Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

conto sem título

[¡sem título!]

Porra, André – ela de óculos escuros estilo Lennon, maiô, bermuda e sandálias; o coldre na perna, por uma abertura na bermuda que facilitaria o saque –, quem dera se toda missão fosse assim: ir atrás do bloco, chuva, marchinha, beber tudo sem ficar bêbado... 
Porra, Kat – Cahlkias de sandálias e bermudas, camisa na cintura –, eu também curto muito tudo isso, o foda é ter que ficar reparando aquele bando de jumento da universidade. 
E tudo pago pelo governo, olha – Jainchill observou. – Não que eu aprove esse gasto. E acho que cê também não, caloura.
A “caloura” era Kathaerine Pelegrina Melo, récem-recrutada pela ABIN como infiltrada no Movimento Estudantil da Universidade Federal de Pelotas, e um ano e meio mais nova do que Jainchil e três do que Calkhias. Era sua primeira missão de observação fora da universidade e arredores, sendo coordenada pelo londrinense e avaliada pela fluminense. André Magalhães e Jussara Grassetti compunham o resto da equipe, o primeiro monitorando o que Melo pegava com as câmeras em seus óculos (a altura dela ajudava pela visão mais completa do local) e a segunda monitorando a posição em campo do trio, que estava de olho nos “alvos”, mas a distância que pudessem ver e não ser vistos. Antes de sair, tomaram remédios especiais para não se embriagarem, independente do quanto bebessem, ou até mesmo se utilizassem outros tipos de drogas. Armas carregadas e posicionadas, identificação via satélite ok, identificação colada ao corpo caso fossem parados pela polícia ou afins ok, se misturaram com o povão.

Sim, porque eu iria trabalhar pra vocês? – incisiva.
Eu poderia te dizer que vamos te pagar muito bem...
Eu estudei sobre a ditadura e...
Não estamos mais na ditadura e o buraco é muito mais embaixo atualmente.
Multipolaridade mundial pós-Guerra Fria?
Eu disse que ela era uma boa escolha – Wackwitz abriu os braços para cima.
Fora que você viu o que viu em Fortaleza ...
O tal REX?
O tal REX.
E o que vocês fizeram com o......?
O apagamos do sistema e proibimos de repetirem o nome dele em voz alta por ai.
Não, ele não está morto. Só o trancamos e jogamos todas as chaves fora.
[silêncio]
Mas isso não responde minha pergunta: “porque eu?” E também minha outra pergunta “porque eu trabalharia pra vocês?”
Porque, se você não trabalhar pra gente e com a gente, vamos te apagar que nem apagamos aquele paraense doente mental filho da puta. Porra. Não podemos ter essa conversa e te deixar passeando por ai como se nada tivesse acontecido. Porra.
Ah...

Desespero total entre a multidão. “Não os percam de vista”, Magalhães gritou. Melo pensou em tirar a arma, mas, além de não achar prudente, lembrou-se “de só tirar a arma em último caso que não houvesse mais solução”. Já sabia o procedimento, separar-se e encontrar. A perua havia explodido no momento em que os alvos haviam se encontrado, impedindo que Magalhães e Grassetti fechassem a posição do negociador e rastreassem seu rosto no banco de dados. “Liguem os RE²Mics internos”, Grassetti ordenou, Melo odiava tais maquinários. Ela odiava o trabalho todo em si, se sentia uma traidora mentirosa imunda – que ganhava mais do que ganharia como professora de História ou historiadora ou mesmo designer – para entregar os amigos, tanto que usava o dinheiro somente para o estritamente necessário e dava o resto para os pais e instituições de caridade apoiadas pelo coletivo feminista que era integrante (e acabou conhecendo as lá infiltradas). O treinamento foi uma verdadeira barra e mais ainda por ainda ter que manter o peso de antes da convocação, para não levantar suspeitas, apesar de ter gostado de agora saber utilizar várias armas e técnicas de combate corpo-a-corpo que acreditava não poder fazer devido ao biótipo. Quase não completou os módulos de montagem e manutenção geral, infiltração, intimidação e tortura (por motivos óbvios), entretanto foi aluna exemplar em identificação, tiro, improvisação e adaptação, planejamento e combate corpo-a-corpo. Neste momento, corria atrás de atravessador um de drogas experimentais para a sua universidade e seu respectivo fornecedor. “Já fiz uma varredura por satélite”, Grassetti gritou, “não foi tiro de bazuca que atingiu a kombi, ela explodiu sozinha. Se concentrem no careca, deixem que os tubarões resolvam isso”.

Desde Fortaleza... – ela sussurrou. – Vocês ‘tão me monitorando desde Fortaleza...
Pra falar a verdade, foi a Jainchill e a Sagnol que deram a sugestão quando te viram lá.
Sagnol?
Ana Talita Sagnol. Se formou recentemente no mesmo curso que tu na Universidade de Londrina, mas agora é agente de campo mesmo. “Menos trabalho do que infiltrada”, foi o que ela disse.
Quantos... Infiltrados...?
Mais do que você pode imaginar. Competimos pau a pau com os militares, mesmo trabalhando com eles.
Têm militares infiltrados no Movimento Estudantil?!?!?
Você ia meter uma bala na cabeça agora mesmo se soubesse onde tem gente... Sorte a nossa que você não tem arma pra fazer nem autorização pra saber.

