VITÓRIA
2015
SELFEGOFACTÓIDE
Se julga esperto demais
Rotula como burro o que o outro faz
Todo dia, toda vida, com todo escárnio sorri
Hoje o que vai achar e continuar a fingir
Todas as críticas, defeito alheio, se esconder de si
Mais um factóide, torne real
Minta sobre mérito, muito mais fácil é transferir
Faça direito, se torne bom, faça melhor
Transformando frustração em teatro moral
Fogueira da vaidade, culpa
Mágica coberta de sinceridade
Conceito segregado, formação de opinião
Complicado enganar, fino verniz de honestidade
Tentando convencer e inventar uma razão
Nem seu desprezo, sequer seu valor
Pra sustentar sua mentira, precisa
Mais de mim que eu de você
Não se cria uma verdade
Entenda de verdade é só preciso perceber
Não invente em outros problemas que são seus
Continuas um cristão, só que agora sem um Deus
Selfegofactóide!
Selfegofactóide!
Nem seu desprezo, sequer seu valor
Pra sustentar sua mentira
Precisa mais de mim que eu de você.
JOGOJOGO
Planos corretos
Metas traçadas
Em um futuro desenhado
Chega a ser cômico
Como tudo parece se encaixar
Como vocês chegaram neste nível?
De realmente acreditar
Que ser cínico, omisso e desonesto
Te levaria a algum lugar
Finjo levar a sério
E ainda jogo o jogo
Mesmos colégios
Mesmas ideias
Mesmos programas de TV
Sempre educados
E excludentes
Assim pensamos mais igual
No preconceito acredito
De me parecer com você
Perco algum tempo insistindo
Pensar que tive outra opção
Podia estar em outro lugar
Finjo levar a sério
E agora jogo o jogo
Cansei de respostas fáceis
Resistir é dizer sim
Trabalho esse drama
Rindo sempre de mim
Quais as chances, quantas chances
Todas as chances, nenhuma chance
Joga o jogo! Joga o jogo!
Jogar! Jogar! Joga o jogo!
912 PASSOS
Até que tentei relevar e viver o momento
Deixar de lado o sofrimento e tudo o que vejo
Não olhar para o lado... Não é necessário
Verdades são verdades vão
Mundos herméticos paralelos sobrepostos!
Conto os passos pra ser racional
Zero tudo quanto chego em nenhum lugar
Quem precisa do seu sorriso, quem precisa se esforçar?
Todos nós sabemos o desprezo é mútuo
Não me cobre não me culpe, por agir como você
Sem demagogia, mas ninguém quer saber!
Verdades não, verdades vão
Verdades são verdades!
Verdades não, verdades vão
Quem precisa saber? Quem precisa saber?
Conto os passos pra ser racional
Zero tudo quando chego em nenhum lugar
Sussurro: (um, dois, três, começo tudo outra vez
O meu caminho é o foco, no mar cartesiano e numa regra de três)
Screamo: (nestor pestana cruzo a consolação
Desço a rua araújo, olho pro chão! Ignoro o copan
Estação república! A multidão ninguém é humano
Mas vai ficar tudo bem!)
Vejo fatos da vida real
Tão distantes que mal chegam a me afetar
Conto os passos pra ser racional
Zero tudo quanto chego em nenhum lugar
NOUS SOMMES LES PARAIBES
Os não brancos, os escravos
A classe mais sem classe
Somos o que sobra
Não somos ninguém
Despreparados desprezados
Muito pouco educados
Sabedoria inconsciente
Do agora aqui
Nous sommes les paraibes
Post apres proto
Nous sommes les paraibes
Nous sommes! Nous sommes!
Air revolution
Sem futuro
Os que servem
O chão do mundo
Os que não esperam
A vida usurpada é nossa
Simplesmente por que sim
A festa dos excluídos
Driblando a repressão
Em cada clichê racistas
Somos máxima reação
Nous sommes les paraibes
Post après proto
Nós somos o futuro não escrito
Nós somos os paraíbas
Nós somos o que não se previu
Será televisionado
O rebote das massas
As balas verdadeiras
A reação, a baderna
Verá! Uma montanha de corpos
Dos que sempre morreram
Em nome da ordem
Virá! Um futuro sem classes
Onde tudo será arte
De viver como iguais
Nós somos! Nós somos! Nós somos!
Nós somos! Nós somos! Nós somos!
