“Toda linguagem socialmente partilhada fornece um modelo de mundo. Esse modelo de mundo é arbitrário, culturalmente delimitado. Ele apresenta o mundo como “ele é” sendo, no entanto, apenas uma forma de organiza-lo entre outras possíveis. Porém o jogo da ideologia do poder é precisamente dar transparência a essa linguagem, dando-lhe aura de realidade. Segunda essa perspectiva, o mundo é como o descrevemos e as relações sociais, étnicas, de gênero, etc. ali representadas são dadas como naturais. Cientes desse poder instaurador de realidade que a linguagem tem sobre o homem e a mulher comum, estados, partidos e grandes corporações investem muito dinheiro em repetir pedaços dessa realidade por meio de bordões, jingles, pequenas cenas padronizadas, comportamentos recorrentes, de forma que na nossa percepção imediata do mundo não tenhamos mais que pensar nas formas como ele é composto. Ele nos é dado.”
– Paulo Augusto de Souza Nogueira, Religião e linguagem: proposta de articulação de um campo complexo, 2016.
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