“Sara, fecha no meu sinal”, Lenina sussurrou, “‘tô do lado dele”. “Cahl, Kat, vão!”, Magalhães gritou após a morena de olhos bem negros informar a posição a eles e transmitir para seus celulares. O londrinense levantou o braço e fez um sinal com a mão, a pelotense viu e obedeceu – cada um chegar por um lado do alvo para fechá-lo. A caloura perguntou se Jainchill havia achado o atravessador ou o fornecedor. “O segundo”, a acreana respondeu, “o que vocês estavam esperando para encontrar”. Carros de polícia e televisão por todos os lados. Visualizou o local de encontro, um restaurante. Entrou. Após uma olhada rápida, viu a carioca, que fez sinal com a boca “é ele”, mas não pôde ser visto devido às pessoas à sua frente. O londrinense se aproximava pelo outro lado. “Caloura”, Magalhães, “fecha o foco nesse animal pra eu fixar a imagem e procurar no banco de dados”. O sangue subiu todo à cabeça dela quando o fez. Ferveu como uma caldeira já em ponto de derreter metal instantaneamente.
“Seu filho de uma puta”, ela rangeu os dentes. Ele olhou para ela. O resto de sua equipe não entendeu. “Eu prometi que ia te achar até no inferno”. O sergipano anunciou ter encontrado a ficha do procurado, Lenina pediu um tempo para saber o que a caloura faria. “Puta merda”, Aluizio Fernandes Rochedo se lembrou dela, “não você”. Antes que a analista de campo infiltrada no Movimento Estudantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro pudesse pensar em algo, ele saiu rapidamente pelo outro lado, até mesmo fora do alcance de Cahlkias. “Kat, mas que porra...?”, Jussara.
Ele estuprou a minha irmã!
“VAI!”, Grassetti e Jainchill soltaram a corrente do lobo.



:: 17 a 19 de fevereiro de 2015 ::

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O MAIS LONGO DOS MINUTOS - conto completo

O MAIS LONGO DOS MINUTOS


Encontro Nacional de Estudantes de Ciências da Religião (ENECiR)
Algum lugar do Brasil
Sábado, 17 de Fevereiro de 2008
10:35:50

ELES O VÊEM. O chamam pelo nome. Ainda está sonolento. Olhos querendo continuar fechados. Eles gritam seu nome. Escova de dentes em uma das mãos. Toalha em um dos ombros. Nem sabe se as sandálias aos pés são suas. Ele levanta a cabeça, abre a boca
E o mundo pára.
NENHUM dos lá presentes jamais esquecerá o que ouviu aquela manhã. O mais longo dos minutos. O mais infinito e interminável. Quando todo um campus e arredores ouviram aquilo que era indistinguível entre um rugir e um estrondo. E os corações inflados de pavor e desespero por sessenta segundos completos. Se possível fosse, corações parariam e pássaros presos em pleno ar. Crianças presas às pernas de pais e mães e professores. Mãos quase quebrando dedos. Somente o estômago rasgando o silêncio. E então o mundo em silêncio. Outra vez.
Abaixou a cabeça. Virou-se para eles. “Me chamaram?”
“Não, cara”, horror em corações e mentes, “nada não.”
Foi tomar banho para tomar café. O sábado prometia como último dia de evento.



:: para Endressy Anselmo Pereira da Silva, a.k.a. “Arroto de 99 Hits” ::

:: 21 de fevereiro de 2015 ::

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

conto sem título

[!sem título!]

