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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quinta-feira, 19 de maio de 2022

O HOMEM DO NORTE – análise e crítica do filme

ouvindo:  V/A Ronda Alternativa coletânea de bandas punk lançada em 1988.

eu vi ontem O Homem do Norte [no original, The Northman[1]], dirigido pelo estadunidense Robert Eggers (de A Bruxa, de 2015, e O Farol, de 2019[2]) e escrito por ele e pelo escritor islandês Sigurjón Birgir Sigurðsson, creditado como Sjøn. o Sjøn, inclusive, co-escreveu o roteiro de Lamb[3], filme islandês-sueco-polonês do ano passado, dirigido pelo também Valdimar Jóhannsson.
O Homem do Norte
, de 2022; direção de Robert Eggers; roteiro de Robert Eggers e Sjøn; Regency Enterprises, Perfect World Pictures, New Regency e Square Peg; distribuição pela Focus Features (nos EUA) e pela Universal (no resto do mundo).
Lamb
, de 2021; direção de Valdimar Jóhannsson; roteiro de Valdimar Jóhannsson e Sjøn; Sena, TriArt Film e Gutek Film. 

como todo mundo que já frequentou estas pairagens, sabe que sou suspeitão pra caralho pra falar de vikings e escandinavismo (incluir aqui a mitologia desse pessoal[4]) e o escambau correlacionado.
PRA COMEÇAR, não era pra citar isso, mas tinha uma época no famigerado Facebook que os paraenses zuavam os famigerados tupinivkings – brasileiros metidos a nórdicos, odinistas e escandinavos – por se dizerem “nórdicos”, sendo que o significado do verbete é “oriundo/residente na região norte”. quem tem o mínimo de noção de geografia do Brasil exceto indivíduos nascidos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, obviamente sabe onde fica o Pará, né? liguem os pontos.
no mais, zoava-se ad æternum os nazipardos – fulaninho MESTIÇO metido a nazista, com todos os discursos e trejeitos característicos a esse bando de bosta que fala. ¿falei que existe tupinivking mestiço também? ‘tá, não falei, mas ai MEIO QUE, MUITO POR BAIXO, dá pra dar um desconto, visto que os vikings eram oriundos de povos germânicos[5], que eram, consequentemente, povos de várias etnias, resultando nos vikings também serem de várias etnias. TODAVIA, isso EM NADA valida quaisquer discurso de mito de origem tanto dos tupinivkings quanto dos nazipardos. 
mas ‘tá... falando de tudo isso, só posso concluir que o que não vai faltar é cu de tupinivking e cu de nazipardo piscando em código morse com O Homem do Norte.
eu poderia dizer que “a opinião do povo da extrema-direita brasileira quanto a esse filme é outra história”, mas... não vai rolar. o jornalista brasileiro Reinaldo José Lopes fez um excelentíssimo paralelo sobre a obra e este polo ideológico em questão, visto que abarca esse bando de retardado supramencionado [mesmo que sejam “extrema-direita”, “retardado”, “tupinivking” e “nazipardo” sejam sinônimos, aqueles que tu encontras no sinonimos.com[6]].

VOLTANDO AO TEMA PRINCIPAL DA POSTAGEM 
eu, por mais que tentasse e quisesse evitar, acabei vendo o mencionado filme sob três óticas: a de pretenso crítico de cinema, a de estudioso de vikings e escandinavismo e a de COF COF COF COF jogador/narrador de RPG. quanto a este último item, me ative aos títulos Lobisomem: A Idade das Trevas e mais especificamente a Os Vikings. ¿é uma história de Fenrir? é, mas isso não vem ao caso.
Lobisomem: A Idade das Trevas
, de Forest Marchinton, Harry Heckel, Deena Mckinney e Ethan Skemp; Estados Unidos: White Wolf, 1999.
Os Vikings,

