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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

MATANZA - A ARTE DO INSULTO - 2006

:: A ARTE DO INSULTO ::
:: MATANZA ::
:: 2006 ::

A ARTE DO INSULTO
Nada mal pr'um boçal,
Retardado mental, infeliz.
Tanto quis ser o tal,
Conhecido entre os mais imbecis.

Muito bem: você tem o talento
que faz de você tão proeminente panaca,
dos que não são comuns de se ver.

Começou fazendo bobagem desde que chegou,
Não parou nem quando o bar todo esvaziou.

Bebe demais, fala demais,
mas na real não diz merda nenhuma!

Só fica aí cheio de si,
Mas não resolve as cagadas que arruma.

Enquanto você fica aí arrumando tumulto,
Eu vou me aprimorando na Arte do Insulto.

CLUBE DOS CANALHAS
Vai chegar de madrugada e ela vai querer saber
Onde foi, aonde esteve, o que foi fazer
Mas à todas as perguntas sabe responder
Tem um plano A e tem um plano B

Se você nunca se contradiz
Não abre mão do que te faz feliz
Se não há nada que abale sua paz
Já nasceu sabendo como é que se faz
e todo segue do jeito que sempre quis

Temos um sócio no Clube dos Canalhas
Não admitimos que apontem nossas falhas
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom

Farra para tudo é um bom remédio
Só um idiota completo morre de tédio
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom

Sabe o quanto é importante não dar muita explicação
Não há nada de extraordinário na situação
O segredo do sucesso é a moderação
ter um dia sim e ter um dia não

Se você nunca se contradiz
Não abre mão do que te faz feliz
Se não há nada que abale sua paz
Já nasceu sabendo como é que se faz
e todo segue do jeito que sempre quis

Temos um sócio no Clube dos Canalhas
Não admitimos que apontem nossas falhas
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom

Farra para tudo é um bom remédio
Só um idiota completo morre de tédio
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom.

O CHAMADO DO BAR
Dia quente, pestilento, sem porquê.
Não consigo nem pensar no que fazer...
Eis que de repente eu vejo tudo melhorar,
Como se eu pudesse ouvir o copo me chamar!

Vem pro bar, vem pro bar, vem pro bar!
Vem pro bar, vem pro bar, vem pro bar!

Não devo nada pra ninguém,
Bebo se eu estiver a fim.
Minha vida é minha,
E a sua que se foda!

SABENDO QUE POSSO MORRER
Não deveria fazer o que eu faço
Passar o que eu passo, beber o que eu bebo
Não deveria dizer o que eu digo
Vivendo em perigo, o que é que eu recebo?

Coisas que eu faço sabendo que
Eu posso morrer
Coisas que eu faço na hora em que
Eu penso em você

Não saberia dizer o que eu quero
Quem eu espero, em quem acredito
Não saberia dizer o que vejo
Quando eu desejava era ter destruído

Coisas que eu faço sabendo que
Eu posso morrer
Coisas que eu faço na hora em que
Eu penso em você

Não poderia ser de outro jeito
O que eu tenho feito não é bonito
Não poderia ser diferente
Com toda essa gente me olhando
Esquisito.

Coisas que eu faço sabendo que
Eu posso morrer
Coisas que eu faço na hora em que
Eu penso em você

Não deveria fazer o que eu faço
Passar o que eu passo, beber o que eu bebo
Não deveria dizer o que eu digo
Vivendo em perigo, o que é que eu recebo?

Coisas que eu faço sabendo que
Eu posso morrer
Coisas que eu faço na hora em que
Eu penso em você

QUEM PERDE, SAI
Aproveita agora pra fazer piada
Por que você vai sair daqui sem nada
E como você vai voltar pra casa, eu não sei

Quando você blefa sua mão se move
Agora eu sei que você não tem mais
Que um par de noves
E eu tenho um four de reis

Gostou de apostar
Mas quando todo seu dinheiro acabar
Você vai repensar
Tudo aquilo que fez
E que não fez
E que não vai

Quem perde sai
Fica só quem sabe jogar
Cada um que saiba de si
Pague e desocupe o lugar

Só de ficha aqui vai um dinheiro forte
Acho que alguém vai precisar de sorte
Se não tiver o jogo na sua mão

Não quero aqui te chamar de otário
Mas você já tá fora desse páreo
E o que é hiário,você já perdeu sua
Mansão.

MEIO PSICOPATA
Estava parado, bebendo cerveja, sozinho na porta do bar
Mas como nada é perfeito, tô vendo um sujeito que vem reclamar
Dizendo que a vaga em que eu tinha parado meu carro era particular,
Tinha um tal que é dono da rua, e fica na sua que o cara já ta vindo aqui,
Te matar...

É impressionante como eu nunca faço nada.
É sempre a confusão que vem até aqui.
Falo isso para o meu psiquiatra,
Mas é claro, ele não entende.

No dia seguinte parei a pick-up num posto perto daqui,
Não tinha placa dizendo que tipo de música devia ouvir,
Podiam pedir de maneira educada, mas preferiram latir.
Peguei a chave de roda que sempre resolve esse tipo de situação
Por aqui...