ELA NÃO SABIA NO QUE PENSAR. Os cabelos enrolados e puxados para trás, torcendo seu pescoço. Os dedos apertando quase entrando em sua carne. A pica que dilatava a buceta e martelava o útero. Quando não gemia para acordar uma casa, rangia os dentes como um tubarão em direção inexorável à presa.
Ele era o irmão mais novo do amigo de escola. Ela estava na seca há quase dois meses e o fez tanto para enfim se saciar e enfim ser dona da situação quanto por acreditar que ele era “mais um virjão que precisava conhecer uma mulher de verdade”. Mas que ledo engano! De branca como uma boneca de porcelana, tornou-se escarlate quanto a bandeira do estado ou um buriti  maduro esperando para ser colhido: foi mordida, chupada, lambida, estapeada... “Hoje você vai ser a minha puta!”, ele gritava como um trovão. Ensandecido. “Imagina o tanto de punhetas que bati pra ti”, ele urrava enquanto colocava a língua toda ora dentro da buceta ora dentro do cu da ruiva tingida de farmácia, fazendo seus olhos verdes revirarem em seus eixos em todas as direções, abrindo as pernas com as mãos. Quando a língua estava dentro da buceta, dois dedos grossos dentro do cu. Quando a língua estava dentro do cu, dois dedos grossos dentro da buceta. Quase arrancou os mamilos ao mordê-los e chupá-los tal como quando o fez com a língua.
Perdera o ar novamente quando viu o tamanho do pau do moço. “Me fudi”, pensou em voz alta. Ele sorriu diabolicamente. “Devagar”, pedira. Prendeu a respiração quando ele colocou a camisinha e a colocou à beirada da cama, de pernas abertas e os quadris à margem. Perdeu-se em engasgos e soluços quando sentiu entrar. “Sua vadia apertada”, ele gemeu. “Puta que pariu”, ela gemeu, “é muito grande. Não coloca tudo”, pediu. Tarde demais, sentiu as bolas batendo à bunda. Tremia. Ele tirou à metade, mas não a aliviou. “Meu Deus”, sussurrou de olhos fechados. Se amaldiçoou por ter escolhido justamente aquele e não o magrinho que também usava óculos de lentes grossas ou o negro de lábios bem carnudos com problema de fala. “Não, negros tem pau grande e ele pode me partir no meio”, riu bem alto ao falar com uma colega de faculdade. “Pode gritar bem alto, sua puta”, ele disse depois lhe esbofetear a cara, “minha irmã também é escandalosa e meus pais ‘tão viajando a trabalho”.
Não tinha forças para chorar ou responder contra. Mas gemeu bem alto quando ele começou o vai e vem. Uma mão estava em seu ombro e a outra na cintura dele. Um breve momento em pausa antes dele colocar as duas mãos em seus ombros e começar a meter rápido. Teve certeza que a coisa ia piorar ao sentir as mãos no pescoço e os dedos no queixo, quase à boca. Acelerou. Enfim começou a bater no útero e os gritos ressoando pela casa. A irmã colocou o som nas alturas para não ouvir a moça. “Eu sabia que ainda ia te comer, sua vagabunda”, o gordo disse roçando a barba em um dos ouvidos, “cansei de falar isso pro viado do Eusébio e o fresco só ria da minha cara”, ela não diferenciava palavras, morfologia ou sintaxe em sua atual condição, “‘A Isabel? Mas nunca que tu vai conseguir comer, os caras mais fodônicos da escola e da faculdade não comeram, tu vai conseguir comer?’”, repetiu as palavras do irmão mais velho, amigo dela de escola. “Quer saber? A gente batia punheta junto pra ti, sua cadela”, dois dedos na boca da mulher, a mão segurando o rosto, vara verde não era nada comparando ao quanto ela tremia. Fechou as mãos em seus pulsos, gritos presos na garganta.
Ela saía para caminhar depois que acordava. Como ele estava de férias, lhe cabia levar os cachorros para passear assim que os pais acordavam. “Porra, mas a Elizabete também ‘tá de férias da universidade”, reclamou, “Vai logo, seu vagabundo”, os pais replicaram em coro. Ela trabalhava à tarde e o rumo da casa dele estava em seu trajeto. Se encontraram, ela o reconheceu e puxou assunto. Demorou para a ficha cair nele mas não perdeu tempo quando aconteceu. E lá uma punheta para a amiga de escola do irmão, (tal como a irmã mais velha) o perfeitinho primeiro da turma e homenageado da faculdade queridinho dos pais e professores e chefe e tios e o caralho a quatro, e ele sempre considerado o filho da puta inútil imprestável. “Te fode agora, Eusébio”, falava em voz alta, “‘tô comendo essa puta na tua cama, pra tu deixar de ser otário e parar de me sacanear”. SE ela ouvisse, a transa terminaria naquele momento. SE. Antes do fim da primeira semana, ela já estava de mãos dadas com ele, que não acreditava na situação. Na seguinte, além de o abraçar em público, já lhe pagava sorvete e fazia questão que a deixasse em casa. E no fim da segunda, ela de calcinha e sutiã sobre a cama. “Vem”, disse, “hoje eu sou só pra ti”. Por fetiche dele, a fez colocar as meias ¾ e os tênis. “EI!”, disse em voz alta ao sentir as primeiras mordidas e lambidas, “não me bate”, ao sentir as tapas, “eu fico toda vermelha e meus pais vão ver”. 
