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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

TAMBORES DE GUERRA.... - mais um conto terminado!

PROFESSORANDO GUERRA!


PARA O COMPLETO DESGOSTO DA MÃE E INTEIRO JÚBILO DO PAI, TORNOU-SE APAIXONADA POR TAMBORES. Não somente, xodó e ama dos irmãos, sendo a mais nova e também a única. Segundo muitos, tivera o azar de nascer em uma família de militares. Por sorte e compensação, a família era composta por músicos, cantores e compositores devotos e apaixonados por melodias pesadas, retumbantes e tempestuosas. Apesar de não ter o porte necessário para concretizar seu almejado ideal de piloto, tornou-se a mais nova e capacitada regente dos últimos três séculos.
E lá estava ela à frente de uma orquestra quando as primeiras Carolinas, Iêdas e Tinaras decolaram para o front confrontar os invasores e fazer o possível para expulsá-los ou contê-los até que algo fosse diplomaticamente feito antes da tomada do planeta. Com os pais e uma amiga, viu uma esquadra de Isadoras, Érikas, Virgínias e Danieles ser espetacular e assombrosamente interceptada e abatida por forças inimigas. Não podia conceber que algo daquele porte a ponto de, mesmo tão longe, ainda sentir o calor das máquinas e dos projéteis alcançar sua pele de tez marfim e ter a impressão de seus longos cabelos cacheados serem levemente esvoaçados.
Sob o mesmo tambor que a acompanhou em sua formatura em Bacharelado e Licenciatura em História, escreveu em pouco tempo um longo e verdadeiro tratado sobre a invasão e subjugar do planeta por forças tecnológica e, conseqüentemente, belicamente superiores – algo como a História haver se repetido de forma venenosamente irônica, por assim dizer –, sendo corrigida e complementada por duas amigas e escudeiras mútuas da academia, com quem acabara dividindo a autoria. Só não contavam que a obra fosse seminal para a aceleração dos tratados de paz e da posterior situação do planeta como posto avançado para os conquistadores. 
E quantas manhãs se passaram desd’aquela manhã? O céu de Recife está nublado enquanto n’outro lado da sala, as amigas discutem sobre as implicações sociais e culturais da assimilação da ciência e tecnologia dos invasores pelos terráqueos, e d’outro, lá está ela, frente a uma estante de partituras, ajeitando óculos de lentes grossas, corrigindo passagens inteiras de mais uma sinfonia.


:: para Jacqueline Valença, Elisiane Cordeiro e Júlia Helane ::
:: Biblioteca Central Clodoaldo Beckman, campus Guamá da Universidade Federal do Pará ::


:: 30 de outubro de 2013 ::

2 comentários:

baby disse...

Ficou massa! Brigado.

baby disse...

"Para o completo desgosto da mãe [...] tornou-se apaixonada por tambores".
(Jacque ou Baby rsrsr...)

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