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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

PERRY RHODAN: MISSION STARDUST – crítica

Ouvindo: Michale Graves, Wanderer, de 2014.

Pra falar de Perry Rhodan: Mission Stardust, primeiro terás que ler esse artigo aqui sobre Literatura de Ficção Científica e então darmos um resumo altamente resumido sobre história da Literatura Alemã (segue abaixo). Eu já sacava a série, a conheci em um artigo da [revista] Discutindo Literatura, edição de janeiro de 2010 (cuja capa está AQUI!). Só não sabia que tinha o filme, foi o Minhoca que me falou pra procurar e acabei vendo no mesmo dia que baixei pra ele.
‘Tá, vamos lá.
Então é, é meu marcador linguístico, um deles, foda-se é certo que TODO MUNDO sabe que a Alemanha sempre foi um país de literatos, pensadores e cientistas. Ok? Ok. Não sabias? Sabes agora. Pois bem. Se for frescar quanto a isso, pode rasgar daqui que não vais fazer falta.

  

Então. Pois então. Teve Romatismo, teve Erstes Reich, teve Otto Eduard Leopold von Bismarck-Schönhausen, teve Deutsches Reich, teve Primeira Guerra Mundial, teve República de Weimar, teve Conferência de Solvay, teve Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, teve Queima dos livros em Berlim, teve II Guerra Mundial, teve Holocausto, teve Hiroshima, teve Nagasaki, teve República Federal da Alemanha, teve República Democrática da Alemanha, teve Gruppe 47 que sou um cara muitíssimo suspeitíssimo pra falar algo sobre por ser fã desse movimento. E ai tem Perry Rhodan.
Perry Rhodan é uma série de livros de ficção científica criada em 1961 pelos escritores alemães Karl-Herbert Scheer (1928-1991) e Clark Dalton – pseudônimo de Walter Ensting (1920-2005) e publicada desde setembro do mesmo ano pela editora alemã VPM. É uma crítica mordaz tanto à Guerra Fria quanto aos movimentos e questões sociais, políticas e econômicas do mundo da época até o presente momento. Enquanto os anglófonos têm suas revistas pulp (nas quais foram apresentados autores como Robert Ervin Howard [SIM, ELE TAMBÉM ESCREVEU FICÇÃO CIENTÍFICA], Howard Phillips Lovecraft, Ray Bradbury e Isaac Asimov), os germânicos têm Heftoman, publicações semanais equivalentes em temática, que contempla(ra)m a supramencionada série.
Como os EUA e a URSS eram a ponta de lança na Corrida Espacial, o plot da obra se passa em 1971 com o primeiro voo tripulado à Lua (que aconteceria somente em 1969; em 12 de abril do ano inicial da série, o cosmonauta soviético Yuri Alekseivetich Gagarin [1934-1968] havia sido o primeiro ser humano no espaço, a bordo da Vostok 1) por oficiais da força aérea estadunidense, entre eles o major Perry Rhodan. Já no satélite (não onde o Muitas-Garras e o Kaius moram, porra piada infame mode on), encontram uma nave extraterreste na órbita da Terra, a atacam, se apropriam da tecnologia desta à força (TINHA QUE SER ESTADUNIDENSE, ESTADUNIDENSE SENDO ESTADUNIDENSE FAZENDO ESTADUNIDENSICE). Se valendo da tecnologia aterráquea, unificam a humanidade obviamente também à força, essa história é muito tensa, diga-se de passagem e inicial a colonização humana do espaço sideral.
É pra torcer o nariz? É. É pra não ler por causa disso? Jamais. Tem que ler sim, porque a série é foda. Gente como Heinrich Theodor Böll (1917-1985), Raymond Williams (1921-1988), Stuart Hall (1932-2014), Hans Mangus von Enzensberger, Noam Chomsky, Antônio Cândido, Alfredo Bosi e Eric Hobsbawm (1997-2012), devem – assim espero! – ter pirado violentamente sobre esta devido o tanto de críticas presentes através de sátiras e metáforas à segunda metade do século XX. Será que Herren (Erich) Fromm (1900-1980), o Jacques LeGoff (1924-2014) leram? O que Herren (Herbert George) Wells (1866-1946), (Jules Gabriel) Verne (1828-1905), (Thedor Ludwig Wiesengrund-)Adorno (1903-1969) e (Walter Benedix Schönflies) Benjamin (1892-1940) e Frauen (Mary Wollstonecraft Godwin-)Shelley (1797-1851) e (Johanna “Hannah”) Arendt (1906-1975) diriam sobre, caso lido? Há estudos sobre isso, mas não vêm ao caso. O que vem ao caso? Vamos lá.

ENTÃO ‘TÁ NA MÃO!
E então que em 1967 fizeram o primeiro e único filme baseado na série. Obra ítalo-germano-espanhola dirigida por Primo Zeglio (1906-1984) e roteiro de Karl Heinz Vogelmann (1927-2011), Sergio Donati (1933-) e do próprio Zeglio, sobre história de Karl Heinz Vogelmann, baseada na trilogia inicial da série.
Cara. Não gosta de ficção científica? Nem assiste. Nem cogita assistir. Mesma coisa se não gostares de filme velho. Mesma coisa se não gostares de filme canalha de baixo orçamento. Mesmo pra quem gosta de filme velho e de ficção científica e canalha de baixo orçamento e filme velho de ficção científica de baixo orçamento, tem que ter um culhão do caralho pra ver Mission Stardust até o final. Porque, olha, nem é dose, é a garrafa de Pedra 90 inteira. Aquela de um litro. QUALQUER filme do Godzilla (EXCETO O DO ROLAND EMMERICH!) é mais crível e aceitável que essa porra ‘tá, eu ‘tô aloprando na comparação, eu sei, foi malz.

