Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

OPERAÇÃO: ESCURECER [ideia tida no banho e pós-banho]

Ideia de mesa de RPG/conto concebida em um banho ontem de noite
Título: Operação: Escurecer

Em um planeta similar à Terra, as fêmeas humanas são férteis até os trinta – trinta e três anos no máximo – por terem mais genitais do que os homens.
Os homens são férteis até os trinta e dois – trinta e cinco anos, no máximo.
Considera-se que, nesse planeta, todas as religiões oficiais que têm na Terra oficial, até a história e países e toda a caralhada é a mesma.
OK
Então um casal de gêmeos de quarenta anos fertiliza, ele engravida uma mulher mais nova e ela engravida de um cara mais novo e o todo mundo do mundo todo “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! QUE PORRA É ESSA, BIAL?”
As divindades ‘descem’ ao planeta: “Ê, rapá, como assim vocês são férteis nessa idade? Bora levar vocês”. Chegando à ‘morada dos deuses’, os dois irmãos descobrem que as divindades não são divindades, também são humanos, e a “espécie” deles é um experimento de laboratório a longo prazo, a nível de controle de natalidade, uma vez que são INÚMEROS Planetas Terras com INÚMERAS variáveis de período fértil de homens e mulheres.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

... vor einem Jahr...

A exatíssimo um ano atrás, eu tava bebendo na casa de um puto por quem tenho real e imensurável estima, Kaius Almeida, e a outros a quem TAMBÉM posso me referir-me como IRMÃOS e, principalmente, IRMÃOS-LOBOS - Herr und Frau Muitas-Garras-Sob-O-Sol, Anderson “Papa”, Sandro e Yuri Viana.
Apesar de ter chovido pra porra e faltado energia (ouvindo Led Zeppelin no talo num celular quase descarregando foi foda!!!!), a festa foi realmente e caralhalmente épica e inesquecível.
Porra, seria legal uma reunião daquelas de novo (e desta vez COM FOTOS!), não? Não?
Eu sei que seria.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DA VIDA DE UM CARACOL DE JARDIM [a segunda metade]

