Desde
Akira! eu não posto nada aqui, né? Eu olho pro blog e sempre tenho muitas coisas pra falar sobre um monte de merdas boas e ruins que andam acontecendo comigo, mas ultimamente ando meio que muito bitolado com umas coisas acontecendo.
Eu nem ia postar nada tão cedo. Sério! Mas acabei de chegar da UFPA e, pasmem! e só pra variar, os temas do post de hoje são justamente sobre
Ensino Superior.
“Every day I wander in negative disposition
As I’m bombarded by superlatives
Realizing very well that I am not alone
Introverted, I look to tomorrow for salvation
But I’m thinking altruistically
And a wave of overwhelming doubt
Turns me to stone.
And I guess it struck a nerve,
Send a mummer to my heart,
We just haven’t got time to crack the maze.
Like a magic speeding clock
Or a cancer in our cells,
A collision in the dark,
I guess it struck a nerve.”
– Bad Religion, “Struck a Nerve”, do álbum Recipe for Hate, de 1993.
Primeiro assunto: convivência com professores da graduação.
Eu adoro os professores do meu curso
(com uma óbvia exceção). Sério. Mas este semestre, pelo visto,
ESTÁ FODA pra engolir/aceitar o que eles dizem. Simplesmente eu
NÃO CONSIGO NÃO FICAR FRUSTRADO/PUTO-DA-VIDA COM ELES e com o que eles dizem e fazem. Eu já ‘tô agüentando isso desde o semestre que fiz
Culturas Germânicas, e, desde lá, eu ‘tô falando que isso acontece. Todo trabalho que faço e vou pedir conselhos e opiniões e orientações, lá vou eu ser recebido
(com exceção óbvia de Herr Barroso e Frau Steffen [Gaia seja louvada por ela finalmente entender que Ensino & Aprendizagem não é meu negócio]) com paus, pedras, bolinhas de gude e bombas de nêutrons, recebendo um turbilhão de críticas negativas e
“porque você não faz um trabalho assim ao invés de um trabalho desses, que não tem sentido?” ao invés de
“porque você não faz seu trabalho ou desenvolve essa sua idéia assim do que desenvolver essa sua mesma idéia do fazer do jeito assado?” Caralho, eu já
CHOREI DE RAIVA de tão puto que eu fiquei por causa disso.
Eu já falei que, quando me formar, vou comprar uma viseira de cavalo pra cada um pra representar seu modo unilateral de ver as coisas. Eles simplesmente não entendem
(ou não querem entender, vai saber) a co-relação entre as coisas,
as leituras de mundos a partir de coisas que não fazem parte daqueles mundos e eles me crucificando por causa disso. Eu preparei duas comunicações individuais para a SEMAL deste ano
(a 19ª) e os dois foram amplamente
ZOADOS/DETONADOS pelos professores que vou falar nos parágrafos seguintes, pra quem fui pedir opiniões e orientações, enquanto foram louvados por outros mestres que pedi opiniões sobre os mesmos
(e justamente a professora que eu achei que também fosse me zoar pelos mesmos, me deu todas as dicas necessárias de como fazer um deles).
Como eu não vou ficar com raiva?
Mas ainda tem o causo do professor que ministra
Oficina de Compreensão e Produção Escrita em Alemão e
Poesia Germânica acreditar que a palavra
PALHAÇO está escrito em minha testa com letras garrafais e brilhando em néon e me tratar como tal dentro de sala, provocando risos gerais na turma. Eu mereço, né? Ele nunca vai admitir que faz isso
(e ele ‘tá fazendo desde quando fui aluno dele tanto de CPA4 quanto da turma mista de G6/G7 do curso livre). Aí, ele ainda fica puto quando eu o canelo de forma violenta ou o chamo pelo sobrenome com um estalar de dedos. ‘Tô fudido desse jeito.......... Se ainda vou levar a sério?!? Não, né? Não me façam rir, porque não vou mesmo.
Ai tem o novo diretor da CEG
(que também é professor de Oficina de Ensino de Literatura de Língua Alemã [que é nome correto da disciplina, porra!] [que vou tratar no segundo tópico]) que também parece ou não quer entender meus trabalhos e sempre
“Não, Rafael, não dá pra fazer isso porque zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz blá blá blá nhéééééééééééé´” (um motivo que não tem nada a ver com a coisa). Eu propus a ele me ajudar num trabalho, parece que era sobre
Vikings ou
arte germânica das antigas, pré-Idade Média, essas porras, e ele disse
“MENOS germanismo e MAIS alemão”. Aí, eu apareço com os trabalhos
(que vou falar em alguma das próximas postagens) sobre
Metallica e Weimar +
Projeto Nuclear Alemão e Literatura (este último desenvolvido a priori para as semanas de História e Física deste ano da UFPA) pra conversar com ele e, tanto ele quanto o anterior, só faltam me empalar e me queimar vivo, argumentando que meus trabalhos não tinham sentido! E ele ainda disse que
“estava me ajudando pra que eu não fizesse besteira”. Eu só não consigo entender
COMO!