Mas desconsideremos tudo isso ai difícil, mas bora lá.
É um filme de sessão da tarde. Não vai mudar tua vida em nada. Não é o primeiro filme de ficção científica que tens que ver porque senão teu julgamento sobre o supramencionado gênero será seriamente comprometido não ‘tô escrevendo produção acadêmica, logo foda-se se ‘tô repetindo sonoridade silábica. Eu aconselharia ler a obra original depois de assistir a película, dá uma compreensão melhor e mais abrangente do negócio.
Perry Rhodan (Lang Jeffries [1930-1987]) – canastrão do caralho, seguindo o famoso estereótipo de militar estadunidense farinha pouca meu pirão primeiro que prega e aplica o Destino Manifesto – lidera a missão Stardust. A bordo do foguete homônimo, vão à Lua procurar a fonte de um material radioativo mais forte que o urânio OLHA A CRÍTICA À ERA ATÔMICA AI, GENTE!.
Então, lá, encontram a Arcônida, liderada pela comandante piteuzinho cuti cuti cuti que o Rhodan passa a jeba no final do filme Thora (Essy Persson), líder dessa missão. Sua nave (Arcônida) está danificada e seu segundo-em-missão, Crest (John Karlsen [1919-2017]) está com leucemia devido à exposição ao elemento químico almejado pelos estadunidenses terráqueos e há a cura em nosso planeta. Em uma nave anexa, Rhodan, sua equipe e Thora caralho do nome ambíguo da porra, esses germânicos são foda! vêm à Terra buscar a medicação necessária ao oficial e equipamento de manutenção à embarcação. 
Obviamente, já por essas paragens, forças armadas terráqueas metem o caralho na nave alienígena por acreditarem esta ser hostil. Bom, eu não os culpo, olha, mas admito que acho bem lindo demais pra caralho quando rola la retalation por parte dos ETzildos. E eis que aparece o vilão, Homer Larkin (Pinkas Braun [1923-2008]), almeja se apossar da tecnologia extraterrena pra seus fins escusos antes que o governo dos EUA a humanidade possa se valer dela. Em verdade, tais forças armadas estão a mando do Larkin. Sabe aquela crítica de tal instituição controlada pela iniciativa privada que há na série em HQ francesa Universal War One, do francês Denis Bajram eu até tenho que resenhar essa porra aqui mas eu sempre esqueço, vou até ler de novo pra fazer esse post, e é retrabalhada em RoboCop, tanto no Verhoeven, de 1987, quanto no do Padilha, de 2014? Já tinha isso em Perry Rhodan.
procurei a capa original do volume um de Universal War One em francês mas não achei nenhuma decente, então vai essa da edição estadunidense publicada pela Marvel
reclamações, ligar para 1-800-C-A-S-A-D-O-C-A-R-A-L-H-O

Capas de cinema de RoboCop, de Paul Verhoeven, de 1987, e o remake do José Padilha, de 2014. Assista os dois, um não exclui o outro e sim o fortalece.

Como dito, não é o primeiro filme de FC que tens que ver, já terás que ter uma boa leitura do gênero para fazê-lo e linkings necessários para devida análise. Eu li os contos dos quais tiraram o roteiro desse filme e entendi porque os fãs ficaram muito putos com o dito à sua época de lançamento.
Assista por sua conta e risco.

Ah, sim. Só pra constar e pra fechar, o Neil Gaiman falou que esse filme NÃO TEM NADA a ver com seu romance homônimo de 1999, que foi vertido ao cinema em 2007, dirigido pelo Matthew Vaughn (Kick-Ass, X-Men: Primeira Classe e os dois Kingsman).


E. É isso. Ai.




UND BIS DEM NÄCHSTE, PORRA!

2 comentários:

zealfie27 disse...

Fala, Quilômetros!
Já tava te devendo uma resposta a tempos, que melhor lugar do que uma matéria do, até então esquecido Perry Rhodan. Cara, Perry Rhodan! Eu li o primeiro livro de bolso dele, devia ter uns 10 anos, no meio dos anos 70. Como não podia ser, era xepa de um amigo meu que tinha grana pra comprar em banca as edições. Tinha que ser vapt vupt, se não ele não me emprestava mais nada. Prum cara como eu, que tinha Jornada nas Estrelas e Túnel do Tempo, a minha maior diversão na TV brasileira da época e nunca tinha lido nada de ficção científica. O coração ficava aos pulos com a oportunidade de ler Perry Rhodan. É claro que durou pouco tempo, vi na estante deste mesmo amigo um exemplar de Fundação, do Isaac Asimov, e o universo nunca mais foi o mesmo. Mas é ótima fazermos esta arqueologia, ainda por estas plagas, onde a ficção científica só caí bem quando vira blockbuster ou franquia. Ainda dos anos 70, consegui entrar no cinema pra ver a estréia do Star Wars, em 77 ou 78, cara se tinha 4 pessoas pra assistir no Palácio, aqui no centro do Rio era muito. Hoje, não consigo nem ir ao cinema ver os lançamentos, na maioria desapontadores. Mas isso aí, amigo! Valeu pelos comentários nos Invisíveis e ótimo blog. Vou escarafunchar mais pra ver o que encontro por aqui.

Quilômetros-a-Pé disse...

meu querido, prazerzão enorme ver sua pessoa por aqui! aviso logo pra não se admirar com nada que encontrar por aqui, não sigo padrão nenhum pra postar nada, logo aparece de tudo! fique a vontade para ver e comentar! volta e meia, vou baixar lá no Invisíveis, ando meio com muita coisa pra ler sobre quadrinhos pra minha pesquisa e acabo não lendo os ditos, vê se pode! abração e tenha um excelente resto de domingo!

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