pra fazer, mas é pra orientação mesmo, aquela consultoria destroyer, do jeito que eu gosto. vou torar trampo de 7 às 18 a partir de segunda a sábado pra me livrar logo e vamos que vamos. vida que segue e segue o barco.
o barco das frustrações? o barco dos aprendizados com as frustrações?
um dia desses talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação eu penso nisso...













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quarta-feira, 21 de abril de 2021

GODZILLA VS KONG - crítica e análise do filme

ouvindo: Henry Jackman, Kong Skull Island (Original Motion Picture Soundtrack), de 2017.
Godzilla vs King Kong, de Adam Wingard, de 2021, roteiro de Eric Pearson e Max Borenstein, sobre história de Terry Rossio, Michael Dougherty – diretor e roteirista de Godzilla: Rei dos Monstros – e Zach Shields 

comecemos com a verdade, insofismável verdade. a pergunta verdade que não quer calar, que não pode ser calada. não sei se já falaram mas, caso tenham, vou repetir:
ESTADUNIDENSE NÃO SABE FAZER FILME DO GODZILLA.
ai dá pra entender porque o Godzilla, do Emmerich, de 1998, FOI UM LIXO e porque o homônimo, do Edwards, de 2014, FOI TÃO LIXO QUANTO. não que o Godzilla 2000: Millennium, de 1999, do Okawara Takao, e o Shin Gojira, do Anno Hideaki e do Higuchi Shinji, de 2016, sejam os MELHORES filmes do Godzilla, mas funcionam infinitamente melhor e mais crivelmente que seus imediatamente anteriores (basta fazer as contas ai). o que eu sugeriria pra Legendary, caso consultado: chamar o Anno Hideaki pra escrever a história junto com o Terry Rossio, Michael Dougherty e o Zach Shields; desenvolver o roteiro junto com o Eric Pearson e o Max Borenstein e ENTÃO dirigir o filme junto com o Adam Wingard ai sim o negócio ia ficar totalmente agradável 100% de se ver.
Godzilla, de Roland Emmerich, de 1998, roteiro de Dean Devlin e Roland Emmerich, sobre história de Devlin+ Emmerich+ Ted Elliott + Terry Rossio
Godzilla, de Gareth Edwards, de 2014, roteiro de Max Borenstein, sobre história de David Callaham eu também pensei que ele fosse parente da Debbie Callaham, da Loucademia de Polícia
Godzilla 2000: Millennium, de Okawara Takao, de 1999, roteiro de Kashiwabara Hiroshi e Mimura Wataru
Shin Gojira, de Anno Hideaki (também roteirista) e do Higuchi Shinji, de 2016 
‘tá. sim. neg@ espera um roteiro de filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes, como se os filmes da Marvel fossem o suprassumo da qualidade narrativa patatí patatá. então... NÃO É NÃO, PORRA, NÃO ESPEREM ISSO NÃO. o ÚNICO filme do Godzilla que teve uma mensagem realmente crítica foi o primeiro, de 1954, dirigido pelo Honda Ishirō e escrito por ele e pelo Murata Takeo, sob história do Kayama Shigeru. Certamente, frisa-se, o outro filme de kaijū (nome de filme de monstro gigante no Japão, logo não diga “filme de monstro gigante”, diga  “filme de kaijū”) que possui uma mensagem relevante é Colossal, do Nacho Vigalongo, de 2016, com a Anne Hathaway, que trata de alcoolismo e relação abusiva. recomendo e recomendo pra caralho.
Godzilla, de Honda Ishirō, de 1954 
