HERMENÊUTICO
Faz alguns anos atrás, lembro como se fosse ontem,
O Frango falando no Facebook
“Quando música sertaneja e pagode fazem sentido na vida, é porque já se chegou verdadeiramente ao fundo do poço”
[era exatamente isso ou alguma merda muitíssimo parecida].
E agora, eu aqui em pé, no Guajará Ver-O-Peso Centenário,
Já li um ensaio inteiro do Benedito Nunes e outros pra usar na porra do estágio
E o motora ouvindo no talo
Sertanejo universitário de cotovelo descarado
Eu aqui imaginando
Que deves saber cantá-los de cabo a rabo.
Se os sabes, é porque fazem todo o sentido do mundo pra você
Como hardcore e Arraial do Pavulagem fazem pra mim.
E, por mais que eu odeie, até ‘sascanções são texto
E algum(a) desocupado(a) ad extremum insofismavelmente já se debruçou sobre elas para dissecar analiticamente se valendo de um procedimento metodológico de viés
Hermenêutico.
Será que hoje será lida por tal processo?
Essa semana?
Essa semana, eis-me novamente tendo esperança e sonhos indevidos que não deveriam ser desenvolvidos e alimentados e nutridos.
Talvez seja a última chance de dar um passo firme e sólido e certeiro não sabemos pra onde –
pra onde?
Tudo é Texto
intertexto
intratexto
subtexto
sobretexto
Como se classificam, a nível de texto, sentimentos?
Como se classificam, a nível de texto, desejos?
Como se classificam, a nível de texto, esperanças?
E então finalmente como designar
Sentimentos e Desejos e Esperanças
Simultaneamente
reconfigurados e ressignificados
a nível de
Poesia à
Mulher-Idealizada-e-Desejada-Todo-Santo-Dia
e então investigar tal composição textual a nível
Hermenêutico?
E se esses malditos sertanejos [entre tantos outros]
Juntos comporem, de modus Poeticæ , nossa história
Até então e enfim
Estarmos juntos?
… se é que algum dia então e enfim…
estarmos juntos
seja ou não
a nível
hermenêutico.
:: 21 de março de 2018 ::