FODA-SE. Abriu as grandes nadégas da grande bunda redonda para colocar a língua no cu da “porcelaninha” (como era chamada pelos pais e professores). Cuzinho rosado, buceta depilada, mais rosada ainda. Para ela, era uma experiência nova: transar com um gordo, maior com ela na estatura, tamanho e largura e ter a sensação de ter os “buracos” invadidos por uma língua imensa e barba grossa à altura dos mamilos. “Deve ter pau pequeno”, a amiga dela da faculdade comentou, as duas e as outras à mesa riram bem alto, faziam o possível tamanho com uma das mãos, os risos preenchiam o bar e restaurante e pizzaria. Para ele também: a amiga do irmão mais velho – cobiçada só por todos que conhecia, mulheres e homossexuais do sexo masculino inclusive – e não as conhecidas do bairro, ou primas dos amigos ou amigas dos pais ou filhas destes (e ai dele se os pais ou maridos e pais destas soubessem!). “Deixa eu te chupar”, ela disse. “Oooooooooooooooook”, ele a puxou pelos cabelos.
“Caralho”, disse em voz alta, o pegou com uma mão, não conseguiu fechá-la. Não podia ver o sorriso debaixo da barba. Colocou a glande dentro da boca e sentiu a mandíbula abrindo quase ao máximo. “Isso vai me fuder”, disse olhando para o mastro. “Seja legal comigo, viu?”, pediu. “Pode crer que sim”. “‘Pode crer que sim’ o quê?” “Pode crer que isso vai te fuder valendo”. Isso foi a duas horas atrás, ele já estava montado nela de quatro ao chão, com o rosto nos antebraços, gemendo em voz alta, que podia ser ouvida da porta da casa. Um morango não estava vermelho como ela, marcas de dentes e mãos, uma poça de suor no quarto e a casa seria tomada pelo cheiro de sexo animal quando a porta fosse aberta. Sem mais lençol à cama e o case do violoncelo do irmão já ao chão sendo empurrado pela cama.  
“Hoje eu vou dar”, levantou decidida da cama. “Aquele gordo vai levar uma surra de buceta que ele nunca mais vai esquecer na vida”, entrou para tomar banho, “Vai ser a inauguração inesquecível daquele nerd virjão”, nem enxugou os cabelos “De hoje não passa”, colocou as camisinhas dentro da calcinha antes de vestir a legging. Prendeu os cabelos (“preciso retocar a pintura de cabelo”, pensou olhando para o espelho) e colocou o cordão com as chaves de casa. “Vou dar muito e vou acabar com aquele gordo”, boné pra trás e ritmo na corrida, “Vou dar muito e vou acabar com aquele gordo”. Estava estirada à cama, quase como um cadáver. Arfava forte. As mãos tremiam, tremia toda. Já completamente sem voz após o trovejar quando ele penetrou seu cu, mesmo tomando um anestésico e lubrificantes terem sido passados no local e proximidades (ele chegou até a misturar o anestésico com os lubrificantes) mas o tamanho de seu “instrumento” foi demais para a mulher. Sentia bater em sua garganta, quando não martelava diretamente seu cérebro. Por um momento, lembrou-se que ainda tinha que começar a advogar um caso importante para a promotoria aquele dia – aquele dia não mais. Ele ao chão, cigarro aceso e um copo de café. Antebraços nos joelhos e costas à parede.
Quando ela acordou, começava a anoitecer. Luz apagada. Virou-se com dificuldade, barriga e olhos ao teto. Estalou toda ao sentar-se à cama. “Vim sem maquiagem”, pensou consigo ao colocar os dedos nas olheiras, “devo estar horrível”. Lembrou-se onde estava, não tinha lençol para se cobrir. Levantou-se com mais dificuldade ainda, queria ficar/permanecer deitada mas tinha que voltar para casa, os pais deviam estar loucos de preocupação, uma vez que saía antes deles acordarem. Pior ainda, não levava telefone. “Porque porra ‘tô de tênis e meias?”, se perguntou ao ver as pernas, “Ai, meu Deus”, disse ao ver as marcas de mãos pelos braços e vermelhidões pelo corpo, “caralho, meus pais vão me comer viva quando verem isso”. Ele abriu a porta quando ela estava indo em direção ao interruptor para procurar as roupas. Ela, ao assustar-se, pôs as mãos à virilha e aos seios, não sabendo o que esconder. Ele riu, “pára com isso, sua louca, fudemos o dia inteiro e agora tu me vem com isso?”. “Fecha a porta”, ela pediu. “Não tem ninguém em casa, tira esses tênis e vem pra eu te dar um banho”.