Colossal, roteiro e direção de Nacho Vigalongo, de 2016
VOLTANDO AO OBJETO DE PESQUISA DO TEXTO. os efeitos visuais de Godzilla vs Kong, coordenados pelo John DesJardin (trilogia Matrix, TimeCop, Um Drink no Inferno, Enigma do Espaço[1])
, dão aquela FORRA MONSTRONA COM SANGUENUZOI, que os estúdios VFX, responsáveis pelos filmes anteriores da série do Monstroverso[2] e por este também, não fizeram nos filmes anteriores do Godzilla. eles (os efeitos visuais), em conjunto com a fotografia do Ben Seresin (o primeiro Tomb Raider, X-Men: Primeira Classe, Exterminador do Futuro 3) e a edição do Josh Schaeffer (A Grande Jogada, os dois Pacific Rim), contribuem para as lutas serem fudidamente caralhescas, que são tudo o que esperamos desde que o filme foi anunciado. TUDO!
a luta no Stage Tasman Sea, a primeira, é do caralho. mas o Godzilla não ganha por motivos de: o filme não podia acabar com quarenta e cinco minutos de filme. a segunda é uma revisitação de Arrebentando em Hong Kong... COM KAIJŪS. “ahn, mas as lutas do Godzilla: Rei dos Monstros foram muito escuras”. ‘tá. sim. foram sim. foda, né? bola fora do caralho, consta-se. TODAVIA – tal qual no Stage anterior – isso não rola em Hong Kong Stage, porque parece que os kombatentes[3] estão lutando em uma discoteca a céu aberto e os jogos de câmera e iluminação deixam Godzilla e Kong bastante nítidos e a dobradinha[4] Seresin/Schaeffer abre um novo nível de luta de kaijū em filmes ocidentais, um nível ACIMA! ai o ‘Zilla, velho, o ‘Zilla “vem cá, jogador, deixa eu te mostrar quem é o rei desse cabaré, ó, filha da puta”[5][6] e o cacete que ele baixa no macacão já entra pra história da sétima arte.
Arrebentando em Hong Kong, roteiro e direção de Jackie Chan, de 1985
Godzilla: Rei dos Monstros, de Michael Dougherty (Krampus: O Terror do Natal, Contos do Dia das Bruxas), de 2017, roteiro de Dougherty e Zach Shields, sobre história do trio Borenstein+Dougherty+Shields
mas ai tem o Hong Kong Stage.2, a luta contra o MechaGodzilla, que o Walter Simmonson[7], presidente da Apex Cybernetics – único humano da narrativa que só vou citar nominalmente aqui porque tem a melhor morte do filme – se aproveita que o Zilla ‘tá descarregando e solta o MechaGodzilla em cima dele. outros humanos da narrativa dão um jeito de ressuscitar o Kong, que já ‘tava lá pelos “deixa eu morrer em paz, caralho, eu não posso viver com a memória dessa peia”. então que começa o Hong Kong Final Stage, quando os dois protagonistas se unem, naquele clichezão básico de se unir contra o vilão – Kong putão pra caralho com o fato, em decorrência da lambança que levara do ‘Zilla –, nada surpreendente.
no fim, o ‘Zilla “falou, pois é, é isso. ai já, já, ‘tô de volta pra zoar vocês”. Kong é levado pra morar na Terra Oca, o centro da terra do livro do Verne[8], pelo visto.
o filme não vai mudar sua vida, mas dá uma nova perspectiva, e positiva, para o gênero. é divertido e tem um caralhal de referências e homenagens, a maioria delas só é óbvia pra quem come com açaí filme de kaijū, FC e cinema mainstream em si. 
aguardemos os próximos.




