SUZANNE MITTUS-URIBE
Os manda-chuvas do colégio onde estudo arrumaram uma missa
Para comemorar e celebrar o dia dos pais
Só que meu pai não mora comigo
E, acho até que ele não gosta mais de mim
E penso, todos os dias, se ele já me esqueceu completamente
Por isso, não compareci à celebração
Não culpo ninguém nem Deus por isso ter acontecido
Foi papai quem escolheu fazê-lo
Ele escolheu o caminho dele
Mesmo assim, eu não o perdôo de forma alguma
Mas, ainda assim, eu quero vê-lo à minha frente
Mais uma vez antes de eu morrer
Eu quero vê-lo, toca-lo e abraça-lo
E dizer para ele tudo o que um filho quer dizer para o seu pai
Olhos nos olhos dele e ouvir a voz dele
E sentir a “segurança” do abraço dele
Eu poderia desistir de tudo para vê-lo e tê-lo
Pelo menos só mais uma vez
Para não sentir mais a sua falta antes de dormir
Porém, sei que isto nunca será possível
Mas dele está “dentro de mim” para sempre
E Deus sabe que não preciso ir à Sua Casa para fala-lo
Porque ele está em mim eternamente
Assim como o meu pai e assim como o meu pai
assim como o meu pai
:: 11 de agosto de 2000 ::
:: para Pedro Paulo Gonçalves Malafaia – o meu pai! ::
Bem, esse é de quando eu fiz um “Cursinho Relâmpago” lá no Universo antes da 2ª fase do Processo Seletivo da Universidade Federal do Pará de 2003. Era mulher bonita pra caralho por lá... mas eu só escrevi dois poemas pra meninas lá – este a seguir e o Cabelos Olhos-Castanhos-Claros, que é para a Naisha Cardoso Ferreira, amiga da guria pra quem o poema abaixo é dedicado [que é minha amiguinha de Orkut também].
RESISTÊNCIA DO FERRO AOS ESFORÇOS MECÂNICOS
Tem coisas sem as quais uma pessoa não pode viver
Eu não posso viver sem HQ’s, rock’n’roll e tecnologia
E sem ver mulher bonita também
E como eu queria não poder viver sem você também
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de ouvir
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de ler
Não vou tentar adivinhar que tipo de filmes você gosta de ver
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de fazer
Então prefiro acreditar que nesta questão
ignorância é força
E agora eu apenas temo que você não goste de poesia
Você é uma graça (mas não uma piada)
Você é linda (como se tecida por poesia)
Você é tão bonita (tal qual uma bem-feita rima)
Não vou ficar doente
Quando não te ver mais
Pois agora quando ando descalço pelo asfalto
As pedras de seixo não ferem mais meus pés
Mas como eu queria não poder viver sem você também
:: fevereiro de 2003 ::
Esse aí é da época que eu estava cursando o Ensino Médio no (mais do que citado famoso e saudoso) Anchieta, quando eu era um adolescente idealista retardado que queria mudar o mundo segundo minhas convicções absurdas (atualmente não sou mais idealista e nem adolescente, mas ainda sou um retardado que quer mudar o mundo segundo minhas convicções absurdas).
AS GUERRAS DO PELOPONESO
Não, não, não
Eu não quero estudar
Não, não, não
Eu não quero crescer
Apesar de o mundo estar se destruindo
Eu não quero nem saber
Mas tudo bem
Nada pode ir se danar
Mas tudo bem
Vamos salvar o mundo
Eu não quero ir embora
Toda forma de poder
Querer não é poder
Então, tente até conseguir
Mães, eu estou com medo
Pule, grite e dance
Balance sua cabeça até seu pescoço quebrar
Não siga maus conselhos
Este é um deles
Nem toda forma de sentir vale a pena
Siga o seu coração
Mães, eu estou com medo
:: 25 de junho de 1999 ::
:: obrigado Manoel Alverzan Lima ::
O que as pessoas são capazes de escrever quando se sentem mal por causa de algo que as destrói por dentro para fora? Por causa da auto-estima realmente despedaçada e com seus ideais perdidos e desestruturados? Uma das coisas mais significativas que escrevi sobre isso é o texto a seguir.
