CHUVARAL – poema

CHUVARAL

Ah!, Chuvaral!

Eia!, Chuvaral!

Eita!, Chuvaral!

Chuvaral de fim de tarde na UFPA!

O Mundo vai cair?

O Mundo vai cair!

Qual dos Nove Mundos vai cair

Se este Chuvaral derrubar Yggdrasil?

Se Jotunnheimr

Toda vez que chove assim aqui

É Jotunnheimr se desfazendo?

Ah!, Ah!, Ah!, Chuvaral!

Eia!, Eia!, Eia!, Chuvaral!

Eita!, Eita!, Eita!, Chuvaral!

Se Jotunnheimr se desfizer em um Chuvaral sobre a Federal

Se Jotunnheimr decomposta em Chuvaral alagar a Federal

Pai Boi Pavulagem e Mãe Vaca Audumbla

Guiar-nos-ão!

À Bragança ou a Soure ou à Cametá

Onde estão lá, HAH!, cantaremos e comeremos e dançaremos

Todos os dias sem parar por um ano lunar

Ou mesmo de janeiro a janeiro!

Ah!, Chuvaral! Ah!, Chuvaral!

Sem dedos suficientes para contar quem já parou para contemplar essa chuva de tarde na Federal!

Eia!, Chuvaral! Eia!, Chuvaral!

Um “Salve! Salve!” para quem já amanheceu para ver o transitar do enegrecido para  cinza-esbranquiçado em uma Universidade Federal!

Eita!, Chuvaral! Eita!, Chuvaral!

Adeus, Negra-Moça! Lembre de eu, Clara-Moça! Saudade desde já dos olhos teus, Mestiça-Moça!

Eu vou embora com este

Chuvaral!

:: 13 de dezembro de 2018 ::

:: agradecimentos especiais à Priscilla Thaynara Oliveira da Silva ::