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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

MARTE UM - análise e crítica do filme

“We’re a happy family we're a happy family
We’re a happy family 
Me mom and daddy” 
– Ramones, “We’re A Happy Family”

fui dormir lá pelas três da manhã de ontem senão mais tarde, porque ainda tive que ficar procurando posição pra dormir (joelho e bacia detonados de queda no judo por uma projeção mal-executada). 
para minha felicidade, meu relógio biológico me mandou acordar ANTES DAS OITO DA MANHÃ.
como meu cérebro ainda full zuado, peguei o celular pra ver alguma merda no bluesky e no instagram[1]. eu tenho uma pasta de imagens pegas do instagram pra escrever algo em cima e já escrevi muita coisa em cima de imagem do instagram e pra mulher que vi no instagram. vi uma e situei como “protagonista” de uma história que eu já tinha faz um muito tempo na cabeça (eu sempre tenho muitas histórias há muito tempo na cabeça pra desenvolver). 

como ficção científica é uma extrapolação da realidade, nos vieses tecnológico, científico e social[2], fui procurar informações sobre o projeto Mars One, que, de certa maneira, precedeu a ideia megalomaníaca do elon muschen[3]. o que não faltam são obras cinematográficas de viagens de terra à marte, minhas favoritas são o Missão Marte, do Brian de Palma[4]; o Marte Ataca!, do Tim Burton[5][6]; e o CRÁSSICO dos CRÁSSICOS do subgênero, CAPRICÓRNIO UM, do Peter Hyams (Timecop - O Guardião do Tempo, Morte Súbita, 2010 - O Ano em Que Faremos Contato).  
Missão: Marte
, direção de Brian de Palma; roteiro dos irmãos Jim e John Thomas (Predador, Atrás das Linhas Inimigas) e Graham Yost (nova série de filmes Planeta dos Macacos, Band of Brothers[7], The Pacific[8], Falling Skies[9]). Estados Unidos: Touchstone (estúdio de produção); Buena Vista Pictures (distribuição internacional), 2000.

Marte Ataca!
, direção de Tim Burton; roteiro de Jonathan Gems, adaptando da série de cards homônima criada por Wally Wood e Norman Saunders e comercializada pela Topps desde 1962. Estados Unidos: Tim Burton Pictures (estúdio de produção); Warner Bros. Pictures (distribuição internacional), 1996[10].

Capricórnio Um
, direção e roteiro de Peter Hyams. Estados Unidos: ITC Entertainment (estúdio de produção); Warner Bros. Pictures (distribuição internacional), 1977.

bati uma bronha Mars One no google e deu na wikipedia em inglês. na página apareceu FILME BRASILEIRO DE 2022. eu fiquei 
“UADAFUQUI, MAN? FILME BRASILEIRO CHAMADO MARS ONE?!?”
não, rapá. é um filme BRASILEIRO chamado MARTE UM. fui ver se não tinha o matheus nachtergaele[11] no elenco. não tem, ‘bora procurar o filme. achei pra ver. deixei pra ver mais tarde. 
Marte Um
, direção e roteiro de Gabriel Martins. Brasil: Filmes de Plástico e Canal Brasil (estúdio de produção), Embaúba Filmes (distribuição), 2022.
[tem o pôster oficial do filme, mas esse achei muito mais foda do que o oficial e, por isso, ‘tô postando aqui E FODA-SE]

eu fiquei “filme brasileiro chamado Marte Um, protagonizado por família preta periférica, filmado e ambientado em Contagem[12]?!? EU TENHO QUE VER ESSA PORRA!!!”

primeira consideração sobre Marte Um: NÃO É UMA FICÇÃO CIENTÍFICA!
‘tá, sim, admito: eu nutri esperança de que fosse. não vou negar que fiquei feliz ao ver que não era/é. Capricórnio Um parece ser, mas não é. Operação Avalanche[13] parece ser, mas não é.
Operação Avalanche, direção de Matt Johnson (Nirvanna the Band the Show); roteiro de Matt Johnson e Josh Boles. Estados Unidos: Zapruder Films e Resolute Films (estúdio de produção); Lionsgate Premiere (distribuição internacional), 2016.

segunda consideração: talvez a MELHOR COISA deste filme é não ser ambientado no rio de janeiro, ou em são paulo, seria interessante se fosse no nordeste. a família Martins, protagonista do texto, é uma típica família de estrutura patriarcal, também chamada “nuclear”[14]: pai homem cis hetero, mãe mulher cis hetero, um filho homem, uma filha mulher. Wellington (Carlos Francisco), porteiro e cruzeirense doente, esperançoso que Deivinho se torne jogador profissional do Cruzeiro; Tercia (Rejane Faria), faxineira em período integral em diversas residências, Eunice “Nina” (Camilla Damião) e Deivinho (Cícero Lucas), aluno do ensino básico que almeja ser astrofísico e trabalhar no projeto Mars One, mas também não quer decepcionar o pai quanto a seus sonhos.
consideração 2.1: a Mars One foi uma iniciativa que tinha como objetivo estabelecer a primeira colônia humana em Marte, idealizada pelo engenheiro e empresário holandês Bas Lansdorp, sendo anunciada em 2012, e pretendia enviar os primeiros humanos ao planeta vermelho na década de 2020, com a ideia de que a colonização seria uma missão sem retorno [15]. mediante dificuldades financeiras e técnicas ao longo dos anos, a Mars One Non-Profit, responsável pelo projeto, declarou falência no ano de 2019[16].
consideração 2.2: apesar do grupo de vilões da DC, chamado Família Nuclear – criado pelo desenhista Jim Aparo (1932-2005) (Aquaman, The Brave and the Bold, Arqueiro Verde) e pelo roteirista Mike W. Barr (Camelot 3000[16], Star Trek, Doc Savage) em 1985 –, tem uma HQ homônima baseada no conto Breakfast at Twilight, do escritor estadunidense de ficção científica Phillip Kindred Dick (1928-1982), publicado pela primeira vez no periódico Amazing Stories em julho de 1954. esta HQ foi escrita por Stephanie Phillips (Mulher-Maravilha, Motqueiro Fantasma Cósmico, Black Sight), desenhada por Tony Shasteen (Star Trek, Arquivo X, Star Trek / Lanterna Verde[17]) e colorida por JD Mettler (Ex Machina[18], Supernatural, The Royals: Masters of War[19]), tendo sido publicada pela Aftershock entre fevereiro e junho de 2021.
Nuclear Family, roteiro de Stephanie Phillips, arte de Tony Shasteen e cores de JD Mettler. Estados Unidos: Aftershock, 2021

terceira consideração: o adágio “caboco vai ficando velho, vai ficando” tornou uma máxima comigo, visto que peguei ranço de PEGADINHA. e isso foi desde cedo, graças a CERTAS PESSOAS da minha época de CEFET, com quem vou ficar muitíssimo feliz de nunca mais ver pessoalmente. ai que, dado momento do filme, durante a execução de uma pegadinha, ESTOURARAM UM FUCKING ROJÃO PRATICAMENTE NA CARA da Tercia e isso FODE VALENDAMENTE A SAÚDE MENTAL DELA. não surpreendentemente, infelizmente, a família dela sacaneia ela pesado. e a forma que a doença dela vai progredindo e como ela vai lidando é um pontos bem altos do filme. certamente, muita gente se identificou com essa situação. rola MUITÃO fazer uns trabalhos acadêmicos sobre questões de saúde mental e gênero, usando a Tércia como objeto de pesquisa.
consideração 3.1:: a Tercia reencontra o desgraçado! a sequência compensa pra caralho!