INVASÕES ÁRABES
Pessoas acreditam em certas coisas
Para ficarem felizes.
Pessoas acreditam em certas coisas
Para ficarem fortes.
Eu não sei no que acreditar
Para ficar feliz
Para ficar forte.
As pessoas fazem seus destinos
Ou são pisadas pelos destinos dos outros.
E não sei o que fazer e não sei como fazer meu destino.
Perto de certas pessoas
Me sinto pequeno, insignificante, fraco, idiota.
Talvez eu nunca saiba o que fazer realmente
E qual seja a droga da minha missão aqui
Porque eu já cansei de supor, tentar e procurar
Qual seja.
E, mesmo se eu não descobrir no fim qual seja,
Não vou me matar pra desistir e acabar mais rápido.
:: 10 de abril de 2003 ::
PAVIMENTAÇÃO
às vezes temo não saber mais
como é o saber de sua voz em meus ouvidos.
apesar de suas mãos estarem pouco nas minhas
não vou esquecer o calor e o tamanho delas
às vezes leio todos os poemas que fiz pra você
pra que não evapores
de meu pensamento
e também de meu coração.
meu coração e o seu coração não se vão e nem se dispersam
de dentro de nós
meus pensamentos e os seus pensamentos não se vão e nem se dispersam
de dentro de nós... de nós dois.
lembrar de você continua sendo muito bom
mesmo porque já me ensinaste muitas coisas
e sua lembrança não me deixa ficar sozinho
em qualquer situação.
mas tenho que confessar que sempre me senti e me sinto
melhor e mais forte quando penso e quando lembro de você
do que quando lembro de sua prima.
espero continuar importante pra você
como você é ____ ainda é para mim sim.
para terminar, espero que você continue sendo uma
das mulheres mais bonitas, inteligentes, charmosas e legais que conheço.
nós ainda vamos nos abraçar de novo
:: 16 de setembro de 2003 ::
DEUSES, TÚMULOS E SÁBIOS
Eu sei seu nome, papai
Eu sei seu nome, mamãe
Mas seus rostos não são familiares
Nem voz, nem sorriso, nem olhar
Nem abraço para me confortar
Mas eu vos perdôo por não estarem aqui
E vou fazer o possível para que vocês não se apaguem
De dentro de mim
Eu
vou andar... descalço em brasa
vou estar nu... durante chuva torrencial
vou fechar em minhas mãos... pedras e espinhos
até que elas estejam banhadas em sangue.
A falta de vocês aqui vai me deixar mais forte
E vocês vão estar onde meu coração estiver.
As peças para montar minha história nuca terminam de aparecer
Sem memórias, muitas mentiras, sem passado
“Não fale, não sinta, não pense”
Não é dúvida que faz mal, é a mentira.
E vocês vão estar onde meu coração estiver.
Não me permito chorar pois sei que vocês iriam se irritar com isso
Até mesmo quando lembro de todas
As crianças que foram separadas de seus pais e de suas mães.
Eu devo achar as respostas para seus atos
Achar um sentido em suas existências
Não monstros, não heróis – apenas humanos
Não sou apenas vítimas, mas sou quem vai escrever
Parte da minha história com minhas próprias mãos.
