ouvindo: X, Under the Big Black Sun, de 1982
centésimo post do ano, né?
os últimos anos que rolaram mais de cem posts foram 2016 e 2011, respectivamente. quase períodos olímpicos, né? RÁ RÁ RÁ era pra centésima postagem ter rolado em julho se eu não fosse tão procrastinador quanto ao blog, mas foda-se, ele não é mais tão prioridade, visto que já rolou até canal do YouTube (toda vez é pra eu tirar essa porra do ar mas sempre esqueço porque considero aqui mais versátil de trabalhar e sou um bosta pra editar vídeo e porque escrevo melhor do que falo). eu poderia, inclusive, falar de qualquer outro assunto – tem duas HQs e um filme na fita pra comentar, inclusive –, mas como descobri que o DF lançou um álbum de “inéditas” chamado Lado Bets, aind’ess’emestre, fiquei “foda-se, warum fuckin nicht? vamos lá”. vamos lá? vamos lá. DEAD FISH
LADO BETS
2020
:: de uma programa de vinhetas da MTV Brasil de 2005 ::<
Vislumbrar um caos
Tão ordenados aqui
Janelas acesas e postes de alguém, não sentir
Saudades da onde vier
Outro episodio sobre essa vida real
Que não vai cristalizar
Não se pode valorar em uma figura para trace-consumir(trace consumirrrrr)
Sem esperar
As ruas da cidade
Hoje não vai chover
Hoje não vai chover
Fogo a ultrapassar, paciência esperar
Chegarem.
ROUBANDO COMIDA
>:: bonus track do álbum Vitória, de 2015 ::<
Ele é limpinho
Toma banho e penteia o cabelinho
Faz a barba e toma iogurte
Paga seus impostos em dia
Fala baixo e respeita o vizinho
Respeita a polícia militar
Diz trabalhar feito um camelo e odiar os nordestinos
Nada melhor!
Um cidadão de bem!
Entende seus direitos!
Pensando mais além!
Sempre pronto pra dar um conselho
Vê um bom sujeito no espelho
Se relaciona com as pessoas certas
Sempre, as mais espertas
Se diverte na festa
Murcha uma de testa
Acredita em violar
o estado sempre em seu proveito
Acredita na família e na igreja
Uma cidade limpa é o que deseja
Sem crianças pretas na sarjeta
Apóia grupos de extermínio
Nada melhor!
Um cidadão de bem!
Entende seus direitos!
Pensando mais além!
Mas o salário não dava
Vivia além do que podia
Comprando tudo o que via veio a carestia
Achava entender economia
A dívida crescendo e a insatisfação
Um homem bom com crédito
foi preso roubando comida
Nada melhor! (Roubando comida)
Um cidadão de bem! (Roubando comida)
Entende seus direitos! (Roubando comida)
Pensando mais além!
DÊEM NOMES AOS BOIS
>:: presente no EP Dead Fish e Zander - Split Vinil 7”, de 2013 ::<
O que é mais conveniente, que amnésia coletiva?
Não saber porque se morre, nem porque se mata
Não queremos esquecer, se não há lembrança
Existe um sentimento de algo injusto no ar
O argumento não convence
mostrem suas mãos sujas de sangue
O que não vem ao caso
Esconder, perpetuar!
Temos o direito à verdade
Pingos nos i's, um passo à frente
Deem nome aos bois
Ordem e progresso por memória
Ampla e restrita para quem?
Para velhos em seus pijamas
E suas gordas pensões
Onde fica o desespero
De quem ainda procura
Abra os seus arquivos
Covardes militares!
Assassinos, coronéis!
Temos o direito à verdade
Pingos nos i's, um passo à frente
Deem nome aos bois
Reconstruir nossa memória
Reconstruir, nossa memória
Reconstruir, nossa memória!
O OUTRO DO OUTRO
>:: bonus track do álbum Ponto Cego, de 2019 ::<
Sem janelas, só espelhos
A boa vida no apertamento
Proteção que aliena a quem convém
Sufocando em segurança
Retorcendo e distorcendo a razão
Interesses que não servem mais ninguém
Cresce o muro, cresce a grade
Cresce o ego, insustentavelmente
Cresce o medo, o ódio e o desdém
Ganhar mudando as leis
Viver sem competir
Desaprender a enxergar e a sentir
O ponto cego desumaniza o outro
Nega e anula o outro, e o outro
Do outro, do outro
Amor devido é amor não pago
Dentro de uma escala de valor
A prudência que é capaz de anular
Aplaudido pelo ego
O reforço opositivo para si
Dividir a dívida pra se isentar
Responsabilizar, acusar, repreender
Aqueles que não poderão se defender
Cativeiro privativo
Alto custo de manutenção
Esperando a chegada do passado
Fragilidade extrema
Revivendo a confrontação
Resignado ao quadrado
Autoajuda, gasolina
Nos limites entre contas e quinas
Pobres cachorros prontos pra se adaptar
Na caverna o que vê é só o que há
Receita fabricada para confundir
O outro, do outro, do outro
MODERN MAN
>:: áudio da banda tocando no programa Fanático MTV, em 2006 ::<
>:: cover do Bad Religion, escrito para o álbum Against the Grain, de 1990 ::<
I've got nothing to say,
I've got nothing to do.