quarta consideração: a Eunice é homoafetiva e é legal como a questão da menina preta homoafetiva de família preta periférica é abordada. infelizmente, in westen nicht neues [20].
pra quem não é mulher, pra quem não é homoafetiv@, pra quem não é pret@, dá pra sacar que sim, o Brasil é um país racista SIM, o Brasil é um país preconceituoso SIM, o Brasil é um país sexista SIM, o Brasil é um país classista SIM. e o Brasil é um país tudo isso junto SIM.
E EU QUERO UMA ANA HILÁRIO PRA MIM! CARALHO DA PRETA MARAVILHOSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! 

quinta consideração: eu tinha considerado com alguém em algum momento que filme asiático é demasiado longo, mas que tem essa necessidade justamente pra fechar todas as histórias contadas até o grande final até um pequeno final, ou um pequeno final. vocês entendem. vocês entenderam. Marte Um não chega a duas horas, mas o Gabriel Martins (diretor, roteirista e editor) pegou essa característica da escola asiática e soube desenvolver muito bem, ainda mais que ele (Gabriel Martins) mesmo falou que é um mosaico de influências cinematográficas nas entrevistas que vi dele sobre o filme.

sexta consideração: comunicação pela metade/por partes é sempre de fuder. comunicação só das partes CONVENIENTES é sempre de fuder. 

sétima consideração: para o bem e para o mal, FAMÍLIA É UM CARALHO!

oitava consideração: dá pra levantar uma questão de espiritualidade quanto a religiões afro-brasileiras bastante interessante a partir da questão da Tércia. alguém em algum lugar já deve ter pensado em fazer um trabalho sobre isso. SE fosse espiritualidade quanto ao budismo praticado no Brasil, eu até meteria a cara.

nona consideração: o Wellington é ex-alcóolatra e frequentador dos alcoólicos anônimos[21]  e ele ter voltado a beber é porque passou por uma sequência de situações limites que só serão entendidas quando veres o filme. é uma SEQUÊNCIA de CAGADA ENSAIADA TOTALMENTE EXCELENTE[22] que vai acontecendo e se juntando, que faz o cara desabar. 
consideração 9.1: o retorno do Wellington ao AA me fez pensar como as primeiras visitas do Renato Russo e do James Hetfield à associação devem ter sido e as caras das pessoas ao verem os dois nas respectivas situações. 

décima consideração: não tem nada forçado no filme, tanto na parte técnica, quanto nas atuações. creio que gostei mais tanto do fato das coisas não girarem automaticamente ao redor do Deivinho e sim, sutilmente; quanto de todo mundo do clã Martins se encontrar em situações limites que tiveram que parar em si, todos eles, para se re-encontrarem e poderem continuar.

assista Marte Um




[eu gostaria de agradecer ao meu amigo Ehtero e a minha Musa Inspiradora amiga Iza Mayer, por me darem as melhores recomendações sobre o filme]





[1] só vejo whatsapp depois das 8 e não respondo mensagem que não seja da minha mãe antes do meio.
[2] BARBOSA, D. C. S. ; LIMA, T. R. ; MALAFAIA, R. A. . Introdução à Ficção Científica e à Literatura Cyberpunk. In: VIII Congresso Brasileiro de Professores de Alemão, 2011, Belo Horizonte. Tagungsakten des 8. Brasilianischen Deutschlehrerkongresses / Anais do VIII Congresso Brasileiro de Professores de Alemão, 2011. manda um comentário com teu e-mail que eu te mando uma cópia do artigo.
[3] entendedores entenderão a referência.
[4] DISPENSA APRENTAÇÕES.
[5] idem.
[6] um dos motivos pelos quais eu AMODORO Marte Ataca! é PORQUE O JOHNNY DEPP NÃO ESTÁ NELE.
[7] queria ver, mas não tenho mais saco pra série de segunda guerra mundial, ainda mais quando tem viés norteador propagandista militarista estadunidense.
[8] idem.
[9] preciso rever, inclusive.
[10] em 2026 já farão TRINTA FUCKING ANOS da morte do Thomas Kuhn e do Renato Russo.
[11] porque eu considero o cara um extremamente péssimo ator, pra dizer o mínimo.
[12] município da região metropolitana de Belo Horizonte, fundado em 1776.
[13] esse ai recomendo demais pra caralho.
[14] ROOSENBERG, Rodrigues Alves. Família Patriarcal e Nuclear: Conceito, características e transformações. Seminário de Pesquisa da Pós-graduação em História UFG/UCG. Setembro, 2009. disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/113/o/IISPHist09_RoosembergAlves.pdf.
[15] SIQUEIRA, Leandro. Idealizações, projetos e programas para a colonização sideral. O que pode haver de novo?. COMCIÊNCIA (UNICAMP), n. 194, dez. 2017/ jan. 2018. disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/57064799/Idealizacoes__projetos_e_programas_para_a_colonizacao_sideral._O_que_pode_haver_de_novo__-__comciencia-libre.pdf?1532475591=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DIDEALIZACOES_PROJETOS_E_PROGRAMAS_PARA_A.pdf&Expires=1727888318&Signature=R5Cz5SX2YFjO~a9KIG2MWy3VZeJkTa7hzGp6c29FSeablLPrtQP-9QAz0mYfodo24ne8iwdT9cQEaFnAUUBxtE5t8xruWHs4rM5moqvU94ik94QT2qfbLbwRtAE0pM4telukbvtOCBFdxNX65bz9d22634yDaA7vPISdoKV0WjHTgAXaPDYuCzjfv9OIiV-jAuEreZ4iG1tGEZaLcPRVjsveruITStezjTVmKqmpvXhyYL~TsRwxXZO6Yt4DEJY6EnH5~caGTzavwUN5GHflfymoim5NP0C8Nx7AtM4mHjX5KaCIZB3PiG~2vXUsUxC2xAWT97wM3UDIEnWH6CyOuw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA.
[16] LEITURA FUCKING OBRIGATÓRIA DEMAIS PARA CARALHO!
[17] NÃO LEIA MEDIANTE QUAISQUER CONDIÇÕES!!!!
[18] idem nota 16.
[19] talvez a melhor HQ de supers e segunda guerra mundial que já li na vida.
[20] se Marte Um tivesse sido ido pra final de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2023, ia ser atropelado de tal forma por Nada de Novo no Front, que nem ia ver o que aconteceu e ver a placa do caminhão que o atropelou.
[21] não sei,nunca gostei do nome dessa associação. todavia, como viciado, respeito pra caralho o trabalho da mesma, quem a frequenta e consegue se manter de cara limpa.
[22] idem nota 3.










¡¡¡BIS!!!
¡¡¡ZU!!!
¡¡¡DEM!!!
¡¡¡BREAKING!!!
¡¡¡NEUEN!!!
¡¡¡POST!!! 

domingo, 29 de setembro de 2024

O SILÊNCIO DO BAD RELIGION SOBRE O GENOCÍDIO PALESTINO

ouvindo: Ex-Kombro, Alambres Y Barrotes, de 2021

¿mas sim, Graffin?
¿mas sim, Gurewitz?
¿¡¿VÃO SE PRONUNCIAR QUANDO, SEUS CARALHOS?!?

na reportagem Explica a fúria do mundo[1], presente na edição 149 da finada e saudosa ShowBizz, publicada em setembro de 1997, o Renato Russo (1960-1996) disse que TODOS os ídolos têm PÉS DE BARRO. caindo no lugar comum, a prisão do Puff Daddy, que fez cair uma galera, igualzinho como a prisão do Karl Logan, por consumo de pornografia infantil, fez velório e enterrou a carreira do Manowar. ‘tá, sim, não sei como o Lemmy Kilmister ser colecionador de indumentárias e armamentos nazistas não fez velório e enterrou a carreira do Motörhead[2]. 
edição 146 da ShowBizz, publicada editora Abril em setembro de 1997.