SEM SINAL
O despertador me rasga o sonho
Rompendo a conexão
Há muito não se sente descansado
Contando os passos desgastado
Sozinho desconectado
Virtualmente real, o que posso dizer? Verdade vazia
Novas conversas, novas janelas
Não acham mais espaço aqui
Ninguém para chamar
Ninguém para escutar, com pouca energia
Sem sinal, não há conexão
Tente outra, tente outra vez
Sem sinal, para atualizações
Tente outra, tente outras vez
Alerta a esperar por mais informação
Guardando energia
Sem sinal, não há conexão
Tente outra, tente outra vez
Sem sinal, para atualizações
Tente outra, tente outras vez
Silencioso, vou vibrar
Vou vibrar com o que há por vir!
LUPITA
O acaso se apresenta
Tempo se relativiza
Vida ressurge regras, tempo e desejo
O que aconteceu
O que acontecerá?
Agonia frustrante, futuro do pretérito
Mais oito, quanto mais?
Sei bem que o que sinto
Preferia mentir, mas este não é o acordo
Seus olhos são, seus olhos vão
Me arrastar pra sempre
Um minuto eterno o perene o incerto
Quero me afogar!
Neste momento
Tantas perguntas tantas certezas
Belas escolhas entre o eterno e o feliz
Erro teu nome, preferia acertar
Solarei pelo tempo necessário
Um nome pro perfeito, o que importa?
Que a vida nos leve a imperfeição de encontros tortos
Seus olhos são, seus olhos vão
Me completar como ninguém
O lapso o erro, atemporal
O não verbal
Seus olhos vão me levar
A outra coincidência
Mais um eclipse lunar
Mal posso esperar
Seus olhos são, seus olhos vão
Me arrastar pra sempre
Um minuto eterno
O perene o incerto
Quero me afogar!
CARA VIOLÊNCIA
Então é assim
Não há remédio
Ficar aqui
Morrer de tédio
Sentar no sofá
Sem conversar
Sentindo o ódio suprimindo em mim
Este é o fim
Não há mistério
Olhe pra mim?
Me dá um crédito?
Sei que nada vai adiantar
Mas por favor, para de sorrir!
Escrevo em um esforço para relembrar
Esclarecer e superar
Refazer meus passos até aqui
Tenta me reconstruir
É tão rídiculo quão fácil
Foi me entregar, a valente e sedutora
Que deu voz ao mundo de um inseguro
Prestes a explodir
Sempre, sempre, sempre eu!
Mostrando os dentes com amor
Sempre, sempre, sempre, sempre eu
Eô eô
Só os mais fortes tem o poder
Você pode o que quiser
Nessa luxúria que é reagir
Estará pronto pro que vier
Foi impossível resistir a me deixar levar
E confiar em sua força
Só me dei conta do que perdi quando vi tudo ruir
Queimando as pontes, me abandona aqui nesse lugar
O covarde e suas escolhas
Sei que irá seu rumo, dando seus pulos
Sempre a seduzir
Sempre, sempre, sempre eu!
Mostrando os dentes com amor
Sempre, sempre, sempre, sempre eu
Eô eô
Ce viverá em mim
E onde mais quiser
Sua força não tem fim
Esteja onde estiver
OBSOLETO
Muitos caminhos pra seguir
Como um cordeiro seguiu a multidão
Tanta cultura pra te fazer melhor
Entregou seu cérebro a televisão
Obsoleto! Enganado! Inútil! Descartado!
Tarde demais pra reclamar de suas escolhas
Podia ir pra qualquer lugar
Com medo arrumou uma função
Gastou o tempo de tanto trabalhar
Bater as metas bônus, promoção
Obsoleto! Inviável! Consumidor! Imbecil!
Tarde demais pra reclamar de suas escolhas
Tarde demais!
Foi você mesmo que escolheu este caminho
Tarde demais! Deus te quer mal!
Você se odeia, mas se orgulha do que não é.
KRYPTONITA
O super-homem cai do céu feito uma pedra, Kryptonita!
Do buraco Belfagor volta pro inferno destruído
Apavorado mas não explica
Minha vida meus termos
Outro Estado que não funcionou
República rocha destruída por um sopro só
Rickson Francis poderoso, violentamente se expondo
A direita tinha razão
Bozo Reagan mostra os dentes da vingança
Bate a porta e se sente mal
Minha vida, meu erros
Todas as regras pisadas ao chão
Contrato rasgado, instinto saciado
Frustração!
Matemática social
Coerência primitiva
O rei está nu
Punir, vigiar
Dia 02 eu morro e cerro os dentes
Dia 03 a ficha cai, tudo que poderia
Dia 05 imploro, suplico:
Tente me perdoar!