E vocês vão estar onde meu coração estiver
:: 26 de fevereiro de 2003 ::
:: obrigado Alice Pires de Oliveira ::
Os manda-chuvas do colégio onde estudo arrumaram uma missa
Para comemorar e celebrar o dia dos pais
Só que meu pai não mora comigo
E, acho até que ele não gosta mais de mim
E penso, todos os dias, se ele já me esqueceu completamente
Por isso, não compareci à celebração
Não culpo ninguém nem Deus por isso ter acontecido
Foi papai quem escolheu fazê-lo
Ele escolheu o caminho dele
Mesmo assim, eu não o perdôo de forma alguma
Mas, ainda assim, eu quero vê-lo à minha frente
Mais uma vez antes de eu morrer
Eu quero vê-lo, toca-lo e abraça-lo
E dizer para ele tudo o que um filho quer dizer para o seu pai
Olhos nos olhos dele e ouvir a voz dele
E sentir a “segurança” do abraço dele
Eu poderia desistir de tudo para vê-lo e tê-lo
Pelo menos só mais uma vez
Para não sentir mais a sua falta antes de dormir
Porém, sei que isto nunca será possível
Mas dele está “dentro de mim” para sempre
E Deus sabe que não preciso ir à Sua Casa para fala-lo
Porque ele está em mim eternamente
Assim como o meu pai e assim como o meu pai
assim como o meu pai
:: 11 de agosto de 2000 ::
:: para Pedro Paulo Gonçalves Malafaia – o meu pai! ::
Bem, esse é de quando eu fiz um “Cursinho Relâmpago” lá no Universo antes da 2ª fase do Processo Seletivo da Universidade Federal do Pará de 2003. Era mulher bonita pra caralho por lá... mas eu só escrevi dois poemas pra meninas lá – este a seguir e o Cabelos Olhos-Castanhos-Claros, que é para a Naisha Cardoso Ferreira, amiga da guria pra quem o poema abaixo é dedicado [que é minha amiguinha de Orkut também].
RESISTÊNCIA DO FERRO AOS ESFORÇOS MECÂNICOS
Tem coisas sem as quais uma pessoa não pode viver
Eu não posso viver sem HQ’s, rock’n’roll e tecnologia
E sem ver mulher bonita também
E como eu queria não poder viver sem você também
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de ouvir
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de ler
Não vou tentar adivinhar que tipo de filmes você gosta de ver
Não vou tentar adivinhar o que você gosta de fazer
Então prefiro acreditar que nesta questão
ignorância é força
E agora eu apenas temo que você não goste de poesia
Você é uma graça (mas não uma piada)
Você é linda (como se tecida por poesia)
Você é tão bonita (tal qual uma bem-feita rima)
Não vou ficar doente
Quando não te ver mais
Pois agora quando ando descalço pelo asfalto
As pedras de seixo não ferem mais meus pés
Mas como eu queria não poder viver sem você também
:: fevereiro de 2003 ::
Esse aí é da época que eu estava cursando o Ensino Médio no (mais do que citado famoso e saudoso) Anchieta, quando eu era um adolescente idealista retardado que queria mudar o mundo segundo minhas convicções absurdas (atualmente não sou mais idealista e nem adolescente, mas ainda sou um retardado que quer mudar o mundo segundo minhas convicções absurdas).
AS GUERRAS DO PELOPONESO
Não, não, não
Eu não quero estudar
Não, não, não
Eu não quero crescer
Apesar de o mundo estar se destruindo
Eu não quero nem saber
Mas tudo bem
Nada pode ir se danar
Mas tudo bem
Vamos salvar o mundo
Eu não quero ir embora
Toda forma de poder
Querer não é poder
Então, tente até conseguir
Mães, eu estou com medo
Pule, grite e dance
Balance sua cabeça até seu pescoço quebrar
Não siga maus conselhos
Este é um deles
Nem toda forma de sentir vale a pena
Siga o seu coração
Mães, eu estou com medo
:: 25 de junho de 1999 ::
:: obrigado Manoel Alverzan Lima ::
O que as pessoas são capazes de escrever quando se sentem mal por causa de algo que as destrói por dentro para fora? Por causa da auto-estima realmente despedaçada e com seus ideais perdidos e desestruturados? Uma das coisas mais significativas que escrevi sobre isso é o texto a seguir.
INVASÕES ÁRABES
Pessoas acreditam em certas coisas
Para ficarem felizes.
Pessoas acreditam em certas coisas
Para ficarem fortes.
Eu não sei no que acreditar
Para ficar feliz
Para ficar forte.
As pessoas fazem seus destinos
Ou são pisadas pelos destinos dos outros.
E não sei o que fazer e não sei como fazer meu destino.
Perto de certas pessoas
Me sinto pequeno, insignificante, fraco, idiota.
Talvez eu nunca saiba o que fazer realmente
E qual seja a droga da minha missão aqui
Porque eu já cansei de supor, tentar e procurar
Qual seja.
E, mesmo se eu não descobrir no fim qual seja,
Não vou me matar pra desistir e acabar mais rápido.
