ouvindo: Henry Jackman, Kong Skull Island (Original Motion Picture Soundtrack), de 2017.
Godzilla vs King Kong, de Adam Wingard, de 2021, roteiro de Eric Pearson e Max Borenstein, sobre história de Terry Rossio, Michael Dougherty – diretor e roteirista de Godzilla: Rei dos Monstros – e Zach Shields
comecemos com a verdade, insofismável verdade. a pergunta verdade que não quer calar, que não pode ser calada. não sei se já falaram mas, caso tenham, vou repetir:
ESTADUNIDENSE NÃO SABE FAZER FILME DO GODZILLA.
ai dá pra entender porque o Godzilla, do Emmerich, de 1998, FOI UM LIXO e porque o homônimo, do Edwards, de 2014, FOI TÃO LIXO QUANTO. não que o Godzilla 2000: Millennium, de 1999, do Okawara Takao, e o Shin Gojira, do Anno Hideaki e do Higuchi Shinji, de 2016, sejam os MELHORES filmes do Godzilla, mas funcionam infinitamente melhor e mais crivelmente que seus imediatamente anteriores (basta fazer as contas ai). o que eu sugeriria pra Legendary, caso consultado: chamar o Anno Hideaki pra escrever a história junto com o Terry Rossio, Michael Dougherty e o Zach Shields; desenvolver o roteiro junto com o Eric Pearson e o Max Borenstein e ENTÃO dirigir o filme junto com o Adam Wingard ai sim o negócio ia ficar totalmente agradável 100% de se ver.
Godzilla, de Roland Emmerich, de 1998, roteiro de Dean Devlin e Roland Emmerich, sobre história de Devlin+ Emmerich+ Ted Elliott + Terry Rossio
Godzilla, de Gareth Edwards, de 2014, roteiro de Max Borenstein, sobre história de David Callaham eu também pensei que ele fosse parente da Debbie Callaham, da Loucademia de Polícia
Godzilla 2000: Millennium, de Okawara Takao, de 1999, roteiro de Kashiwabara Hiroshi e Mimura Wataru
Shin Gojira, de Anno Hideaki (também roteirista) e do Higuchi Shinji, de 2016
‘tá. sim. neg@ espera um roteiro de filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes, como se os filmes da Marvel fossem o suprassumo da qualidade narrativa patatí patatá. então... NÃO É NÃO, PORRA, NÃO ESPEREM ISSO NÃO. o ÚNICO filme do Godzilla que teve uma mensagem realmente crítica foi o primeiro, de 1954, dirigido pelo Honda Ishirō e escrito por ele e pelo Murata Takeo, sob história do Kayama Shigeru. Certamente, frisa-se, o outro filme de kaijū (nome de filme de monstro gigante no Japão, logo não diga “filme de monstro gigante”, diga “filme de kaijū”) que possui uma mensagem relevante é Colossal, do Nacho Vigalongo, de 2016, com a Anne Hathaway, que trata de alcoolismo e relação abusiva. recomendo e recomendo pra caralho.
Godzilla, de Honda Ishirō, de 1954
Colossal, roteiro e direção de Nacho Vigalongo, de 2016
VOLTANDO AO OBJETO DE PESQUISA DO TEXTO. os efeitos visuais de Godzilla vs Kong, coordenados pelo John DesJardin (trilogia Matrix, TimeCop, Um Drink no Inferno, Enigma do Espaço[1])
, dão aquela FORRA MONSTRONA COM SANGUENUZOI, que os estúdios VFX, responsáveis pelos filmes anteriores da série do Monstroverso[2] e por este também, não fizeram nos filmes anteriores do Godzilla. eles (os efeitos visuais), em conjunto com a fotografia do Ben Seresin (o primeiro Tomb Raider, X-Men: Primeira Classe, Exterminador do Futuro 3) e a edição do Josh Schaeffer (A Grande Jogada, os dois Pacific Rim), contribuem para as lutas serem fudidamente caralhescas, que são tudo o que esperamos desde que o filme foi anunciado. TUDO!