Kryptonita
Kryptonita
Haverá quem nunca vai entender
Haverá quem não vá perdoar
Que se cumpra a pena
A falta capital
Pena de morte pro resto da vida
Pena de vida numa cultura falida
VITÓRIA
Sufocar, atrás de paredes que se fecham
Numa cidade sem espaço pra crescer
Optar entre a guilhotina e a gravata
Se moldando ao meio, imaginando ter poder
Tudo ao redor
Parece encolher
Do pó ao pó
Nada vai florescer
O rolo compressor te atropela,
Vem te esmagar!
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Focar, competir, vencer!
Prosseguir,
Por novos caminhos não tão estreitos,
No labirinto de desejo artificial
Ser mais um
Pode fazer toda a diferença
Não questione,
Ninguém vai te responder
Inquietação
Sem poder, sem viver
Pronto pra ação,
Enfrentar, combater
Quem for tentar te derrubar
Tentar te derrubar!
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Saber o que quer,
E onde quer chegar
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Permanecer de pé!
(De pé até o fim)
Não podem mais te derrubar
(Não podem mais te derrubar)
O antigo, inimigo cedeu o espaço
Pra um desafio ainda maior
Se manter de pé,
Contra o que vier,
Vencer os medos,
Mostrar ao que veio,
Ter o foco ali,
E sempre seguir
Rumo a vitória!
SAUSALITO
We born alone, we die alone
Nem precisava sem assim
Can't feel the air inside my lung
And the bay area cold breeze
Não acredito, estou sufocando
Eu vou morrer neste lugar
Levei uma vida pra chegar até aqui
Tudo parece se apagar
Where's the air?
Mom, please help me!
I'm gonna die in San Francisco
Shit! What an irony!
Can't feel my arms, can't feel hands
At least I saw that big trees
Este lugar é o mais legal para se morrer
Sim, eu já me convenci
Precisa mesmo ser agora?
Logo na primeira vez?
Call the rescue!
Call the police!
Nós vamos ser deportados
Pra Guantánamo ou mofar em Alcatraz
Where's the air?
Mom, please help me!
I'm gonna die in San Francisco
Shit! What an irony!
Não acredito estou sufocando
Eu vou morrer neste lugar
Levei uma vida pra chegar até aqui
Tudo aparece se apagar
What I think now?
I don't know
Feel the death!
Gonna die alone
I think I'm happy now
In this parking lot
De tirar o fôlego
Este visual
Sausalito
The last station
Sausalito
My last breath
GIGANTE E INSEGURO
O que despertou tão gigante insegurança?
Tão preguiçosa busca por informação
O que transformou o que era sede por mudança?
Nesse discurso sobre Deus e tradição?
Perdão por me prender nesse assunto
Mas é um choque você não recordar
O quão de ponta-cabeça era o mundo
O grito mudo de quem quis discordar
Com sua permissão me censuro
Ou se quiser posso sumir e não voltar
Siga em frente com seu conservadorismo
E ponha a ordem necessária a este lugar
Manter a tradição da exploração
Sua família é a eleita!
Foi de oposição a imposição
Como um direto de direita!
Deixe os gritos nas ruas e não no porão!
Incorporou o ativista do estado
E agora chama o golpe de revolução
Copiou, colou essa imagem do passado
Deletando todo o sangue pelo chão
Repetindo com a mesma arrogância
Mandamentos feitos pra te dominar
Entregando seu voto de confiança
Para aquele que vai te crucificar
Progressistas retrógrados e seus fieis eleitores
Dando direitos a humanos, não a pecadores
Livrai-nos desse mal
Dessa falsa moral
Livrai nos desse mal!
Manter a tradição da exploração
Sua família é a eleita!
Foi de oposição a imposição
Como um direto de direita!
Deixe os gritos nas ruas e não no porão!
Poder para o poder
Crescer, enriquecer
Escolher não escolher
Livre para obedecer!
Livrai nos desse mal
Dessa falsa moral!
Livrai nos desse mal!
PONTILHÃO
Nos extremos vivemos
Dizem ser moderação
Dos dois lados da ponte
Uma ou outra opção
Só usamos seus limites pra pular
O que nos aniquila poderia nos salvar
Aprender!
Perder ou vencer!
Perder ou vencer!
Nunca nos encontramos
Sempre estamos sós
Nenhuma sutileza, pura padronização
Culpados recorrentes
Medrosos culturais
Isolados funcionais
Conformados seguimos
Em prol da civilização
É matar ou morrer
A higiene da competição
Nos falta tempo para reagir
Num vazio tratável, confundir
Aprender!
Perder ou vencer!
Perder ou vencer!
Nunca nos encontramos
Sempre estamos sós
Nenhuma sutileza, pura padronização
A propaganda! Somos todos livres!
Poder de reagir, transformado em esperança
E nada mais
E nada mais!
¡¡¡bis bald!!!
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