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segunda-feira, 21 de março de 2016

WAKING LIFE E REFLEXÕES FILOSÓFICAS - parte dois

“Me recuso a ver o existencialismo apenas como um modismo ou uma curiosidade histórica pois ele tem algo a nos oferecer no novo século.
Acho que estamos perdendo as virtudes de viver apaixonadamente, de assumirmos as responsabilidades por quem somos, de tentarmos realizar algo e nos sentirmos bem em relação à vida. 
O existencialismo é, às vezes, visto como uma filosofia de desespero mas eu penso que ele é o contrário. Sartre disse, certa vez, que nunca tive um dia de desespero em sua vida.
O que esses pensadores nos ensinam não é tanto uma sensação de angústia, mas sim uma exuberância de sensações. Como se sua vida fosse sua obra a ser criada.
Eu li os pós-modernos com interesse, com admiração até. Mas sempre tenho uma péssima e incômoda sensação de que algo essencial está sendo deixado de fora. Quanto mais se fala sobre o ser humano como um construto ou uma confluência de forças, ou como fragmentado, ou marginalizado, abre-se todo um universo de desculpas.
Quando Sartre fala de desculpas, não é abstrato. Não se trata do tipo do eu ou de alma de que falam os teólogos. É algo concreto. Somos nós, falando, tomando decisões e assumindo as conseqüências.
Há seis bilhões de pessoas no mundo, é verdade. No entanto, suas ações fazem diferença. Fazem diferença em termos materiais e fazem diferença para outras pessoas. Servem de exemplo.
A mensagem é: não devemos jamais nos eximir e nos vemos como vítimas de várias forças.
Quem nós somos é sempre uma decisão nossa.”
– Do longa-metragem em animação Waking Life, de 2001, roteiro e direção de Richard Linklater.

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