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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um Ano e Um Dia / Just one warsong...!

“And I don’t know
This could break my heart or save me
Nothing’s real
Until you let go completely
So here I go with all my thoughts I’ve been saving
So here I go with all my fears weighing on me

Three months and I’m still sober
Picked all my weeds but kept the flowers
But I know it’s never really over

And I don’t know
I could crash and burn but maybe
At the end of this road I might catch a glimpse of me
So I won’t worry about my timing, I want to get it right
No comparing, second guessing, no not this time

Three months and I’m still breathing
Been a long road since those hands I left my tears in but I know
It’s never really over, no

Wake up

Three months and I’m still standing here
Three months and I’m getting better year
Three months and I still am”
– Kelly Clarkson, “Sober”.




Um Ano e Um Dia
2010.
14 de fevereiro.

Um ano.
Um ano COMPLETO da aprovação na UFPA. Muita coisa mudou e nada mudou desde aquele dia.

É sempre como se fosse aquele dia. Libertação. Renovação.

Não é como em “The Girl Who Had the Blues” (Bambix, Crossing Common Borders, 1996), pois agora os medos e dores mudaram de panorama e conceito. Agora tudo faz sentido mesmo sem ter sentido algum.

Não tenho muito o que dizer sobre isso, caras. O pouco que tenho começa com “os sonhos não mudam – são as perspectivas e pontos de vista dos mesmos” e “a batalha não termina – ela realmente começa”. A verdade é que nada do que eu diga agora fará muito sentido, seria redundante demais... Cara, quando você ‘tá lá dentro.......

Para todos que passaram junto comigo, pra todo mundo que passou em alguma Federal e/ou Estadual (Leandro “Cadáver”, Thiago “Zumbi” e Ronnie Moraes) ou ganhou uma bolsa Integral ou Parcial pelo ProUni (Jesus, Sussurro-do-Amanhecer-Nublado) – esta postagem é pra vocês!
Bem-vindos ao clube!




**********




Just one warsong...!
Isso não aconteceu há tanto tempo assim.

Eu lembro que acordava cedo, tomava um bom banho, vestia roupas limpas – pré-selecionadas ou não e, por fim, tomava um bom café-da-manhã.

Pegava minha carteira de identidade, duas canetas pretas, dois lápis, um apontador e uma borracha – e enfim o comprovante de inscrição.

No portão de casa, eu dizia a minha mãe: “Esta é a nossa última vez!”
Nos abraçávamos e eu ia sem olhar para trás. Eu nunca olhei pra trás enquanto fazia esta viagem, crente de que seria a última.

E seguia para o matadouro. Também chamado de campo de batalha.
Onde não somente conhecimento e raciocínio e capacidade são postas à prova.
Mas também sangue-frio e fé em qualquer coisa que seja. Quem não acredita em nada passa a acreditar nem que seja por aquelas horas.

Eu voltava incólume e triunfante das duas primeiras pelejas.
Mas nunca passava da última.

E todos os que conseguiam, bradavam em meus ouvidos: “Não desista!”
“Ainda não é a sua vez!”


Desistir é fácil (exceto nos casos de suicídio – poucos são tão fortes quanto os suicidas por fazerem o que fazem consigo próprios). Não tanto quanto continuar em frente. Desistir dos sonhos e ficar pelas esquinas da vida é fácil – para quem não acredita mais em (seja lá no que você acredite) e não tem mais luz para ser guiado ou perde todas as esperanças em (seja lá no que você tenha esperança).

Falando por experiência própria, continuar em frente é mais difícil do que desistir*. Todavia há casos e casos**.

E eu não desistia. Sendo seguia em frente, mesmo caindo e aos trancos e barrancos. Com todas as lágrimas e coração partido tantas vezes. Coração diminuto e apertado. Mas eu não desistia.

Eu vi tantos desistindo pelo caminho, procurando outros rumos em outras casas. Mas, no fundo de meu coração, bem no centro de minha alma, eu sabia que não devia desistir, que aquele era meu caminho e obrigação. E, quando eles partiam e desistiam, ao mesmo tempo que me sentia pequeno e azedo com aquilo – não é fácil pra ninguém ver alguém que você gosta ou considera ficar pelo caminho –, me sentia cada vez mais motivado e forte (não sei explicar como!).