Depois de um senhor sermão histórico-homérico dos pais sobre ter saído sem telefone e não ter avisado para onde ia e ter demorado uma vida para voltar e outro do chefe por ter faltado a um compromisso diversas vezes remarcado e adiado, novamente estirada à cama – mas enfim a sua. Novamente nua, cara no colchão, nem se perguntou porque os pais não tinham perguntado sobre as marcas vermelhas na cintura, barriga, braços, colo, quadris e pescoço. Ligações e mensagens de meio mundo ao telefone, nem quis ligar o notebook para ver os e-mails. “Pelo menos de blazer, não vão ver as marcas pelo corpo”, pensou. Quase não atendeu o telefone. “Isabel”, disse. “Isa, é a Marta”.
Ah, oi.
E ai? E o gordo virjão?
Rolou.
Rolou? E ai? Me conta.
Mulher... Ele me fudeu valendo. Eu nem te conto...
Como assim ele te fudeu valendo? Que aconteceu?
Ele não era o virjão que eu pensava, isso sem falar no tamanho do pau dele.
Mazuh caralho! Como assim, pau de jegue mesmo? [risos]
E ainda colocou no meu rabo. Vou ficar sem andar pelo resto da vida.
CA-RA-LHO-! [risos] Vai me dizer que ele também te deixou toda vermelha de tanto te chupar, morder e bater.
Caralho, Marta, ‘tô pior que nem morango maduro. Só tu vendo.
[risos] Puta merda, Isa. Só tu mesmo. Mas e ai? Vai rolar de novo ou vai deixar “prazamiga” também saber se ele é tudo isso? [risos]
Porra nenhuma! Aquele pau é só meu.
Pooooooooooooooooooooooorra, ruiva. Como assim? Se apaixonou pela pica do gordo mesmo? [risos]
E num é? Amanhã ‘bora almoçar juntas. Reúne o resto das putas que conto toda a história pra vocês.
Elas já ‘tão aqui e ouvindo a conversa toda.
Porra, Marta. Porra, Marta. Porra, Marta. 
Onde amanhã? Cardin ou La Vera?
[voz da Érica ao fundo] A Tia Joana tem promoção de dieta nos almoços de quinta. 
Pode ser mesmo. Quem mais ‘tá de dieta além de mim e da Moltrasia?
Praticamente todas nós, disque. Sempre essa história. [risos] A Bel ‘tá perguntando se esse gordo é o irmão do Kiesel, que fez o Médio com a gente. 
É, o Elias, irmão do Eusébio Kiesel, o lindão da nossa sala.
[risos gerais] [voz da Bel ao fundo] Porra, logo quem? Ele joga RPG e videogame com meus irmãos. Não tinha um menos gordo e menos nerd, não? [risos]
Esqueceu de falar “um menos roludo”. [risos delas] Mas sim, suas vadias, preciso terminar de dormir. Onde amanhã?
Na Tia Joana mesmo. Depois a Val desce contigo pro Tribunal de Justiça.
Perfeito. Beijo, Marta. Até amanhã. Beijos nesse bando de piriguete ai.
Beijão, Isa. Beijos das putas.
Telefone desligado. Ligação encerrada. Cochila por instantes que parecem ser horas. Levanta a cabeça. Telefone novamente. Telefone residencial. Ela atende. “E ai, mulher?”
Quem......?
Elias.
Ah! [silêncio] Como tu conseguistes esse número?
Pedi pra hackearem o telefone do Zé [Eusébio].
Ah! [sobrancelhas levantadas e testa franzida; “caralho”, ela pensa]
Só pra constar, tu não és a única Isabel que ele conhece.
Ah! [olhos fechados]
Liguei pra saber se estás bem.
Depois de ter levado um senhor carão dos meus pais e do meu chefe e ser zoada pelas minhas amigas por transar com o gordo nerd dito virjão irmão do bonitão gostosão do Ensino Médio, posso dizer que estou bem.
É, eu ouvi tua a conversa com elas.
COMO? [ela acorda realmente]
‘Te zoando, mulher. Só pedi pra hackearem o telefone do Zé pra pegar teu número. Vamos nos ver amanhã?
Pode ser. [ela sorri] Não colocando no meu cu, pode ser sim. Na sua casa?
Mesmo horário, pode passar aqui sim. Foda delivery, sabe?
Isso não tem graça. Já ‘tá fazendo gordice.
Ei, esse é meu charme [risos]. Beijos e durma bem, sua vadia.
Beijo e até amanhã, gordo filho da puta.
[silêncio]
Obrigado pela foda.
Sou eu que agradeço, mesmo tendo ficado literalmente fodida depois dela.
[risos] Ok, ok. Sempre que precisar, já sabe...
Foda-se, esse pau é só meu a partir de agora.
[risos] Ok, ok. Você manda. Sua exclusivista egoísta do caralho.
Foda-se novamente. Tenho que dormir. Beijo, beijo. E beijo nessa pica que é só minha a partir de agora. Beijo.
Beijo, sua puta. Até mais.
“Eu bateria uma siririca se tivesse força”, ela pensa novamente de cara no colchão. Mal sabe que vai acordar na hora de encontrar com as amigas no dia seguinte. “Nem, eu não vou dividir porra nenhuma”, ela ri com elas ao redor da mesa, “Arrumem os gordos barbudos picudos nerds de vocês que aquele é só meu”, risos que enchiam o local. “A gente pode ver, pelo menos?”, Catarina pergunta de forma debochada. “Podem ver e até filmar pra se matar na siririca depois, mas só isso”, a resposta. Antes do final do dia, o blazer e a saia e as roupas íntimas ao chão do quarto, ela o puxando pela barba e ordenando-lhe em gritos que não parasse para toda a vizinhança ouvir.