All of my neurons are functioning smoothly
Yet still I'm a cyborg just like you.
I am one big myoma that thinks:
My planet supports only me,
I've got this one big problem: Will I live forever?
I've got just a short time to see.
Modern man, evolutionary betrayer,
Modern man, ecosystem destroyer.
Modern man, destroy yourself in shame,
Modern man, pathetic example of earth's organic heritage.
When I look back and think,
When I ponder and ask "why?",
I see my ancestors spend with careless abandon,
Assuming eternal supply.
Modern man, evolutionary betrayer,
Modern man, ecosystem destroyer.
Modern man, destroy yourself in shame,
Modern man, pathetic example of earth's organic heritage.
Just a sample of carbon-based wastage,
Just a fucking tragic epic of you and I.
MICHEL OGHATA
>:: presente no compacto Michel Oghata / Múmia, de 16 de setembro de 2016 ::<
Foi avisado lá não era um bom lugar,
O príncipe ordenou não ser tão curioso, aquilo podia matar.
Não precisava entender, o que chamam civilização.
Partiu com um sorriso na face
Sem dar ouvidos lá se foi.
Qualquer dia, qualquer lugar,
Precisava provar
Michel Ohgata vai pra cidade aprender
Vivenciar o belo ver o seu superior
Tratado como diferente se assustou
Raça forte
Passeou a morte.
A lei para os indesejáveis,
Louros ao vencedor.
Se arrependeu em estar ali, quis fugir
Um preço alto demais a pagar.
Não precisa mais do que já sabe.
Eles não confiam em ninguém
Não respeitam o sol,
Não agradecem, à lua.
Michel Ohgata deixa a cidade se entender.
Por que complicam tanto?Por que não deixam viver?
Não entendia a sorte não sabia o que era fé
Não se encaixava em um destino.
Quem precisa ensinar?
Quem precisa aprender?
A RECOMPENSA
>:: bonus track do álbum Um Homem Só, da própria banda, de 2006 ::<
Passou muito além do seu destino
Perdeu mais tempo sem nada pra fazer
Todas as coisas fúteis que ela nunca fez
Se olhando no espelho, rindo de si mesma
É tarde pra definir
Se tudo foi bom ou ruim
Se nada te fez ver
Não se preocupe mais
Seja feliz como nunca se permitiu
Agora já não há tempo pra lamentar
Sentiu falta de se dedicar
(A algo ou alguém)
Pela primeira vez teve a vida em suas mãos
Ninguém vai sentir ou ver por você
A recompensa não virá
Mas isso não importa
Tudo vai terminar
Sobre os escombros a sorrir
No meio da multidão
Cantando alto a canção
MÚMIA
>:: presente no compacto Michel Oghata / Múmia, de 16 de setembro de 2016 ::<
Tratar as pessoas como se tivessem dito o que fazer
O mal que fez a si mesmo, sempre rogado desejando
Por mais silêncio que pudesse haver
Não era só por mim
Suportar as tarjas, censuras e escolhas
Em tudo há consequência
Tente aceitar a sua...
Assuma o que é teu
Para outros todo mal
Como é fácil apontar
Este é o seu melhor
Tudo que pode demonstrar
Eu sei nunca vai ouvir
Que Deus é esse o seu?
Que reza só pra si!
Suportar as tarjas, censuras e escolhas
Em tudo há consequência
Tente aceitar a tua...
Assuma o que é teu
Ainda bem que insisti em esperar o pior
E ver em copos vazios uma escolha melhor
Não exercer o poder, vindo de ideias tão burras
E aceitar que você podia ser muito mais
Talvez tenha sido cego
Mas continuei por paixão
Se o dinheiro não veio, e ninguém pode pagar
Não precisava ter feito, o que fez!
Tente outra vez
(Ou esqueça pra sempre)
Tornar melhor
(Você acha que pode)
Tente outra vez
(Outra oportunidade)
SEM REMÉDIO
>:: deveria ter entrado no álbum Um Homem Só, 2006 ::<
Não perca tempo, a máquina não vai parar
Nem esperar por você ou por ninguém
Não se distraia, mantenha o passo, siga o fluxo
Cumpra a meta e não esqueça de sorrir
Com orgulho ou desprezo
A vaga é sua até não ser mais
Tão fácil substituir
Você perdeu espaço e valor
O mundo do trabalho é sem remédio
Peça obsoleta, encaixes desgastados
Todos sabiam esse dia iria chegar
Quando o cansaço torna difícil suportar
O custo é alto mas não há pra onde correr
Se recomponha, tome um remédio pra acelerar
Um relaxante e oito gotas pra concentração
Sinta fluir
Você é parte da engrenagem
Sinta apertar e explodir
Você perdeu espaço e valor
O colapso do indivíduo é sem remédio
Peça obsoleta, encaixes desgastados
A máquina não vai te esperar
Mantenha o passo, sempre sorrindo
Com ordem e progresso
Mantenha o passo, siga o fluxo
Até morrer
A doença ingerida diariamente
O vazio que não dá pra preencher
Com anúncios ou mentiras ou remédios
O sofrimento que mata sem perceber
Sinta fluir, você é parte
MANIAC NONLINEAR
>:: gravada no período de gravação do álbum Zero e Um, de 2004 ::<
BIS
ZU
DEM
BREAKING
FUCKING
NEUEN
POST
!!!!