Mas eles diziam: “Continue por mim. Você vai conseguir. Eu tenho certeza disso – e você também.” E como isso me fazia bem.

E os que já estavam ou tinham saído, me diziam quase o mesmo (com exceção de “Continue por mim”). Mas, em contrapartida... “Estamos esperando por você. Você faz falta aqui. Seu lugar é aqui conosco”.

E isso... Gaia tenha piedade... Me entristecia, me mandava para o fundo do buraco. Hoje enfim consigo sentir e entender o quanto eles se entristeciam quando sabiam que eu ainda não tinha conseguido. A tristeza em seus corações... “Ele não conseguiu de novo...”

Sincera e honestamente, admito que já pensei em cometer suicídio por causa disso. Mas eu lembrei de todo mundo que está por perto e ao redor. “Depois de tudo... Não... Eles não merecem isso.”
Já decepcionei todos de tantas maneiras. Não podia terminar assim. Não somente os decepcionaria, mas também...
Sei e entendo perfeitamente o quanto pessoas fazem falta. “Se estivesse aqui...” “Amigos Perdidos” (CPM22, Chegou a Hora de Recomeçar, 2002) ...

Mamãe já sofreu tanto e por tanta coisa. Ela não merecia mais isso.
Minhas irmãs... Raquel...
Vovó, Tia Luiza, Tia Pastora, Tia Madalena, Marcelinho, Carol...
Anchietanos, CEFETeanos, RPG Team, parceiros de copo...
Professoras e Professores...
Todos os que me aceitaram em suas casas e famílias...
Aragão... Wan... Facó... Boller...
Ex-namoradas...
Não merecem mais isso...


A vitória não é fácil pra quem não se dedica. Eu não me dediquei. Não me entreguei. E quando entreguei meu coração pra isso, finalmente veio.

Só quem não passou de primeira (Letícia + Elizabeth Silva, Fábbio, Poser, Bocão, Uchiha-kun, Herondina, Tia Dilenilza, Cassie e Laísestou falando com vocês!) sabe o que significa e o quanto (este sentimento de liberdade e dever cumprido) é importante e engrandecedor e libertador.

Você não triunfa sozinho. Isso é balela.
Todos, TODOS que te acompanharam desde o início até o momento da vitória vencem junto com você. É vitória deles também e isso não pode ser negado e/ou omitido de modo algum. Eles sofreram junto. Nada mais justo que vibrem e comemorem com você quando chegar a hora. Os que não conseguem também devem ser honrados e lembrados. Eu fui honrado e lembrado mesmo quando não conseguia.


Não existe amanhã para quem não luta. Não existe esperança para quem não sonha. Não existe triunfo sem dedicação, e entrega. Se existe entrega, existe a conseqüente aflição, tristeza e mágoa e sofrimento. E tudo isso é importante para se chegar onde queronde quer que seja.




Meu nome é Rafael Alexandrino Malafaia.
Aprovado no exame de vestibular da Universidade Federal do Pará em Licenciatura Plena em Letras: Habilitação em Língua Alemã em 2009.

EU consegui.

VOCÊ consegue (Cadáver, Palavras-Prateadas, Weiß_Ulf, Trilha-de-Sangue, Sussurro-do-Amanhecer-Nublado, Canção-da-Amargura, Pé-Podre, Farinha, estou falando de vocês também!).




Hora de lutar!





Trilha sonora de fundo: Bad Religion, The Process of Belief, de 2002 + Green Day, 21st Century Breakdown, de 2009.

* isso não é uma apologia ao suicídio, que fique logo bem explicado!
** ver nota anterior (*)

2 comentários:

うちは disse...

O QUE MAIS DIZER???

APENAS QUEM JAH PASSOU POR ISSO, CONHECE TAL SENTIMENTO...

Anirrosi disse...

Concordo com o colega acima: só quem já passou consegue definir a emoção. Parabéns pelo seu primeiro ano. Lembre-se, ainda é tudo novidade, daqui mais uns 2 anos tu naos vais querer mais nem ir na UFPA...HUahuahuaha. Experiencia própria.

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