Zé povim da intenet falou que é filme pra dormir “igual o novo [filme do] Batman”[7]. pois bem. não preciso dizer que são filmes diferentes, com propostas diferentes. “público-alvo” é uma conversa totalmente por fora que não vem ao caso. sobre esse novo filme do Batman, dirigido pelo Matt Reves (um dos roteiristas de A Força em Alerta 2 e diretor do primeiro Cloverfield[8], Planeta dos Macacos: O Confronto e Planeta dos Macacos: A Guerra) - escrito por ele e pelo Peter Craig (Jogos Vorazes: A Esperança, Top Gun: Maverick[9] e Bad Boys para Sempre[10]) -, ainda não vi pra comentar a fundo mas pelos trailers, posso dizer que é uma parada totalmente noir, vinda da fase noir do personagem. e olha que não gosto dele.
The Batman
, de 2022; direção de Matt Reves; roteiro de Matt Reves e Peter Craig; Warner Bros. Pictures, DC Films, 6th & Idaho e Dylan Clark Productions; distribuição pela Warner Bros. 
A Força em Alerta 2
, de 1995; direção de Geoffrey Peter “Geoff” Murphy; roteiro de Matt Reves e Richard Hatem; Regency Enterprises, New Regency Productions e Seagal/Nasso; distribuição pela Warner Bros.
Cloverfield
, de 2008; direção de Matt Reves; roteiro de Drew Goddard; Bad Robot Productions; distribuição pela Paramount.
Planeta dos Macacos: O Confronto
, de 2014; direção de Matt Reves; roteiro de Peter Chernin, Dylan Clark, Rick Jaffa e Amanda Silver; Chernin Entertainment; roteiro de; distribuição pela 20th Century Fox.
Planeta dos Macacos: A Guerra
, de 2017; direção de Matt Reves; roteiro de Peter Chernin, Dylan Clark, Rick Jaffa e Amanda Silver; Chernin Entertainment; distribuição pela 20th Century Fox.
Jogos Vorazes: A Esperança
– Parte 1, de 2014, Parte 2, de 2015; direção de Francis Lawrence; roteiro de Danny Strong e Peter Craig, sob o livro homônimo de Suzanne Collins; Lionsgate, Studio Babelsberg AG e Color Force; distribuição pela Lionsgate.
Top Gun: Maverick
, de 2022; direção de Joseph Kosinski (Tron: Legado; Oblivion); roteiro de Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie, Peter Craig e Justin Marks; Skydance Media; Don Simpson/Jerry Bruckheimer Films; distribuição pela Paramount.
Bad Boys
para Sempre, de 2020; direção de Adil El Arbi e Bilall 
Fallah; roteiro de Chris Bremner, Peter Craig e Joe Carnahan; Columbia Pictures, 2.0 Entertainment, Don Simpson/Jerry Bruckheimer Films, Overbrook Entertainment; distribuição pela Sony.

amigo meu falou que “filme de super-heroi é a salvação do cinema” e outro [falou] que “não dá pra desmerecer um género em detrimento do outro”. derM eister Scorcese falou que “filme de super-heroi NÃO é cinema”. ‘tá, meteram o caralho no, no Spielberg, no Cameron e no Lucas quando eles lançaram suas primeiras obras, disseram que os filmes deles “não eram cinema”. ‘tá, mas o que isso tem a ver com O Homem do Norte
esse bombardeio da Disney ao cinema fez geral se desacostumar ao cinema porradão, o que que não tem pena de gastar o público, seja em roteiro, seja em trilha sonora, seja em fotografia e montagem, vocês entenderam... tudo o que O Homem do Norte é, e é dicumforçamente.
“a história de O Homem do Norte?”
ai que eu ia morrer e não saberia que o texto Hamlet é baseado em uma narrativa escandinava, e o nome próprio em questão advém do islandês antigo Amlóði (calma ai que já vamos voltar pra isso ai ainda nesse parágrafo). ‘tá. sim. eu tinha visto a vídeo-crítica da Isabela Boscoli, a do Lucas Maia e a do Otávio Ugá sobre o filme, fiquei “‘bora ver o que tem atrás desse texto shakespeariano?”. depois de ver o filme e fazer a pesquisa pra esse post... “ulha só, Hamlet é um anagrama de Amleth, que é uma inglesificação[11] de... Amlóði!” segue o meme de reação