[1] ele também trabalhou nos últimos filmes da DC pro cinema, mas eles nem merecem a citação;
[2] parece que nem vão rolar mais os outros filmes, mas aguardemos que vai se suceder-se;
[3] sim, vou comentar o novo Mortal Kombat aind’esse mês;
[4] inclusive, quero, com feijão e batata e cebola. com macarrão também fica bem bom;
[5] quero acreditar que o Zilla ganhou mais facilmente porque ‘tava usando a Qualidade: Arena, do RPG 3D&T, mesmo estando em Beijing e não no Japão. entendedores entenderão;
[6] ‘TÁ, SIM, ‘TÔ ME EMPOLGANDO, DESCULPEM, MALZ AI;
[7] HOMENAGEMZINHA NADA DESCARADA, NÉ, CARALHO?!?
[8] Viagem ao Centro da Terra, romance de ficção científica do escritor francês Jules Gabriel Verne (1828-1905), publicado inicialmente em 1864.














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segunda-feira, 12 de abril de 2021

DREAD FULL – DAY OFF – 1999

DREAD FULL
DAY OFF
1999

SOMMERSAULT
fullness inside of me, i’m not inviting you. 
you’re gonna climb to my roof, anyway. 
it’s to late to stay wish I was talking to you without any sense of reservation. did you get the question? whatever.
it’s my hole and i’m the worm to own this shit alone. 
get out now.
i can’t share a single breath with you.
got my possessions, too, easy learning how to do a sommersault.
every applauds, excited, got it.

PERFECT SONG LIKE AS ANOTHER ONE 
happiness will follow me. 
some people could not agree.
but i don’t need anyone that lives in this town.
i keep walking free.
you can’t take it away from me.
i’m about to see what world reserves to me
that’s my perfect song (like another one) that sings from the heart (like another one).

COFFEE A LOT 
my compulsive attitude, may bother you, or don’t you mind?
my pale skin annoys you, a little sun would be good for me?
getting high all the time, is there a gauge to be right?
i’m staying overnight holding a cheap bottle of wine.
drinking coffee a lot will separate me from you.
smoking a lot will take my lungs out.
i have wasted my life trying to get along with you.
but I guess my mind will separate me from you.

BORDER 
this border means nothing.
they’re fluing over our space.
second intentions made up to share than your age gold. 
dirty hands cannot clean anything. 
the mercy costs a handout that costs out floor.
the light sky is our front door.
it’s so easy at all, it’s so easy at all.
to enter through our front door.
(Belgrade, 1999) 

DAY OFF
words so spare on spanish class. 
i was not aware. with kindest regards being so polite to seem nice.
do not call me up, i’ve been so rude.
i need some day off from you.
it would be good enough to me.
hard to get away.
i’ve got tons of things to rebuild.
release me.from this state of mind.
status quo, déjà vu. you.
can I leave, can i get away?

SPRING CLEAN
encased in some suit, no broom could clean for the time being timely, 
the best thing would be to wade through the streets. 
unless one day, a week, one wear. 
they follow me. 
i’m dreaming those same old dreams, overwork for his age. 
using the same argument. 
indexed  to some cage. 
had lost spring clean. 
cannot hesitate the final escape. 
for those situations I have some old dreams. they follow me. gave 
 
FEMALE
statement of a man: to be ahead.  
behind a scarface strength enough to hold up life.
to boast about his xy, his female.
NICE CONVERSATION 
define a man to countersign and meet a friend to say:
“goodbye, what a nice conversation we’ve got!
feel better now, see you next time.” 
we’re just taking a breath, just killing time to say of things we’d like to say.
we’ve got nothing to do, we’ve got nothing to lose.
we’re just looking for a simple way to be understood.
it’s always good to find a partner to talk in confidence. 
to talk silly things, to talk shit, nothing important to you but cool for me.
“hey my friend where have you been last sunday?”
“i vanished for some days.”

STANDARDIZE
some big, huge urgency of being on line, 
tied down on this high-tech-info-net to be overcome with some life. 
but the information has been denied. 
the culture is not allowed. 
undangerous scrap is what you’ve got. 
what should be good only for you, is for me too, the same for all. 
there’s big truste to standardize personal thoughts on our daily life. 
globalization is that fine? 
a bunch of equals, middle-mass. 
running after what market says. 
what makes profit.

9 OUT OF 9
i need to score 9 out of 9*on the crash-course named life.
time is treasure and it’s lacking for me.
while i spend 8 hours to sleep. 
don’t wanna sit here and wait that gold dream that keeps shining.
so take your hands off the helm i have to be scared to go over it.
to start my new life, to wide awake.
habitual machine is covering me changeless things.
so take your hands off the helm i have to be scared to go over it.

PRIVATE 
private. yes, i saw that scene before.
he’s about to leave, regrets anymore.
someone cries, can’t stand loosing what she’s got in hand.
but he is sorely tempted to try to have a snippet of living that passed him by.
while he was sharing with someone his bed, grinding the life he had.
“it’s not me, it’s someone created for you”.
fake relationships hating everything on you.
she spreads you behind your bedroom’s door.









