“Ao defender a diversidade das culturas, Lévi-Strauss busca reagir ao etnocentrismo exacerbado, que desconhece e rebate a alteridade, entendendo-a como um escândalo ou desvio. Busca sublinhar que essa diversidade é, antes, um ‘fenômeno natural, resultante das relações diretas ou indiretas entre sociedades’ (LÉVI-STRAUSS, 1980, p.87). O etnocentrismo, porém, não é um mal em si, como assinala Lévi-Strauss. É um traço que acompanha todo ser humano em sua defesa de identidade. Toda cultura vem movida por uma peculiar dinâmica de resistência, que assinala sua vontade ‘de ser ela mesma’. A defesa da identidade e da convicção não é intrinsecamente problemática, pode, porém, vir a ser perigosa na medida em que foge do controle (Ibidem, p.53). É em situações de conflito que a questão da identidade vem à tona com vigor, quando a cálida experiência da comunidade entra em crise ou colapso. Nesse momento, ela se introduz com barulho e fúria. Marcar a identidade é marcar a diferença e singularidade.”
– Faustino Teixeira, O imprescindível desafio da diferença religiosa, 2012.
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