É impressionante como eu nunca faço nada.
É sempre a confusão que vem até aqui.
Falo isso para o meu psiquiatra,
Mas é claro, ele não entende.

EU NÃO GOSTO DE NINGUÉM
Não me faça nenhum favor
Não espere nada de mim
Não me fale seja o que for
Sinto muito que seja assim

Como se fizesse a diferença
O que você acha ruim
Como se eu tivesse prometido
Alguma coisa pra você
Eu nunca disse que faria o que é direito
Não se conserta o que já nasce com defeito
Não tem jeito
Não há nada a se fazer

Mesmo que eu pudesse controlar a minha raiva
Mesmo que eu quisesse conviver com a minha dor
Nada sairia do lugar que já estava
Não seria nada diferente do que sou

Não quero me veja
Não quero que me chame
Não quero que me diga
Não quero que reclame
Eu espero que você entenda bem
Eu não gosto de ninguém

O CAMINHO DA ESCADA E DA CORDA
Eu fui condenado a ser enforcado
Hoje ao meio dia pra sua alegria
Não me deram nada, nem mesmo um cigarro
Me jogaram pedra, mas passou de lado

Veio muita gente pra me ver morrendo
Bem na minha frente, para o reverendo
Oportunidade que eu diria rara
De chamar seu nome e cuspir na cara

Todos ao diabo, antes que eu me esqueça
Corda no pescoço, preço na cabeça
E não importa o que aconteça
Eu volto do inferno pra pegar todos vocês

Não sinto remorso, muito menos medo
Não contei os mortos, não guardei segredo
Não existe nada em que eu acredite
A minha verdade era a dinamite

Mesmo procurado por assassinato
Fui comer a puta, fui capturado
Eis me aqui agora, com o destino à frente
E uma bola de ferro presa na corrente.

RESSACA SEM FIM
Violenta, imoral, injustificável
Qualidades da cachaça que acabou comigo
Consciente da ruína desse estado lamentável
Posso dizer que vou parar, mas eu sei que não consigo

Ressaca sem fim

Muita dor de cabeça
Puro gosto de gin
Sede insaciável
Maldita ressaca sem fim

Convivendo com a verdade do dia seguinte
As ideias que eram boas são insuportáveis
A mulher que era linda vai ficando muito feia
Os que eram meus amigos são apenas miseráveis

TEMPO RUIM
Ergam seus copos por quem vai partir
Longo será o caminho a seguir
Nada será como costuma ser
Nada vai ser fácil pra você

Não faça o mesmo que fez o seu pai
Não leve armas lá aonde vai
Tantos eu já vi pagando pra ver
Não dá tempo de se arrepender
Nada que já não deva saber
Não há nada que não possa ter

Quero que a estrada venha sempre até você
E que o vento esteja sempre a seu favor
Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão
E que esteja ao seu lado, seu grande amor

Eu me despeço de todos vocês
Muitos aqui não verei outra vez
Fora o inverno e o tempo ruim
Eu não sei o que espera por mim
Mas pouco importa o que venha a ser
Se eu tiver um dia a quem dizer

QUEM LEVA A SÉRIO O QUE?
Desconheço quem tenha razão
Acho perda de tempo qualquer discussão
Em defesa daquilo que o serve
Muito se fala,pouco se escreve
Há quem saiba o que ninguém mais sabe
Há quem veja o que ninguém mais vê

Quem leva a sério o quê?
Quem quer saber de quê?
Quem pode me dizer
Como exatamente todo mundo deveria ser

Coerência na persuasão
Pré-estabelecida está a conclusão
Se eu falar sobre o que não entendem
Poucos escutam,muitos se ofendem
A verdade é que não há verdade
Tudo é porque não há não ser.

WHISKY PARA UM CONDENADO
Rápido, garçom, me traga seu melhor whisky
Esse seu amigo aqui só tem mais meia hora
Até que diabo descubra que morri
E venha me levar embora

Desculpe garçom pela pressa
Mas eu não tenho outra saída
Eis todo meu dinheiro
Traga-me tudo em bebida

O pouco tempo que me resta
Que seja bem aproveitado
Não faço questão de festa
Mas quero estar embriagado

Nada eu levo da vida
O que eu tenho é o que há no meu carro
Meus vinte melhores amigos
Estão num maço de cigarros

Adeus meu bom amigo
Adeus e muito obrigado
Espero beber contigo
No bar que há lá do outro lado.

ESTAMOS TODOS BÊBADOS
Nós estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui

Lançava-se ao mar,
o comandante Nobrum
Passava o dia no barco pescando
mas nunca nos trouxe um atum
Tanta sabedoria e prática além do comum
Dizem que se atribuía
a várias garrafas de rum

Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar

Nós estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui

O açougueiro sem dedo
que trabalhava no cais
Passava o dia fazendo piada
da falta que o dedo lhe faz
Dizia com riso amarelo: "Ouça bem meu rapaz,
Ao trabalhar com o cutelo nunca beba demais"

Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar

Nós
Estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui

Marquade alimentava as caldeiras do velho vapor
A despeito do vento, sufocava o calor
O teto de ferro fundido, sol direto na chapa
Tudo já resolvido com duas garrafas de grapa.

Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar

Nós
Estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui

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