toda 
TODA 
T
O
D
a comunidade punk MUNDIAL grita contra israhell[3] pelo que fazem na Palestina desde o começo/existência/origem de tal subcultura. os Garotos Podres, como maior exemplo no Brasil, já fizeram isso – vide “Fuhrer”, do álbum Mais Podres do que Nunca, lançado em 1985.
 Garotos Podres, “Führer” 

desde o atentado que poderia ser evitado em 7 de outubro de 2023[4][5], que israhell já se prontificou a MATAR QUARENTA E UM MIL PESSOAS[6], sendo a maioria de MULHERES e CRIANÇAS[7] e a mídia hegemônica, como já era de se esperar, chamando um MASSACRE de GUERRA. e, como já era de se esperar, comunidade judaica brasileira METENDO MAIOR PILHA. como já era de se esperar, mídia hegemônica e comunidade judaica dizendo que israhell ‘TÁ SE DEFENDENDO DOS “TERRORISTAS” PALESTINOS
como o renomado anarquista, ativista político, professor, linguista e filósofo estadunidense Noam Chomsky observou[8], sempre 
SEMPRE
S
E
M
P
R
essa porra de israhell, amparada e financiada pelos hellstados unidos, meter n ofensivas – geralmente pra testar novas armas de destruição em massa – nos países circunvizinhos e depois se botar de coitada e a mídia hegemônica não coincidentemente e não surpreendentemente patrocinada pela e a comunidade judaica, comprando e propagando [ess]a ideia. 

“mas onde o Bad Religion entra nesse contexto?” 

a comunidade punk MUNDIAL grita contra israhell desde que a reencarnação do Adolf Hitler (1889-1945), Benjamin Netanyahu, atual primeiro-ministro do supramencionado estado fascista-terrorista, desde dezembro de 2022[9]. o arrombado, inclusive, teve a pachorra de dizer, em sessão da ONU, que seus planos são estender o “país” do rio Jordão até o mar Mediterrâneo, passando por cima de todo mundo no processo, pagando o preço que fosse preciso[10]. “estado pacífico”, né? tão pacífico que uma facção criminosa usa a bandeira do mesmo como principal representação simbólica[11].

“mimimi ‘tá exagerando, dizendo que o Netanyahu é ‘a reencarnação do Hitler’ mimimi”

uma das táticas propagandistas de tempos de guerra é SEMPRE DESUMANIZAR seus inimigos/adversários/antagonistas. eu vou dar[12] um caminhão de transportes de peças de motor de petroleiros, cheio de bombons de São Cosme e São Damião[13], pra quem usou essa metodologia durante a II Grande Guerra pra desumanizar judeus e “justificar” trancafia-los em campos de concentração. NÃO COINCIDENTEMENTE, a trupe de mambembes do Nazitanyahu ‘TÁ FAZENDO A MESMA COISA[14].
São Cosme e São Damião

enquanto a comunidade punk MUNDIAL grita contra israhell, o BAD RELIGION – a saber, MAIOR BANDA PUNK DO MUNDO EM ATIVIDADE HÁ PELO MENOS UNS TRINTA ANOS – ficou em silêncio. NÃO. DEU. UM. PIO. tem até um grupo no Facebook chamado The Bad Religion Page Group que eu fui comentar isso E TIVE TODAS MINHAS POSTAGENS SOBRE EXCLUÍDAS. o bando de filho da puta disse que não era pra comentar aquele tipo de assunto. mas falar sobre as letras da banda, todo mundo quer. 
rapá, é irônico a banda fez o The Empire Strikes First[15], álbum praticamente integralmente conceitual sobre a invasão estadunidense ao Iraque (NÃO TÔ DEFENDENDO O SADDAM HUSSEIN) e sempre meteu o pau na política externa intervencionista estadunidense. agora – enfim, chegamos lá – o bonitinho do GREG GRAFFIN e o bonitinho do BRETT GUREWITZ, a.k.a. OS LÍDERES E ÚNICOS PRINCIPAIS COMPOSITORES DA BANDA, estão pianinho com israhell cometendo esse GENOCÍDIO.
The Empire Strikes First
, de 2004

NÃO SUFICIENTE, o supramencionado estado fascista-terrorista – que ainda se faz de coitado quando não aceita ser enfrentado nos jogos olímpicos, porque os atletas têm o mínimo de decência e consciência política – ainda começou a atacar o Líbano desde 24 de setembro último, já matando mais de 1.000 libaneses deixando cerca de 6.000 feridos[15]; e o Iêmen, desde 29 de setembro [data dessa postagem, inclusive], deixando quatro mortos e 45 feridos[16].

Graffin e Gurewitz? 
NEM UM PIO 

sim, há de se considerar-se que os dois são descendentes de judeus
FODA-SE 
o Noam Chomsky também é E BOTOU A BOCA NO MUNDO!
um CARALHAL de descendentes de judeus PELO MUNDO BOTARAM A BOCA NO MUNDO E AINDA ESTÃO 
sim, há de se considerar-se que o Graffin é professor universitário e talvez não esteja querendo queimar seu próprio filme com a instituição
FODA-SE 
o Noam Chomsky também é E BOTOU A BOCA NO MUNDO!

eu poderia dizer que... ‘tá no meu top 5 de decepções da vida o Graffin ter ascendência judaica. mas eu me decepcionei com tanta gente de março do ano passado pra cá que nem vale à pena bater cabeça com isso eu fico é puto desse silêncio sobre estas caralhagens desse grupo terrorista supracitado, enquanto todo mundo da cena[17] “SIM, VÃO SE FAZER DE DOIDOS, É, CARALHO?”, sendo que NÃO DÁ pra se fazer de doido, feat. ficar isento.

pra mim 
PRA MIM 
PRA MIM 
esse silêncio dos dois – e dos demais integrantes – já me diz muita coisa sobre esse posicionamento (não sei se posso chamar de “indignação seletiva”, posso?). não é algo que eu esperava, mas também não não é algo que... surpreenda.

‘bora ver o que vai acontecer no próximo full length da banda 





[1] não consegui achar quem assinou a reportagem em questão.
[2] não sei, creio que isso fale mais sobre o fandom do Motörhead do que sobre o Motörhead em si.
[3] como sou aberta e assumidamente a favor do fim este estado fascista-terrorista em questão, a grafia vai ficar assim mesmo e foda-se quem não gostar.
[4] KUBOVICH, Yaniv. ‘This Massacre Should Have Been Prevented’ | Despite Israeli Intelligence Warnings About a Hamas Attack, the Army Didn’t Evacuate the Nova Festival. Haaretz, 5 dez. 2023. disponível em https://www.haaretz.com/israel-news/2023-12-05/ty-article/.premium/despite-intel-warnings-about-a-hamas-attack-the-army-didnt-evacuate-the-nova-festival/0000018c-3993-dc03-a9ec-3dfb2cda0000.
[5] MADDOX, Bronwen. Could Israel’s attacks on Hezbollah open the way to a strike on Iran’s nuclear facilities?. Chatham House, set. 2024. disponível em https://www.chathamhouse.org/2024/09/could-israels-attacks-hezbollah-open-way-strike-irans-nuclear-facilities.
[6] UNITED NATIONS. Over 41,000 Palestinians have been killed, with more than 93,000 injured, says UN Senior Humanitarian and Reconstruction Coordinator for Gaza. 16 set. 2024. disponível em
[7] ANDES-SN. Mais de 9 mil estudantes palestinos já foram mortos pelos ataques de Israel na Faixa de Gaza. 18 jul. 2024. disponível em https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/mais-de-9-mil-estudantes-palestinos-ja-foram-mortos-pelos-ataques-de-israel-na-faixa-de-gaza1
[8] CHOMSKY, Noam. Piratas & Imperadores. Antigos & Modernos. Bertrand, 2006.
[9] ele também já ocupara o cargo de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021. 
[10] RICKETT, Oscar. Benjamin Netanyahu and maps: A brief history of an enduring love affair. Middle East Eye, 6 set. 2024. disponível em https://www.middleeasteye.net/news/benjamin-netanyahu-maps-brief-history-enduring-love-affair 
[11] UOL. Traficantes e 'pastor': a facção que exige conversão e práticas religiosas. 13 mar. 2024. disponível em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/07/26/entenda-o-complexo-de-israel-no-rio-de-janeiro.htm.
[12] LÁ ELE
[12] KHALIDI, Rashid. It’s Time to Confront Israel’s Version of “From the River to the Sea”. The Nation, 22 nov. 2023. disponível em https://www.thenation.com/article/world/its-time-to-confront-israels-version-of-from-the-river-to-the-sea/.
[13] comemorado todo 27 de setembro.
[14] lançado em 2004, que completou 20 anos em junho deste ano.
[15] ROSE, Emily; GEBEILY, Maya. Israel bombardeia o Líbano e pressiona o Hezbollah. Agência Brasil, 29 set. 2024. disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-09/israel-bombardeia-o-libano-e-pressiona-o-hezbollah.
[16] ALKHSHALIDA, Hamdi. Ataque israelense deixa quatro mortos e 45 feridos no Iêmen, dizem Houthis. CNN Brasil, 29 set. 2024. disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/ataque-israelense-deixa-quatro-mortos-e-45-feridos-no-iemen-dizem-houthis/.
[17] e de outros nichos artísticos, inclusive.