:: agradecimentos especiais a Bruno “Immortal” Silva, Neuton Martins Vieira Filho e Dannyllo Borges [Londrina-PR] pela idealização do personagem “gordo nerd virjão” ::
:: 12 de fevereiro de 2015 ::

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre os bombardeios anglo-estadunidenses às cidades alemãs durante a II Guerra Mundial - parte 2

“O zoológico – ele deveria ter constituído uma das partes principais na apresentação dos muitos momentos, horas e anos de horror. Nunca, porém, diz [Hans Dieter] Schafer, consegui ao escrever evocar ‘os acontecimentos terríveis em toda a sua violência’. ‘Quanto mais decidida a minha busca [...], mais eu tenho que entender a dificuldade com que a memória avança’: No que diz respeito ao zoológico, um volume de materiais organizado por Schafer sobre Berlin im Zweiten Weltkrieg [Berlim na Segunda Guerra Mundial] dá uma ideia do que lhe pode ter passado pela cabeça. O capítulo ‘Bombardeios de saturação entre os dias 22 e 26 de novembro de 1943’ contém passagens de dois livros (Katharina Heinroth, Mit Faltem begann’s - Mein Leben mit Tieren in Breslau, München und Berlin [Começou com as borboletas - minha vida com animais em Breslau, Munique e Berlim], Munique, 1979, e Lutz Heck,Tiere - Mein Abenteuer. Erlebnisse in Wildnis und Zoo [Animais - Minha aventura: experiências na selva e no zoológico], Viena, 1952), nos quais se obtém uma imagem da devastação do jardim zoológico por esses ataques. Bombas incendiárias e botijões de fósforo puseram fogo em quinze construções do zoológico. A casa dos antílopes e das feras, o prédio da administração e o casarão do diretor foram completamente incendiados, a casa dos macacos, o prédio de quarentena, o restaurante principal e o templo hindu dos elefantes, seriamente danificados ou destruídos. Um terço dos 2 mil animais que ainda restavam depois da evacuação morreu. Veados e macacos se soltaram, pássaros escaparam pelos tetos de vidro quebrados, ‘surgiram boatos’, escreve Heinroth, ‘de que leões dispararam em fuga até as proximidades da Igreja Memorial do Imperador Guilherme; enquanto, na verdade, eles jaziam, asfixiados e carbonizados, dentro de suas jaulas’. Nos dias seguintes, uma mina aérea arrasa o precioso edifício de três andares do aquário e o pavilhão de trinta metros de comprimento dos crocodilos, juntamente com a paisagem artificial de mata virgem. Agora encontravam-se lá, escreve Heck, entre blocos de cimento, terra, cacos de vidro, palmeiras e troncos de árvore derrubados, lagartos gigantes se contorcendo de dor na água rasa ou caindo pela escada de visitantes; enquanto, no fundo, pela abertura de uma porta escancarada pela explosão, penetrava o clarão vermelho do fogo de Berlim que sucumbia. Também foram horrendos os trabalhos de desobstrução. Os elefantes que morreram em seus estábulos tiveram que ser despedaçados ali mesmo nos dias seguintes, sendo que, como conta Heck, homens se arrastavam dentro das caixas torácicas dos paquidermes e revolviam montanhas de tripas. Essas imagens de horror nos deixam especialmente estarrecidos porque rompem os relatos do sofrimento vivido pelos seres humanos, em certa medida pré-censurados e estereotipados. E pode ser que o terror que nos assoma ao lermos passagens como essas também decorra da lembrança de que o zoológico, que surgiu em toda a Europa graças à necessidade de demonstração do poder principesco e imperial, ao mesmo tempo pretendia ser a reprodução do jardim do paraíso. Constata-se sobretudo que as descrições da destruição do zoológico de Berlim, que de fato sobrecarregam o sensório do leitor médio, só não provocaram nenhum escândalo porque provêm da pena de especialistas, que, como se pode verificar, nem mesmo nas circunstâncias mais extremas perdem a razão, sequer o apetite, pois, relata Heck, ‘os rabos de crocodilo, cozidos em grandes recipientes, tinham o gosto de carne de galinha gordurosa’, e mais tarde, prossegue ele, ‘o presunto e a linguiça de urso foram para nós uma iguaria’”.“O zoológico – ele deveria ter constituído uma das partes principais na apresentação dos muitos momentos, horas e anos de horror. Nunca, porém, diz [Hans Dieter] Schafer, consegui ao escrever evocar ‘os acontecimentos terríveis em toda a sua violência’. ‘Quanto mais decidida a minha busca [...], mais eu tenho que entender a dificuldade com que a memória avança’: No que diz respeito ao zoológico, um volume de materiais organizado por Schafer sobre Berlin im Zweiten Weltkrieg [Berlim na Segunda Guerra Mundial] dá uma ideia do que lhe pode ter passado pela cabeça. O capítulo ‘Bombardeios de saturação entre os dias 22 e 26 de novembro de 1943’ contém passagens de dois livros (Katharina Heinroth, Mit Faltem begann’s - Mein Leben mit Tieren in Breslau, München und Berlin [Começou com as borboletas - minha vida com animais em Breslau, Munique e Berlim], Munique, 1979, e Lutz Heck,Tiere - Mein Abenteuer. Erlebnisse in Wildnis und Zoo [Animais - Minha aventura: experiências na selva e no zoológico], Viena, 1952), nos quais se obtém uma imagem da devastação do jardim zoológico por esses ataques. Bombas incendiárias e botijões de fósforo puseram fogo em quinze construções do zoológico. A casa dos antílopes e das feras, o prédio da administração e o casarão do diretor foram completamente incendiados, a casa dos macacos, o prédio de quarentena, o restaurante principal e o templo hindu dos elefantes, seriamente danificados ou destruídos. Um terço dos 2 mil animais que ainda restavam depois da evacuação morreu. Veados e macacos se soltaram, pássaros escaparam pelos tetos de vidro quebrados, ‘surgiram boatos’, escreve Heinroth, ‘de que leões dispararam em fuga até as proximidades da Igreja Memorial do Imperador Guilherme; enquanto, na verdade, eles jaziam, asfixiados e carbonizados, dentro de suas jaulas’. Nos dias seguintes, uma mina aérea arrasa o precioso edifício de três andares do aquário e o pavilhão de trinta metros de comprimento dos crocodilos, juntamente com a paisagem artificial de mata virgem. Agora encontravam-se lá, escreve Heck, entre blocos de cimento, terra, cacos de vidro, palmeiras e troncos de árvore derrubados, lagartos gigantes se contorcendo de dor na água rasa ou caindo pela escada de visitantes; enquanto, no fundo, pela abertura de uma porta escancarada pela explosão, penetrava o clarão vermelho do fogo de Berlim que sucumbia. Também foram horrendos os trabalhos de desobstrução. Os elefantes que morreram em seus estábulos tiveram que ser despedaçados ali mesmo nos dias seguintes, sendo que, como conta Heck, homens se arrastavam dentro das caixas torácicas dos paquidermes e revolviam montanhas de tripas. Essas imagens de horror nos deixam especialmente estarrecidos porque rompem os relatos do sofrimento vivido pelos seres humanos, em certa medida pré-censurados e estereotipados. E pode ser que o terror que nos assoma ao lermos passagens como essas também decorra da lembrança de que o zoológico, que surgiu em toda a Europa graças à necessidade de demonstração do poder principesco e imperial, ao mesmo tempo pretendia ser a reprodução do jardim do paraíso. Constata-se sobretudo que as descrições da destruição do zoológico de Berlim, que de fato sobrecarregam o sensório do leitor médio, só não provocaram nenhum escândalo porque provêm da pena de especialistas, que, como se pode verificar, nem mesmo nas circunstâncias mais extremas perdem a razão, sequer o apetite, pois, relata Heck, ‘os rabos de crocodilo, cozidos em grandes recipientes, tinham o gosto de carne de galinha gordurosa’, e mais tarde, prossegue ele, ‘o presunto e a linguiça de urso foram para nós uma iguaria’”.
– Winfried Georg Maximilian Sebald (1944-2001), Literatura e Guerra Aérea, tradução de Carlos Abbenseth e Frederico Figueiredo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sobre os bombardeios anglo-estadunidenses às cidades alemãs durante a II Guerra Mundial - parte 1

