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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

VELHAS VIRGENS - CUBANAJARRA - 2006

(postagem feita aqui na casa do Breno Muinhos, durante a maior ressaca do mundo, esperando a mesa de RPG – narrada pelo próprio anfitrião – começar)

:: Velhas Virgens ::
:: Cubanajarra :::: 2006 ::
CUBANAJARRA
Eu sou o pirata da perna de pau
Do olho de vidro
Da cara de mau

(Cubanajarra, cubanajarra, cubanajarra)

Hoje é segunda e a balada é muito louca
Tira a mosca da minha sopa
Eu vou tomar cubanajarra
Tem muita gente na ressaca de domingo
Eu não tenho dó um pingo
Eu vou tomar cubanajarra

Na terça feira, que se dane meu emprego
De chefe eu não tenho medo
Eu vou tomar cubanajarra
Minha semana vai começar nessa festa
Quem não bebe aqui não presta
Eu vou tomar cubanajarra

(Cubanajarra, cubanajarra, cubanajarra)
(Cubanajarra, cubanajarra, cubanajarra)
Caíram todos não ficou nenhum

A quarta feira é o meio da semana
Eu só vou com quem me chama
Pra tomar cubanajarra
Na quinta feira não tem mais quem me segure
Eu viro a noite pela rua
Pra tomar cubanajarra

É sexta feira eu não preciso nem dizer
Eu quero mesmo é beber
Eu vou tomar cubanajarra
Fim de semana e eu no meio dessa festa
Quem não bebe aqui não presta
Eu vou tomar cubanajarra

(Cubanajarra, cubanajarra, cubanajarra)
(Cubanajarra, cubanajarra, cubanajarra)
Caíram todos não ficou nenhum

GIM NO PINGADO
E dizem que somos felizes
que não temos dores e nem tristezas
não pagamos contas e nem trabalhamos
caídos com a cara na sarjeta
nosso coração é brinquedo
nas mãos de uma mulher cruel
alguns nos acham malandros
mas é de palhaços que fazemos papel

Bebemos sim quem se importa?
bêbados sim, por favor, abra a porta
coloque gim no pingado
vivemos assim, sem mulher e embriagados

Gaguejando sem ter dinheiro
nenhum garçom nos compreende
agimos como putas baratas
que, por um drink, se vendem

Desprezados por quem amamos
somos vítimas da maldade
apanhando da polícia
humilhados pela sociedade

E quando o sol nos acorda
de ressaca e com dor de cabeça
rebatemos nosso infortúnio
com batida de meia de seda

Bebemos por que não nos querem
brindamos nossa solidão
e temos que ser caras de pau
pois caímos com a cara no chão

AS MULHERES E NELSON RODRIGUES
O rico e o pobre são duas pessoas
O soldado protege os dois
O operário trabalha pelos três
O cidadão paga pelos quatro
O vagabundo come pelos cinco
O advogado rouba os seis
O juiz condena os sete
O médico mata os oito
O coveiro enterra os nove
E o diabo leva os dez
Mas a mulher, a mulher engana os onze
A mulher engana os onze de uma vez
Água morro abaixo
Fogo morro acima
E mulher quando quer dar, ninguém segura

DINHEIRO PRA TORRAR
Antes do galo cantar, vou te negar três vezes
Eu sou cheio de virtudes, mas sem grana fico louco
Eu digo que não me vendo mas qualquer drink me compra
Não quero roupas nem carro mas sou ministro na zona
Cuidar da economia e encher o bolso de grana
E ir pro bar
Beber até cair e pagar pra quem quiser me acompanhar
Quando eu penso no bar
Eu penso logo nas putas
E quando eu penso no bar e nas putas
Eu preciso de dinheiro
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Não me venha com seu desapego
Ele não paga uma pinga
Eu não troco meu sossego por trabalho mas preciso de algo pra negociar
Supermercados e botecos não abrem créditos por sorrisos
Meninas, vadias querem sempre faturar
Cuidar da política externa é ser amigo do garçom
Tomar um caixa e só pagar meia duzia, ou nada
Quando eu penso no bar
Eu penso logo nas putas
E quando eu penso no bar e nas putas
Eu preciso de dinheiro
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Dinheiro pra torrar
Eu não preciso de muito dinheiro
Mas eu preciso muito de dinheiro pra torrar