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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

THE CREATURE BELOW - análise e crítica do filme

ouvindo: Nightmare Fuel, A Turn For The Worst, 2024

desenrolando um trabalho pra um cliente, descobri canais do youtube que contam filmes inteiros em velocidades aceleradas, sem que nada fique perdido do roteiro uma vez, eu ‘tava comentando com um amigo [hoka hey, luis vinicius!] sobre gente que só ouve áudios do whatsapp em créu velocidade 1,5 ou 2 e VÊ FILMES NA MESMA créu VELOCIDADE. tenho quase certeza que esses canais surgiram a partir dessa demanda. 
ai que comecei a fuçar esses canais, porque sempre dá pra descobrir alguma coisinha bacana (sabendo peneirar) e descobri duas obras de viés lovecraftiano: The Creature Below, de Stewart Sparke; e Gods of the Deep[1], de Charlie Steeds. esse post vai tratar do primeiro pra poder falar do segundo.
The Creature Below
. direção de Stewart Sparke; roteiro de Stewart Sparke e Paul Butler. Inglaterra: 2016.

Gods of the Deep. direção de Charlie Steeds; roteiro de Jerome Reygner-Kalfon, Sebastien Semon e Charlie Steeds. Inglaterra: 2023. 

The Creature Below até que não é ruim, mas me deixou neurado, porque só em filme mesmo que cientista é irresponsável como ela foi. “mazesse” não é o primeiro ponto da minha crítica, o primeiro ponto da minha crítica é que a irresponsabilidade da protagonista, Olive Crown [Anna Dawson], tanto me lembrou os bilionários que foram brincar de James Cameron em um submarino feito com tubo de PVC e controle de Playstation em 2023 E LEVARAM O CARALHO, quanto me lembrou o movimento anticiência, que tomou proporções mundiais e deixou o ocidente geográfico e o ocidente socioeconômico/sociocultural correndo atrás dos próprios rabos na pandemia de coronavírus no triênio 2020-2022[2].
o segundo ponto da minha crítica é que filme de viés lovecraftiano é igual bolacha recheada: não se consegue comer só uma. a gente (público consumidor desse tipo de porcaria) sabe que os filmes são de qualidade extremamente duvidosa, sabe o que vai acontecer, sabe que vai ficar puto com o que vai acontecer, mas consome assim mesmo esse tipo de porcaria.
terceiro ponto da minha crítica: The Creature Below não é ruim, reitero. tem todos odos odos os clichês do subgênero horror lovecraftiano, mas até dá pra ser um entretenimento mediano. o diretor e roteirista Stewart Sparke [que divide o roteiro com Paul Butler] até que faz um grande esforço em sair dos lugares comuns, mas acaba caindo nos clichês.The Creature Below vale justamente pelos esforços em sair dos lugares comuns do subgênero em questão, sendo que o principal deles é a atuação de Michaela Longden, que faz Ellie, a irmã on the road e coisas desiguais, com você por perto, eu gostava mais de mim[3] da Olive, que, creio eu, por ter um jack kerouac way of life, consegue notar que a Olive ficou biruleibation dazideia full mode – ao contrário do namorido de Olive, Matthew (Daniel Thrace), que, devido ao seu trabalho em um asilo para idosos – que é uma tremenda duma sugação da porra, sendo praticamente 24/7 –, não vê nada que não seja completa e inequivocamente óbvio. ‘tá, sejamos corporativistas (E EU ODEIO CORPORATIVISMO!), o cara nota a mudança brusca no comportamento da Olive desde que ela voltou de viagem, mas não liga os pontinhos que fazem o elefantinho[4].
eu não só gosto de acreditar como também quero acreditar que The Creature Below acerta mais do que erra, do que Gods of the Deep, porque [The Creature Below] foi filme pra cinema e [Gods of the Deep] foi pra televisão portanto, o texto do Charlie Steeds pôde ser descaradamente cretino e vagabundo e o [texto] do Sparke ter mais camadas, como, por exemplo, o processo de Olive se tornar de uma inquisidora da verdade pela lógica científica para uma cultista obstinada, que transforma todo mundo em seu caminho para o avatar do deus ancestral que está em seu porão. porque, caralho, velho
CARALHO, VELHO
CARALHO, VELHO
C
A
R
A
L
H
O
V
E
L
H

ficção não tem obrigação nenhuma com a realidade, mas só, somente e apenas na ficção que alguém pega um ovo de uma espécie que não conhece, toma para si e vai pesquisar what the fucking hell é esse ovo e o que vai acontecer com ele. é aquela porra que falei no segundo ponto da minha crítica, sobre filme de viés lovecraftiano ser igual à bolacha recheada e quem gosta desse tipo de porcaria ficar puto com as presepadas que acontecem, mas consome, assim mesmo, esse tipo de porcaria.
a aparição da digievolução final do monstro do porão da Olive, como cena final do filme, é muitíssimo mais aceitável e crível do que o Cthulhu de jogo 8 bits de Gods of the Deep (dizer que seria um de 16 bits seria uma ofensa aos jogos 16 bits). inaceitável é a Ellie, internada em um hospital psiquiátrico a.k.a. manicômio depois de quase ter virado comida de monstro do porão[5] ter fugido do hospital psiquiátrico a.k.a. manicômio porque a enfermeira responsável pela ala deixou a porta aberta quando foi levar as medicações aos retidos ao recinto. primeiro filme que assisto que alguém foge porque a a enfermeira responsável pela ala deixa a porta aberta quando vai levar as medicações aos retidos ao local[6]. eu não faço, mas a patifaria é a tanta que tem até um close na pulseirinha do hospital psiquiátrico a.k.a. manicômio que a Ellie ‘tá usando.

no mais, The Creature Below acaba servindo de introdução, até que aceitável do subgênero horror lovecraftiano, sendo até que um entretenimento mediano pra quem não saca porra nenhuma dessa seção da biblioteca. Gods of the Deep não, esse é doroga pesada, só pra quem já é crackudo dessa seção da biblioteca. se não conhece nada de horror lovecraftiano, NÃO VEJA Gods of the Deep, mas dê uma chance pra The Creature Below.
pra alguma coisa os recursos que os europeus roubaram dos não-europeus serviram: pra fazer filme de qualidade relativamente aceitável.