Tsc. Ainda bem que sei que
até os heróis têm pés de barro. Mas uns,
uns são mais de barro do que os outros.
“A retitude, o orgulho, as boas em más intenções e toda violência aplicada para o bem.
Sorrir quando se quer chorar, sorrir para viver... Parecem homens mortos pra quem pode perceber.”
– Dead Fish, “Afasia”, do álbum homônimo, de 2001
Segundo assunto: ensino de literatura.
Estes dias, sexta última, eu acho, eu ‘tava na casa do Tailson e ‘távamos proseando sobre a falta de discussão sobre o ensino de língua estrangeira – os
“por quês” e os
“pra quês” do ensino, que não são discutidos. Sim, conversávamos sobre isso porque a
HISTÓRIA e a
METODOLOGIA do Ensino nos são mais atraentes e interessantes do que o Ensino em si. E eu tenho que começar a gravar estas conversas pra postar aqui porque falamos tanta coisa e não consigo lembrar de porra nenhuma do que falamos sobre.
Então, ontem, na primeir’aula
VALENDO de
Oficina de Ensino de Literatura de Língua Alemã, o professor falando, falando, falando e eu – por mais incrível que possa parecer – prestando atenção no que ele estava falando sobre. Ai, caiu a ficha. Eu achava que era somente impressão minha, mas eu ‘tava errado. Todos estes anos, desde meu Ensino Médio e os
wasted years* no Cursinho, eu achei que.
Era.
Somente.
Impressão.
Minha.
Não era.
Eu sempre suspeitei que
o ensino de literatura era mecanicista demais. Tudo muito decoreba, tudo muito
“é assim, é assim, é assado, é assado”. E nunca pronto para perguntas tensas que os alunos faziam (meus professores desta disciplina sempre sofreram), fazendo
AQUELA CARA DE BUNDA. Ai, ficou uma coisa tão chata e maçante.
“Estes livros não vão mudar a vida de vocês se vocês não fizerem Letras”.
“Literatura só serve pra passar no vestibular”.
Vão.
Pras.
Putas.
Que.
Os.
Pariram.
Ai, fazem filmes inspirados em obras literárias das Belas Letras
(não vou entrar nesta discussão agora).
“Ãhn é? Este filme é/foi inspirado em um livro? De quem? Qual?” (segunda última inclusive, ouvi de um animal que professou que “a Literatura Estadunidense é fraquinha e não tem nada que se aproveite”; perguntei a ele se ele já tinha lido alguma coisa, e ele disse que tinham dito a ele; muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito legal, não?) e os caras não sabem de quem é, quem foi o/a autor/a, o período literário, o momento histórico, essas coisas. E ai ficam
“literatura? Hum, grande merda, não?” E então a pergunta:
“Pra que estudar Literatura? Porque estudar Literatura? Porque não tiram logo Literatura do programa se não serve pra nada?”
E caiu a ficha
PORQUE isso acontece. O porquê das aulas mecânicas/chatas/maçantes que fazem o povo não gostar de Literatura – e inclusive os que fazem Letras, que optam por serem
“professores estrela de cursinho” de
Língua Portuguesa (que também são um saco, na maioria brutalmente esmagadora das vezes) e/ou
Redação, e os que serão professores da Literatura de Língua Portuguesa não permitir-se-ão serem pensadores uni-laterais, porque justamente lêem pra caralho para evitar isso.
Porque isso acontece? Como eu falei pro Tail e pro Jeanzinho:
(ISSO ACONTECE PORQUE) NÃO SE DISCUTE METODOLOGIA DO ENSINO DE LITERATURA DENTRO DE SALA DE AULA NO ENSINO SUPERIOR. Na verdade, como disse o próprio Tail,
não se discute Metodologia de PORRA NENHUMA na Licenciatura, só vigora o
“você tem que ser professor disso, taqui a matéria que tu ministrarás e foda-se!”. Ai não entra as seguintes questões neurantes que fazem todo o sentido do universo:
A
“por que e pra você tem que ser professor/a de língua mater?”
B
“por que e pra você tem que ser professor/a de língua estrangeira?”
C
“por que e pra você tem que ser professor/a de literatura de língua mater?”
D
“por que e pra você tem que ser professor/a de literatura de língua estrangeira?”
E
“por que e pra você tem que ser professor/a de lingüística de língua mater?”
F
“por que e pra você tem que ser professor/a de lingüística de língua estrangeira?”
Como o Jean falou,
é uma contradição fudida do caralho que deixa todos os discentes PUTOS DA VIDA, porque entramos pra mudar e quebrar a roda, e percebemos que
o círculo vicioso é formado/criado dentro da própria universidade. E que
não temos como quebrar a roda, porque
as pessoas não querem que a roda seja quebrada porque os professores não querem a roda seja quebrada porque NÃO SERÃO ELES que vão para a linha de frente ensinar quem vai entrar. Eles não querem explicar
PRA GENTE, imagina ensinar a explicar pra terceiros o que,
MUITO PROVAVELMENTE, nem eles sabem como passar pra gente. E, no final, acaba sendo como o Tailson falou:
não nos tornamos EDUCADORES, como eles
QUEREM que sejamos, e sim, nos tornamos
PROFESSORES, por somente professar/repassar/repetir o que eles dizem.