ESSE SEU BURAQUINHO
Ah, esse seu buraquinho
É tão lindo, mas ninguém vê
Fica escondidinho
Na parte de trás de você
Ah, como eu desejo
Lamber e sentir seu sabor
Cobrir de beijos
Oh, deixa vai, por favor
Esse seu buraquinho, foi feito pra mim
Então me deixa entrar até o fim
Esse seu buraquinho ‘tá difícil demais
Quero esse seu buraquinho da parte de trás
Por mais que eu te peça
Você diz que nunca vai dar
E não quer nem conversa
E não quer nem pensar
Então eu juro que paro
Se doer, eu paro de por
Mas você diz que é mentira
E que por trás não se faz amor
Esse seu buraquinho, foi feito pra mim
Então me deixa entrar até o fim
Esse seu buraquinho ‘tá difícil demais
Quero esse seu buraquinho da parte de trás
Eu vou ser carinhoso
Como foi quando transamos da frente
Se passar a cabeça, o resto passa
Necessariamente, conseqüentemente
Se entalar na primeira
Eu passo gel e tento de novo
Rita Lee foi quem disse
“Dói, mas é gostoso”
Esse seu buraquinho, foi feito pra mim
Então me deixa entrar até o fim
Esse seu buraquinho ‘tá difícil demais
Quero esse seu buraquinho da parte de trás

SEU GARÇOM
A gente chega
senta na mesa
pede cerveja
ao garçom
manda fritas
com lingüiça
vê se capricha
sem preguiça
com a minha porção

Seu garçom
não deixe meu copo vazio
por favor
venha e troque o refil

O gerente
olha pra gente
range os dentes
não dá paz
“esses caras
bebem cachaça
fazem arruaça
e cerveja eu não sirvo mais”

Meu namorado
mal humorado
diz que se der
vai se divorciar
a gente canta
não adianta
ninguém levanta
e nem sai da mesa do bar

MEA CULPA
Eu sem beber sou uma mala
Ninguém me chama pra porra nenhuma
Eu fico jogado no sofá da sala
Tocando bronha pela Luma

Se chego num bar sou esculhambado
Ai me sento de lado e tomo uma breja
E todos sabem que é sem álcool
“Quem diria, ora, veja”

Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado
Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado

Quando acordo sem ressaca
As vezes penso que morri
O dia todo a sede me ataca
É a coisa mais triste que eu já ví

Se contam piadas, eu não rio
Se vão prum puteiro, eu não vou
E até as mocinhas me chamam de tio
Isso quando não me chamam de vovô

Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado
Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado

E eu nunca mais perdi meu carro
Eu nunca mais dormi na rua
E mesmo se os inimigos tiram sarro
A minha calma continua

Já não telefono pros amigos
Chapado no meio da madrugada
E os meus vizinhos não correm perigo
As festas foram todas canceladas

Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado
Ah, doutor, pelo amor de deus
Salve meu fígado

TUDO O QUE A GENTE FAZ É PRA VER SE COME ALGUÉM
A gente corta o cabelo
Pra ver se come alguém
A gente faz a barba
Pra ver se come alguém
A gente toma banho
Pra ver se come alguém
E até troca a cueca
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
A gente arruma emprego
Pra ver se come alguém
E a gente junta dinheiro
Pra ver se come alguém
A gente fica bêbado
Pra ver se come alguém
E ouve papo furado
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Há muito tempo sem trepar eu perco a dignidade
Tudo que a gente faz é pra ver se come alguém
Há muito tempo sem transar e o desespero invade
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz
Tudo o que a gente faz
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
A gente lava o carro
Pra ver se come alguém
A vai aos bares da moda
Pra ver se come alguém
E apura putis-putis
Pra ver se come alguém
Paga dez paus numa breja
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém

ARCA DE NOÉ
Eu vou fuçar entre suas pernas como um porco
Como um tatu, vou explorar os seus buracos
Tamanduá lambendo o rego e os mamilos
Sou camundongo e vou dormir no seu sapatos

Vou envolver seu corpo todo como um polvo
Você não vai se defender dos meus tentáculos
A minha tromba vai cheirar o seu pescoço
Grudado em ti como se fosse carrapato

Sou o que todo homem é
Animal em busca de carne
Eu sou movido por essa fome insana
Carne humana, eu quero é carne humana, eu quero é carne de mulher

Os meus dedos de homo sapiens curioso
Vou enfiar onde o macaco enfiou o caju
Vou falar mais que papagaio criminoso
Comer carniça como fosse um urubu

Como um felino, vou cobri-la dia e noite
Como um cachorro, vou pegar você por trás
Como um Roberto, usa beijos como açoite
Ser cavalgado até não agüentar mais

Sou o que todo homem é
Animal em busca de carne
Eu sou movido por essa fome insana
Carne humana, eu quero é carne humana, eu quero é carne de mulher

Eu quero é carne de mulher
Eu quero é carne de mulher
Eu quero é carne de mulher

BAFO DE JIBÓIA
Ela me mandou embora
me botou de porta afora
Me expulsou de casa como se eu fosse um cão
só porque eu tava bebão

Já no caminho pro trabalho
os homi me deram um malho
Me acusando de guiar na contramão
só porque eu tava bebão

Então entrei em paranóia
com um bafo de jibóia
desnorteado bem em frente do patrão
me demitiu sem sentir pena
eu de Maria Madalena
sem conseguir pedir sequer perdão
só porque eu tava bebão