alguém perguntou dia desses no Twitter “qual a distância de referência pra homenagem pra ‘copia mas não faz igual’?”. POIS ENTÃO, NÉ?
‘tá. mas arte tem dessas coisas. foda-se. voltando.
a história de está presente na compilação Pœtica Edda[12] e CERTAMENTE o William Shakespeare o conheceu por meio do texto Amlethus, Amblothæ, em latim, lá por contas do século 12. o resto é história e História[13]. voltando.
em 896, o Jarl[14] Aurvandill Corvo-da-Guerra (interpretado por Ethan Hawke QUE DISPENSA APRESENTAÇÕES), de um reino escandinavo pré-medievo no que será a Islândia[15], volta de uma empreitada. Aurvandill tem como esposa Gudrún (interpretada por ninguém mais, ninguém menos que a Nicole Kidman QUE TAMBÉM DISPENSA APRESENTAÇÕES) e seu filho e herdeiro... QUEM? QUEM? QUEM? QUEM? QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM?
isso mesmo que pensaste.
o Amleth (interpretado pelo Oscar Novak).
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS o Aurvandill tem um irmão – i.e., Fjølnir (interpretado por Claes Bang) – que tem inveja de sua posição, e acaba tramando pra tirá-lo do poder. a emboscada acontece após o rito de Amleth entrar em harmonia com seu animal não-humano interior. Fjølnir dá cabo em Aurvandill, não antes deste dizer para Amleth fugir e voltar somente quando estiver pronto para vingar o pai, resgatar a mãe e matar o tio. 
in Westen nicht neues. eu sei, vocês sabem, todos nós sabemos.
eu sei, vocês sabem, todos nós sabemos que Amleth (já interpretado pelo Alexander Johan Hjalmar Skarsgård) volta e traz o inferno para Fjølnir. mas o que eu não sabia e que vocês sabem a partir de agora é que o não completa todas as quests a ele delegadas, POIS eu sei, vocês sabem, todos nós sabemos que a história tem um lado de cada pessoa que participou da história. EXPLICANDO: o que a Gudrún fala pro Amleth, quando ele vai meter a Draugr – espada cuja lâmina que não pode ser quebrada ou entortada – no rabo do Fjølnir, dá uma reviravolta brutalizadora destroyer powered no roteiro. ele então: “foda-se, ’tô aqui mesmo, vou terminar a main quest”
É HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL, durante o combate final entre protagonista e antagonista, não lembrar imediatamente do embate entre o Skywalker e o Kenobi em Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith. se todo e qualquer viking almeja o Valholl – o Valhalla, a saber -, é isso que o Amleth consegue. não suficiente/obstante, o Fjølnir também.
Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, de 2005; direção e roteiro de George Lucas; Lucasfilm; distribuição pela 20th Century Fox.

COM EXCEÇÃO DO FILME SER FALADO MAJORITARIAMENTE EM ESTADUNIDENSE E AS PARTES EM NÓRDICO ANTIGO NÃO TEREM LEGENDA, o filme é tecnicamente perfeito. PRA MIM, era pra terem feito uma parada MelGibsoniana, botado o elenco pra falar nórdico antigo e foda-se, que leiam as porras das legendas. 50% do motivo de eu achar Apocalypto e Paixão de Cristo filmes do caralho é por serem falados nos idiomas locais das épocas – i.e., em maia de Yucatec e aramaico, respectivamente. voltando.
Apocalypto
, de 2006; direção de Mel Gibson; roteiro de Mel Gibson e Farhad Safinia; Touchstone Pictures e Icon Productions; distribuição pela Buena Vista Pictures Distribution
A Paixão de Cristo
, de 2004; direção de Mel Gibson; roteiro de Mel Gibson e Benedict Fitzgerald sobre textos do Novo Testamento e La passione del Signore nelle visioni di Anna Katharina Emmerick; Newmarket Films; distribuição pela Icon Productions.