E o pior: não tem como fazer alguma coisa, mesmo se conformando por não ter como lutar contra.
Muitíssimo-Frustrante-Para-Caralho, não?
Agora dá pra entender perfeitamente porque quem faz Letras só se torna professor de fato não porque quer, e sim porque não consegue mais nada de bom na vida.
lamentável
HQs lidas e recomendadas:
Quarteto Fantástico – Jogados aos Lobos. Roteiro de
Roberto Aguirre-Sacasa (Homem-Coisa, Noturno), desenhos de
Steve McNiven (Guerra Civil, Novos Vingadores, Capitão América), arte-final de
Mark Morales (Thor, Liga da Justiça, Exterminador) e cores de
Morris Hollowell (Heróis de Aluguel, Mercenário, Venom), com tradução para o português brasileiro de Sérgio Miranda. Deve ter saído na falecida
Marvel Knights, da Panini. O Governo Federal decidiu cortar as verbas de pesquisa do Quarteto Fantástico e os caras simplesmente pediram falência
(na história, aconteceu a mesma coisa com a Stark Internacional, mas os Stark tem como se sustentar). E o que acontece com a Primeira Família?
Viver vidas comuns como às das pessoas que não têm poderes. É então, nessas idas e vindas da vida que se percebe o quanto eles são realmente
FANTÁSTICOS. A arte pode não ajudar muito, mas o roteiro do Aguirre-Sacasa compensa muito, porque sabe trabalhar muito bem o drama pessoal de cada um sem ofuscar os outros
(mas o diálogo entre Reed e Martin no último número da série é incrível) e fazer todos se ajustarem, tendo como ponta de lança de base de sustentação ninguém menos do que Susan Storm-Richards, a Mulher Invisível. Se você não gosta, passe longe.
Dr. Estranho e Dr. Destino – Triunfo e Tormento. Se você é leitor da Marvel, você tem a
OBRIGAÇÃO de ler. Ponto. Roteiro de
Roger Stern (Liga da Justiça, Hulk, Legião dos Super-Heróis), desenhos de
Michael Mignola (preciso dizer mesmo?) e arte-final e cores de
Mark Badger (Excalibur, Ajax, o Caçador de Marte, American Flagg!).
Logan – A Trilha do Guerreiro. Essa eu li quando ‘tava no começo do CEFET Epoche
(essa foi triste). Historinha não das antigas dos X-Men (a Abril deu um tratamento bem caprichado pra ela, se comparando aos formatinhos), mas de quando o Wolverine ainda nem pensava em entrar nos X-Men. Não é todo mal e até chega a agradar. Roteiro de
Howard Mackie (Corações Negros, Justiceiro), desenhos de
John Paul Leon (RoboCop, Terra X), arte-final de
Shawn Martinbrough (Desafiadores do Desconhecido, Arqueiro Verde) e cores de
Gregory Wright (Elephantmen, Deathlok, Justiceiro).
Liga da Justiça & Hitman – ...No Lado Negro. Quando a LJA precisa de ajuda e só o Hitman pode ajudar? Não é engraçada, mas passa longe de ser séria. E, acreditem, vocês não vão ver a LJA da mesma maneira depois que lerem esta mini
(detalhe para o sobrenome do repórter que entrevista Clark Kent). Roteiro de
Garth Ennis, desenhos de
John McCrea e cores de
David Baron (Freqüência Global, Liga da Justiça: Elite, Arqueiro Verde e Canário Negro).
Liga da Justiça – A Guerra do Demônio. Esta mini em duas edições foi publicada no Brasil pela Mythos
(valeu por ter me apresentado, Edjan!). Pensem: o roteirista
Alan Grant (Juiz Dredd, Lobo, Batman) leu
O Senhor dos Anéis e depois escreveu o roteiro desta história – uma das seminais da LJ, na minha opinião. Vale a leitura e é muito bem-desenhada
(a Panini ia dar uma forra se publicasse uma versão encadernada especial dessa revista – fica o toque). Além do roteiro do Grant,
Michael Kaluta (Aquaman, Rocketeer, fez a concepção visual dos personagens e a arte fica por conta de:
Martin T. Williams,
Alex Horley,
Saverio Tenuta,
Rafael Garres,
Jim Murray,
John Watson,
Gregg Staples e
Simon Davis.
Agora deixa eu fazer meu trabalho de
Semântica & Pragmática que era pra ser entregue
HOJE. Mas como ‘tá rolando paralisação devido à reunião que vai decidir quando
ENFIM vai começar a começar a tal greve.
Tsc. É foda.
só pra terminar: eu ‘tava atrás de mais HQ
e pornografia das boas e achei um site onde se podia ler no papel de parede
“Opiniões e idéias são a munição, a internet é a arma. Eu tenho os dois e estou com MUITA RAIVA do que vejo ao meu redor!”
Mãe, me dê Forças...........!
* “Wasted Years”, Iron Maiden, Somewhere in Time, 1986.