“‘É praticamente impossível atirá-las nas montanhas ou em campos abertos depois de terem sido fabricadas no país de origem com emprego de tamanha mão de obra.’ A consequência das imposições que prevalecem no processo de produção, das quais nem os responsáveis, sejam eles indivíduos ou grupos, podem se furtar, nem mesmo com a maior boa vontade, é a cidade arruinada que aparece diante de nós numa fotografia anexada ao texto de [Alexander] Kluge. A foto é acompanhada de uma legenda com a seguinte citação de Marx: ‘Vê-se como a indústria, em sua história e em sua existência, que se tornou objetiva, é o livro aberto das forças da consciência humana, a psicologia humana existindo em sua forma [...]’ (grifos de Kluge). A história da indústria como o livro aberto do pensamento e sentimento humanos – é possível que a teoria materialista do conhecimento, ou outra teoria do conhecimento qualquer, subsista diante de tal destruição? Ou não temos aí, pelo contrário, o exemplo irrefutável de que as catástrofes que, de certo modo, preparamos sem notar, e depois parecem irromper de repente, antecipam numa espécie de experimento o ponto em que, de nossa história que por tanto tempo consideramos autônoma, recaímos na história natural?”
– Winfried Georg Maximilian Sebald (1944-2001), Literatura e Guerra Aérea, tradução de Carlos Abbenseth e Frederico Figueiredo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

[zweite] DICHTUNG AND DIE MARIE...

[¡sem título!]