chega a dar raiva de tão bem feito, figurino, cenários, fotografia, montagem, iluminação, trilha sonora. pelo que vi em uns vídeos de produção do longa, o pessoal usou o mínimo do de efeitos visuais possíveis. os planos longos são uma constante, mas não tem muita coisa na tela pra particionar atenção de quem assiste. como falei pro meu Bärbruder Thiago, se chegarem a fazer uma série do Conan, tem que ser NESSE nível de qualidade, jamais menor.
pra quem gosta de cinema DE VERDADEO Homem do Norte  é banquete, é pra comer até passar mal, é filme pra ver de uma vez só. falo logo que tu vais torcer por todo mundo e ficar putaço full mode com todo mundo, visto que nada é simples, apesar do plot simples. ouso dizer que a única personagem que... é a que mais se fode, é a Olga Benário (interpretada por Anya-Josephine Marie Taylor-Joy[16]), feiticeira eslava capturada e escravizada pelos vikings que se torna amante de Amleth[17].
inclusive, não é um filme fácil, causa angústia, dá mal-estar, dá vontade de virar a cara em umas passagens. pra terminar, NÃO É PRA AVALIAR COM OS VALORES SOCIAIS ATUAIS, tampouco PARALELIZAR com “possíveis” valores sociais atuais (voltar ali pra questão levantada pelo RJL[18]), a fim de validá-los.no máximo, tratar as questões sociais a partir das levantadas pela/na obra supramencionada.

e é isso ai. 
assistam O Homem do Norte .





NOTAS
[1] a saber, uma das melhores traduções de título de filmes que já vi, mas “traduções de título de filmes” é outro assunto pra outro post.
[2] sim, também vou comentar esse filme aqui. em verdade, tem um caralhal de filme pra comentar aqui.
[3] o primeiro ainda não vi, o segundo eu vi e “beleza, muito bom, muito foda, ‘tá valendo, mas cadê o horror cósmico lovecraftiano que vocês viram nele? num tem naum”.
[4] no alto de minha formação de cientista da religião (senti muito nojo e asco de mim agora), também incluo o item mitologia.  
[5] por mais que os europeus chiem, gritem, chorem, o caralho, dos povos germânicos surgiram QUASE todos os atuais europeus tem uma exceção aqui e ali, como, POR EXEMPLO, os gregos (advindos dos micênicos), os finlandeses (de origem suomi) e praticamente todos os eslavos. não considero turco exatamente europeu, de mesmo modo que não considero tocantinense exatamente nortista.
[6] vou providenciar hoje mesmo essa página nesse site.
[7] PRA QUÊ AINDA FAZEM FILME DO BATMAN, CARA?!?
[8] obrigatório para um caralho! 
[9] eu gostava do filme Top Gun antes de estudar propaganda ideológica e como se desdobra no cinema.
[10] a verdadeira definição de “filme totalmente desnecessário” é esse filme.
[11] “inventei” agora essa palavra, um extintor de incêndio no seo coo se não gostaste.
[12] em algum post deste blog eu expliquei o que é esta compilação, procura ai que tu encontras ou seja, te vira.
[13] tem diferença nisso ai, mas não sou eu que vou explicar.
[14] líder de um povoado escandinavo pré-medievo. os termos relativos à nobreza só são utilizados propriamente valendamente só a partir da formação dos primeiros estados nacionais europeus, o que ainda demoraria para um caralho para acontecer.
[15] lá por 1919, 1920, por ai.
[16] ela ‘tá no mencionado A Bruxa, e faz uma voz no longa de animação Playmobil e na adaptação pro cinema filme d’Os Novos Mutantes, como a Ilyana Rasputin (não vou ver porque, pra mim, este grupo tem a mesma relevância d’Os Novos – i.e., NENHUMA!).
[17] “par romântico” são as picas do Dredd e do Mandingo simultaneamente no teu ânus.
[18] acrônimo de Reinaldo José Lopes.










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¡¡¡NEUEN!!!
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