Eram elas que deixavam o ar mais pesado, a energia que exalavam se estudando deixava o ar mais pesado. O ar era mais pesado e elas mais leves. Me acredite quando digo que a arte deve fluir como um rio sem barreiras, e não é diferente com as artes marciais – é um rio aberto, uma corrente solta, a corrente de ar vai quebrar em seu corpo mas continuará. O judô deve fluir pelo seu corpo, te deixar mais leve, ser mais leve e simplesmente leve (apesar do exemplo mais claro ainda ser o kung fu e suas vertentes). E o mesmo com o kendô: corpo e alma e espada unos, não existe diferença, o uno. Camila e Talita exalavam toda a energia para se tornarem mais leves ao lutar. Como Valvassori é muito muito muito alva, seu pescoço, bochechas e testa avermelharam mais rápido do a tez poesia-amorenar de Ricieri – os dois pares de olhos eram impassíveis, não podiam se entregar pelos olhos, os olhos entregavam a luta mais do que acenos corporais.
Quando Camila ergueu os calcanhares, Talita voou o primeiro golpe. Só ouvimos o impacto das pontas das shinais improvisadas. “CARALHO, JÁ?!?” Como a Talita se moveu tão rápido que a gente não viu acontecendo? A londrinense golpeou vigorosamente outra vez que teria derrubado qualquer novato na arte antes de voltar à sua posição – as duas evitavam respirar pela boca, podíamos ouví-las respirando alto. Pequenos ataques cardíacos à plateia, Valmir, eu, Rodolfo, Matheus, Lúcio, Pedro, Leonardo, Claudinei e Dannylo então… Quando Camila abriu as mãos rapidamente, segurando o tsuka somente com os polegares, eu saquei o que ela ia fazer. Uma das meninas que também estavam lá – meninas lá que nunca saberei os nomes, eu não sei o preço que eu pagaria para serem elas Elisiane e Jacqueline e Júlia Helane – me olhou e assentiu positivamente. Camila pôs a shinai adiante de si. Talita levantou uma sobrancelha. 
Só ouvimos o kiai da sul-rio-grandense e o impacto. Acho (e eu não sou de achismos) que toda a UECE acordou com o kiai de Valvassori e a porrada na shinai de Ricieri. A primeira surpresa residia na shinai não ter sido quebrada. A segunda é que Talita ainda estava em sua base. Sim, estávamos pasmos com aquilo. Joelhos curvados, pés firmados no chão, ombro a ombro, antebraço a antebraço, shinai a shinai, cada uma um passo atrás antes de mais um golpe ensurdecedor e voltarem às posições, cada uma de “guarda aberta”. Talita com a shinai à lateral esquerda, a mão da tsuka não encostando ao joelho e a outra livre, a ponta da shinai não encostando ao chão. Camila com a shinai e a perna direita adiante, uma mão em cada extremo da tsuka. Isso foi a um ano e quatro meses.
Um ano e quatro meses depois as duas na mesma posição do campo aberto do campus Itaperí. As duas já haviam pontuado, Matheus e eu com cigarros e cafés às mãos (não podia fumar, e daí?), Palavras-Prateadas só com o café – nós três em pé, quase enfartando –, Lynn e Fê e Eliete se perguntando o que estava acontecendo, a luta mais difícil do feminino daquela manhã, já que elas estavam muito equiparadas. “Mala, velho”, o Math, “‘cê não faz ideia do tanto que a Mila treinou pra esse campeonato”, eu gostava de como ele ria, aquele cara de hippie pilantra dele, eu gostava de vê-lo junto à minha irmã; a irmã dela, a Ana Paula, pessoa bem agradável também, diga-se logo. Os pais da Tali ficaram meio……. Conosco, mas… É, a mãe da Talita também ‘tava em pé, com o coração na boca. Todos nós íamos jantar juntos depois da competição era muitíssimo de meu agrado que aquilo acontecesse. Faltando menos de um minuto, ambas sofreram penalidade.
Agora sim a luta ia ficar realmente boa de se ver.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

MAIS UM CONTO ENFIM TERMINADO....

“If you want a picture of future, imagine a boot stamping on a human face – forever!”
– George Orwell, 1984.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

inteligente sem precisar ofender a inteligência

Duas pessoas estão numa floresta e encontram um urso. A primeira se ajoelha e começa a rezar enquanto que a segunda se ajoelha e começa a amarrar as botas.
– Para que está amarrando as botas? – diz a primeira. – Você não vai correr mais que o urso.
– Não preciso correr mais que o urso – diz a segunda. – Só preciso correr mais do que você.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

foto e texto dizem mais... foto e texto resumem melhor...


O VELHO LEON E NATALIA EM COYACAN

desta vez não vai ter neve como em petrogrado aquele dia
o céu vai estar limpo e o sol brilhando
você dormindo e eu sonhando

nem casacos nem cossacos como em petrogrado aquele dia
apenas você nua e eu como nasci
eu dormindo e você sonhando

não vai mais ter multidões gritando como em petrogrado aquele dia
silêncio nós dois murmúrios azuis
eu e você dormindo e sonhando

nunca mais vai ter um dia como em petrogrado aquele dia
nada como um dia indo atrás de outro vindo
você e eu sonhando e dormindo

:: Paulo Leminski ::
:: Caprichos e Relaxos ::
:: 1983 ::

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

reflexão pilantra da tarde depois de acabar de acordar

Ouvindo: Steppenwolf, Steppenwolf, 1968.