[1] não confundir esse com Lords of the Deep, dirigido pelo Roger Corman, de 1988.
[2] SÓ PRA VARIAR, a África foi o continente que mais se fudeu nesse interim. não que eu tenha ficado surpreso... não que isso não tenha me deixado puto.
[3] perdão, foi inevitável.
[4] caralho, doido, eu DESENCAVEI essa.
[5] irmã(o) é pressas coisas, né, non?
[6] ♪♫nunca subestime um local, aqui você se diverte bem mais♪♫ 









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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

XIRA - quadrinho comentado e analisado

ouvindo: Social Insecurity + Dread 101, Social Insecurity + ...And Systems Continue, 2002

existe uma área do conhecimento chamada Psicolinguística, que quem saca esse blog entre o triênio 2011-2013 sabe muito bem que essa cátedra foi o meu caos na terra durante minha graduação, que quase que não me formo por causa dessa feladumégua.
a cadeira em questão trata de estudar como seres humanos adquirem, processam, desenvolvem e produzem linguagem[1]. dentro deste contexto, há a memória (não, não o que o Halbwachs[2] e o Ricœur[3] entendem como memória), que traz à tona recordações de experiências anteriores similares[4].
sabendo disso, ler Xira, dos argentinos Diego Giribaldi (arte), Mauro Mantella (roteiro) e Ramon Ignacio Bunge (colorista), me fez lembrar praticamente imediatamente do pequeno grande clássico do começo desse século We3, de Grant Morisson (não preciso dizer QUEM é o Grant Morisson) e Frank Quitely (não preciso dizer QUEM é o Frank Quitely), mesmo porque o próprio Diego Giribaldi admite a influência e inspiração da, talvez, minha obra favorita do Morisson.  
Xira 
#1, arte de Diego Giribaldi, roteiro de Mauro Mantella e cores de Ramon Ignacio Bunge. Estados Unidos: Red 5 Comics, julho de 2020
Xira 
#2, arte de Diego Giribaldi, roteiro de Mauro Mantella e cores de Ramon Ignacio Bunge. Estados Unidos: Red 5 Comics, agosto de 2020
Xira 
#3, arte de Diego Giribaldi, roteiro de Mauro Mantella e cores de Ramon Ignacio Bunge. Estados Unidos: Red 5 Comics, setembro de 2020. 
We3 
#1, roteiro de Grant Morisson e arte de Frank Quitely. Estados Unidos: Vertigo, 2004.
We3 
#2, roteiro de Grant Morisson e arte de Frank Quitely. Estados Unidos: Vertigo, 2004.
We3 
#3, roteiro de Grant Morisson e arte de Frank Quitely. Estados Unidos: Vertigo, 2004.

Xira também lembrou Projeto Secreto: Macacos, com o Matthew Broderick (não preciso dizer QUEM é o Matthew Broderick), por praticamente ter a mesmíssima pegada “primatas sendo testados por militares para se tornarem armas vivas”. não coincidentemente, não surpreendentemente, o projeto do filme do Kaplan e o da história do Morisson acontecem com armas desenvolvidas pela USAF (¿por que qual outro grupo terrorista usaria uma arma desse tipo, né não?).
Projeto Secreto: Macacos, direção de Jonathan Kaplan, roteiro de Lawrence Lasker e Stanley Weiser. Estados Unidos: distribuição internacional da (até então) 20th Century Fox, 1987. 

“mas e a Xira?” pergunta totalmente quinta série feelings
Xira é um gorila fêmea que reside em uma instalação de tortur... pesquisa que utiliza primatas não-humanos. não fica especificamente específico do que são estas pesquisas, mas quando catei as capas no ComicVine, ‘tava descrito que são tortur... pesquisas que visam criar astronautas melhores (FAZER ISSO COM HUMANOS NINGUÉM QUER, NÉ, CARALHO!?), mais fortes, mais rápidos e mais inteligentes. como de praxe, os cientistas a tratam como mais uma primata não-humana estúpida, a quem lhe foi permitida procriar para que sua prole também seja submetida a... creio... testes de verificação de transmissão de genes a partir dos experimentos aos quais Xira fora submetida. não é explicado como nossa heroína consegue uma arma, mas ela mete um balaço no coco do cientista-chefe, não só porque ele é um escroto de marca maior, MAS PORQUE É UM ZÓOFILO TAMBÉM. Xira, não surpreendentemente [‘tá, sim, surpreendentemente sim] consegue fazer uma FUCKING análise sociopsicológica[5] a partir de uma leitura corporal do segurança de um traje capaz de atuar a a 30 vezes a atmosfera a terra[6] e tira o segurança da jogada. sim, Xira fala como um ser humano (se bobear, melhor do que muito “ser ‘humano’ que eu conheço), o que deixa praticamente todo mundo surpreso – os cientistas e quem ‘tá lendo a hq em questão[7].
no trajeto de fuga para encontrar o grupo militante pelos direitos dos animais não-humanos, chamado [talvez muitíssimo convenientemente] de ZOO FIGHTERS, “não sei opinar”[8] se a melhor parte foi ela meter um míssil em um comboio possível situado para obstruir sua passagem ou ela tratorar uma equipe da swat, jogando, inclusive, um carro em um helicópteros de guerra que fora tirar a de combate, visto que ela portava “um vírus capaz de fazer antrax parecer fermento em pó”, às palavras do chefe de polícia (sim, o que leva o míssil na fuça) – vírus, inclusive, de influência nula a primatas não-humanos. as situações mencionadas são maravilhosas de se ver porque a arte do Diego Giribaldi não é bagunçada e as cores feitas pelo Ramon Ignacio Bunge são nítidas, não parecem estar todas uma em cima da outra, não permitindo o discernimento do que cada personagem é em cada quadro.
mas tal como em We3, mandam uma arma propriamente dita para parar Xira de uma vez por todas. um babuíno em uma armadura hipertecnológica, que, pelo dito por um dos cientistas, dá pra entender que já foi utilizado em batalha anteriormente. achei legal que o Mauro Mantella faz uma referência/homenagem indireta muitíssimo ao escritor estadunidense ERNEST HEMINGWAY (1899-1961) (não preciso dizer QUEM é o Ernest Hemingway), pois enquanto em inúmeras histórias do Hemingway, as personagens femininas não têm nome, além da própria Xira, a única personagem que tem nome é Marko, o babuíno da armadura hipertecnológica, usado pelo governo dos EUA (¿por que qual outro grupo terrorista usaria uma arma desse tipo, né não?²). achei isso interessante para caralho e seria legal o Morisson ter feito isso em We3.
após Xira e sua cria essa frase nao ficou legal, convenhamos já terem encontrado os Zoo Fighters[9] e Xira alimentar sua cria, ocorre uma batalha destroyer entre Xira e Marko, que após este arrancar o braço da cria de Xira, o que provoca sua ira e então lhe dá a vitória na batalha. por fim, através da divulgação do Manifesto Xira, pelos Zoo Fighters, na qual ela se declara “a voz dos que não têm voz”, a comunidade científica mundial decide parar de uma vez com as pesquisas em animais não-humanos. UHUM, ‘TÁ, VOU ACREDITAR QUE VAI SIM.
Xira é um manifesto ecológico e um convite a discussões sobre o atual estado e mesmo o futuro da bioética, das quais a médica, militante feminista e bioeticista Fátima Oliveira (1964-2017) – autora do volume Bioética, da coleção Polêmica (Moderna, 1997, 144 páginas) – ficaria orgulhosíssima em ver e participar o texto de Mantella, Giribaldi e Bunge, além de excelente contribuição aos quadrinhos de ação e de ficção científica (que andam juntos quase sempre desde sua gênese), é um tremendo de um chute na boca dos nerdolas chorões pleonasmo mode on turbo que dizem não querer discussões sobre política no referido gênero tetual (sim, os quadrinhos). 
creio que a própria Fátima Oliveira, pra quem dedico esse texto, adoraria ler essa HQ, justamente por sua protagonista ser uma fêmea, uma mãe e um ser vivo que só quer viver e o melhor para sua prole.

