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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

... e mais poesia, poesia, POESIA!...

Ouvindo: Terror Revolucionário, Flores Para o Próprio Enterro, de 2000.

[¡SEM TÍTULO!]

“De nossas bocas, o mesmo hálito aflora.
Dos corações, o baque clamoroso, aflito.
De nossos corpos, o mesmo desejo vibra agora.
Dos olhos, o mesmo olhar, terno e contrito.”
– Valdemir Francisco Silva Costa, “Despedida”.

só respira fundo
e feche suas mãos à minha
não chegamos até este longe aqui para não fazer isso
consegues sentir
o calor dos meus pés aos seus
e igualmente o peso
dos meus quadris sobre os
seus?
quem diria... quem diria...
quem diria nós aqui
e nós agora...?
devias se ver de olhos fechados
e o quão suspiras alto
(a ponto de [pre]encher um quarto)
quando gozas...
me acredite, meu bem
quando digo que te ver de quatro
é tão ou até mais bonito
do que, com as mãos em seus seios, te ver e ter de cima para baixo.
só respire fundo
e feche suas mãos à minha
ter-me-ás novamente
ter-te-ei novamente
ter-nos-emos 
nos teremos
novamente
porém
nesta posição
é primeiramente.
é através de penetração e gozo que seres humanos
expulsam anjos e demais seres divinos de seus lares
tornando-os
seus.
pronta para ascender
pronto para ascender
prontos para ascender
mãos fechadas a mãos:
– respirar fundo. 


:: 04 de janeiro de 2019 ::

2 comentários:

Julianna disse...

É Filho de Gaia... depois de ler está poesia, é preciso "tentar respirar fundo". És incrível com as palavras, brincas com elas em liberdade poética e... encanta!

Quilômetros-a-Pé disse...

mas oxi! auhaeuhaehuaehuaeuhaeuhaehuae
faço o que posso, e ainda não me considero bom o suficiente, Julianna!

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