Quando vejo essa imagem, lembro do verdadeiro e imensurável desserviço que será a inclusão de fisiculturismo nos Jogos Olímpicos, considerando o tanto de esporte legal e realmente digno de figurar no evento, como skateboarding (esse deveria ter entrado faz é tempo [sou suspeito pra falar devido ser praticante do esporte]), wu shu (esse ai deveria estar presente ***SOMENTE*** desde os Jogos Olímpicos da Era Moderna, de 1896), kendô (idem), wakeboarding, boliche, xadrez (‘tô falando sério!!!!), poker (‘tô falando sério!!!! [2]), kart (‘tô falando sério!!!! [3]), e a lista segue.
Eu queria fazer uma ideia do que os lobistas do “esporte” e os grandes empresários dos suplementos alimentares utilizados (seja lá qual for o nome que o pessoal use) fizeram pra convencer o COI* para tal inclusão. Porque, pra convencer os caras a incluir um esporte ***APARENTEMENTE*** (asteriscos e maiúsculas utilizadas a nível de ênfase enfática enfatizante enfatizadora) parecido ao levantamento de peso (que, ao meu ver, é mais competitivo e desportivo) e o pessoal do jiu-jitsu ainda não ser E.O.** mesmo sendo anterior ao judô (mais um motivo preu zoar os caras pro resto da vida [eu creio que o COI não leva o brazilian jiu-jitsu a sério, HA HA HA]).
Nada contra os e as praticantes da modalidade, eu tenho uma tara inclusive por mulheres fisiculturistas. Mas nas Olimpíadas? Não fode minha paciência, cara...

* Comitê Olímpico Internacional, organização não-governamental criada em 23 de Junho de 1894, por iniciativa de Pierre de Coubertin, com a finalidade de reinstituir os Jogos Olímpicos realizados na antiga Grécia e organizar e promover a sua realização de quatro em quatro anos 
** Esporte olímpico

domingo, 13 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DA VIDA DE UM CARACOL DE JARDIM [a primeira metade]

“the truth that war may be, among many other things, the perpetuation of a culture by its own means.”
– John Keegan, War in Human History, 1993.