EU já te vi sorrir tanto
(e gozar também)
Que devo admitir que simplesmente
Não consigo te imaginar chorando.
Não somente gosto de te ver dormindo
Como inclusive
Gosto de dormir abraçado convosco –
Morrer e Ressuscitar...
Pois é, a maioria de minhas amigas e até algumas ex
(sem nomes aqui, sem nomes aqui)
Já foi dito a elas... bem, eu disse a elas sobre nós
Bem, as reações foram das melhores
(e fico muito feliz por isso)
Mas... e se fossem das piores
Bem... quem se importa?
Me importa muito saber se estás bem comigo
Se estiver, o que interessa o resto?
Eu já disse em outros poemas
E seria aqui bem-cabível repetir
Que o que me interessa mesmo
São seus beijos nos meus
E suas mãos nas minhas
Durante
Nossas testas juntas
E olhos fechados
E agora os palestrantes estão falando
Daqui é possível ouvir a chuva
Lembrando d’ocê dormindo enquanto chove
Enquanto o banho
Águia e sabão e água pelo seu corpo
Saudade de seu corpo anexo ao meu
Saudade que às vezes não me deixa sair da cama
Einsamkeitsdichtungsmotiv*
Sehnsuchtsdichtungsmotiv** 
E tu és meu motivo de poesia atualmente
(prosa futuramente)
„Sanmariesdichtungsmotiv“*** 
„Sanmariesnarrativesmotiv“**** 
E hoje então nós para nós não somente em poesia
E me acredite, meu amor:
Eu dificilmente poderia estar mais feliz.

:: 30 de janeiro de 2015 ::

* Do alemão, “solidão como motivo de poesia”
** Do alemão, “saudade como motivo de poesia”
*** Do alemão, “Sanmarie como motivo de poesia”
**** Do alemão, “Sanmarie como motivo de narrativa”

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

(erste) DICHTUNG AN DIE MARIE...................

[¡sem título!]

O Goðr* mais velho da aldeia me chamou pra dizer que Mãe Audhumla** lhe chamou
Em um sonho:
Disse pra me dizer pra eu ser paciente
Que Gunnhildr-do-Marajó*** seria minha em braços de novo
E seus cabelos de mar ondulado seriam de novo meu repouso
Suas mãos de princesa às minhas novamente,
E Sua constelação iluminaria nosso próximo beijo-de-reencontro.
Pelo Pai de Todos!
A melhor lembrança são as faixas presas aos cabelos dela com as cores de Bifrost****
Girando de saia vermelha junto com as outras princesas, primogênitas, secundogênitas e caçulas dos Jarls*****
Batendo palmas marcando ritmo ao redor da Vaquinha-nossa-Mãe. Marinheira-do-Arrozal, Marinheira-do-Arrozal:
Onde estás Vós que não cantando aos meus ouvidos?
Marinheira-do-Arrozal, Marinheira-do-Arrozal:
E Vossa pele com aroma de flores recém-desabrochadas?
Onde está? Onde está?
Minha Princesa-de-Pele-de-Pedras-de-Runas
Capaz de produzir calor de Mußpellheimr****** mesmo que o frio seja de Jotunnheimr*******?
Onde está? Onde está?
A Donzela de Olhos-de-Cor-de-Árvores-Ancestrais que me escolheu como Seu
E que sopra a melancolia e a tristeza embora como Mestre Thor******** sopra os Modi********* de volta a seus lares?
Ser paciente... ser paciente... paciência e frustração
Mãe e Mestra Audhumla, por favor, respondei a Vosso filho:
Ainda falta muito para domingo chegar
Para eu ter outra vez minha Princesa-do-Pavulagem só e somente para mim
Para vê-la à nave do knorr********** com o vento esvoaçando em seus cabelos
E sorrindo para mim?

:: 30 de janeiro de 2015 ::

* Termo para denominar o chefe de um clã da era pré-medieval escandinava.
** Na mitologia escandinava, a vaca que lambeu o gelo que deu origem aos nove mundos.
*** Gunnhildr – a pronúncia correta é Gunnrildár; o “r” tem o som de “r” inicial das palavras “remorso”, “recado”, “recarga”, etc. Do nórdico antigo, significa “princesa da guerra” e/ou “mãe de reis”.
**** Na mitologia escandinava, a ponte do arco-íris que liga Asgard aos outros nove mundos, que são Múspellsheimr, Niflheimr, Álfheimr, Vanaheimr, Svartálfheimr, Jötunheimr, Ásgarðr (também chamada de Ásaheimr), Miðgarðr (também chamada de Manheimr) e Hel.
***** Chefe de um clã da era pré-medieval escandinava.
****** Como dito, um dos nove mundos da mitologia escandinava, mais precisamente a terra dos gigantes de fogo.
******* Como dito, um dos nove mundos da mitologia escandinava, mais precisamente a terra dos gigantes de gelo.
******** O deus do trovão da mitologia escandinava, filho de Odin e Frigga.
********** Termo para denominar o guerreiro de um clã da era pré-medieval escandinava.
*********** Tipo de drakkar, navio curto e largo utilizado pelos vikings que tinha por principal característica uma cabeça de dragão na proa, a conjunção de velas e remos, navegação tanto em águas profundas quanto rasas e usado para o transporte de soldados, mercadorias e nas.