Tava bebão
mas tava feliz e faceiro
tava bebão
eu tinha muita sede e dinheiro
entrei no buteco, comi um ovo
só pra começar tudo de novo
Tava bebão
ninguém tinha nada com isso
tava bebão
e nem tava a fim de enguiço
nasci pra viver na mesa do bar
e só levanto pra mijar

Até o vigário lá da vila
disse que excesso de tequila
pode me fazer arder no fogo da inquisição
só porque eu tava bebão

Puseram o presidente na cadeia
nacional de cara feia
me acusando de estar envolvido com corrupção
só porque eu tava bebão

Voltei pra casa ajoelhado
entrei pelo telhado
e perguntei para a patroa: “aceita devolução?”
ela disse preu falar
sem a língua enrolar
essa era a condição
só porque eu tava bebão

CRETINA
Eu sou um idiota de merda
Que aceita a oferta feminina
Eu sou um iludido imbecil
Que engole as mentiras dessa menina

Que desliga o celular e some
E depois diz que nada fez
E eu durmo sorrindo feito um trouxa
Sem perceber que eu sou a bola da vez

Sua cretina
C-R-E-T-I-N-A
C-R-E-T-I-N-A
Ainda largo você

Eu sou um mentecapto estúpido
Que fica de quatro quando te ouve falar
Que é só meu seu coração
Mais que o resto você tem que pensar

E com a cara mais lavada do mundo
Me da um beijo e sai pra festejar
É só mais uma despedida de solteira você diz
E eu em casa de pijama te esperando chega

Sua cretina
C-R-E-T-I-N-A
C-R-E-T-I-N-A
Ainda largo você

Eu sou noivo abestado
O gato subiu no telhado e eu não notei
Estamos de casamento marcado
E você vai viajar com esse amigo que você diz que é gay

Isso ta me cheirando a putaria
Esse cara de gay não tem nada
Todo noivo é corno eu sei
Vou pular fora dessa barca furada

Sua cretina
C-R-E-T-I-N-A
C-R-E-T-I-N-A
Ainda largo você

PAULÃO FOI PRO BAR
Paulão foi pro bar e disse que vai beber até morrer
disse que ‘tá com o saco cheio de ter que se vender
de trabalhar de dia pra tocar na madruga
Paulão é um presidiário planejando a fuga
ele se sente um covarde, um vendido idiota
que precisa achar coragem para encarar a própria sorte
ele ‘tá deprimido e sabe bem o que fazer
Paulão foi pro bar e vai beber até morrer

Paulão quer família, mas não sabe ficar sentado
Paulão quer mobília, mas só vive chapado
e sabe que sua namorada está certa
quando não aceita viver em função da sua loucura
Paulão compreende bem a doença e sabe que ela não tem cura
ele ‘tá com o saco cheio e é assim que deve ser
Paulão foi pro bar pra beber até morrer

Paulão ‘tá puto com as rádios vendidas que não tocam seu som
ele sabe que a culpa é sua, coisa deste seu estranho dom
de falar do que todos fazem mas não contam
de escancarar o que está disfarçado nas novelas
de que tratam-se não de homens e mulheres, mas de cães e cadelas
que uivam baixinho sufocando os desejos
que querem dar e comer mas se contentam com beijos
Paulão é um cara errado e não sabe o que fazer
Paulão foi pro bar pra beber até morrer

Paulão olha em volta e só vê um bando de babacas
eles tem medo da violência das armas e da crueldade gravatas
sabe que a morte virá e teme que demore demais
sabe que é forte e é isso que o irrita ainda mais
se tranca no quarto e escreve uns versos sem luz
espanca um velho retrato e pede ajuda a Jesus
e sabe que o mundo é esta porra que se vê
“ei, Paulão: posso beber com você???”

QUERO TE VER GOZAR PELO CU
Quando você se distrair
E estiver de quatro, você vai sentir
Uma lágrima vai escorrer
No início pode até doer
Um movimento que estoura o v.u.
Quero te ver gozar pelo cu

Não vai dar tempo de discutir
Não vai dar jeito nem de fugir
Quando você vir, já está lá
É só começar a rebolar
É só a cabecinha no sul
Quero te ver gozar pelo cu

Quero te ver gozar pelo cu
Quero te ver gozar pelo cu

(entre no clima e dance este blues)

Quero te ver gozar pelo cu
Quero te ver gozar pelo cu

Lubrificante não vai ter
Óleo, creminho, pode esquecer
Empurrando o que estiver no caminho
E muitos tapinhas com carinho
Você pelada e eu também nú
Quero te ver gozar pelo cu

Os peitos balançam e quem manda sou eu
Você morde os lábios, não vai dizer que doeu?
Quem disse que aqui não entra, só sai
Rebola, madame, como mulata da vai vai
Assim, assim, amore, xuxu
Quero te ver gozar pelo cu

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