“PARA O CENTRO DO TATAME: CAMILA VALVASSORI BITTENCOURT, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, E TALIA RICIERI CASTRO E SILVA, DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.” A sul-rio-grandense levantou-se e pegou o Men das mãos do sensei e preparou na cabeça enquanto este o amarrava, a paranaense amarrou os cabelos cortados à altura dos ombros e já sem volume para poder colocar o Men. Ambas de olhos castanhos como pedras em chamas acesas que não podiam ser ignoradas mesmo elas com os elmos de combate, Bittencourt batia no tsuka  da shinai , ora com o indicador e o médio, ora com o anelar e o mindinho, sempre mantendo a estabilidade da arma com o polegar. Ricieri girava a sua em uma das mãos com a mesma precisão e velocidade que um Ulrich ou um Bonham giravam a baqueta entre uma música e outra. Ambas para o caminho do tatame. O cumprimentaram. Adentro.
À frente, o juiz as olhou, elas se posicionaram. Sem mais dentes rangendo, respiração pela boca, caretas, sorrisos. “Mas quem diria”, alguém diria ao vê-las frente à frente, a um ano e quatro meses atrás simulando combate com cabos de vassouras em um dos terrenos a céu aberto do campus Itaperí da Universidade do Estado do Ceará. Os cabelos presos praticamente à base, pés esquerdos à frente, Camila segurava a dianteira do tsuka com o indicador e o médio e a traseira com o anelar e o mindinho, Talita o portava com polegares, revezando os outros dedos. A primeira inexpressiva, a segunda passava a língua entre os lábios, ambas com os olhos dentro dos da adversária. “Vocês não tão sentindo o ar mais pesado, não?”, o Rodolfo falou. Estava realmente muito quente (quando no Ceará não ‘tá muito quente?), mas parecia estar bem pior, mas eu não queria sair dali pra ver que diabo ia acontecer. Era realmente novo pra todo mundo as duas serem kendokas  – e de longa data, já que “poozers não seguram shinais desse jeito”, alguém observou (alguém nerd, pra fazer esta referência na observação). Mas, a meu ver, foi bem melhor vê-las ano passado, na UECE, do que aqui no Brasileiro de Kendô, em Belém; tanto vim com o Palavras-Prateadas pra tirar a cabeça dele do TCC e com a Fernanda pra tirar a cabeça dela da não-aprovação na prova do MSc.-PPGLit-UFPA (que eu também não tinha passado, diga-se logo) quanto pra Lynn conhecer “as cunhadas” (ingressos a preços módicos também ajudaram a execução da empreitada). Entretanto, eu não devia estar surpreso das duas chegarem à final sem dificuldades, não depois de ver como elas digladiaram ano passado: Camila é mais focada a ataques certeiros a men-uchi e Talita em contra-ataques que abram espaço para ataques a tsuki ou a kote-uchi, todavia não conseguiu muito, uma vez que Camila já havia aprendido sua tática quando mediu com os olhos a distância da shinai de Talita e seus braços até ela.
Uma das minhas certezas nessa vida é que as duas não são estúpidas. Logo, elas não perderam tempo se estudando para lutar: já haviam “combatido” no ENEH e se visto lutar com outrem nesse mesmo campeonato brasileiro que estava rolando no final de semana último. Quando se trata de kendô, deve-se ter em mente que este definitivamente e absolutamente não é um esporte para malandros – ninjas eram malandros, samurais não. Sim, as duas eram malandras natas, nunca se sabia o que estavam aprontando por trás dos tenros sorrisos e doces olhares. Mas bastou um espírito-de-porco dizer “ah, a gente podia brincar de samurai” que as feições delas mudaram completamente. Depois de uma... Meia hora talvez, por ai, apareceram com cabos de vassoura e canetas-piloto, demarcando posições nestas, como se fossem sinais e então lá, adiante uma à outra, e nós como plateia, cigarros e baseados e bebidas às mãos (vou falar disso em outro texto que ‘tô pra terminar faz um tempão e preciso terminar inclusive). Elas “eram elas mas não eram mais elas naquele momento”, sabe? Eu sei que sim. Os olhares, as posições, as formas que seguravam “as espadas” com uma só mão... Não. Ambas na posição do cavalo, Camila portava à “espada” à sua frente e Talita o portava com polegares e indicadores à sua frente, à altura dos joelhos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O DIA DO BURRO - um trecho

«Bom», Nery começou, «eu tinha uns quatorze, quinze anos. Eu ainda morava em Santa Mãe Laura. Sabem como é, eu precisava ser aceito em algum grupo. Não tinha um que eu me encaixava. Ai um amigo, o Lucas, a gente chamava ele de Luke, me apresentou pruns amigos deles...»
«Uma gangue.»
«Não. Sim. Diziam que a gente era uma gangue. Alguns dos nossos diziam “nós somos uma gangue”. Mas não. A gente preferia se ver como uma...»
«Como uma Ordem?»
«Yeah, como uma Ordem.»
«E qual era o nome dessa “Ordem”, sabichão? Ordem dos Cavaleiros Jedi?»
Todos riram.
«Perai», Guerin o cortou, «Santa Mãe Laura? A cidade industrial perto de Belém?»
«É, essa», Nery respondeu. «Na região metropolitana de Belém, quando juntaram Belém, Marituba, Santa Bárbara e Benevides em um só município que virou uma cidade e depois uma cidade industrial que virou pólo de produção de módulos e naves de combate durante A Ocupação. Eu já morava lá durante a anexação d’Os Quatro...»
«E porque Santa Mãe Laura?»
«Porque eram os nomes das mães dos prefeitos dos municípios na época e das esposas de dois deles. Também dizem por ai que eram os nomes das amantes de alguns desses fudidos. Sabem como é, ia ser muito desagradar as amantes. Vai saber o que elas iam fazer.»
– Rafael Alexandrino Malafaia, “O Dia do Burro”, dezembro de 2015 [conto ainda em construção].