:: 10 de abril de 2003 ::
Foi uma cagada ter escrito este poema. Não foi “bem uma cagada ter escrito este poema”. O caso é que fui inventar de deixar dentro do meu caderno ao invés de colocar logo dentro da pasta onde guardo meus poemas. Ele [o poema em questão] foi feito na época que eu ainda estava namorando a japa do CEFET. A história da cagada é a seguinte: a irmã do meio dela [que, justamente por ser japa, eu não podia chamá-la de Croatan {o Irmão-do-Meio das Tribos Garou dos Puros: Wendigo – o Irmão-Mais-Velho, Croatan – o Irmão-do-Meio, tribo que se sacrificou por inteira para derrotar uma das três faces da Wyrm que havia despertado no Novo Mundo, a Devoradora-de-Almas – e, por fim, Uktena, o Irmão-Mais-Novo. Mais detalhes dessa história em Lobisomem: O Apocalipse, Lobisomem: Guia do Jogador, Livro da Tribo Uktena, Livro da Tribo Wendigo, e, por fim, Werewolf: Wild West} então ficou mesmo Magrela-da-Wyrm, ou simplesmente Wyrm-Taeko] foi inventar de fuçar minha mochila e acabou achando este poema dentro do meu caderno. É claro que o clima ficou uma bosta e pra eu me explicar, então... Mas... foda-se isso... vamos ao poema em questão.
às vezes temo não saber mais
como é o saber de sua voz em meus ouvidos.
apesar de suas mãos estarem pouco nas minhas
não vou esquecer o calor e o tamanho delas
às vezes leio todos os poemas que fiz pra você
pra que não evapores
de meu pensamento
e também de meu coração.
meu coração e o seu coração não se vão e nem se dispersam
de dentro de nós
meus pensamentos e os seus pensamentos não se vão e nem se dispersam
de dentro de nós... de nós dois.
lembrar de você continua sendo muito bom
mesmo porque já me ensinaste muitas coisas
e sua lembrança não me deixa ficar sozinho
em qualquer situação.
mas tenho que confessar que sempre me senti e me sinto
melhor e mais forte quando penso e quando lembro de você
do que quando lembro de sua prima.
espero continuar importante pra você
como você é ____ ainda é para mim sim.
para terminar, espero que você continue sendo uma
das mulheres mais bonitas, inteligentes, charmosas e legais que conheço.
nós ainda vamos nos abraçar de novo
:: 16 de setembro de 2003 ::
Uma amiga da mamãe me emprestou uma Marie Clarie que falava sobre os filhos de presos políticos da Ditadura Argentina cujos corpos foram escondidos e enterrados em valas e, só recentemente, foram encontrados por seus parentes e filhos. Esta letra fala justamente sobre isso – mas não somente sobre os “Filhos e Filhas da Ditadura Argentina”, mas sobre todos aqueles cujos pais e mães foram levados durantes os regimes militares em seus países.
Eu sei seu nome, papai
Eu sei seu nome, mamãe
Mas seus rostos não são familiares
Nem voz, nem sorriso, nem olhar
Nem abraço para me confortar
Mas eu vos perdôo por não estarem aqui
E vou fazer o possível para que vocês não se apaguem
De dentro de mim
Eu
vou andar... descalço em brasa
vou estar nu... durante chuva torrencial
vou fechar em minhas mãos... pedras e espinhos
até que elas estejam banhadas em sangue.
A falta de vocês aqui vai me deixar mais forte
E vocês vão estar onde meu coração estiver.
As peças para montar minha história nuca terminam de aparecer
Sem memórias, muitas mentiras, sem passado
“Não fale, não sinta, não pense”
Não é dúvida que faz mal, é a mentira.
E vocês vão estar onde meu coração estiver.
Não me permito chorar pois sei que vocês iriam se irritar com isso
Até mesmo quando lembro de todas
As crianças que foram separadas de seus pais e de suas mães.
Eu devo achar as respostas para seus atos
Achar um sentido em suas existências
Não monstros, não heróis – apenas humanos
Não sou apenas vítimas, mas sou quem vai escrever
Parte da minha história com minhas próprias mãos.
E vocês vão estar onde meu coração estiver
:: 26 de fevereiro de 2003 ::
:: obrigado Alice Pires de Oliveira ::