a luta no Stage Tasman Sea, a primeira, é do caralho. mas o Godzilla não ganha por motivos de: o filme não podia acabar com quarenta e cinco minutos de filme. a segunda é uma revisitação de Arrebentando em Hong Kong... COM KAIJŪS. “ahn, mas as lutas do Godzilla: Rei dos Monstros foram muito escuras”. ‘tá. sim. foram sim. foda, né? bola fora do caralho, consta-se. TODAVIA – tal qual no Stage anterior – isso não rola em Hong Kong Stage, porque parece que os kombatentes[3] estão lutando em uma discoteca a céu aberto e os jogos de câmera e iluminação deixam Godzilla e Kong bastante nítidos e a dobradinha[4] Seresin/Schaeffer abre um novo nível de luta de kaijū em filmes ocidentais, um nível ACIMA! ai o ‘Zilla, velho, o ‘Zilla “vem cá, jogador, deixa eu te mostrar quem é o rei desse cabaré, ó, filha da puta”[5][6] e o cacete que ele baixa no macacão já entra pra história da sétima arte.
Arrebentando em Hong Kong, roteiro e direção de Jackie Chan, de 1985
Godzilla: Rei dos Monstros, de Michael Dougherty (Krampus: O Terror do Natal, Contos do Dia das Bruxas), de 2017, roteiro de Dougherty e Zach Shields, sobre história do trio Borenstein+Dougherty+Shields
mas ai tem o Hong Kong Stage.2, a luta contra o MechaGodzilla, que o Walter Simmonson[7], presidente da Apex Cybernetics – único humano da narrativa que só vou citar nominalmente aqui porque tem a melhor morte do filme – se aproveita que o Zilla ‘tá descarregando e solta o MechaGodzilla em cima dele. outros humanos da narrativa dão um jeito de ressuscitar o Kong, que já ‘tava lá pelos “deixa eu morrer em paz, caralho, eu não posso viver com a memória dessa peia”. então que começa o Hong Kong Final Stage, quando os dois protagonistas se unem, naquele clichezão básico de se unir contra o vilão – Kong putão pra caralho com o fato, em decorrência da lambança que levara do ‘Zilla –, nada surpreendente.
no fim, o ‘Zilla “falou, pois é, é isso. ai já, já, ‘tô de volta pra zoar vocês”. Kong é levado pra morar na Terra Oca, o centro da terra do livro do Verne[8], pelo visto.
o filme não vai mudar sua vida, mas dá uma nova perspectiva, e positiva, para o gênero. é divertido e tem um caralhal de referências e homenagens, a maioria delas só é óbvia pra quem come com açaí filme de kaijū, FC e cinema mainstream em si.
aguardemos os próximos.
[1] ele também trabalhou nos últimos filmes da DC pro cinema, mas eles nem merecem a citação;
[2] parece que nem vão rolar mais os outros filmes, mas aguardemos que vai se suceder-se;
[3] sim, vou comentar o novo Mortal Kombat aind’esse mês;
[4] inclusive, quero, com feijão e batata e cebola. com macarrão também fica bem bom;
[5] quero acreditar que o Zilla ganhou mais facilmente porque ‘tava usando a Qualidade: Arena, do RPG 3D&T, mesmo estando em Beijing e não no Japão. entendedores entenderão;
[6] ‘TÁ, SIM, ‘TÔ ME EMPOLGANDO, DESCULPEM, MALZ AI;
[7] HOMENAGEMZINHA NADA DESCARADA, NÉ, CARALHO?!?
[8] Viagem ao Centro da Terra, romance de ficção científica do escritor francês Jules Gabriel Verne (1828-1905), publicado inicialmente em 1864.
BIS
ZU
DEM
BREAKIN
FUCKIN
NEUEN
POST
!!!