ouvindo: ouvindo: Krigshoder, Krig I Hodet, de 2020.
e com vocês, os quarentões que você ama, respeita e venera. os melhores de seus mundos, povos, culturas e grupos sociocomunitários.
se tivéssemos marcado de nos encontrar, a gente não teria conseguido e ainda ficaria puto um com o outro, mas ainda bem que calhou de nos encontrarmos de forma totalmente aleatória. até o momento de escrita desse texto, eu ainda não sei como, sendo os dois chorões que somos, não choramos quando nos vimos – eu quero acreditar que estávamos tão cansados, famintos (¿mas quando e em qual momento ela e eu não estamos com fome?) e neurados (¿mas quando e em qual momento ela e eu não estamos neurados?) que não conseguimos chorar, dada à situação.
a Laís (eu gosto de chama-la de “Hel” ou de “LH” creio que só eu a chame de tais formas], eu posso dizer isso sem quaisquer tipos de equívocos, foi, por muito, muito tempo, a melhor amiga não-presencial que tive. ela sabe de MUITA COISA que até alguns dos meus melhores amigos de infância e/ou adolescência não sabem e também tenho a cota de podres dela que ela prefere que muita gente não tenha conhecimento. por muito, muito tempo e em muitas, muitas situações, apesar da distância continental, fomos as únicas pessoas que tivemos para nos apoiar, em virtude de situações, no mínimo, caralhentas para caralho que passamos em nossos locais de residência ou viagens.
eu posso dizer sem quaisquer tipos de equívocos que a LH é uma das melhores pessoas que conheço, que posso chamar de amiga e que eu não poderia ter vindo à SP sem tê-la visto e trocado uma ideia com ela pessoalmente. posso dizer, inclusive, que sou uma pessoa melhor por causa dela, das coisas que aprendi e aprendo com ela, tanto que ela é uma responsável direta por eu ter estreitado ainda mais meus laços com mi madre, muito do meu atual trato com a mamãe é resultado direto do que a LH me ensinou a partir da relação dela com seus pais (ela certamente não sabia dessa parte e queria ver a cara dela quando ler isso).
não sei quando vou voltar aqui. eu sei que serei uma pessoa melhor quando isso acontecer. eu sei que voltarei daqui uma pessoa muito melhor do que quando vim, em virtude de tudo que passei e aprendi nesse quadrimestre. eu certamente não teria conseguido sem muita coisa do que LH me orientou fazer e NÃO fazer. eu sei que LH será uma pessoa mais fantástica, maravilhosa e incrível do que já é e do que quando nos conhecemos. eu querer ser uma pessoa melhor diariamente, creio, é uma resposta e homenagem à vontade inexorável e inesgotável da Laís em querer ser sempre melhor do que no dia anterior, pra ela, pro Luís [marido dela, a saber] e pras pessoas ao redor dela. posso dizer, insofismavelmente, que venci na vida tendo alguém como ela como amiga e poder me referir a ela como tal acabei de lembrar que nunca parei pra pensar se ela pensa o mesmo ao meu respeito, mas ai eu penso qual a relevância disso.
agora é hora de voltar pra casa, com as melhores lembranças daqui. infelizmente não dá pra levar os trens e os metrôs e as lojas de tudo a preços “acessíveis”. queria eu, muitíssimo e somente Mãe Gæa sabe o quanto, poder abraçar a LH antes de entrar no avião antes de voltar pro Pará. mas a gente vai reunir de novo, eu sei, só não sabemos quando.
mas vamos.