leiam Xira






[1] SÁ, Thaís Maíra Machado de; OLIVEIRA, Cândido Samuel Fonseca de. Métodos experimentais em psicolinguística: uma introdução. In: OLIVEIRA, Cândido Samuel Fonseca de; SÁ, Thaís Maíra Machado de [orgs.]. Métodos experimentais em psicolinguística. - 1. ed. - São Paulo : Pá de Palavra, 2022.
[2] HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1990.
[3] RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alan François et al., Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2007.
[4] GUIMARÃES, Mara Passos. O priming estrutural na pesquisa linguística. In: OLIVEIRA, Cândido Samuel Fonseca de; SÁ, Thaís Maíra Machado de [orgs.]. Métodos experimentais em psicolinguística. - 1. ed. - São Paulo : Pá de Palavra, 2022.
[5] PAIVA, Vera Silvia Facciolla. Psicologia na saúde: sociopsicológica ou psicossocial? Inovações do campo no contexto da resposta brasileira à AIDS. Temas em Psicologia, vol.21 no.3, Ribeirão Preto dez. 2013.
[6] eu poderia colocar a 30 atm, mas isso ia lembrar muito os treinos do Vegeta e do Goku na ida a Namekusei.
[7] ¿qual o nome que os eleitores do mileso dão pra histórias em quadrinhos?
[8] Pires, 2016.
[9] eu lia e pensava “caralho, esse bicho é muito filho da puta” HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA 









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segunda-feira, 18 de março de 2024

RECEBA!, RECEBA E AGRADEÇA TEU MERECIDO LUGAR NA HISTÓRIA


não que o progressista médio não seja um arrombado do caralho que arrote superioridade moral/ética/intelectuargh!/uzcarai, mas o direitista que o faz – e mesmo que não o faça – deve ser DIARIAMENTE LEMBRADO que o país está como está porque um almofadinha arrombado que nunca lhe teve nada negado na vida NÃO ACEITOU PERDER A ELEIÇÃO PRA PRESIDENTE EM 2014 e, em virtude disso, tocou um grande foda-se para o Brasil só para ver a Dilma fora do cargo, no mais puro “se eu não posso estar lá, ela também não pode”

não que a crise na saúde, a crise na educação e a crise na economia fossem sanadas no governo Dilma 2[1], mas (saúde, educação e economia) estariam em estado BEM MENOS PIOR do que estão hoje. 
a única presidenta possível do bostil e só minha opinião importa, eu me odeio por te amar

não que a crise na saúde, a crise na educação e a crise na economia fossem sanadas em qualquer governo pós-Dilma 2[2], mas (saúde, educação e economia) estariam em estado BEM MENOS PIOR do que estão hoje E NÃO TERÍAMOS PASSADO POR UMA CRISE PANDÊMICA QUE DEIXOU 700K MORTOS, porque qualquer gestor minimamente sério teria o mínimo de competência para não ter feito o que o inelegível e futuramente preso fez no mencionado ínterim[3]. ainda mais que este último quase meteu um golpe de estado (mais um) por não ter aceitado perder as eleições. não posso não dizer que eu só consideraria a ideia de (mais um) golpe militar por estas bandas só pra mó de ver a direita “moderada”[4], os liberais e os ancaps tomarem nos cus com areia de praia e vidro quente, já que eles acreditam que estariam por cima da carne seca nessa nova ditadura.
  
no fim e para concluir, o problema do Brasil não é o homo brasileirus propriamente dito e sim a DIREITA BRASILEIRA. vocês mereceram o inelegível e futuramente preso se ele fosse SÓ problema de vocês, ‘tava ótimo, MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAÃO, virou problema do país todo e o que não falta é terrorista representante eletivo e gado eleitor desse pessoal que defende golpe de estado e implantação de regime ditatorial teocrático militar, sem esse eleitorado faça a mínima ideia que fuckin hell significam “regime ditatorial”, “teocracia”, “regime ditatorial militar” e tudo isso junto em um só conceito[5].
  
parabéns, Aécio Neves da Cunha. queria um lugar de destaque na história do Brasil?
conseguiu, seu arrombado desgraçado do caralho.
NUNCA TE ESQUECEREMOS
NUNCA TE ESQUECEREMOS

seu corno.





[1] a segurança pública nunca esteve em crise, pois já é caótica por si só desde a chegada da maldita família real ao Brasil.
[2] independente de sua ideologia e grupo terrorista [partido político].
[3] não se enganem, a micheque, esposa desse traste até mesmo para a própria Wyrm, também será igualmente inelegível e igualmente futuramente encarcerada.
[4] como se direita “moderada” existisse mesmo. como se isso ainda existisse depois do impeachment da Dilmãe em 2016.
[5] resultado de um projeto de desmonte educacional e emburrecimento para fortalecimento desse espectro sociopolítico e socioeconômico.










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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

“PREÇO ALTO” – poema de Emanuel Matos

 ouvindo: Die In Vain, Savage New Times, de 2023

PREÇO ALTO
« Emanuel Matos, escritor e músico paraense » 

Quanto custa um poema?
Não sei. Nunca fiz um. 
Sei de ouvir falar:
Uns custam os olhos da cara.
Outros a alma e algo mais.
Há poema cujo custo é a vida.
Sabe-se de alguns
Capazes de abrir feridas
Deixar de cama, de coma,
No oxigênio, sem perdao.
A loucura tem sido
O preço de muitos poemas,
Assim como a mendicância
O silêncio e a solidão. Muitos creem que o poema
Seja uma grande graça
E por isso, parece,
Não tem sido muito valorizado.

» “Preço Alto” está presente em Antologia da Poesia Paraense #1, idealizada pelo poeta Ronaldo Franco, com o suporte técnico da Pará.grafo Editora, publicada em 2021 « 









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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

ESTRANHOS NO PARAÍSO – análise et crítica do filme

ouvindo: Neil Young, Dead Man, de 1996.

“Take my hand I’m a stranger in paradise
All lost in a wonderland
A stranger in paradise
My eyes are shining?
If I stand starry eyed there’s a danger in paradise
For mortals who stand beside an angel like you

I saw your face ascending
Out of the common place and into the rare
Now somewhere out in space I hang suspended
Until I'm certain that there’s a chance that you care

Won’t you answer this fervent prayer
Of a stranger in paradise?
Don't send me in dark despair
From all that I hunger for
But open your angel's arms
To this stranger in paradise
And tell him that he need be
A stranger no more”
– Sarah Brightman, “Stranger In Paradise”[1]

primeira, primeira, primeira vez que tive acesso ao termo Estranhos no Paraíso foi quando li uma crítica do filme Dead Man: Homem Morto[2] na finada e saudosa revista Set, da editora Abril, que, por muitíssimo tempo, foi a única revista de divulgação de cinema no Brasil, ainda que fosse extremamente elitista e excludente, mesmo que tentasse pegar tudo o que fosse produzido de relevante no Brasil e no mundo, a exemplo da igualmente – senão mais, muito mais – finada e saudosa revista Bizz (depois ShowBizz), da mesma casa. me corrigindo, destes periódicos da Abril que saíram na década de 1980, só se mantém até hoje – e com um mínimo de relevância – a SuperInteressante[3], que já falei muito, muitíssimo por aqui. 
Dead Man: Homem Morto
, direção e roteiro de Jim Jarmusch. Alemanha, Japão, EUA: Miramax, 1995.
revista Set, da editora Abril, publicada no Brasil entre junho de 1987 e novembro de 2010
revista [Show]Bizz, da editora Abril, publicada no Brasil entre agosto de 1985 e julho de 2007
revista SuperInteressante, da editora Abril, publicada no Brasil desde setembro de 1987

