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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A MULHER DO PILOTO

A MULHER DO PILOTO
[inacabado]

“You and I together, hand and hand
We run away”
- Green Day, “Going To Pasalacqua”, 39/Smooth, 1990.

ELA PÔDE SENTIR A ARMADURA QUE A CARREGAVA CAIDO, O SOLDADO NÃO PÔDE OUVIR SEU GRITO DE DESESPERO. Subitamee, mesmo coberta pelo edredom, a moça pôde sentir primeiro o frio metálico dos braços que facilmente derrubariam um prédio a firmando dentro deles e depois o calor escaldante atravessando o traje um brevíssimo momento ates dos jatos propulsores nas botas e costas da armadura serem acionados em potêcia máxima.
Em muito e em verdade, o fato de levar sua sehora do lado de fora do módulo de combate o desagradara. Sorte pelo edredom que ela levava no porta-malas do carro: tanto a velocidade da viagem quanto as variações de temperatura devido a trajetória em parábola certamente matá-la-iam. Por um momento, lembrou-se da preocupação de sua mãe quado ele, desempregado e ocupado com nada mais do que festas e mulheres e bandas onde pudesse tocar bateria da forma mais rápida do mundo, decidiu após ver o comercial na TV:
“Yeah, man! Pilotar robôs!”
A guerra não é para todos, a admissão nas Forças Armadas, menos ainda. E essa foi uma dura liçao para os gamers sem-vida-e-antissociais que acreditaram estar com as vagad garantidas para pilotar tais máquinas de combate. Enquanto uns pagaram com a vida, outros voltaram para casa com a maior frustração de suas vidas e mais seqüelas e traumas emocionais e psicológicos no pacote. Os que não se mataram ou não se tornaram inválidos no retorno, foram absorvidos por empresas privadas de material bélico ou pelo ministério da defesa como consultores técnicos do que podia ser melhorado e/ou adicionado nos projetos de tais maquinários.
“Eu não agüento mais”, pensava antes de dormir e sohar com as mulheres antes do ingresso à marinha. Toda manhã, ele e tantos outros eram encantados com a visão de módulos antigos levantando vôo, carinhosamente chamados de "Dumbos"* devido ao peso e as formas nada aerodinâmicas, mas de uma graça ímpar que até mesmo os modelos mais recentes não podiam igualar. As lágrimas ao adormecer eram substituídas por encanto infantil ao ver os Sêniores e suas barbas míticas, devido terem pilotos os primeiros modelos usados ainda na Guerra dos Megalodônicos, muitíssimos anos antes e que havia arrasado com quase todo o planeta. Sua esperança era renovada ao ver A Redenção de Pandora** (ainda que em câmara eterna de quarentena) ou mesmo o protótipo do primeiro Nitro Hübschmann*** I, utilizado intensamente nos últimos dezoito meses do conflito, principalmente na Lua e na órbita da mesma. Mesmo que não tivesse mais os longos cabelos cacheados, ainda teria a barba vistosa como as dos heróis mitológicos sobre os quais tanto lia.
Lembrou-se de sua mãe na rodoviária, do seu pai lhe dizendo para “agüentar firme o tranco”. “Ei, sua puta”, o irmão lhe disse, “não faça feio”, e o abraçou. Muitos de seus amigos iriam junto, muitos tinham medo e alguns desistiram antes da viagem, porém não sendo condenados por isso - o medo era compreensível. Mesmo assim era bom ter quem os trouxesse de volta ao mundo real. Lamentou nenhuma delas (dos seus casos) ter ido, mas (de certa maneira) agradeceu pela situação, uma vez que seus pais e irmão já eram o bastante para deixa-lo suficientemente péssimo. Não o que elas sentissem não importasse - ao contrário. Mas estava tentando não pensar nisso, em não saber o que dizer a elas, em não ficar pior do que já estava ao vê-las mal. Suspirou. Abraçou a família antes de entrar no ônibus e sentar-se.
A conheceu na Lua, treino de campo. Amiga-de-amigo-de-não-sei-quem do pelotão, não lembrava/importava agora. Ela desdenhou e não queria comprar, mas como um amigo dissera “o 'não' já está garantido, agora é correr atrás do 'sim'”. E foi-se um ano nisso, e então mais uma âncora que o impedira de entrar nas estatísticas de evasão e suicidas, ela o ajudando sempre que podia. Mal se viam, toda vez como a última vez. Enfrentou a resistência da família dela que foi a favor de uma solução pacífica para a Guerra dos Megalodônicos, sem sucesso e, com isso, se tornando opositora ferrenha a classe militar. 

[ainda pra terminar]

* ler o conto Engasgada
** ler o conto Eu Ainda Lembro que Você me Disse...
*** idem Nota *

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