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domingo, 11 de abril de 2021

DREAD FULL – WONDER FULL PEOPLE – 1997

DREAD FULL
WONDER FULL PEOPLE
1997

RESIGN
I forgto today the things I should done for you 
What a shame, I sleep at night and you walk away
Is that a fate resign?
I fight against what’s mine
No reason to break up one more time
I can’t stop the sand
But I can reach the end
No one can make me happy again

SPOKEN WORD
I never got a cent of change
I’ve paid to grow up
People kill to show what they have in their minds
I think I must improve alone
But they don’t give me a chance, defeat is not defence
It’s a saying, it isn’t mine
But bliss not a pill to take and feel fine
To keep dancing all night againt stain
I’m the strangest now
But I don’t give a shit
It’s my own melancholy
I don’t wanna hear the sentence now
“I’ll fight against that voice”
Keep it away from me

LISTEN
Don’t even try
Keep hiding yourself from the matters you have on your life
Listen cause you’re the one who breaks it down
You’re the first one to give it out
Just crackers and words, untruth
Won’t you stop and
Listen
Cause you’re the one to get away
I can’t stand no longer what to say
You’ve so much work now to prove, you’re not a sucker
Don’t even try
Keep hiding yourself from the matters you have on your life 
Listen cause you want to disappear 
I’ll try to push it right to make it clear
To be in disguise hide the truth 
It’s not a rule

LAST FAN
Joy went away and daily stay
Dehumanize, problems to face for 20 bucks a day
I feel so sorry now, that’s our last fun
Your feelings burn the town
But the room you’re locked is small
Stop throwing dreams away for 20 bucks a day
A man was done of flesh and bone, money and sham

NEXT DOOR
Are you leaving near me?
Can you be my guest?
I’ll tell you but just keep it yourself
Can you give me a hand?
Turn it off when you leave
We’ll share our life and forget the rest
That’s a brand new life
Me, you and our wives
Here we go, one more time
To the place that belongs to us
Another drink together to kill the time
Throw the shoes away
Feel free to walk around
We’re friends forever, my big pal
I can’t stand your voice
But I need a social life

PAY TO TAKE AN ALIBI
You have no things to say
But you have an entire life to learn
Why don’t you care?
You leave it all behind
Instead of provin’ you’re right you pay to take an alibi
Show your real face to see, everything I can see
Wake up again, it’s a stand you’ve got to take
Why don’t you care?

SELL OUT
I’m high but I’m right
I can’t pretend one more lie
Another truth to set aside
The power shines
Remember that way to feel fine together
It’s normal, it happens, life repeats itself
From the top of that stains you can go everywhere
You tried hard and still trying
Keep promises out of hands

POSTCARD
I have some pictures in my mind
Of all things I left behind
Sometimes I can’t memorize
So I buy a postcard
I can remember a single smile
It’s a good thing to remind
So you see now, I care a bit
That’s a silly story, about a young man
That old song is the main sound for me
I can’t be so sensitive as your friends
But you know I care a bit
Only one week away
I have someone this time
To make up my mind

ONE DAY BEFORE
There’s a thing that disturbs me all night
That always let me down
It’s impossible to forget by now
Cause I’m broken inside, I lose all control
My clarity is going down
That’s what I’m looking for
It stands to reason that
I’m one, not anyone
Could I realize what I feel in the nick of time
One day befor you go away
The world going down I have no wing to fly

NEW DEAL
I’m looking for a place close to me
Where the life passes by slowly
Many decisions, destroyed illusions
A watch in the fist, this place is refused 
The Solution, was so close to me
Simple solution it’s upon a time
Santa Claus is fat, easter rabbit is fast
Spendin’ the night couting the stars from the sky
The magic of being naive, I’m so adult to believe
To dream is to lose time with closed eyes
Now I have some things to say:
The same things (my routine)
My hard life (the TV party tonight)
My hair is falling (the air is lacking)
I’m so short of money
Your clothes are beautiful









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