“Segundo Merlin Donald, a linguagem surgiu com o objetivo de narrar do mundo, e a forma por excelência dessa narração é o mito (DONALD, 1991, 258; ver também DEACON, 2009, 500). Aderindo a essa perspectiva também diríamos que essa forma elementar de narração, o mito, é a única que permite encaixar num texto elementos desconexos, improváveis, inesperados, aqueles mesmos com que os seres humanos se depararam ao se darem conta da grande assimetria, de que a cultura humana se constituía como uma das formas de enganar a morte, dando-lhe significado. Existe, no entanto, algo mais absurdo do que dar sentido à morte? É aqui que o mito entra em ação, como narrativa densa e improvável, e por isso indispensável.”
– Paulo Augusto de Souza Nogueira, Religião e linguagem: proposta de articulação de um campo complexo, 2016.
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