nesta mesma resenha de meia página de Dead Man, eu li, pela primeira vez, os nomes Neil Young e Jim Jarmusch. o primeiro, responsável pela trilha sonora da obra[4]. o segundo, diretor e roteirista da mesma. cito primeiro o primeiro pela sua inquestionável relevância na minha vida desde que ouvi toda sua discografia, no primeiro semestre da graduação[5]. cito segundo o segundo porque........................ eu só lia et ouvia críticas extremamente positivas das obras do cara e........................ 
tem uma HQ que eu amodoro para um caralho chamada ESTRANHOS NO PARAÍSO, escrita e desenhada pelo estadunidense Terry Moore entre 1993 e 2007, pela qual eu declarei todo meu amor e admiração NESTE POST AQUI. e como falei neste mesmíssimo texto, Estranhos no Paraíso é “junto com Bone e Hellboy, dos também estadunidenses Jeff Smith e Mike Mignola, é uma das melhores coisas da década de 1990, considerada a década perdida dos quadrinhos norte-americanos” (Quilômetros-a-Pé, 2009[6]). ademais, como falei NESTE POST AQUI, eu gosto de pensar que Retalhos, do Craig Thompson, “é o Estranhos no Paraíso do século XXI” (idem, 2010)
Estranhos no Paraíso
, roteiro e arte de Terry Moore. Estados Unidos: Abstract, 1993 e 2007. saiu em brasileiro completa pela Devir um tempo desses ai década passada creio que ainda devem ter em estoque.

Bone
, roteiro e arte de Jeff Smith. Estados Unidos: Image, 1994 a 2007. a editora Todavia publicou tudo em brasileiro em 2019, com tradução de Érico Assis. 

Hellboy
, roteiro de Mike Mignola e arte de inúmeros artistas. Estados Unidos: Dark Horse, 1993 até hoje. o que tem publicado em brasileiro saiu pela Mythos.

Retalhos
, roteiro e arte de Craig Thompson. Estados Unidos: Top Shelf, 2003. saiu em brasileiro pela Quadrinhos e Cia em 2009, também com tradução de Érico Assis.

não é segredo pra ninguém que frequenta estas pairagens que eu penso de forma totalmente randômica. proseando com um chegado meu, também igualmente aleijado mental, ele me mostrou um vídeo sobre filmes com nomes de quadrinhos que não são baseados nos quadrinhos em questão e o primeiríssimo da lista foi fucking justamente Estranhos no Paraíso[6] e o quanto os dois textos são extremamente idiossincráticos. nicht so fucking viel nem tanto assim, por terem protagonistas de ascendência europeu-oriental, mas vou explicar isso mais lá pra frente. 

Estranhos no Paraíso
, direção de Jim Jarmusch e roteiro de Jim Jarmusch e John Lurie. Alemanha e Estados Unidos: Cinesthesia Productions Inc e Samuel Goldwyn Company, 1982.

então que acabei procurando pra baixar Estranhos no Paraíso justamente porque não sacava caralhos nenhuns de Herr Jarmusch e porque, inclusive, filmes em preto e branco, por motivos que desconheço, me interessam bastante. a obra, germano-estadunidense, inclusive, foi lançada no Brasil no fatídico ano georgeorwelliano (entendedores entenderão) e é algo que vai te tirar totalmente da zona de conforto se não tiveres familiaridade alguma com filme preto e branco, com filme lento e com filme sem muita trilha sonora. Estranhos no Paraíso meio que TAMBÉM vai te tirar da zona de conforto se não tiveres familiaridade alguma com filme preto e branco, com filme lento e com filme sem muita trilha sonora.
os dois textos – homônimos somente no Brasil[8] – são “iguais” por girarem ao redor de somente um núcleo de personagens. o ponto de convergência entre os dois é uma das protagonistas da HQ, Katina “Katchoo” Choovanski, ser de ascendência europeu-oriental e dois dos três protagonistas do filme (Bela “Willie WonkaLugosi [interpretado por John Lurie] e Eva [interpretada por Eszter Balint]) – e mais uma coadjuvante (tia Lotte [interpretada por Cecillia Stark]) – serem de origem húngara. 
pra quem não sabe, a Hungria é um enclave no meio da Europa, entre a Europa ocidental e a Europa oriental; sua capital é Budapeste; e o húngaro é o idioma não-pertencente ao tronco linguístico do indo-europeu mais falado no continente suas bases econômicas estão direcionadas à transição a uma economia de mercado regulamentada pela União Europeia, um dos conglomerados que a Hungria faz parte, além da OTAN dispensa apresentações, OCDE[9], Grupo de Visegrád[10] e Espaço Schengen[11]. fronteiras da Hungria: Eslováquia, ao norte; Romênia, ao leste; Sérvia ao sul; Croácia, a sudoeste; Eslovênia, a oeste; Áustria, a noroeste; e Ucrânia, a nordeste. pra vergonha da minha barba e dos meus cabelos vermelhos, não conheço porra nenhuma de literatura, cinema e quadrinhos made in Hungria.
de bandas punk de lá, eu conheço só o CPg, o C.A.F.B., o Kretens e o QSS.
Hungria, bandeira e localização
CPg 
C.A.F.B.
Kretens 
QSS

VOLTANDO: PRA MIM, Lotte foi uma dos muitíssimos húngaros que migraram aos EUA e apesar de não querer falar, na maioria do tempo, em estadunidensês[12], se habituou aos hábitos locais. é algo bastantíssimo comum entre os europeus que foram para a América (o continente americano como um todo) e tem mais obra com personagem assim do que estrelas mortas brilhando no céu.
Bela “Willie WonkaLugosi, pelo que entendi, ou é imigrante que veio novinho, novinho ¿nessa época já existiam Marias Mucilon? da Hungria ou foi criado pelos parentes imigrantes em uma comunidade de imigrantes e se mandou pra ser estadunidense assim que pôde, se desvinculando de tudo o que o tornava europeu/húngaro – talvez judeu também, vai saber. não coincidentemente, TAMBÉM é algo bastantíssimo comum tanto entre os europeus que foram para a América (o continente americano como um todo) como os descendentes de europeus que foram para a América e tem mais obra com personagem assim do que estrelas mortas brilhando no céu. Bela mora em Nova York, em um apartamento barato e com o mínimo possível, junto com Eddie van Halen (interpretado por Richard Edson), vive de trapaças em jogos e tal qual Bukowski, tal qual Lovelace[13], é um viciado em apostas em corridas de cavalos. 
Eva é, mais uma, húngara, que, tal qual outros inúmeras húngaras antes e depois, vai recomeçar a vida, fazer uma vida nova nos EUA. nenhum personagem novo, inclusive este círculo húngaro, inclusive, pode ser comparado, também, a um monte de obras de asiáticos que foram aos EUA ou de asiáticos a países que foram a outros países asiáticos. Eva vai ter que ficar no apartamento de Willie enquanto Lotte tem que se submeter a um tratamento médico de última hora. quando eles já estão criando certa afeição um pelo outro, em decorrência da convivência forçada (e das investidas contínuas de Eddie à moçoila), Eva tem que ir à cidade de Cleveland, capital do estado de Ohio, para onde iria originalmente. 
eu gostei dessa inversão, capital econômico-cultural  → outra cidade, pois geralmente é cidade qualquer → capital econômico-cultural, que – olha só – “não é raro, mas acontece muito” no cinema brasileiro. o primeiro ato dos três, O Novo Mundo, é baseado em apresentar o microverso habitado por Willie e Eddie, no qual Eva é inserida.
Um Ano Depois, o segundo ato, tem início com uma jogatina que não saiu como esperada, Willie e Eddie tiram das respectivas bundas a “jeneau” ideia de irem visitar Eva em Cleveland. ai que se dá-se uma comédia de erros, pois Lotte os trata como os párias da sociedade que são (pra não dizer “ela os trata como os lixos que eles dois são”, porque, no fim, eles e eu somos “areia da mesma jazida, mas não passamos em peneira de mesma malha”[14]), eles ferram o quase namoro que Eva teria com Billy (interpretado por Danny Rosen) e ainda levam o sarrafo de Lotte no jogo de cartas (é pra se questionar mesmo de onde Bela aprendera a jogar do jeito que joga, né, não?).
após se despedirem de Eva, após passearem por uma região de Cleveland que eu amaria morar – gelo e chuva pra todo lado que se veja – para voltarem para o buraco de onde moram no Brooklyn, Willie e Eddie (que mais parecem um Pinky e Cérebro, mas sem as partes engraçadas) tiram não somente outra jeneaulíssima ideia, mas duas jeneaulíssimas ideias: a primeira foi irem à Flórida e a segunda foi levarem a Eva. claro que a Lotte fica full putaça dazideia de ser deixada sozinha novamente. claro que a Eva acha o máximo, porque os EUA não deveriam ser o que ela ‘tava esperando[15]. in Westen nicht neues. 
a jeneaulíssima ideia de irem à Flórida dá pontapé de começo de jogo à Paraíso, derradeiro ato de Estranhos no Paraíso. sendo Willie e Eddie os cretinos que são, não é de se estranhar que o trem não dá bom. primeiro que viciado em qualquer merda que for é traço inconteste que vai dar merda. com Willie e Eddie não é diferente, pois não suficiente terem colocado Eva como clandestina no hotel de beira de estrada, já que só poderiam ficar duas pessoas por quarto, ainda tiveram o disparate de ir procurar seu santo bagulho de cada dia: jogos e apostas.
o Pinky só faz merda, né, não? todo mundo não concorda que Pinky só faz merda? com o Eddie não é diferente não – mas, ao contrário de sua contraparte animada criada na década seguinte, em 1993, Eddie não salva a pátria no final do episódio. o Pink... Eddie tem a jeneaulíssima ideia de irem apostar em CACHORROS ao invés de cavalos e os pés-rapados do West Side perdem quase todos os 555 dólares[16] que levaram pra gastar em Cleveland. NÃO SATISFEITOS, vão ao hipódromo mais próximo e conseguem recuperar parte da grana.
no ínterim, Eva é impedida novamente de ir e vai dar uma volta, na qual, admirando a praia é abordada por um tipo extremamente estranho, que lhe entrega um grande valor em dinheiro. em uma situação completada enrolada, ela volta pro motel, Bela vai para Budapeste e Eddie volta para o Brooklyn, vendo o avião levantar voos. o filme termina.

¿o que podemos aprender com Estranhos no Paraíso?
viciado é uma praga, não importa o local, a data e o idioma. 
parente é uma praga, não importa o local, a data e o idioma. 
Arte não é algo pra se criar expectativas durante o consumo.
tradução/adaptação de título de filme no Brasil sempre foi uma coisa de louco. o título original desse filme é Stranger THAN Fiction Paradise[17], que ficaria, como uma escolha mais óbvia, “Mais Estranho do que o Paraíso”. é, não vou dizer que não foi uma boa escolha... NÃO POSSO dizer que não foi uma boa escolha. há toda uma teorética da adaptação linguístico-textual sobre isso, toda essa merda não vem ao caso agora.

¿eu recomendaria Estranhos no Paraíso?
sim, porque foi algo realmente novo pra mim e que eu fiquei “olha só, compensa bastante”, são noventa minutos muito bem aproveitados. mas eu não comecei a ver filme “assim” ontem e tenho muitão apreço com “filme com gente ‘real’ se fudendo”. MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS.......... tem gente que não começou a ver filme ontem e pode não gostar de ver filme “assim”. tem gente que começou a ver filme “ontem” e pode gostar de ver filme “assim”. tem gente que começou a ver filme “ontem” e pode não gostar de ver filme “assim”. recomendo ver pra ter uma perspectiva maior e melhor sobre cinema enquanto arte não idealizadora/realizadora de lucro, narrativas experimentais e arte fora do que é usualmente capitalizável como arte atualmente. 

assista Estranhos no Paraíso



[1] eu ia abrir este post com “Light Blue Night”, do CPM, mas achei melhor fazer com “Stranger In Paradise”, da Sarah Brightman, porque o Moore usa essa letra (escrita por Robert Craig Wright [1914-2005] e George Forrest Chichester Jr. [1915-1999], sobre melodia de Alexander Porfiryevich Borodin [1833-1887] e presente no álbum Harem, da cantora em questão, lançado em 2003) para fechar o compilado de histórias presente no compilado Love me Tender, lançado pela editora Pandora Books, no mesmo ano.
a versão original de “Stranger In Paradise”, performada pelo cantor Tony Bennett (1926-2023), nome artístico de Anthony Dominick Benedetto
“Stranger In Paradise” 
performada por Sarah Brightman

[2] tradução de título de filme no Brasil sempre foi uma coisa de louco. o que já vale um post por si só de tanta presepada que é, vide o exemplo de Dead Man
[3] ‘tô escrevendo um post ai da SuperInteressante como periódico de divulgação cientifica mais importante do Brasil e como se manteve relevante contra o processo de desinformação e desacreditação científica vigente no Brasil desde meados da década passada.
[4] tenho que ver esse filme só por causa da OST composta pelo Neil Young, cuja OST eu já tinha sacado faz é tempo só por ter sido composta pelo Neil Young.
[5] eu já tinha encontrado a lista nos extras do DVD ao vivo, gravado com o Crazy Horse, chamado Year of the Horse, de 1995[!]. achei [essa discografia] numa comu(nidade) do Orkut chamada Rock Downloads, era tudo no RapidShare [como dizer que é velho sem dizer que é velho], baixava um álbum por dia resto era só sucesso passei praticamente os dois primeiros anos da universidade ouvindo Neil Young, Arraial do Pavulagem e pedrada desgraceira de punk e hardcore que achava.
[6] segundo alteração de 2023 da ABNT NBR 10520-2002, que trata das referenciações bibliográficas, agora os nomes citados entre parênteses são com iniciais maiúsculas e resto de minúsculas.
[7] ver nota 1.
[8] ver nota anterior. 
[9] Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entidade econômica intergovernamental fundada em 16 de março de 1948 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial.
[10] aliança entre a Hungria, Polônia, República Checa e Eslováquia para fins de cooperação cultural, educacional, científica, tecnológica e econômica.
[11] área europeia de viagens sem controle de fronteiras criada a partir do Acordo de Schengen, assinado em 14 de junho de 1985, para livre circulação de bens e serviços no Espaço Econômico Europeu e no Mercado comum da União Europeia, no qual estão oficialmente abolidos passaportes e muitos outros tipos de controle de fronteira em suas fronteiras mútuas.
[12] no Brasil, não se fala português e sim brasileiro. portanto, nos EUA não falar-se-ia inglês e sim estadunidense. sem discussões e segue o jogo.
[13] sim, é a Augusta Ada King (1815-1852), a.k.a. Cortesa de Lovelace, escritora, pesquisadora, matemática e cientista inglesa, que utilizou o primeiro protótipo de computador criado pelo matemático, filósofo, inventor e engenheiro mecânico inglês Charles Babbage (1791-1871) para descobrir probabilidades de vitórias de competidores em corridas de cavalos.  
[14] o ditado cefetano/etfpano correto é “somos agregado graúdo da mesma jazida, mas não passamos em peneira de mesma abertura”.
[15] “dos males da propaganda” fudendo corações e mentes desde sempre.
[16] na cotação de hoje, 25 jan. 2024, o equivalente a 7k646,40 reais.
[17] não, não vou citar AQUELE álbum do BR que faz trinta anos esse ano, TALVEZ eu fale algo dos trinta anos da morte do Cobain a partir do livro Trinta Anos, de Frau Bachmann. 









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